“Cê num tá arranjando problema pra filha de Luciana não, né, Filipe?!”, perguntou a mãe do rapaz, chamada Marlene.

Filipe não respondeu. Sentiu-se aborrecido, mas podia compreendê-la.

O que Marlene não imaginava é que desde que o filho ouvira o discurso sobre a luta de Luísa, sentia-se incomodado cada vez que saía para traficar. Havia voga nas palavras da garota; tanta, que chegava a questionar se existia outra possibilidade para ele, ainda que não conseguisse visualizar nenhuma naquele momento.

O diálogo entre Filipe e Luísa estava resultando em reflexões. Frequentemente encontravam-se frente ao portão de casa apenas para conversar.