Pov. Bella.

--Sinceramente Bella, não vale a pena. – Revirei os olhos e continuei com o telefone pendurado na orelha, Rosálie insistia em colocar em minha mente que São Paulo não seria um bom lugar para explorar, passar minhas férias.

-- Tá Bom Rose…

-- Você pode ir para praia. Mas não sei… Brasil, Bella? Sério? Ah Bells, tem lugares melhores.

--- Tipo o quê? Paris?

-- Sim, Paris, Inglaterra…

-- Rosálie, por favor, tá?

Desliguei o celular em sua cara. Sabia que assim que me encontrasse com a loirinha ela tentaria arrancar minha cabeça por fazer isso com ela. Uma das coisas que Rosálie mais odiava era ser ignorada.

Continuei caminhando pela Time Square, comprei um sorvete e diminui a velocidade dos passos pela calçada. Talvez com a demora Rosálie se acalmasse por eu ter desligado o telefone sem despedidas, ou talvez só ficasse mais irritada. Ao ponto de, provavelmente, me matar.

Estava feliz da vida comendo meu sorvete de massa que Rosálie me faria queimar as calorias adquiridas com horas de exercícios.

Estava finalmente chegando na melhor parte, A casquinha, quando alguém apressado esbarra em mim, derrubando o sorvete, esmagando a casquinha contra meu peito, manchando a camiseta branca que peguei de Rosálie.

-- Seu… Corno… Miserável! – Xinguei irritada, pensando seriamente em assassinar seja-lá-quem-for.

-- Olha por onde anda garota! – Resmungou se afastando. – Droga! Olhe o que fez sua desastrada, eu tenho uma reunião.

-- Não sabe que essa hora aqui é cheio? Então não corra assim evita acidentes. Eu tinha um encontro com a Morte e agora vou morrer… Suja.

-- Meu terno novo, desatenta, eu tenho a droga de uma reunião e por sua culpa não vou me sair bem.

-- Você é um idiota, olhe só isso! Argh, e eu estava na melhor parte do sorvete!

-- Mas que droga…

Passamos a mão na sujeira para tirar um pouco, jogando no chão, ele ainda resmungava baixo e eu não deixei de resmungar. Iria para a festa de Alice Cullen, prima de Rosálie com essa roupa. Obvio que iria antes me encontrar com a Loura Assassina, porém onde marcaríamos encontros não tinha camisetas extras.

Olhei pela primeira vez para seu rosto.

Os mais bonitos são os mais idiotas… Ainda bem que meu pai é feio.

Ele ergueu os olhos e me perguntei se ele usava lente. Os olhos eram claros e tão belos que nem pareciam reais. Ele me encarou por um tempo e olhou seu terno manchado na parte de cima. Não pediria desculpa, a culpa foi dele.

Ele me encarou com expectativa.

-- O que? Meu rosto também sujou?

-- Não vai pedir desculpas?

--Ah, eu pedir desculpas? Faça-me o favor né! Você que esbarrou em mim. Vá, peça desculpas.

- Mas nem a pau! A culpa foi toda sua por andar desatenta. Se quiser dar uma caminhada tomando sorvete, por que não vai para um parque?

-- Se quer ficar correndo como um louco, por que não vai a um parque?

-- Eu mereço ao menos um pedido de desculpas!

-- Eu mereço ao menos um pedido de desculpas e um sorvete novo.

-- Minha causa é mais importante que um mero sorvete, meu trabalho depende dessa reunião que você arruinou.

-- Minha vida depende disso. – Apontei para a camiseta manchada. – E eu corro sérios riscos de ser jogada do 27° andar!

-- E eu corro sérios riscos de ser empurrado de um avião por conta disso. Então? Cadê meu pedido de desculpas?

-- Seja cavalheiro e peça você, oras.

-- Mulheres primeiro. – Sorriu irônico. Fiquei o encarando.

Essas palavras não sairiam de minha boca.

-- Não vou pedir desculpa. – Cruzei os braços.

-- Nem eu.

-- Então tá.

-- tá.

-- tá! – passei esbarrando por ele e segui irritada para o ponto de táxi.

Olhei para ele mais uma vez antes de entrar no carro, ele me encarou irritado, pegou sua mala do chão e entrou em uma loja de terno usado que estava próxima, pedi para que me levasse direto para Upper East Side onde Rosálie morava e onde aconteceria a festa de Alice.

(...)

-- Além de desligar em minha cara, você mancha a camiseta! Como agora Alice apresentará seus modelos? Ah! Hoje você usará vestido, e ainda por cima: Rosa! Como um castigo.

-- O quê? Não, olha, aposto que um verde fica legal.

-- Não, não, rosa. E agradeça por eu estar sem tempo de te matar e encobrir os rastros.

A loura saiu irritada após sua última frase, estremeci e me encolhi na cama, esperando que ela voltasse com o vestido rosa e os saltos para a festa de Alice na digníssima cobertura dos Cullens.

Alice estava terminando sua faculdade de moda. Mais alguns meses e para ela já era o fim de ‘escolas’. Sua mãe era psicóloga, seu pai médico, um excelente cirurgião. Seu irmão Edward seguia os passos do pai e sua irmã Caroline era a rainha da escola, ainda terminando o ensino médio.

Rosálie criou amizade com Alice depois de descobrir ser filha biológica de Carlisle Cullen, pai de Alice. Porém a vida de Rosálie com Lillian e Peter era boa demais para ela largar tudo isso. E ela continuou vivendo com seu irmão gêmeo á quadras de distância da casa de Carlisle. No mesmo prédio que o meu irmão idiota Emmett e as minhas irmãs gêmeas Elena e Katherine.

Rosálie jogou o vestido em mim e os saltos em minha cabeça, mandou-me tirar a toalha e colocar a lingerie que me entregou.

Rapidamente me vesti. Com medo. Ela me maquiou e não teve dó ao arrumar meus cabelos. Passou perfume, me deixou perfeita e metida. Fiz uma careta, porém tive que aceitar.

-- Vamos, temos que descer.

Ela ajeitou seu vestido dourado curto e me puxou para as escadas. Cada uma ficamos em um degrau. Rosálie era a primeira á minha frente. Atrás de mim estava Katherine de vermelho, Elena de verde, Caroline de azul e Bonnie de preto.

O evento foi chato e tedioso, tive que agir como uma modelo ou como essas patricinhas, coisa que não era para mim.

Depois da meia noite quando acabou, Rosálie me fez ir para casa com o vestido e tirou várias fotos como ‘castigo’ E foi dormir sem me dar boa noite.

A loura era bem exigente e sentimental, estava magoada e irritada por eu ter desligado em sua cara.

Eu só queria dormir e sonhar com o saber da casquinha de sorvete que foi esmagada em meu peito contra o peito daquele ser arrogante e nada gentil.