Exile 3: O Renascer

Capítulo 3: Retorno ao Caos...


Das névoas surgiu ele, Absolen que se intitulou o absoluto entre todos. O demônio com aparência bem anciã, mas mantendo sua postura jovem chegou esbanjando elegância e superioridade. Segurando uma enorme espada flamejante com uma chama preta, ele se aproximou de mim com um olhar surpreso, talvez pela presença do Herobrine e do Slender ao meu lado:

— Então é você... Você é Absolen, o maldito demônio que destruiu o Exile... — Falei olhando para ele com uma expressão de ódio. A criatura desprezível riu e abriu levemente seus olhos se mostrando sarcástico com minha fala.

Sim, eu sou Absolen, mas sem a parte do maldito. Vocês devem ser os que se acham heróis, Alan e Jake, a dupla que conseguiu sair do Exile. Durante anos todos os humanos que entraram naquele mundo infernal nunca saíram, por que vocês conseguiram? Por que logo vocês e não os outros que acabaram indo para o inferno?

— Talvez porque somos demais... — Respondeu Jake gabando-se com um tom humorístico.

Herobrine estava segurando firme sua espada de diamante, parecia que ia quebrá-la de tanta força ele fazia. Ele estava em um sentimento de puro ódio pelas creepypastas que Absolen matou, tantas, algumas até amigos e próximos a ele... Só que quem não aguentou a raiva foi o Slender, o homem esguio não pensou nas consequências, ele desapareceu em estática, surgiu na frente de Absolen e tentou atacá-lo, no entanto o ser infernal apenas estalou os dedos e Slender sumiu em uma fumaça negra. O espanto foi geral... Como ele fez aquilo? Será que um único ser pode ser dotado de tanto poder assim?

Herobrine gritou e mesmo ferido fui em direção do desgraçado para se vingar de ter feito aquilo com seu amigo só que o demônio não parou:

Seu maldito! Eu vou te mandar para o inferno! — Mais uma vez Absolen se mostrou muito mais poderoso que o seu antecessor, o Ancestral, ele ergueu sua mão na direção do Minecraftiano, ele o parou ainda correndo e começou a erguê-lo no ar dando suas risadas baixas e maquiavélicas.

Você acha que um nome é Absolen por eu ser fraco? Por isso suas raças são imperfeitas... Tolos, acham que brincar de ser herói vai me derrotar tão facilmente, isso não é uma brincadeira e vocês não são crianças! — Ele fez um gesto jogando seu braço para o lado e arremessou Herobrine na parede quebrando-a.

— Pare! O que você quer de nós? — Jake estava furioso, nunca o vi assim desde o Exile, parecia outra pessoa. Ele bufava e seu olhar expressava pura raiva.

— Se você nos achava tão inferiores assim e fracos, por que teve o luxo de vir aqui nos impedir pessoalmente? — Perguntei encarando bem ele para sentir a sua mentira na hora de responder minha pergunta. Ele retirou o sorriso sarcástico do rosto e deu lugar a uma expressão séria, parece que nós nãos somos o que ele disse, tão inferiores.

Já perdi a paciência com vocês... — Ele ergueu as duas mãos e fechou os punhos e começamos a ser sufocados. Meu pescoço estava sendo pressionado muito forte e minha visão já estava ficando baleada.

— Eu vou te mandar para ... o... inferno, maldito! Grave minhas palavras... — O ameacei e ainda sendo enforcados pelo ser maligno, ele nos jogou dentro do buraco que era o portal para a outra dimensão. Vai acontecer tudo outra vez...

Naquele abismo infernal o fim parecia nunca acabar, as paredes não eram feitas de pedras ou terra, era corpos humanos vivos e pareciam estar todos queimados completamente. Os corpos nos seguravam e fortemente nos puxava para baixo, acho que quilo são as almas das pessoas que o Absolen falou, elas não foram mandadas para o inferno literalmente e sim eles ficarem vivendo a eternidade sofrendo naquele lugar que é o inferno deles...

Depois de muito tempo sendo puxados conseguimos ver o final do túnel e não era nada agradável... Não era uma luz ou uma simples porta que nos levaria até o Exile, era um imenso lago de lava e chamas ardentes, para chegarmos lá precisamos passar por isso...

— Jake! — Olhei para ele que também retornou o olhar, estávamos caindo um do lado do outro e o vapor já estava queimando meu rosto... Um medo terrível tomou conta de nós dois e veio junto com uma sensação de terror que não consigo explicar.

— Alan... Se eu não conseguir... — Ele não conseguiu terminar a frase, pois na hora caímos na lava e antes de sermos levados para o outro mundo ainda deu para sentir um pouco da dor da extrema quentura...

...

Abri meus olhos e estava vendo o céu... Um céu vermelho cor de sangue com nuvens cinza e relâmpagos que estremeciam a terra... Este era o Exile, isto era o que a Terra iria se tornar se Absolen vencer a guerra.

Levantei meu corpo ficando na posição de meditação, senti as gramas secas com a minha mão e respirei o ar mórbido e poluído daquele lugar mais uma vez. Eu rezava para nunca mais ir para esse lugar, o tempo em que estive aqui foram os piores dias da minha vida e agora estou revivendo-os, mas o que difere é que a Terra agora está chegando aos seus últimos dias de vida se não a salvarmos ao contrario que a outra vez era para me salvar.

— Essa não, onde está Jake? Jake! — Levantei com pressa e olhei os arredores, meu amigo tinha sumido completamente de minha vista. Onde ele está? Ele pode estar em qualquer parte desse mundo horrível.

— Droga... — Um terremoto fraco estremeceu todo o chão, no cume de uma montanha um raio caiu bem em cheio lá e uma enorme fumaça negra começou a sair de dentro do morro. A fumaça que tinha partes meio avermelhadas parecia ser bem material e junto dela surgiram uns tentáculos gigantes...

— Eu já vi isso em algum lugar... — Aquela coisa começou a se mover em minha direção e várias vozes estranhas sussurravam algo como "Ele está vindo" que ecoavam no céu e na terra... Eu jurava ter visto algo assim antes, já faz muito tempo que não leio creepypastas na internet e acabei ficando desinformado sobre essas criaturas. Foi lento, no entanto percebi que a coisa não estava atrás de mim, ela estava indo na mesma direção que estava correndo e quando ela chegou em cima de mim eu vi algo que não saí de minha mente... Na parte de baixo daquela coisa que agora sei que não é uma simples fumaça, havia um rosto assustador meio humanoide com a mesma textura preta avermelhada do corpo. A criatura se dissipou quando mais um raio cruzou o céu e apenas uma palavra ficou no ar, uma palavra estranha, só que não a ouvi.

Os campos inférteis e mortos estavam do mesmo jeito que antes, nada mudou aqui. Observei melhor os arredores para encontrar algo que me ajudasse a me lembrar onde estou e acredito que estou perto da SCP Foundation ou o que sobrou dela já que o Herobrine disse que tudo foi exterminado.

Continuei andando em busca de um sinal para desvendar onde estaria e bem distante consegui ver uma floresta e também consegui avistar a tão conhecida instalação dos monstros, o prédio estava completamente destruído e em volta dele vários corpos de diferentes criaturas o cercava.

— Meu Deus... — Isto era o poder de Absolen, o poder de destruição completa... O Doppelgänger nunca chegará aos pés desse monstro. Eu vi o que tinha em seus olhos... Era completa raiva e ódio misturado com uma dose de poder supremo que o Ancestral nunca teve...

Entrei no prédio e bem na entrada eu reconheci um dos cadáveres no chão... Era um animal, um cão...

— Smile... — A creepypasta estava parada no chão coberta de sangue seco em seu pelo além de vários machucados pelo seu corpo. Fui tentar sentir o batimento cardíaco do animal e ele ainda estava com o coração batendo. Peguei o cão no colo para levá-lo a um lugar seguro e com muito medo me adentrei na escuridão que jazia no local.

Coloquei o Smile.dog em um mesa, olhei para ele me deu uma dor, não física, mas sim emocional por não estar lá para ajudá-los na batalha... Deixei Smile lá e comecei a andar pelos corredores vazios e totalmente destruídos da instalação. Não conhecia o local direito, mas sabia em que celas ficavam os SCP’s, pois via nas placas... Ouvi um barulho... Parecia ser passos vindos atrás de mim... A criatura que estava me seguindo se entregou por sorte minha e o azar dele.

Lentamente peguei uma barra de ferro no chão e os passos estavam começando a ficarem mais próximos de mim. Na hora que ia me virar com tudo e acertar a coisa eu reparei algo preso nos escombros... Parecia ser um chapéu... um quepe roxo.

— Fritz? — Uma raiva me tomou, ele era meu amigo... Me virei acertando a coisa que estava atrás de mim, ele caiu no chão com um baita corte no rosto... Era ele, cabelos pretos, pele branca e usando um moletom da mesma cor todo ensanguentado...

— Jeff The Killer... — Ele com aquele sorriso enorme cortado e olhos sem pupilas, olhou para mim com uma raiva e perguntou quem eu era. Eu tinha me esquecido que para eles não se passaram 20 anos e sim alguns meses, então respondi sério.

— Sou eu, Alan. — Ele riu. Não fiz nada apenas fiquei o observando cair na gargalhada ali mesmo no chão. Jeff parou de gargalhar que nem um louco e ficou me encarando, talvez para tentar me reconhecer, mas sem sucesso ele continuou cético.

Você não é ele, o garoto não estaria adulto agora! Só se passaram alguns meses desde a ida dele. Não minta para mim... — Ele se levantou calmamente e escondeu o seu punhal atrás pensado que não vi, porém parecia que minha visão estava mais aguçada e consegui ver ele o escondendo.

— Parece que nunca ouviu falar que em dimensões não interligadas o tempo é relativo, aqui se passaram meses, só que no outro lado se passaram mais de uma década. — Pressentia que ele iria me atacar, mas estava pronto para tentar desviar. O assassino não acreditava em mim, seu ceticismo era maior que pensava, precisava tentar fazer ele acreditar ou derrotá-lo antes dele me acertar com a faca escondida.

Tinha a sensação de medo, não nego, entretanto conseguia não mostrar isso a ele, pois se ele sentisse minha tensão poderia jogar isso contra mim. Mantive-me sério, pessoas que vivem ao lado do medo conseguem senti-lo em outras pessoas e Jeff não era uma exceção, muito pelo contrário, ele sendo um assassino cruel e sanguinário, ele conseguia dominar esse medo e transformá-lo em forças para matar.

Ele sorriu, mau sinal. Com a barra de ferro em punhos eu esperei o momento do ataque preparado para arremessar a arma improvisada com todas minhas forças nele.

Faz muito tempo que não mato alguém. Preciso experimentar essa sensação novamente e tem que ser em você... — Ele tirou o punhal da cintura e ficou me circulando querendo me colocar em pânico. Apenas fiquei parado ali sem esboçar nenhuma expressão, ele parou atrás de mim e balbuciou uma frase típica sua antes de matar alguém...

Vá dormir... — Jeff segurou firmemente a faca e começou a rir escandalosamente olhando penetrantemente para meus olhos assustados... Em um só movimento o assassino pulou em minha direção com a arma em punhos e tentou fincar a adaga em mim, só que contra-ataquei com a barra de ferro. Bati com toda minha força na cara dele e deu para ouvir seu queixo estalar e quebrar em mil pedaços, ele não morrerá, mas ficará com uma imensa dor um bom tempo.

— Vá dormir você primeiro! — Gritei. Não sei por que falei isso, só sei que saiu junto com o ataque efetivo que causei nele. Jeff caiu no chão gritando e com sangue saindo de sua boca. Me deu pena na hora, não queria machucá-lo, ele era aliado, no entanto estava confuso.

— Sinto muito Jeff, você não acreditou em mim e me atacou... Não tive escolha... — Ele me encarou por algum tempo antes de tentar se levantar. Ele pegou a faca novamente no chão e com muita dor e quase sufocando em seu próprio sangue falou:

Eu... V..Vou te matar... Bem lentamente... — Mais uma vez tinha que me defender, ele pulou em cima de mim só que desta vez eu joguei sua adaga longe e ele derrubou o ferro no chão. Agora é no punho...

Fui socá-lo e ele desviou muito rápido, como iria trocar socos com uma creepypasta daquele porte? Ele me socou no rosto e eu senti a força que ele tinha, doeu muito, mas ainda não desisti. Jeff tentou me chutar, porém consegui segurar sua perna e o arremessei na parede, ele caiu e bem próximo à faca.

É... O... Seu fim... — O assassino veio correndo em minha direção com o punhal no local que acertaria bem em cheio no meu peito. Antes de chegar mais perto, eu consegui segurar seu braço e ficamos brigando forças para ver quem caia primeiro. Ele se soltou e me empurrou me fazendo cair em cima de uma pedra, Jeff se ajoelhou e tentou enfiar a faca em meu rosto e novamente ficamos brigando forças...

Pare! — Uma voz grossa e um pouco rouca veio da escuridão anunciando a presença de mais alguém na sala. Jeff olhou para o local de onde a voz veio e calmamente ele veio vindo para a luz e meu coração parou na hora ao ver quem era o misterioso homem...