Enquanto houver nós.

Proposta Irrecusável.


Entrei em casa e vi uma cena horrível, era de estragar o dia de qualquer uma pessoa...

Entrei e vi minha mãe ao chão se debruçando contra a dor que sentia e junto estava a Filomena tentando ajudá-la sem saber o que fazer, me agachei as pressas junto de minha mãe que segurava a minha mão com muita força pedindo ajuda, levantei-me as pressas e corri para fora de casa pedindo ajuda de algum vizinho que pudesse nos ajudar ligando para a emergência, felizmente uma das pessoas que estavam caminhando por ali pararam e nos ajudaram corri novamente para dentro de casa e junto de Filomena a coloquei na cama desesperada para quando ela iria ficar bem novamente. Mais ou menos 45 minutos estávamos dentro da ambulância indo direto para o hospital, e eles demoraram muito para chegar, foi o tempo que tiveram apenas de colocar a minha mãe na maca e eu acompanha-lá dizendo para Filomena ficar de olho em minha casa e orando pela minha mãe, a emoção e o desespero eram tanto que comecei a chorar olhando para ela, enquanto ela inalava um remédio que haviam dado a ela e colocam o soro em seu braço, foi quando conseguiram finalmente chegar ao hospital e a levaram de imediato para a sala e fazer exames necessários, não me deixaram acompanha-la e aquilo começara a me atordoar.

Sentei-me na sala de espera muito cheia, coloquei minhas mãos sob meu rosto e comecei a chorar ainda mais pensando em como poderia pagar um hospital melhor para ela, demorou cerca de quase duas horas para um médico aparecer perguntando por mim e me convocando até a sua sala, abaixei a minha cabeça e o segui entrando na pequena sala do doutor e me sentando de frente a ele. - O que foi doutor, o que a minha mãe tem? - Disse a ele num apelo.

– Senhorita Martins, não vou engana-lá o estado de sua mãe é realmente muito grave. Descobrimos que ela tem câncer e ele já se agravou se apoderando do corpo de sua mãe.

– Como câncer doutor? Por que não me disseram isso antes? Ela tem um problema pulmonar apenas que não ajuda a fazer absolutamente nada. Eu venho passando nesse hospital há 14 anos.

– Nos perdoe senhorita Martins, porém ainda não sei como isso não foi dito a senhorita, estava no prontuário da paciente. Foi falha de alguma enfermeira e logo iremos corrigir esse erro, nos perdoe. Porém agora o mais importante é o estado de saúde de sua mãe.

– Então, doutor me conte a verdade... Quanto tempo a minha pobre mãe tem de vida?

– Senhorita Martins, não vou mentir para você. Não dou nem meses de vida para ela.

– Ai meu Deus! - Eu exclamei, novamente chorando. - Me perdoe doutor! - Eu disse limpando minhas lágrimas. - Mas, é difícil de acreditar.

– Olha, francamente esse hospital público nunca é muito bom. E eu sinto muito mesmo, mas devo cobrar para poder acelerar o processo que sua mãe faça os tratamentos necessários quem sabe assim ela consiga pelo menos 1 ano de vida, que Deus a abençoe agora.

– Deus e a minha Virgem de Guadalupe. - Eu respondi a ele, me levantando o cumprimentando e saindo de sua sala indo direto vê-la que estava dormindo profundamente. Com o telefone do hospital liguei para a casa de Filomena que atendeu no desespero e eu expliquei toda a situação a ela...

No dia seguinte...

Fui falar com a minha mãe para saber se ela estava um pouco melhor mas sem contar a ela em detalhes o problema dela, disse que infelizmente ela tinha um câncer e tinha que lutar bravemente para poder se salvar, logo daria o horário do meu trabalho e me despedi dela ligando antes para Célia e Filomena pedindo que ela pudessem ficar um pouco com ela enquanto eu falava com o meu chefe. A caminho da cafeteria com a mesma roupa de ontem e o perfume de Carlos Daniel adentrou meus pensamentos naquela hora, me lembrava do seu sorriso, seus olhos e seus carinhos comigo. Me apressei pois não queria que ele me visse com aquela mesma roupa e o rosto cheio das lágrimas. Mas, chegando lá enquanto falava com o meu chefe que acabou compreendendo me dando mais dois dias de folga voltei para casa antes que desse 8 horas e Carlos Daniel chegasse com seus amigos, chegando lá tomei um banho e juntei minhas roupas que tinha e fui para o hospital novamente.

Dois dias se passaram...

Aquele era o meu último dia de folga e minha mãe ainda ficaria no hospital, porém enquanto eu estava indo ao banco para ver se me emprestavam dinheiro para que eu pudesse pagar o hospital e ajudar a minha mãe como ela podia, mas se recusaram na saída do banco encontrei Carlos Daniel. - Paulina! - Ele exclamou vindo direto a mim.

– Olá Carlos Daniel. - Respondi a ele.

– Por que essa carinha triste?

– Bom... Não quero te incomodar com os meus problemas. Mas, já tenho de ir.

– Será que posso te dar uma carona? E quero que saiba que seus problemas não me incomodam nem um pouco. Por favor, eu insisto.

Eu acabei aceitando o seu convite entrando em seu carro enquanto ele me escutava o que passei naqueles dias sem vê-lo. - Paulina, no que eu puder ajudar pode contar comigo, eu irei te ajudar. Não exite em pedir ajuda. Eu quando puder passarei lá no hospital para fazer uma visita a sua mãe. Tudo bem?

– Não se incomode Carlos Daniel. Agradeço por tudo. Mas, agora tenho de voltar, pois amanhã volto a trabalhar.

– Já disse que isso não é um incomodo. Sabe o que é incomodo?

– O que?! - Perguntei a ele meio assustada.

– Ficar sem te ver. - Droga! - Pensei comigo mesma, isso ele me afeta bem no coração, ele com certeza já deveria saber aquela altura o quanto eu estava perdidamente apaixonada por ele. - Me sinto feliz por saber disso Carlos Daniel. - Respondi a ele.

– Diga mais alguma coisa Paulina.

– Odeio ficar sem te ver também Carlos Daniel. - Respondi a ele, enquanto olhava em seus olhos, e ele veio de encontro para poder me beijar, mas acabei o abraçando como se dissesse que eu não queria passar da linha "amizade" com ele.

– Por que me rejeita Paulina? - Ele me perguntou, mexeu em seu cabelo olhando para o outro lado cerrando os olhos pelo sol e voltando a olhar para mim dando um beijo em minha mão.

– Não é isso Carlos Daniel! Eu simplesmente não posso pensar nisso sabendo que minha mãe está aqui dentro muito mal e eu não posso salvá-la. Se eu pudesse fazer alguma coisa, tudo seria diferente. Mas, não tem como. Depois conversamos sobre isso. Até!

– Não vou desistir Paulina. - Ele me disse enquanto eu subia as escadas entrando no hospital, lá em cima no altar do degrau olhei para ele dei um sorriso e ali foi a nossa despedida daquele dia.

Na cafeteria...

Ele estava ali com os amigos ás 8 horas da manhã como sempre. - No que posso ajudá-los? - Eu perguntei.

– Bom, senhorita gostaríamos de saber quando você vai sair novamente com o nosso bom amigo aqui, sabia que ele anda triste desde que vocês não se viram nesses dias? - Disse o Julio dando risada olhando para Carlos Daniel, que o retrucava com um olhar de "Eu pedi para se calar"

– Não liga para ele Paulina. Me perdoe! Ele é um idiota que não sabe se controlar. - Sei diz isso Carlos Daniel fechando o punho olhando fixamente para ele com um olhar muito nervoso. Pensei comigo mesma. - Não tem problema, senhor. Enfim, no que posso ajudá-los? - Perguntei novamente.

– O de sempre. - Rodrigo respondeu.

Depois que eles comeram e tomaram seus cafés, seus amigos foram para seus carros e Carlos Daniel veio em minha direção me prendendo contra a parede. - De verdade, me perdoe só comentei que gostaria de vê-lá mais cada vez mais, Paulina! E ele faz essas brincadeiras idiotas.

– De verdade Carlos Daniel, está tudo bem. Eu também gostaria de poder vê-lo mais. Porém, as circunstâncias me impedem disso. Sinto muito.

– Já disse e repito, não vou desistir de você, Paulina! Estou interessado em você.

Minhas borboletas do estômago queriam voar naquela hora, ele me fazia suar frio e minhas pernas ficavam trêmulas.

1 mês se passou...

Depois de um mês consegui pagar a estadia da minha mãe no hospital e ela estava em casa já, e eu naquela semana havia combinado de sair com Carlos Daniel mais uma vez. Ele me levou para o teatro e logo depois me veio com uma proposta que fiquei muito em dúvida se aceitava ou não.

– Paulina, vamos para a minha casa?