Nas poltronas do canto da sala de cinema surpreendentemente vazia para uma sexta-feira, Júlia e Prímula podiam sentar-se juntas uma à outra, os braços encostando-se dos ombros aos cotovelos, e trocar alguns beijos discretos durantes as partes tediosas.
O filme que escolheram para assistir era terrível, tornava difícil prestar atenção à tela quando a atriz que ambas adoravam não estava em cena. Nesses momentos, Júlia olhava para o rosto de Prímula delineado pela fraca luz.
— O quê? — Prímula pouco ligava para o protagonista do filme saltando de um alcantil.
Julia encarou-a por um longo segundo. Sorriu.
— Acho que estou apaixonada.
Acesse este conteúdo em outro dispositivo
Fale com o autor