Enquanto houver nós.

Meu coração é seu.


— Era Paulina se levantou e pulou em cima de seu corpo dando vários tapas em Leda... Eu não reconheci Paulina na hora, mas eu entendi a ira dela na hora. Peguei Paulina pelo seu braço que se levantou gritando com Leda.

— A PRÓXIMA VEZ QUE VOCÊ TENTAR MATAR O CARLOS DANIEL, VAI TER QUE ME MATAR PRIMEIRO SUA VAGABUNDA! - Eu a puxei para mais perto de mim e a abracei.

— Levanta Leda e vá embora antes que eu te leve agora mesmo para a delegacia. - Eu digo a ela que se levanta chorando com o rosto um pouco de sangue e foi embora, algumas pessoas pararam na rua para ver o que havia ocorrido, Leda pegou sua arma e colocou no meio de sua saia e foi embora. - Paulina, meu amor olhe para mim! - O rosto de Paulina novamente foi atacado quando ela bateu sua cabeça no chão tentando me proteger, e seu braço sangrava muito pois o tiro foi de raspão.

— Amor, eu não aguento mais. - Ela me responde, era a primeira vez que ela me chamava de amor depois que acordou do coma.

— Vamos ao hospital amor meu, por favor. - Eu peço a ela que dá um afasto de leve ainda com sua mão em meu peito, seu coração estava disparado e sua respiração ofegante do susto.

— Espera, Carlos Daniel eu preciso contar uma coisa para você... O Julio e a Elizabeth... Eles são amantes... - Mas, espera... Como Paulina iria lembrar disso, meu Deus só poderia ser... Paulina recuperou a memória, eu dei um sorriso enorme. - Por que você está dando risada? - Ela me pergunta muito confusa.

— Amor, eu já sei disso. Mas, depois eu te explico agora precisamos ir ao hospital para vermos o seu braço.

Ficamos 5 horas no hospital e o braço dela foi enfaixado e então finalmente ela soube da verdade do acidente. Na sala do doutor depois sentados um de frente para ele e eu sentado ao seu lado contamos toda a verdade, primeiro o doutor falou da amnésia e o que poderia acontecer, o que eu fiz e falou do acidente ocorrido com ela, sobre as cirurgias e o ataque cardíaco. E então, o doutor deixou que eu falasse sobre como ocorreu o acidente.

— Amor. - Eu digo a ela e pego em sua mão, e ela com seu rosto baixo olha em meus olhos. - Há quase 2 meses faltando alguns dias para o natal você sofreu um acidente e foi nesse dia que você viria me contar sobre o Julio e a Elizabeth, corri com você para cá e eu e seu pai ficamos aqui o mês inteiro sem sair do seu lado, em 1 mês que você esteve em coma eu fui para casa tomar um banho para voltar e Elizabeth começou a sentir as dores do parto... E então, ás 20h meu filho Marco Enrique nasceu... - Paulina deu um sorriso em meio a tantas lágrimas. - Marco Enrique nasceu com problemas neurologicos e respiratórios e dois dias depois, ele veio a falecer. - Logo ela chora ainda mais e sussurra "Sinto muito amor" - E logo o hospital viria a fazer a pepelada para desligar os seus aparelhos, eu e seu pai corremos contra o tempo e a nossa crença, até que você finalmente acordou na maior impossível hora que o médico desligou seu aparelho e com um beijo, você acordou. Pensei ter você de volta para mim, mas você não se lembrou de mim nem de seu pai, apenas de Célia e Filomena.

Depois que contei toda a história o médico nos deixou por mais algumas horas ali, e quando o relógio batia as 22h50 fomos para a minha mansão pois não queria deixa-lá sozinha com medo de alguém tentar fazer mal a ela, e no carro com a chuva caindo fazendo barulho no capô do carro, Paulina estava chorando muito e eu segurei em sua mão. Ela soltou da minha.

Paulina...

No carro, estávamos quietos apenas ouvindo o barulho da chuva. Carlos Daniel me olhava, e eu encarava a rua desviando o meu olhar para ele.

— Paulina, não vai falar nada? - Ele me pergunta segurando em minha mão. Eu retiro a minha mão novamente, e então começo a chorar, ele compartilha o seu silêncio com o meu.

— Eu estou com muito medo agora. - Eu digo a ele depois de secar as minhas lágrimas ainda encarando a chuva lá fora.

— Eu sei. Eu sei. - Eu olho para ele novamente, ainda com o rosto cheio
de lágrimas, ele segura em meu rosto de leve e limpa minhas lágrimas.

— Eu não quero que me magoe novamente.

— E quem disse que eu irei te magoar? - Ele me responde e eu dou um sorriso. Carlos Daniel me dá um beijo em minha testa e me abraça. Depois de ficarmos um tempo nos abraçando, olho para ele, todo aquele amor que eu sentia por ele ainda vivia ali dentro, mais vivo do que tudo e todos. E finalmente dou um beijo nele, eu queria aquele beijo e precisava sentir aqueles lábios no meu novamente. O nosso beijo foi cheio de emoções, saudades. Foi molhado. Salgado talvez. Eu ainda chorava, mas chorava de alegria e medo, nos braços de Carlos Daniel me sentia ainda mais viva.

— Sabe Carlos Daniel, houve uma pequena época em que eu queria me vingar porque eu soube pelo Julio que você se aproximou de mim por uma vingança e dizia que eu era simples demais... E aquilo me machucou muito. - Eu digo a ele que olha para mim novamente em meus olhos.

— Eu não pretendia me apaixonar de você, mas em todo esse tempo eu me apaixono por você a cada dia. Eu te amo de verdade, como nunca amei ninguém. Durante esse 1 ano e 6 meses eu me transformei num novo Carlos Daniel. - Ele me responde, ele sabe como me ganhar. Ele sabe tudo sobre mim, ele é o meu único e eterno amor. Naquele silêncio, ouvindo o barulho da chuva no banco de trás do carro todas aquelas cartas dele ali destinadas a mim, e meu coração acelerado.

— Sabe Carlos Daniel, eu havia preparado algumas coisas para te dizer quando soube sobre tudo isso. Talvez um dia eu consiga te olhar sem ter vontade de pegar uma borracha e apagar tudo o que a gente viveu ou pareceu viver. Talvez um dia eu consiga te olhar e não ter mais mágoa nem sentir aquele aperto no peito pelo motivo que eu sempre soube. Talvez um dia eu não precise mais te olhar e isso se cicatrize de vez. Talvez, talvez, talvez. - Eu digo a ele que nesse exato momento retira de seu paletó uma caixinha vermelha de veludo e abriu, com uma aliança.

— Paulina Martins, acontece que você chegou assim como um sonho bom para mim. Alguém que me conquistou e me tornou uma pessoa melhor. Não foi um tapa buracos ou cura feridas, foi uma realizadoras de sonhos. Sabe aquele negócio de seguir em frente e acreditar em ser felicidade novamente? Então, foi exatamente isso que você fez, e de uma forma tão natural e incrível que seria impossível não se apaixonar por você. Mas, eu sou totalmente apaixonado por você e quero passar minha vida com você. Eu vim preparando o que falar para você nesse momento novamente, e então te peço mais uma vez. Quer se casar comigo?

— Carlos Daniel, meu amor acho que nesse tempo que fiquei em coma, e todos os dias de minha vida Eu nunca te esqueci, nunca te guardei numa caixinha e deixei jogada por aí, eu nunca deixei de sentir sua falta, e pra sua surpresa, eu ainda sinto. Tô sentindo. Eu quero acordar com você, brigar com você por razões bobas, quero sentir ciúmes e saber que você ainda me ama como nunca e me sentir somente sua.

— Isso é um sim?

— Em todas as línguas, sim, yes, ja, oui... - Eu respondo, e Carlos Daniel coloca a aliança em meu dedo e dá um beijo nela e eu dou um sorriso e o beijo novamente sentindo seu gosto de refrigerante, mordo seu lábio inferior e o abraço olhando para a minha aliança.