Enquanto houver nós.

Nosso primeiro encontro...


Em casa naquela noite, fui procurar algo de melhor que eu tinha para usar com ele, procurei meu melhor vestido e sapatos...

Até a minha mãe que não conseguia andar direito resolveu que queria me ajudar a arrumar uma roupa bem legal para usar, não demorou muito pois eu não tinha muitas roupas e logo coloquei um vestido cheio de detalhes que quase não chegava ao meu joelho, mas era o único "a altura" dele que eu tinha e coloquei os sapatos que nunca usava a não ser numa importante saída. Como eu havia combinado com ele de o encontrar na cafeteria assim foi, peguei a minha bolsa despedi de minha mãe e a coloquei na cama. Era um longo caminho que eu tinha de andar pois nem dinheiro para ficar pagando ônibus eu tinha... Queria economizar tudo para dar a minha mãe o médico que ela merecia.

Chegando na cafeteria, o esperei sentada numa mesa ele estava a quase 10 minutos atrasado, pensei que ele iria me dar um bolo... Quando me levantei e fui direto andando para a casa, uma mão se ergueu em meu ombro me puxando. - Paulina! Já vai? - Era o Carlos Daniel.

– Não! É que me perdoe senhor Carlos Daniel mas, o senhor estava atrasado e eu achei que não iria vir. Respondi a ele.

– Paulina, por que eu deixaria você? Quero muito poder te levar ao cinema e te conhecer melhor. E posso lhe pedir um favor? - Ele me disse colocando sua mão sob o meu queixo e fazendo - me delirar naqueles olhos lindos.

– Claro! - Respondi. - Pare de me chamar de senhor, pode me chamar de qualquer coisa, mas não sou senhor...

– Me perdoe, sen... Carlos Daniel.

– E não precisa pedir perdão, Paulina. - Ele me respondeu. Então, vamos? - Vamos sim! - Respondi. Descemos uns degraus que havia da mesa da cafeteria ao seu carro. E ele foi muito cordial, abrindo a porta para mim e indo se arrumar no carro, fomos direto para o cinema não falamos muito no carro pois eu estava muito nervosa ao seu lado e ele parecia que estava muito nervoso... Não sabia o porquê dele ficar assim.

Chegando no cinema, ele novamente veio até a minha porta e a abriu segurando em minhas mãos com todo aquele charme que ele tem, fomos direto para comprar os ingressos. Ele quem escolheu o filme, escolheu um que não fosse apenas ação ou um apenas romance para me agradar. Ele foi num daqueles filmes clássicos que estavam sendo exibidos novamente para a comemoração dos anos 50 daquela época. Escolheu um que havia um pouco de ação, que havia romance, comédia de certo modo e um pouco de suspense, era um filme lindo com a Audrey Hepburn "A Princesa e o Plebeu" um tão nada típico, ham?

– Perdoe-me Paulina por escolher o filme, na verdade eu queria muito ver o filme pois adoro clássicos e queria que fosse com alguém especial... - Ele me disse indo direto na fila da pipoca.

– Carlos Daniel, não se preocupe com isso na verdade adoro filmes clássicos! Embora tenha assistido umas duas vezes. Acho muito legal... Respondi a ele

– Espero que você goste do filme. Vamos entrar? Ele me disse me dando a pipoca e colocando suas mãos em volta da minha cintura. - Vamos! Exclamei.

Quando entramos para ver o filme ficamos bem no fundo com uma ótima vista de todo o cinema porém do lado de nós havia um casal que não paravam de se beijar, isso estava me deixando desconfortável, acabou que o Carlos Daniel na maior parte do filme segurou a minha mão me deixando mais calma com tudo aquilo. No final do filme, enquanto todos levantavam para irem embora ele olhou para mim e disse "Queria poder lhe beijar agora" o que me deixou meio sem saber o que fazer, não costumo beijar rapazes no primeiro encontro e eu estava no primeiro encontro com um homem que eu já gostava e queria conhecer melhor. - Acho melhor não Carlos Daniel, é melhor não nos precipitarmos. Respondi a ele enquanto admirava a beleza de seus olhos e imaginava o quão doce seria o beijo dele. - Me desculpe Paulina! Não queria parecer um tolo desesperado. - Você não é tolo Carlos Daniel. - Respondi a ele, colocando a minha mão sob o seu rosto e então nos levantamos e fomos até a saída do cinema.

– Quer sair para jantar Paulina? Acho que temos um tempo ainda.

– Bom... Pode ser... Respondi. - Entrei no carro dele e fomos conversando numa viagem curta até um hotel bem grande que tinha um restaurante muito chique ali. Carlos Daniel deu as chaves para um manobrista olhou para mim mexeu em seu cabelo e me disse "Vamos?" - Carlos Daniel, que lugar é esse? Eu só vou chamar atenção nesse lugar. Não tenho roupa adequada.

– Paulina, acha mesmo que estou preocupado com isso? Não. Eu quero entrar jantar e saber a linda mulher que eu trouxe junto a mim. Mesmo que você estivesse cheia de seda e todos esses vestidos eu acharia você a mulher mais linda daqui... Por favor.

Subitamente olhei para ele (sabia que meus olhos brilharam diante disso) dei um sorriso segurei em seu braço e entrei no restaurante junto dele, fomos pedir uma mesa e o atendente nos levou até um lugar onde eu podia ter toda a vista da cidade. - Aqui é muito lindo Carlos Daniel. - Disse a ele olhando por todos os detalhes daquele lugar.

– Escolha o que você quiser Paulina.

– Hum, deixe-me ver... - Olhei todo aquele cardápio e reli novamente mas não sabia muito dos pratos e pedi para que ele pudesse pedir para mim. - Carlos Daniel, você pode por favor pedir para mim? Eu não conheço muito e acho melhor assim.

– Tem certeza? - Ele me perguntou. Fiz que sim com a cabeça. - Quer uma taça de vinho?

– Eu não bebo! - Disse a ele.

– Jura?

– Juro.

– Bom, não tem problema. GARÇOM!! Rapidamente o garçom veio a nossa mesa e então Carlos Daniel começou a fazer o pedido. - Garçom, traga para mim uma taça de vinho e para essa bela jovem um... suco talvez. O seu melhor suco. - Tudo bem senhor, mais algum pedido?

– Sim, vamos querer começar comendo, Rocambole? Acho que nem eu comi isso. Você pode nos trazer?

– É pra já senhor! Disse o garçom indo para a cozinha.

– Talvez o rocambole nem daqui seja, mas vamos experimentar né? Então Paulina me conte mais sobre você.

Desde pequena sempre achei estranho o fato da pessoa querer sobre mim, mas ali naquele momento junto ao Carlos Daniel era necessário, íamos nos conhecer melhor pouco a pouco. - Bom, eu moro numa casinha não muito longe daqui desde que nasci, moro junto com a minha mãe, Paula e desde pequena trabalho para ajudá-la e sustentar a casa. Acho que é somente isso. Nada demais na minha vida. E você Carlos Daniel Bracho?

– Paulina, é um pouco complicado. Eu fui criado pela minha vó e hoje sou dono da fábrica Bracho. Moro sozinho agora.

– Agora? Por que morava com alguém antigamente? - Perguntei a ele um pouco incomodada com o que ele havia me dito.

– Sim... Eu não ia te contar agora, mas acho que devo. Eu já fui casado Paulina, e me divorciei já tem um ano.

– Ah... Entendi. Bom, posso saber por que vocês terminaram?

– Ela não me dava atenção. Era ciumenta sem motivo. E... brincou comigo!

Naquele tempo em que fiquei conversando com ele observei o grande homem que ele era e o admirava ainda mais, gostava dele cada vez mais, conversamos praticamente por muito tempo, até que chegou o famoso rocambole que adoramos e ele acabou pedindo mais um para nós, me contou piadas, seus sonhos, medos, incertezas.

– Meu sonho é poder construir uma família, e salvar a minha mãe da doença que ela tem. - Eu disse a ele.

– Meu sonho é poder casar com alguém que eu ama e que me ama. Que a fábrica Bracho só cresça cada vez mais. - Ele me disse colocando aquele copo de vinho em sua boca me fazendo delirar cada vez mais desejando beijar sua boca. Eu estava ficando apaixonada por ele. Mais tarde então, ele me levou para casa, foi muito respeitoso em nossa despedida não pediu para me beijar mais e eu queria saber se ele ainda gostaria de querer poder me beijar, porque eu queria. Ele somente pegou em minhas mãos deu um beijo nelas e um outro em minha testa dizendo que havia se divertido muito e que gostaria de repetir.

Entrei em casa e vi uma cena horrível, era de estragar o dia de qualquer uma pessoa...