Exile 3: O Renascer

Capítulo 2: Retorno ao velho casarão...


Troquei de roupa, peguei as chaves do meu carro e ajudei o Herobrine entrar lá. Liguei o automóvel e comecei a dirigir pela estrada escura e vazia da zona rural da cidade grande.

— Por que sempre o Slender está no começo contra a gente? — Perguntei com raiva enquanto Herobrine tentava descansar, ele parecia estar muito fraco, seus olhos não estavam brilhando tanto.

Eu não sei... Acho que é porque todos nós estamos com medo e assustar deve ser uma coisa que ele faz para tentar dispersar essa sensação. — Respondeu ele.

— Ou o Slender é fácil de ser comprado mesmo, ele estava do seu lado quando eu fui para lá pela primeira vez e também estava do lado do Ancestral quando ele atacou tudo. Acho que ele também está do lado desse tal de Absolen! — Herobrine olhou para mim e moveu os ombros indicando um talvez. Enquanto dirigia, algo passou pela minha cabeça e eu perguntei:

— Você sabe onde está o Fritz? — Ele olhou para mim sério, abaixou a cabeça e respondeu com uma voz como se estivesse não querendo falar:

Quando o detetive estava prestes a morrer, Fritz apareceu com as almas das crianças assassinadas e defendeu James do ataque, a partir daí nunca mais o vi... Mas me falaram que durante o ataque de Absolen à SCP Foundation, Fritz apareceu do nada e ajudou na defesa da instalação. Se ele estava vivo, depois do ataque do demônio, ele já não está mais. Sinto muito, eu sei que vocês eram amigos... — Se ele estava certo eu não sei, só sei que sentia que o homem de roxo ainda estava por aí...

Durante a viagem, o céu tempestuoso e furioso anunciava a vinda de chuva, porém não havia chovido ainda, provavelmente essa tempestade tem algo a ver com o inimigo... Os raios cruzavam os céus e enquanto seguíamos para a casa de Jake, um caiu na frente do carro batendo no asfalto e dele saiu algo só que o clarão me impediu de ver quem era. Com o raio atingindo o chão eu tinha que desviar o carro, desviei só que o carro deslizou no asfalto novo e capotou duas vezes caindo na mesma posição...

— Você está bem? — Gritei pois, Herobrine parecia estar ferido. Ele virou a cabeça com uma cara séria e sarcasticamente respondeu:

Estou, antes já estava maravilhoso e agora estou muito melhor! — Graças ao cinto de segurança não fomos arremessados para fora do carro e pelo espelho retrovisor eu vi o que saiu do raio... Era um homem pálido daquele tipo de ver as veias bem nítidas, careca e trajava um terno preto simples. Ele se virou e seus olhos estavam pretos e deles saiam uma fumaça escura meio transparente.

— O que é isso? — Herobrine já machucado e agora mais ainda pegou sua espada de diamante que já estava bem arranhada e desgastada e falou com bastante convicção e certeza:

Um demônio, provavelmente pau mandado do Absolen que falou para nos matar. Estou ruim e você é o único que pode pegar ele. — Olhei para ele com uma cara de medo e espanto e recusei.

É só perfurar o peito dele bem forte que ele irá se desintegrar... — O que poderia fazer? Não tinha opções então saí do carro e fui andando até ele bem devagar com a espada em punhos. Fiquei cara a cara com a coisa e me joguei com a espada até ele, mas com uma mão ele me jogou longe. Caí no asfalto e rolei umas três vezes cortando a minha testa.

— Você acha que com uma espada pode me matar? Bem que o mestre falou que esses humanos são tolos e burros... — Me levantei novamente e antes de ir para cima dele um barulho atraiu a atenção de todos, um carro vinha da direção onde estávamos indo e parou bem na minha frente, e era o Jake em pessoa e parecia estar bem vivo.

— Jake? Nós já estávamos indo te salvar... — Falei o vendo abaixar o vidro com uma expressão séria.

— Claro que ia, mas agora eu que terei que salvá-los... — Retornei o olhar confuso ao Herobrine e atrás do demônio surgiu ele, o Homem Esguio que segurou a criatura do inferno e começou a sugar sua alma. Slender sugou até não poder mais e o demônio caiu no chão virando cinzas.

O Slender não estava tentando te pegar? — Perguntou Herobrine.

— No começo achei isso, mas quando um dos cachorrinhos infernais do Absolen apareceu e o Slender me defendeu, acho que já sabia a resposta para minha pergunta. — Falou Jake com seu tom sarcástico e bem humorado de sempre.

— E agora? — Perguntei. Slender se aproximou de Herobrine e o próprio respondeu isso:

Temos que encontrar as creepypastas perdidas, prender as agressivas e ao mesmo tempo tentar arrumar um jeito de mandar o Absolen de volta para o mar de lava de onde ele saiu. — Decidimos ir atrás do principal motivo disso tudo, a casa sem fim, o portal que liga os nossos mundos. Fomos em carros separados, eu e Herobrine no meu e Slender e Jake no carro dele e a pergunta que não quer calar é como o Esguio entrou lá dentro e saiu.

Durante a volta eu estava pensando em minha antiga casa, a casa que agora só mora minha mãe. Será que ela está bem? A casa fica próxima ao portal e isso poderia ser um problema se eu não tirasse minha mãe de lá.

O local ficava na zona residencial e quando fomos buscar Jake e encontramos aquele desafio estávamos já bem perto da casa de meu amigo então até voltarmos à outra parte da cidade vai demorar... Meu carro moderno preto e agora todo espatifado ia atrás do carro branco de Jake, eu insisti para ir na frente, mas ele falou que o carro dele era mais rápido, realmente estou vendo a velocidade do veículo dele,40 Km/h, bem rápido.

As nuvens escuras carregadas com a tempestade parecem estar por toda a cidade ou talvez só em cima da gente já que quando olhamos para o céu não conseguimos ver um brilho de estrelas ou da lua, mostrando a capacidade de estrago que isso vai causar.

Dessa vez um raio caiu certeiramente em uma das casas na rua onde passávamos e logo depois veio vários gritos.

— Precisamos ajuda-los! — Falei com Herobrine, ele me segurou no braço e disse não. Eles já devem estar mortos ou pior... Possuídos. Finalmente chegamos! Eu e Jake descemos do carro ao mesmo tempo e eu fui logo indo até minha antiga casa:

— Eu vou ver se minha mãe está bem, vá até o velho casarão e descubra o que está acontecendo! — Entrei na casa e estava um silêncio e com as luzes apagadas. A escuridão era tão grande que parecia que entrei em um túnel se luzes para me guiar, o silêncio era tanto que ouvia as madeiras do piso rangerem e estalarem ao meu pisar. Subi as escadas lentamente até chegar ao segundo piso da casa e no mesmo clima de antes que entrei nos quartos em busca de algum indício e não havia nenhum sinal de vida na casa...

— Alan! — Um grito veio de fora da casa e parecia ser de Jake, desci correndo até o lado de fora e vi o meu amigo voltando ao carro correndo de algo enquanto as folhas das árvores balançavam e voavam loucamente pelo forte vento.

Depois dos raios agora o que está vindo é uma ventania muito forte que rachava as árvores finas fazendo elas irem para lá e para cá, olhei novamente para minha casa e na janelinha do sótão eu vi um vulto me observando, apenas vi um rosto envolto pela escuridão e ele estava sério com a boca um pouco aberta. Engoli a seco e corri até lá, no segundo andar arriei a escada do sótão e subi lá mesmo no breu... Não havia nada lá ou pelo menos havia sumido o que estava lá...

— Que diabos foi isso? — Fui até a janela onde vi a criatura e olhei em volta para ver se havia uma pista nos arredores, como antes, nada. Decidi olhar a janela... Cheguei até a janelinha que ficava no telhado e fiquei pálido na hora, e completamente espantado... O que vi lá em baixo destruiu a minha cabeça na hora, eu estava lá em baixo e na mesma posição de antes de subir aqui... Corri até a escada e parei no meu antigo quarto, aproveitei para respirar um pouco. Depois de a poeira abaixar eu voltei à rua e estava tudo normal, como eu deixei...

— O que aconteceu? Você correu para lá e agora volta com essa cara, o que houve? — Pergunta Jake. Ainda sem ação eu apenas fiquei firme novamente e comecei a ir até a floresta onde dava a casa sem fim.

A Floresta sempre densa e assustadora, abrigava uma névoa baixa e favorecia bem o cenário típico de filme de terror. As árvores finas e altas que devem ter mais de cem anos faziam um estalo a cada minuto nos dando um grande susto...

Quando cheguei ao muro destruído e arruinado, cheios de plantas grudadas e muito musgo, um raio, o último raio cruzou o céu e fez um enorme clarão por quilômetros...

— Ele está aqui... — Murmurei enquanto os outros chegavam atrás de mim, o casarão abandonado estava lá do mesmo jeito que estava anos atrás... As arvores crescendo em volta com seus galhos quebrando as paredes e as janelas quebradas criavam um clima assustadoramente perfeito essa hora.

— Vamos entrar? — Perguntou Jake com medo, em um só golpe eu sentei um chute no portão de ferro emperrado e ele se abriu. Segui até a varanda, passei as mãos na maçaneta enferrujada da porta principal e abri a porta, mas não entrei. Não entendia o porquê de não ter medo na hora, talvez por eu ter vivido isso tantas vezes o tenha perdido, porém Jake que sempre achei mais corajoso estava apavorado com a situação.

As decorações de Halloween destruídas estavam perfeitamente no lugar e até o castiçal de ouro que peguei na primeira vez que vim aqui e o deixei cair no chão do salão de festas, estava na mesinha perto da porta.

— O que faremos agora? — Novamente Jake era o único a falar no momento.

Vamos ao salão de festas, se o portal estiver aberto alguma coisa deve estar lá... — Falou Herobrine.

Seguimos até o salão e lá estava o que procuramos... Um enorme buraco no chão, um buraco escuro e sem fim. Uma névoa vermelha começou a sair do portal e logo possuiu o local todo.

— O que é isso? — Gritei, no começo achei que fosse o Ancestral, eu sentia que aquele desgraçado iria aparecer ainda, mas não era ele, logo a fumaça foi se formando e revelou quem era... Era um homem pálido com cabelos vermelhos bem escuros arrepiados e jogados para cima, o seu rosto era uma junção de caveira com uma face humana e ele trajava uma armadura vermelha com adornos dourados, além de uma longa capa preta e asas de morcego gigantes. Ele abriu os olhos e eles eram completamente pretos...

Olá criaturas desprezíveis... — Ele se aproximou voando com suas asas infernais enquanto sua capa pairava sobre o ar dando um toque de elegância e superioridade a ele. Herobrine enfureceu ao olhar para o demônio enquanto suas gargalhadas macabras eram ouvidas até do lado de fora da mansão abandonada...