Face do Passado

Capítulo 15 - Se arriscando por mim.


No dia seguinte era véspera de natal. Mikey me ligou pedindo pra eu ir à casa dele pra acertarmos onde o pessoal passaria o natal. Apesar de não estar com pique pra essas coisas eu concordei em acompanhá-los. Eu me arrumei e peguei meu carro pra ir à casa dele.

Na metade do caminho, parei no sinal e batucava no volante o ritmo de uma das músicas que eu havia composto para o novo álbum da banda, quando ouvi uma forte freada e um carro entrou na minha frente me cercando. Olhei assustado e um dos caras de dentro do carro apontou uma arma na minha direção. Por sorte os dois tiros que ele disparou não me acertaram por pouco acertando apenas o banco.

Abri a porta do carro e corri pra o primeiro beco que eu vi. O beco não tinha saída e eu olhei assustado procurando alguma porta que eu pudesse entrar. Achei uma, mas ela estava trancada. Olhei pro começo do beco e os caras vinham caminhando lentamente, logo reconheci quem eram. Eram os mesmos que foram na minha casa um dia com o Ronald.

- agora fudeu! Não tem mais saída...Eu vou morrer. – eu falei desesperado fechei meus olhos, agora era só esperar meu fim. Não tinha mais saída, não podia fazer nada, só esperar e depois agonizar até morrer. Meu coração batia tão forte que eu podia jurar escutar os batuques. Comecei a rezar e quando terminei ouvi a voz de Emily me chamando.

- já morri? – perguntei e quando abri os olhos. ainda estava no beco e meu corpo intacto sem nenhum arranhão. Emily estava ali na minha frente me encarando. – o que aconteceu? – ela saiu da minha frente eu pude ver os dois homens caídos no chão. – Emily...Você aqui?

- fuja enquanto é tempo, Gerard. Você não tem muito tempo. Eles vão acordar a qualquer momento.

- Emily eu quero falar uma coisa pra você.

- agora não dá, fuja enquanto é tempo. Rápido.

Eu olhei nos olhos dela que tinha uma expressão de pavor e depois corri, mas parei na metade do beco ao ver Ronald vindo com uma arma na mão apontada pra mim. Olhei pra ele e depois pra arma, ele engatilhou e atirou, a bala acertaria em cheio meu peito, mas fui salvo por ela. Emily entrou na minha frente e o tiro acertou-a em cheio no peito.

- Emily! – ela caiu no chão e estava sangrando. – como?

- fuja Gerard! – disse ela e então olhou pro Ronald e ele caiu no chão desacordado do nada.

- mas e você?

- eu vou ficar bem. – disse ela.

- eu te amo. – e ela assentiu com a cabeça em sinal de positivo.

Eu corri e entrei no meu carro. Quando cheguei em casa chamei por ela que não apareceu. Eu não conseguia parar de pensar nela em como ela estaria. Liguei desesperado pro Mikey que veio na hora pra minha casa.

- o que houve, Gerard? – perguntou preocupado.

- A Emily.

- que Emily? – perguntou assustado. Depois balançou a cabeça em negação. - De novo com isso?

- ela voltou. Você tem que acreditar em mim.

- eu sabia que tinha voltado com essa maluquice. Você precisa de tratamento.

- esquece isso! Você sabe muito bem que ela existe. Você me disse que também a viu. – e ele se calou.

- você tem razão, eu realmente vi uma menina que batia com suas descrições e disse se chamar Emily, mas quem garante que é verdade?

- ela se feriu por mim... – eu disse chorando.

- o que aconteceu de verdade?

- o cara que me vendia os bagulhos veio me matar junto com seus capangas. Cercaram meu carro e me seguiram até um beco sem saída. Eu consegui fugir graças a ela que fez os caras ficarem desacordados e levou um tiro no meu lugar.

- esse negócio é sério?

- é. Ela pode estar morta.

- esquece esse fantasma, eu me refiro à tentativa de assassinato. – e eu balancei a cabeça que sim. - vamos à policia denunciar esses caras.

Fomos até a policia e eu contei toda a história desde o início onde eu era um usuário de drogas até quando larguei essa vida e que por isso os caras queriam me executar. Também falei da Emily, Mikey me olhou desaprovando aquela minha atitude. Eu disse que era pra ver se achavam algum corpo no tal beco.