Eventos Inesperados

1-8 – Visitas inesperadas na Caverna de granito!


–Como é que um pokemon iria aquentar viver em um lugar desses?

Duncan Wilbur se perguntava sobre o que o pescador havia lhe dito, enquanto observava o interior da tal caverna ao norte de Dewford. Ainda era dezenove de dezembro, mas sem nenhuma maneira de ver o sol sem contar que sem um relógio, ficava dificil para o treinador, sem equipamento além de seu não muito leal Sandile e alguma coisa no bolso que nem ele mesmo tinha certeza do que era.

Em suas tentativas de fugir de uma garota que parecia se chamar Pietra, um pescador sugeriu para ele se esconder na caverna, dizendo que a garota parecia não andar nela, mas quando sugeriu, o pescador nunca disse que a caverna era tão escura assim.

–Sério... Eu não devia ter esquecido a minha mochila no Centro Pokemon... Eu tenho quase certeza que Steve tinha colocado uma lanterna ou algo do tipo... –Falava com ele mesmo, enquanto checava o que tinha nos bolsos. –A pokebola do Damon e... Outra pokebola? Devo ter colocado ela no bolso depois de emprestar uma pokebola para o Darren...

Seguindo a base do seu tato pela caverna escura, Duncan decidiu seguir mesmo sem uma fonte de luz. Batendo os pés em algumas rochas acidentalmente, estava com mais vontade de se perder do que encontrar aquela estranha garota novamente.

–Duncan? –Perguntou uma voz fraca, ecoada, vinda do escuro.

–O que? –Falou ele, se virando, até perceber o quanto isso parecia estranho. –Espera... Quem está ai?

–Você não me engana, Duncan! Eu sei que você está ai! –Falava a voz, enquanto uma estranha luz branca parecia estar chegando mais perto.

–Vamos! Responda! O que é você? –Perguntou o garoto, sentindo o seu coração bater mas rápido quando notou que a luz estava chegando mais perto.

–Você sabe quem eu sou, bobinho! –Falou a voz, ainda baixa, mas se aproximando cada vez mais. –Eu só quero conversar!

–Fan... FANTASMA!

Com seu grito, do fundo da caverna se pode perceber algo parecendo o bater de dezenas de asas, também se aproximando. Ignorando elas, Duncan simplesmente começou a correr mais para dentro do lugar.

–Vamos, Duncan! Não siga a luz branca! A luz branca é sempre uma furada! –Repetia ele, enquanto andava pelos corredores de pedra do lugar, até tropeçar em uma dessas mesmas pedras que infestavam o lugar.

–Eu vou te pegar! Não adianta fugir! –Ecoava pela caverna, enquanto a luz voltava a se aproximar.

–Droga! –Gritou, enquanto não conseguia se levantar direito, com a sua perna presa entre duas pedras. Começando a suar, coração batendo com força, ele logo começou a procurar alguma coisa pra atirar no fantasma que se aproximava cada vez mais.

Achando algumas pedras soltas perto de onde estava caído, sem pensar duas vezes, começou a atirar elas na direção da luz.

–Eu vou te achar, Duncan, e então... Ai! Pare de jogar essas pedras!

Sentindo que seu plano estava funcionando, ele continuou a atirar, enquanto o tal fantasma continuava a reclamar delas. Sem nem tentar perceber mais o que jogava, Duncan simplesmente pegava e atirava o que encontrava pelo caminho, até perceber que havia jogado algo que não se parecia com uma pedra.

–A minha pokebola vazia? Ah, depois eu compro outra... Agora eu preciso de mais pedras e... Cadê as pedras?

Percebendo que as pedras que estavam por perto haviam acabado, Duncan foi tomado novamente pelo pânico, enquanto a luz chegava mais perto. Sabendo que ele estava próximo da luz, o máximo que conseguiu fazer foi fechar os seus olhos e esperar que aquilo acabasse logo.

–Por mais que você seja fofo, se outra daquelas pedras me acertasse, eu não ia te perdoar, Duncan.

–Pi-Pietra?

Reconhecendo a voz da tal garota que o fez entrar na caverna –para fugir, mas ainda sim-, Duncan abriu os olhos, percebendo que era ela mesma, com um pokemon flutuando ao seu lado emanando aquela estranha luz branca. Aquele pokemon havia um corpo branco, magro, e não parecia ser muito mais alto que metade da garota ao seu lado. Com dois espinhos vermelhos prendendo seu cabelo verde, seus dois olhos vermelhos observavam Duncan com curiosidade.

–Então parece que você também deu um jeito de descobrir o meu nome? Então parece que eu não sou a única interessada por aqui! –Disse ela, deixando um sorriso aparecer.

–Aquele pescador tinha dito que parece que você tem um estranho costume de caçar garotos...

–Meu tio? Ele estava exagerando um pouco... Mas até agora você foi o mais bonitinho!

–Achava que ele tinha dito que você não vinha muito para essa caverna... –Comentou, com duvidas sobre o que o pescador havia dito.

–Seu bobinho, ele e minha tia estão doidos para que eu finalmente ache o amor da minha vida. Está bem que ele teve que mentir um pouquinho, mas ao menos agora eu tenho algum tempo com você.

–E aposto que você também não mai me deixar fugir de novo, não? Sabia que ficar seguindo os outros não é nada normal?

–Assim como não é nada legal morar em uma ilha no meio do nada, onde todos me conhecem e eu nunca vou conseguir achar alguma coisa como o meu verdadeiro amor.

–E porque você não sai de Dewford? –Decidiu perguntar o garoto, olhando para aquele pokemon, que parecia ser forte o bastante para proteger ela. –Seu pokemon parece poder te proteger, não acha?

–E você acha que eu não queria? Ofélia é forte, mas o problema é o meu pai...

–Ele não deixa? Você não acha que...

–Fofinho... Afinal você quer saber alguma coisa sobre os navios que vão chegar em Slateport ou não?

Antes que Duncan conseguisse mostrar seu espanto, a garota colocou um dedo sobre a sua boca enquanto balançava a sua cabeça em um não.

–Não se esqueça que eu ainda quero algumas respostas em troca... Tenho que saber se nós somos compatíveis, não é? Signo?

–Erm... Sagitário...

–Sagitário? Então você faz aniversário nesse mês?

–Daqui a dois dias, eu acho...

–Que coincidência! Um dos navios que está vindo para Slateport deve chegar dia vinte e um... Mas será que você não prefere passar o seu aniversário comigo? Nós podíamos comemorar juntinhos!

–Bom... Você não acha melhor nós sairmos da caverna?

–Ah, claro! Se você não se importar, Ofélia pode nos levar para fora. –Falou ela, com um estranho sorriso no rosto. –Nós só precisamos ficar bem juntinhos pra ela conseguir nos teleportar para fora! O que você acha?

–Bom... Vai ser melhor do que atravessar essa caverna no escuro...

–Então venha aqui, fofinho! Eu prometo que eu não mordo, Duncan.

–É que eu estou meio preso aqui, Pietra...

–Então eu acho que eu vou ter que ir até você, não? –Disse ela, se abaixando na direção dele, mas antes estendendo a sua mão na direção dele. –E antes que eu me esqueça, a pokebola que você me jogou.

Esticando a mão para pegar a pokebola, Duncan logo teve Pietra caindo acidentalmente em cima dele. Ofélia, por sua vez, decidiu usar o Teleporte para leva-los para Dewford por sua conta. A última coisa que Duncan e Pietra viram foi um ao outro até sentirem a estranha sensação de ter o corpo deles puxados para Dewford.

Chegando no meio da cidade sem mais nem menos, chamando a atenção de todos e com uma garota de minissaia caída em cima dele, tudo o que ele mais queria era voltar para aquela caverna escura e não sair nunca mais.