Fazia um mês que Filipe e Luísa conversavam regularmente. Muito apreciava ouvi-la e ser ouvido.

A mãe e os amigos do rapaz começavam a notar que nos últimos dias ele havia abjurado a algumas opiniões e também certos comportamentos adquiridos desde a morte do pai dele.

Naquela noite, em vez de ir ao baile funk, o rapaz preferiu ficar frente ao portão de casa trocando ideias com a vizinha.

“Lembra que cê disse que queria fazer uma tattoo, mas num tinha coragem? Desenhei isso aqui. Acho que cê gosta dessa flor, né?!”, Filipe disse. Em mãos tinha um papel com um girassol desenhado.