Eu Quero Amar

Capítulo 16 - Cartas ainda são úteis!


~Flashback da Rikka on~
– Ah, você chegou. – Hikaru disse olhando um álbum de fotos.
– Sim, estou aqui, você me chamu porque quer mandar um recado para alguém, certo? – perguntei me sentando ao seu lado e começando a olhar as fotos com ele – Ah! Eu lembro desse dia! Foi na nossa formatura!
– Nosso último dia como pessoas normais. – ele diz sem animação.
– É mesmo... Nós acabamos nesse negócio de deuses juntos... – comento relembrando o dia.
– Simplismente nos disseram que iamos ser deuses e nos teletransportaram para locais diferentes e só nos encontramos dois dias depois a reunião.
– Sim, sim! Você ficou super bravo por eu ter te abraçado com tudo.
– Você sabe que eu não me lido muito bem com abraços e coisas assim... – ele diz fechando o álbum.
– Por isso que eu me tornei sua amiga. Para tentar te fazer ser mais aberto. – digo e puxo suas bochechas.
– Pare com isso. – ele tira delicadamente as mãos – Aliás, você nem conseguiu o seu objetivo. – ele disse e me mostrou um envelope.
– O que é isso? – pergunto apontando para o envelope.
– Já se esqueceu o porque de ter vindo aqui? – ele pergunta e lhe entrega a carta.
– Ah! É mesmo! É para quem o recado? – pergunto guardando o envelope na bolsa.
– Para você. – ele responde me oferecendo um copo de refrigerante que aceito.
– Se é para mim, por que não fala agora? – pergunto tomando tudo de uma vez.
– Se ler o conteúdo da carta descobrirá. – ele diz em seu tom habitual.
– Posso ler agora?
– Não. – ele inspirou – Leia em sua casa, por favor. – concordei com a cabeça.
– Está bem. – abracei ele esperando uma reclamação, mas ele simplismente correspondeu sem reclamar – Ei! Você está bem? – coloquei a mão em sua testa – Sem febre... Estranho... Você aprontou alguma.
– Não. Mas pretendo aprontar. – ele disse e fez um aceno de despedida com a mão.
– Tchau. –fiz o mesmo aceno e me teletransportei.
~Flashback da Rikka off~

– E agora a coisa começa a esquentar! – digo animada.
– Não diga dessa forma, Amu... – Rikka reclama levantando das flores.
– Certo, certo. – sorrio – Agora continue, quando você chegou em casa, logo abriu a carta, porque a curiosidade estava te corroendo por dentro.
– C-Corroendo...? – ela pergunta estranhando.
– Ignore isso e continue.
– Eu abri o envelope e dentro tinha essa carta. – ela me deu a carta que eu li na hora.

Boa tarde, Rikka.
Bem, se está lendo essa carta, você deve ter acabado de chegar em casa, te conhecendo e sabendo que sua curiosidade ultrapassa muita coisa.
Como eu disse uma vez, eu não sei qual foi a lógica do antigo deus – que ocupava meu cargo – em colocar alguém que mal sabe se expressar e odeia festas, como deus das destas e do sol... Mas não é esse o ponto e sim o fato de eu estar me expressando por uma carta. É provável que o que você leia nessa carta, eu nunca diga em voz alta (o bom é você entender a razão...), eu te amo. Sim, não parece.
Conhecendo você, nesse exato momento deve estar rindo e dizendo que isso é uma piada e que não é primeiro de abril, mas é verdade.
Se eu te dissesse isso, nesse momento, eu estaria bem longe de você escondido. É o que devo estar fazendo nesse momento, mas mesmo com a vergonha, eu ainda tenho a capacidade de sentir ansiedade. A ansiedade de saber a sua resposta.

Ao terminar de ler entreguei a carta a ela que guardou com muito cuidado, é um grande tesouro para ela...

– E no fim, você respondeu por uma carta mesmo. – comento enquanto ela guarda a carta dentro da bolsa dela.
– Isso mesmo, essa foi a carta que entreguei a ele. – ela me entrega.
– Eu imaginei que a carta tivesse ficado com ele...
– E ficou. – fiquei com uma cara tosca no rosto e ela riu – Eu disse a ele que as cartas ficariam comigo, ele relutante me entregou, oras. – ela disse e corou um pouco – Eu disse a ele que guardaria a cartas em um lugar especial...
– Entendo. – respondo sorrindo – A propósito, como você entregou essa carta a ele? – pergunto enfiando a carta ao lado do meu rosto.
– Na tarde seguinte eu apareci na casa dele dizendo que tinha um recado para ele. Quando Hikaru perguntou de quem era o recado eu respondi um “É a minha resposta.” , ele parecia ter congelado naquela hora, mas pegou o recado e respondeu algo como um “Obrigado por trazer o recado.” – ela disse olhando para vários cantos.
– E você ficou lá?
– Não. – ela negou com a cabeça – Eu me teletransportei na hora, era muita vergonha em apenas cinco minutos ali.

Olhei para a carta e comecei a ler ela enquanto Rikka simplesmente passeava pelo jardim curiosa, pois dava para ver o rosto das pessoas.

“Hika-chan!! Sua ansieade acaba agora.
Você deve estar com ódio por eu te colocado o apelido que eu te dei no fundamental, mas eu não me importo. (Aliás, eu amo o fato da pronúncia ficar igual ao do meu nome!)
Foco, foco! A resposta! Bem, eu também te amo. Acho que vai completar uns três anos que eu carrego esse sentimento... Esperar que você fosse corresponder, já é outra história. Afinal, alguém como você! É de dar risada, certo? Mas aí está a minha resposta, sol festeiro.
Ps: Gostou do novo apelido?”

– Sol... Festeiro...? – pergunto apontando para o apelido escrito no papel.
– Sim! Ele disse que achou engraçado e melhor que Hika-chan. – ela disse pegando a carta e guardando.
– E o que aconteceu depois?
– Na mesma tarde ele apareceu lá em casa e me beijou... – ela respondeu com os braços cruzados – E ele depois de algumas tentativas que deram em apenas guaguejo, ele me pediu em namoro. E estamos juntos! – ela disse me abraçando e que eu retribui.
– Rikka, quem eu vou ajudar agora?
– Quem falta?
– A Rima e o Nagihiko. – penso mais um pouco – E a Utau e o Kukai. – a garota ao meu lado fica pensativa.