Eternal

Capítulo 14 - All of the stars


– Foi só um corte bobo no protão de baixo. – Julian disse a Malika, que avaliava seu dedo cortado.

– Por mais que tenha sido somente um corte bobo, isto pode infeccionar. Somente fique quieto enquanto eu faço o curativo. – Malika Dandekar tinha a maletinha perto dela e banhava uma solução incolor num pedaço de algodão. Passou levemente pela superfície do corte no dedo médio de Julian.

Enquanto isso, Lee tentava decodificar o pen drive para que pudessem ter acesso aos arquivos dentro dele. Segundo o coreano, o objeto possuía um sistema interna que bloqueava a sua leitura, caso a senha correta não fosse apresentada. Mesmo que John e seu pessimismo em reclamar daquilo tivesse irritado parte das pessoas, filho de Sun Bak afirmou que conseguiria abrir o pen drive. A mão sentou-se do seu lado e mesmo não sendo de seu universo, ela o acompanhou em sua empreitada. Em anos foi a primeira vez que com tamanha ternura partilharam um momento. Julian tomou um banho e logo vestiu um pijama ordenado por Hernando. Para não elevar ainda mais os nervos do pai, eis que ele cedeu.

(...)

Viola remoeu aquele sentimento de indignação pelo resto da noite. Raramente optava por calar-se, não protestar, porém, pela primeira vez absteve-se de mais uma discussão longa com Wolfgang. A loira resolveu apenas não deixar de falar com a mulher, Kala, porque ele desejava aquilo, mas também, não ficou batendo boca com o pai. Puxando do fato estranho de toda a implicância com a mulher, de alguma maneira, Viola lembrou-se das conversas tidas pouco antes de viajarem para Londres. Por 18 anos a presença da figura materna nunca lhe passou nas necessidades, não tão forte, quanto a que sentiu quando viu a vida mudar completamente, ainda mais, pela forma diferente com a qual o pai passou a agir.

Passava algum programa inútil na TV, alguma espécie de corrida, algo que Viola não tolerava. Tinha horror a carros, a motores, a qualquer coisa que pudesse causar desordem na sua estética. Cruzou as pernas em cima do sofá e observou Lika fazer o curativo no dedo de Julian. Viola passou a considera-lo como um menino de muita coragem depois de seu ato para com todos eles, e além dela era difícil admitir que admirava alguém por algo. Tinha um traço egoísta que não negava. Assumia o que poucos tinham coragem. A doçura de Malika a encantava, pois quem sabe um dia ela conseguisse ser daquela forma? Ela era um reflexo do que Kala era, e a loirinha concluiu isto após as conversas breves com a mulher. Será que ela, Viola, seria diferente em alguns pontos se tivesse tido uma mãe? Seria mais doce?

Aqueles também eram fatores que pensava quando sozinha, envolta em suas concepções que estavam tão próximas de serem desconstruídas. Quando Malika terminou o curativo, ela juntou tudo na maleta e deixou em cima da estante da sala. O olhar da indiana se direcionou para a alemã, fazendo com que esta caminhasse em sua direção:

– Oi, posso sentar?

– Claro. – Viola deu espaço para que ela sentasse ao seu lado.

– Está preocupada com algo? Me parece. – Malika disse cruzando as pernas.

– Acho que todos estamos, não é? – Viola mexeu numa parte dos cabelos loiros.

– É, exatamente. Mas você me parece com algo tenso desde que chegou, e me perdoe se estou sendo indiscreta, pois a conheço pouco. – Malika falava como uma mulher bem mais velha do que sua idade, era uma verdadeira dama moldada com os princípios de sua cultura.

– Eu sou uma pessoa tensa por vida, Malika. É seu nome, certo?

– Sim, Malika Jasmine Dandekar. Tiraram o segundo nome da história de Alladin. – Lika deu uma risadinha simpática para Viola

– Eu amo Alladin, mas prefiro Frozen.

– Você me lembra mesmo a Elsa, não pelos cabelos loiros, mas a postura, digamos, fria. – Malika disse aquilo receosa, pois em sua conotação o “fria” não foi empregado como ofensa, porém, por questões de entendimento, aquilo podia soar ruim para Viola.

Alguma parte em Viola sentiu-se triste por aquela nomenclatura. Teria mesmo chegado ao estado de ser fria? Mascarou o desapontamento:

– Tudo decorre de como a vida é, Lili. Posso te chamar assim?

– Claro, Vivi. Posso chamar assim também? – As duas se encararam e começaram a sorrir dos apelidos.

– Já viu que tem uma sorveteria do outro lado da rua? Eu estou louca para tomar o sorvete de lá. E sim, eu sei que vai me deixar uma baleia. – Viola disse esticando as pernas.

– Não diz isso, eu estou morrendo por aqueles sorvetes. – Malika ficou animada.

– Podemos escapar por alguns minutos e ir até lá. – Viola deu a ideia e analisou a sala. Will acariciava os cabelos da filha, Sun e o filho estavam no quarto, enquanto Lee tentava destravar o tal Pen Drive, já Julian e Robbie deveriam estar com seus pais no teto. Os rapazes haviam sido levados para ver a cidade do alto, juntamente com Zanna e sua família. Não havia indícios do pai de Viola e nem mesmo da mãe da Malika, o que simbolizava um código verde para ambas.

– Não sei, minha mãe pode reclamar.

– O que tem demais num pouquinho de crime? Somos jovens, Lili – Viola levantou do sofá e foi até a porta. Piscou para Lika – É a doçura ou a solidão, amiga.

Viola saiu pela porta. Malika levantou de súbito e resolveu segui-la, de fato, não havia mal nenhum naquilo. Afinal, era somente um sorvete. A loira havia perdido o elevador, havia descido cheio de pessoas, então resolveu pegar as escadas. Malika se igualou com ela e uma sorriu de canto para a outra:

– Então é médica? – Perguntou Viola.

– Acabei de passar na Universidade de Mumbai, iniciou em dois meses. – Malika disse.

– Parabéns, isso é ótimo. Sua mãe deve ter ficado muito feliz por você. – Viola disse aquilo com certo ressentimento pelo termo utilizado. Mãe.

– É, minha mãe é minha melhor amiga, ela sempre me acompanhou. E você, o que pretende para o futuro? Só há seu pai, ou sua mãe não pôde vir?

– Somos só eu e o papai, eu nunca conheci minha mãe, e bem, sobre o futuro, eu não sei bem o que quero, mas talvez eu estude algo na área de moda. Eu gosto de modelos de vestuário e toda essa coisa chamativa. – Desceram dois lances de escada e o lugar parecia sempre o mesmo, os corredores, as portas. Não era um prédio velho, porém, assustava em alguns aspectos.

– Você é linda, deveria ser modelo também. – Malika disse o elogio tentando quebrar a provável tristeza de Viola por não ter mãe.

– Obrigada, Lili. Guardarei este conselho.

As meninas desceram mais alguns lances contemplando aquelas paisagens nada agradáveis, mas num determinado ponto vozes foram ouvidas, algo que as alarmou. Ambas as garotas pararam no pé da escadaria do 3º andar. Eram inaudíveis até certo ponto, mas a teimosia de Viola a fez descer alguns degraus, indo contra o protesto de Malika apavorada. A indiana terminou descendo também.

– Não tem o direito de fazer isso, de agir como se anda tivesse acontecido. – Era uma voz masculina.

– E qual é o seu direito em me dize restas coisas? Não fiz anda de errado, eu apenas estava sendo simpática com a menina, pois eu simplesmente não posso agir como se ela não existisse. – Uma voz feminina.

– Fingiu a vida toda. – O homem foi irônico.

– Mentiroso! Foi você quem primeiro me propôs o acordo, ambos concordamos no que aconteceria. Pare de falar como se você apenas se sentisse mal nisso.

Viola começou a descer as escadas, pois nela algo a dizia para o fazer, o seu instinto. Comprovou então, era seu pai que discutia com outra pessoa, a mulher que ele não queria próxima dela. Kala Dandekar nem ele notaram sua presença.

– A sua vida vai muito bem, eu tenho certeza. Para mim foi difícil, eu tive de criar uma filha sozinho, enquanto a via ignorar a mágoa pelos cantos por não ter mãe. Propus algo esperando que não aceitasse, mas você deixou a Viola. Então, como ousa querer fazer tais cosias como se nada tivesse acontecido.

– Você não sabe o que é para uma mãe deixar uma filha, sentir sua falta todos os dias – Kala chorava apontando o dedo para o loiro – Você não sabe como é ver sua outra filha, comprar vestidos para ela e querer fazer o mesmo pela outra, desejar que fossem amigas, poder levar ela para tomar sorvete. Pode se sentir mal, mas eu perdi a minha filha.

Viola parou instantaneamente quando entendeu tudo. A mão dela se colocou fronte a boca, enquanto sentiu uma mão apertar seu ombro, pois Malika também ouvira. Não era possível, não, não podia. Desde que viajaram a menina teve a certeza de que o maior motivo par ao desconforto de Wolfgang era a provável presença da sua mãe que nunca conheceu, porém, em hipótese alguma chegou a cogitar que estaria ela tão perto. E tudo ficou claro para a loira, sem que mais panos cobrissem a situação. Ele não a queria com Kala por próprio ressentimento, porque, na verdade, Kala Dandekar não era somente uma mulher comum com uma filha ameaçada, era também a mãe de Viola. A figura que nunca conheceu, mas que tanto sentiu falta enquanto crescia, e a figura que certamente teria dificuldades para perdoar um dia por nunca ter sido como para Lili. E entendeu que a frieza do seu coração era justificável, quando comparou que a doçura de Lika vinha da mãe, e ela, já que jamais possuiu uma, contentou-se em ser apenas vazia e fria conforme o tempo passava.

– Eu te falei que você não queria vir para Londres porquê a minha mãe estaria aqui. – Viola disse sem pensar e os dois assustaram-se.

– Viola! – Wolfgang foi até ela. Ele teria começando a se explicar, mas não sabia o que dizer.

– Viola, olha, precisamos conversar. – Foi Kala quem foi até ela com lágrimas nos olhos.

– Não me toque – Ela foi literalmente rude – Mentiram para mim. Eu não quero nenhum de vocês perto de mim – Apontou do pai para Kala – Nenhum dos dois – E então virou para a amiga – Nem mesmo você. São todos mentirosos.

Viola pegou o caminho de volta pelas escadas e correu rapidamente. Possuía lágrimas nos olhos, e algumas delas, ou grande parte, eram da infância que nunca voltaria para que tivesse sua mãe no devido lugar.

(...)

Exceto Lee e sua mãe, todos eles fizeram um círculo na cobertura, sentaram-se ao chão ao perceber as estrelas donas do céu naquela noite. Melanie e Will se juntaram a eles e a menina sentou ao lado do pai. Ela não queria sair de seu lugar no sofá, mas para agradar e ver Will melhor, ela aceitou, por mais que significasse fingir uma melhora significativa. Zanna havia descido para chamar todos eles para contemplarem aquela beleza. Robbie Marks estava com Nomi na ponta e ambos olhavam as coberturas seguintes. Julian encontrava-se próximo, juntamente com seus pais o cuidando, na verdade, conversando. Não era fácil o que havia tido de aguentar. Quem por último apareceu ali foi Viola, parecia ter chorado. A menina foi direto para Zanna e inesperadamente a abraçou. Melanie nunca imaginou ver aquela cena depois da tensão de mais cedo. Não foi capaz de ouvir o que ela dizia, mas a garota negra segurou em sua mão.

Riley Blue sentou ao lado da menina e do seu pai. Melanie não gostava do filho dela, mas tentava evitar criar conflitos, John também sentou-se ao lado da mãe no círculo:

– Como estão? – Ele tocou o braço de Mel.

– Aguentando. – Disse Melanie.

– Aguentando. – Disse Will.

– Não é um momento fácil, mas podem contar comigo, ok? Se quiserem passar um tempo em Londres. – A loira foi doce.

– Eu sinto muita falta de casa e de alguém que deixei lá. Preciso voltar logo, Riley. Mas obrigado. – Melanie tentou ser simpática, e de fato foi, mas pensava em Rachel a cada momento. E a forma como diria a seu pai do seu amor pela garota passou a preocupa-la também.

– Deixou alguém lá? Como não me contou isso, Mel? Está me escondendo o que? – Will olhou preocupado.

– Não é nada demais, papai. – A menina disse.

– Vai poder trazer esse alguém para conhecer Londres, veja o lado bom. – Encorajou Riley. Will a olhou e deu um sorriso, mesmo que preocupado com a filha. Às vezes eles pareciam ter uma química tão grande, que até na dor da perda de sua mãe, o sorriso que ele deu para ela deixou Melanie feliz. Ela apenas queria ver o pai bem.

– Por que estamos todos aqui, mãe? – Perguntou John.

– Concordamos que seria uma boa toda esta tensão ser deixada um pouco de lado. O menino Julian é muito maduro para sua idade, ele resolveu que seria bom todos se juntarem, fazerem uma roda e conversar. É uma tentativa de afastar o peso do medo. – Disse a mãe.

– Filosofia do retrocesso. – John disse debochado e riu. Riley deu um tapa em suas costas.

– Pare! Pelo menos agora.

Wolgang e Kala entraram pela porta da cobertura e pareciam maus, não derma uma palavra ao ver o grupo. Cada qual se sentou ao lado de seu filho, mas Viola não saiu de perto de Zanna e sua família. Olhava com uma expressão para todos. Robbie Marks pegou uma coisa encostada na parede, era um violão. O menino sentou-se ao lado de Amanita, Nomi o acompanhou e sentou ao lado de Hernando. Um sorriu para o outro.

– É tão louco tudo isso, não é? – Disse Robbie – Há dias estávamos em nossas casas, com tudo certo, aparentemente, não havia nada disso de ligação. E agra somos um grande grupo, já poderíamos montar uma igreja. – O rapaz riu, e a maioria ali fez o mesmo. Acho que é legal isso, a ideia de nos juntarmos para pelo menos tentar esquecer que temos um prazo amanhã. Ter medo da possibilidade faz tudo ficar pior. Eu acredito que Lee vai abrir aquele drive e que vamos achar algo, e seria bom que todos conseguissem acreditar nisso.

– Ele tá certo, gente. O que ganhamos enquanto somos pessimistas sobre tudo? É como o acredito em fadas da Tinker Bell. – Comentou Malika com a mãe que abraça firme. Kala olhava para Viola com uma um olhar triste.

– Isso. – Disse Julian.

– Aprendi a tocar isso aos onze, porque um certo amigo meu precisava que eu o acompanhasse em sua linda voz, que ele nunc amostrava a ninguém. E eu queria tocar hoje, somente espalhar a música. Pode me acompanhar, cachinhos? Foi você quem me apresentou a música. – Robbie olhou com amor nos olhos para Julian.

– Okay! – A referência ao livro e ao filme favorito de Julian confirmou a Robbie seu acompanhamento.

– Okay! – Ele disse para não perder o costume.

Robbie dedilhou ao violão os acordes de sua canção, All of the stars, de Ed Sheeran, para que todos ouvissem. Julian repousou as mãos no colo ao deixar-se levar pela introdução da música, tinha lito de um lado e Hernando do outro. Começou a cantar no ritmo da canção e com aquela voz, que qualquer sentiria um anjo próximo. Todos na roda, de alguma forma, passaram a se sentir preenchidos por aquilo. O garoto mexicano cantava com todo o coração, deixando que emoções povoassem o lugar, fazendo que o amor que sentiam um pelo outro, fosse maior que o ódio, maior que a destruição de alguns. Passou os braços nos pescoços dos pais e cantou. Olhou para Zanna e a menina abraçava Viola, que tinha um rosto ameno e acenou levemente para ele com a cabeça. Não havia uma fogueira, porém, era como se houvesse. Aproximou a cabeça de Lito e Hernando da dele, e sentiu falta de Dani. Era um daqueles momentos que um faz falta para três.

Melanie apertou o braço do pai por um instante, pois o coração acalmou-se de tal modo, que um sorriso meigo brotou dos lábios dela. Riley abraçou John, por mais que ele estivesse emburrado como sempre. E Will olhou Riley com uma expressão agradável no rosto. Quando a música terminou, todos passaram a aplaudir os meninos. Lito deu um beijo na bochecha de Julian e o manteve perto:

– Gracias. – Agradeceu o menino mexicano.

– Eu te amo. – Robbie fez o gesto com os lábios ao olhar Julian, Nomi o abraçava.

– Eu te amo. – Julian reproduziu o gesto.

– GENTE, eu consegui! – O menino entrou correndo pela porta. A mãe, Sun, vinha atrás dele.

Lee corria com o computador em mãos e todos se voltaram para ele. Tinha espanto em seus olhos, um pavor que até a mãe dividia na dura expressão. Todos se alarmaram e o coreano se achegou ao meio do circulo:

– O que tinha lá? – Perguntou Julian.

Lee entregou o computador para o mexicano, nada mais justo que ele visse. Ao ter a tela de frente para si, o menino Julian passou a ler o conteúdo. Explicava acerca de tudo que sabiam, sobre sensates, sobre a necessidade de estuda-los. Ele foi lendo em voz alta e todos escutavam atentamente. Quanto mais descia as informações, mais tudo ficava claro, incluindo os planos de destruição da OPB. E após muito passar o texto, eis que as fotos apareceram. Viola, Malika, John, Lee, Zanna, Melanie, e por último, Robbie Marks e ele. E abaixo dos dois, as fotos em destaque, havia alguns escritos a mais, aos quais Julian leu:

– E em meio a espécie evoluída, ainda tivemos uma outra evolução. Nunca vimos algo tão extraordinário, mas aconteceu. Duas crianças de cérebros mais desenvolvidos em questões sensitivas nasceram, uma proveniente de Nomi Marks, e o outro proveniente de Lito Rodriguez, Robbie e Julian, respectivamente. Essas crianças possuem substâncias ainda desconhecidas em si, porém, com muitas propriedades grandes de evolução. Quando crianças já podia conversar e até interagir profundamente um com o outro, o que nos leva a crer que possam ser o futuro da espécie. Estes devem ser mantidos em laboratórios e submetidos a ciência, para que sejam extraídas as matérias, para que os estudos avancem. Uma criança reside em San Francisco, a outra na Cidade do México.

E a história se esclareceu, a mesma que falava das duas crianças. Eram ele e Robbie. Julian sentiu um nó na garganta, bem como, Robbie e seus familiares. A OPB queria eles. O menino olhou para o namorado com temor e pesar, depois para Zanna.

– Então é isso, agora entendemos tudo. Eles querem a mim ou ao Robbie. – Disse Julian soltando o computador calmamente.

– Nem com mil bombas essa louca vai ficar com meu filho. Ela quer mata-los com aquelas coisas que possui. Você sabe, Nomi, eles fizeram o mesmo com o Jonas. – Amanita encarou preocupada para Nomi.

– Eu sei, Neets. Ninguém vai tocar no Robbie. – Nomi abraçou a esposa.

Robbie ficou cabisbaixo quando olhou para Julian, o outro sentia-se o mesmo.

– Ninguém vai pegar você, filho. Eu prometo. – Lito abraçou Julian juntamente com Hernando.

E em meio a todo aquele turbilhão de emoções, havia um coração inquieto a mais, um que não chorava, todavia, encontrava-se confuso sobre o que faria. Robbie Marks não permitiria nunca que Julian fosse, antes ele do que o seu amor.