Há 15 anos quando nos conhecemos, eu era uma adolescente cheia de vida que já amava sair com os amigos para as baladas; sair para dançar, ir ao cinema, sentar em um barzinho e namorar. Ele era apenas uma criança recém-chegada à pré-adolescência descobrindo o amor, as sensações causadas pelo beijo, o prazer de ir a festinhas com os amigos para ver as meninas dançando.

Há dez anos, nos reencontramos. Eu continuava como antes, sempre animada para sair com os amigos, ainda que eu estivesse em meados da pior fase da minha vida. Ele estava incrivelmente mudado; seu corpo adquirira uma masculinidade notável, estava surpreendentemente alto, e muito atraente. Aos poucos nos tornamos mais e mais íntimos até admitirmos que além da forte atração que ocorria entre nós, também tínhamos quase tudo em comum; nos completávamos. Então resolvemos ficar juntos, e viver os melhores momentos da minha vida.

Há nove anos eu cometi a maior fraqueza da minha vida, resultando no pior e maior erro, em que me fez perder o meu grande amor. As semanas que sucederam a nossa separação foram muito difíceis para mim, resultando quase em um retorno ao meu transtorno alimentar.

Há sete anos, nos reaproximamos depois de muito tempo. Suprimos a saudade que sentíamos dos beijos, do toque, da carícia, dos sussurros ousados ao pé do ouvido, daquelas palavras tão particulares. E nenhuma amizade, por mais linda e gostosa de ter como a que estávamos tentando manter, substituía tudo aquilo que nos fazia tanta falta.

Há seis anos atrás eu resolvi viver outra historia com outra pessoa e tentar fazer as coisas darem certo. Eu ainda não tinha certeza do que estava fazendo, mas precisava me dar essa chance. Pois ele apostava em outra coisa para a vida dele. Ainda que eu o tivesse chamado de covarde e filho da mãe, ele não reagiu e não me fez voltar.

Há cinco anos que ele foi embora definitivamente da minha vida. Cinco anos que não o vejo, não ouço sua voz nem recebo um e-mail seu. Há cinco anos que ele transformou meu coração em um vazio total e me fez descrer no amor. Meus sonhos ficaram naquele dia em que ele partiu, talvez congelados, talvez apagados junto às palavras ditas. Um dia que eu gostaria tanto de esquecer, mas não posso por ter sido em contra partida uma data especial. Pelo menos devia ser.

Há cinco anos que ele saiu para sempre da minha vida e eu decidi arriscar e viver a minha.