Enamorados

Eu quero é festa - parte 2


Aurora ficou sentada do lado de fora, depenando uma flor em sua mão.

—Bem me quer – menos uma pétala – mal me quer – cai mais uma. – Bem me quer – mais uma pétala – mal me quer – mais outra – Bem...

—Bem me quer.

Nenhuma pétala.

Aurora suspende o olhar.

—Kris...

Did’I – OneRepublic.

Pov. Kristoff.

Era sábado de manhã e eu finalmente tinha voltado para casa. Estar com meus pais, apesar dos puxões de orelha que recebi, foi uma sensação incrível. Eu nunca pensei que poderia ser tão apegado a eles como estava me sentindo naquele momento.

Quando entrei em meu quarto foi como reconquistar meu território. Ali era meu pequeno reino onde eu governa soberano meus travesseiros, meus livros e tudo aquilo que ficava entre as quatro paredes.

Cai em minha cama e dessa vez eu podia realmente chamar aquilo de cama. Na prisão isso não existe. O mais próximo é um colchonete cheio de percevejos, mas é isso ou o chão duro. Que saudade que eu senti da minha casa.

Enfiei a cara no travesseiro e quando eu olhei pro lado, para a foto no meu criado mudo, senti o coração apertar. Eu tinha sim saudade da minha casa, do meu quarto, da minha família. Mas mais saudades eu tinha da Aurora.

Todos os dias eu lembrava dela, boa parte do meu tempo na verdade. Era a única coisa que me fazia querer sair dali. E quando ela me deu a esperança de voltarmos, depois de toda a idiotice que eu fiz, eu me senti como se fosse explodir. De felicidade é claro.

Eu estava doido para vê-la. Desde que saí da delegacia essa era a minha vontade. Mas não posso. Sei que não posso. Tenho que ir pra faculdade, prestar o serviço comunitário e voltar para casa, todos os dias, sem falta, seguir essa mesma rotina.

Mas não dava. Horas se passaram e eu não conseguia esquecer. Não conseguia ficar parado, ou quieto sabendo que ela estava a algumas quadras da minha casa e isso estava me deixando louco.

Anoiteceu. Liguei para Henderson. Primeiro ele me xingou, depois me chamou de infantil e bobo apaixonado, mas no fim ele acabou deixando. Prometi que não faria nada demais, só iria vê-la e voltaria para casa e, depois de dizer que jovens apaixonados só fazem burrice, ele confiou em mim e autorizou minha saída.

Corri para o banheiro. Tomei um banho de uns dez minutos, eu sei que para quem deseja tanto ver alguém perder dez minutos no banho é muita coisa, mas era a Aurora. Eu iria encontrar com ela depois de semanas e por nada nesse mundo ia fazer isso fedendo.

Saí do banheiro e corri para meu quarto novamente. Joguei a toalha na cama, mas na mesma hora lembrei dos dramas da minha mãe e a pendurei no meu cabideiro. Abri meu guarda-roupas e peguei uma calça marrom clara. Vesti minha camisa de manga cinza azulado e coloquei uma outra xadrez por cima nos tons azul escuro e vermelho quase roxo. A pressa era tanta que quase esqueci os sapatos. Calcei meus tênis preto sem cano.

Me olhei no espelho rindo e tudo que consegui pensar foi o que Aurora iria comentar quando visse a minha roupa.

Avisei aos meus pais sobre meus planos e saí. Andei. Apressado. Quase correndo, mas não queria estar todo suado caso eu a abraçasse. Então tentei me controlar. Bem antes de conseguir ver de fato a casa dos Mills ouvi o barulho da música alta e só consegui pensar em como a professora Mills não parecia gostar de festas quando estava na sala de aula.

Caminhei mais um pouco e notei que a casa estava cheia, e muito animada. Fiquei pensando no que Aurora estaria fazendo ali. Mas meu pensamento não se sustentou. Meu coração acelerou novamente. A vi, e quando notei já estava me movendo.

Ela estava linda, como sempre, mas parecia ainda mais bonita. Ela estava sentada com uma margarida na mão, arrancando pétala por pétala. Balbuciava alguma coisa. Ele não me viu quando me aproximei. Como eu senti falta dessa garota.

“Bem me quer.” falei, e não caiu nenhum pétala. Ela levantou o rosto, “kris”. Me encarou com os lábios entre abertos sem falar nenhuma palavra. Eu me pronunciei.

—Aurora, eu queria ter vindo antes, mas a gente tinha combinado de sair na segunda e eu não queria te pressionar nem nada disso. Você tinha me pedido espaço e eu...

De estática e surpresa para ativa e amorosa. Aurora se levantou em um salto e me beijou e, pelo amor de Deus, como eu senti falta dela! De tudo nela, da boca, dos cabelos, do corpo, do cheiro, de tudo!

Segurei sua cintura com firmeza a trazendo para mim, a prendi entre mim e os arbustos e quando ela passou aquelas mãos macias pelas minhas costas e pescoço meu corpo inteiro reagiu. Ela terminou enfiando as mãos em meu cabelo, o puxando.

Nos separamos.

—Está maior. – ela falou alisando os fios.

—Não deu tempo de cortar.

—Nem pense em fazer isso.

Ela me sorriu e eu literalmente poderia morrer naquele momento. Nada mais transbordava de mim do que amor e felicidade.

—Eu senti sua falta. – falei.

Ela me olhou por um tempo e me abraçou, de forma desesperada. Começou a chorar contra meu peito e aquilo me doeu.

—Nunca mais faça isso! Está me ouvindo Kristoff? Nunca mais! - ela disse antes de voltar a me abraçar.

—Eu prometo! Nunca mais vou fazer nada que me afaste de você. Eu te juro Aurora.

A apertei contra mim e acariciei seus cabelos. Minutos depois seu choro cessou.

—Babaca! – ela disse me dando um pescotapa.

—Ai Aurora! – falei fazendo drama.

—Não tenta fazer cena, quem está nesse direito sou eu.

—Tudo bem, eu reconheço.

—Ótimo. – ela fala com as mãos na cintura, antes de me encarar de cima a baixo.

Eu a olhei sorrindo, sabia que estava na hora.

—Sério Kristoff? Calça marrom, camisa de uma cor irreconhecível e outra xadrez roxa? Está indo pra aonde? Circo?

—Eu senti falta até das suas críticas. – falei a abraçando novamente.

—Críticas construtivas! – ela me lembrou.

—Claro, construtivas meu amor. – falei irônico.

Nos beijamos de novo e ela começou a me arrastar pra dentro da mansão.

—Tá tão bom aqui fora.

—Eu quero dançar com você.

—A gente pode dançar aqui fora. Qualquer coisa eu canto.

—Pelo amor de Deus, não.

Gargalhei.

—Tudo bem, só porque eu estou com muita saudade.

Ela me deu selinho e entramos.

Visão do Autor.

Dentro da casa a festa continuava. E a discussão também.

—Sabem que se a Regina descobrir isso vocês todos, sem exceção, estão mortos. – Zelena.

—Sim, nós sabemos e é por isso que contamos com o silêncio de vocês dois. – Killian.

—Tudo bem, mas só por que eu já fiz isso e nessa hora eu estava presa.

—Como é? – Killian perguntou surpreso.

—História pra outro dia, mas tem dedo da sua mãe também.

—Ah eu vou te cobrar tia.

A ruiva joga a bolinha e acerta o copo.

—Antes você vai beber isso aí.

Killian vira o copo de vodca.

—Você sabe que está embebedando seu sobrinho não sabe? – Jeff.

—Amor relaxa, o Killian sabe se cuidar. Quando ele ver que não dá mais ele sai do jogo. Não é sobrinho? – ela fala com a sobrancelha erguida.

—Isso não vai funcionar.

—É o que vamos ver.

A ruiva joga a bolinha mais uma vez e acerta.

—Pelo amor de Deus! Erra pelo menos uma vez Zelena! – Emma.

—Sua vez loira. – Zelena

Emma toma a bebida.

—Bicho vocês são muito ruins mesmo. – Ruby. – Ah Killian vaza.

—Você não pode...

—Eu estou grávida!

—Vai usar essa resposta pra tudo? – ele pergunta indo pra lateral da mesa com Emma.

—Sim! Vem Robin.

—Ruby, eu não aguento mais beber as suas vodcas.

—Deixa de ser fraco Locksley.

—Pra você é fácil falar, está bebendo suco de uva!

—Okay eu jogo com a Ruby. – Killian

—Pra que? Pra me fazer perder?

—Ou sou eu, ou você não joga. A escolha é sua.

—Está bem. Vamos do começo. Sem roubar Zelena. – Ruby

—Como se eu fizesse isso. – Zelena

—Ah tá! Beleza! – Jeff fala rindo.

—Calado você!

Eles recomeçam a partida.

—Ein, cadê a Aurora? – Robin

—Não sei, não vejo ela desde Dancing Queen. – Emma.

—Estranho, ela não costuma se afastar. – Robin.

—Eu vou atrás dela. – Jeff.

—Ei, ainda estamos em um jogo. – Zelena

—E a nossa filha está perdida. – Jeff

—Ela não está perdida meu amor. Aurora é bem grandinha, deve estar...

—Com o Kristoff. – Jeff

A bolinha de ping pong cai da mão de Killian. O jogo para e todos olham pra ruivinha e o loiro dançando no meio da sala.

De volta aos fundos da casa.

Eric e Ariel conversavam, dessa vez sem tentarem se matar. O efeito do álcool tinha ajudado um pouquinho.

—Então isso é uma bola de vôlei e isso é uma bola de polo aquático. – Eric.

—Está beleza, ainda sim. Qual é a diferença? É só uma bola! – Ariel

—Olha só, uma é bem mais pesada que a outra. Sem contar que um esporte é na água e outro é em uma quadra.

—Pra mim da na mesma.

—Meu Deus Ariel! Como pode?

—O que? Você ser tão bobo assim? – ela fala rindo.

—Você... Ah sua palhaça.

A loira gargalhava.

—Você tinha que ver a sua cara de tristeza. Impagável! Eu sei sim o que é polo aquático e eu sei a diferença entre os esportes. Dei uma pesquisada quando me acertou no refeitório. Eu só estava te zuando.

—Pesquisou sobre polo aquático?

—Sim, pra esfregar na sua cara da próxima vez em que te visse.

—Mesmo que foi para me humilhar eu admiro o empenho. Então...

—Ei vocês dois aí! Escolham sem pensar verdade ou desafio? – uma garota grita.

—Desafio! – eles gritam de volta.

—Se beijem.

Eric segura a garota e a beija, sem pensar duas vezes. Ariel o empurra.

—Você ficou doido?

—Que foi? Não durou um minuto e nem foi tão bom assim.

—Ah não?

—Não.

—E que tal esse aqui.

Ariel o puxa pela camiseta e o beija demoradamente puxado o lábio inferior de Eric quando se separam.

Ela o olha com um olhar convencido.

—E aí? Ficou mudo? Eu mexi tanto assim com você?

O garoto não tem tempo de responder. Um maluco passa por eles e os joga na piscina.

—Hora da bomba casal!

Eric caí na água, mas logo emerge.

—Ah seu filho de uma...

Ele sente a falta de Ariel.

—Ariel!

Ele olha para os lados e vê a garota se afogando. O garoto nada até a menina a suspendendo. Ele a leva até a borda da piscina tirando os dois de lá.

—Você está bem? – ele pergunta sentado ao lado dela.

Ela afirma com a cabeça.

—Olha pelo lado bom, pelo menos não está mais suja de refrigerante. – ele diz sorrindo.

—Idiota. – ela responde com um sorrisinho.

Os dois ficam sentados lado a lado.

No interior.

Os monopolizadores do beer pong observavam Aurora e Kristoff dançando.

—O que aquele pervertido está fazendo com a minha filha? – Zelena.

— Eu realmente não sei. – Jeff

—Mas eu vou descobrir e vai ser agora. – Zelena.

Zelena e Jefferson caminham até o casal.

—Eu vou lá! – Killian

—Ah mais você não vai mesmo. – Emma.

—Emma!

—Não Killian, é a vida da sua prima. Você não tem nada a ver com isso.

—Como não? Você acabou de dizer. A Aurora é minha prima e eu não confio naquele garoto.

—Não interessa, a Aurora está bem, não está vendo? Não pode interferir na vida dela assim.

—Ele vai magoar ela Emma. – o moreno falou olhando para a prima. – Ele já fez isso antes e...

—Você também já me magoou, se lembra?

Killian a olha.

—Tá certo. Mas se ele der um deslize...

—Aposto que a sua tia acerta ele.

Os dois olham para Robin e Ruby.

—Ei, e vocês? Estão bem? – Killian

—É lógico que não. Só de olhar pra esse babaca me dá vontade de... – Robin

—De quebrar a cara dele. – Ruby.

—Exatamente!

—Mas...

—Mas eu te prometi que não iria me envolver em brigas. – Robin

—Só pra ver se você está com a memória em bom estado. – Ruby

—Confesso que ver ele aqui, deixa as coisas um pouco turvas.

Logo a frente.

Zelena e Jefferson se aproximam.

—Você poderia largar a minha filha? – Zelena.

—Mãe. – a ruivinha fala ficando ao lado de Kristoff

—Srta. Mills eu...

—Nem começa moleque. O que pensa que está fazendo?

—Eu...

— “Eu... Eu”. Anda desembucha!

—Zelena vai com calma. – Jeff

—Calma? Esse maluco tentou matar os amigos da minha filha enquanto planejava atacar meu sobrinho e você me pede calma?

—Dona Zelena eu sei que o que fiz foi errado e...

—Não, não foi errado. Foi terrível! Atentar contra vidas de pessoas é completamente inaceitável e eu não quero alguém capaz de tal ato perto da minha menina.

—Zelena, por favor. A Aurora está bem. – Jeff

—Você está brincando comigo não é? – a ruiva o encara.

—Não, não estou. Precisamos conversar.

—Jefferson.

—Por favor Zelena!

A ruiva consente.

—Aurora vai pra perto do seu primo. – Jeff

—Mas pai...

—Não dificulte as coisas filha.

A ruivinha obedece e caminha com Kristoff até a mesa de ping pong. O garoto é recebido pelos outros com cara de poucos amigos.

—Oi pessoal! – ele fala tímido.

Silêncio.

—Vocês tem educação que eu sei. – Aurora.

—Oi. – Killian

—Oi Kristoff – Emma

Ruby exibe um sorriso sem dentes.

—Se puder se afastar nós agradeceríamos. – Robin

—Isso é sério? – a ruivinha pergunta olhando para todos e para o olhar em Robin.

—Não é você, é só ele. – Robin.

—Aurora tá tudo bem, eu posso sair não ligo. – Kristoff

—Mas eu ligo! Eu sei que o que você fez foi errado, não estou te defendendo, mas caramba ele está tentando. Não dá pra levar em consideração?

—Não, não dá. – Robin.

—Por que? Eu também estaria naquele carro se ele não tivesse me ligado, mas mesmo assim eu o perdoei.

—Perdoou ele por que está apaixonada! A Ruby estava naquele carro, não era apenas a minha vida era dela também, acima de tudo.

—O Killian estaria lá. Meu primo, você se recorda? Eu poderia ter perdido alguém da minha família!

—E eu o meu filho! – ele diz jogando o copo de plástico no chão. – Você não tem a menor ideia da angústia que eu senti quando descobrir que o seu namoradinho poderia ter acabado com a minha família. Com o meu filho Aurora, meu filho!

—Robin, fica calmo. – Ruby.

—Eu te entendo Robin, sei que...

—Não, você não entende. Definitivamente não entende.

—Quer saber? Eu realmente não entendo, afinal não fui eu que cometi um erro no meio da adolescência!

A mais nova fala e sente o olhar de desapontamento do amigo cair sobre si na mesma hora.

—Robin, Ruby... Eu falei sem pensar é...

O garoto deixa a sala.

—Robin! – Ruby – Sou quem estou gravida e é ele quem faz a cena.

—Ruby me desculpa, eu tô com a péssima mania de falar demais. Eu não quis ofender ninguém, muito menos o bebê de vocês.

—Aurora, relaxa. Tá tudo bem, deixa que com o Robin eu me resolvo, okay?

—Tem certeza?

—Tenho sim, fica tranquila. E Kristoff – ela olha para o garoto – Está tudo... Ai me desculpa, mas você é um idiota!

Ela fala e saí atrás do namorado.

—E a noite só fica melhor. – Emma.

—Nem me fale. – Killian.

—Eu acho melhor eu ir embora. – Kristoff

—Cê ju...

Killian começa a falar, mas é interrompido por um beijo da loira ao seu lado.

—Pra ver se você fica quieto. – Emma.

—Ainda falta muito para festa acabar. – Aurora

—Eu sei, mas eu estou aqui só tem meia hora e meio mundo já desabou por minha culpa. – Kristoff

—Pelo menos você nota isso. – Killian

—Mas será possível Jones? – Emma

—Eu acho melhor eu ir pra casa. – Kristoff

—Nesse caso eu vou com você. – Aurora

— O que? – Killian

—É isso mesmo! A gente acabou de se ver depois de semanas. Não vou ficar longe dele. – Aurora

—Aurora eu acho melhor não. – Kristoff

—Já que o seu namorado finalmente falou algo útil vamos escutar. – Killian

—Não está em discussão. Eu vou ficar com o Kristoff. – Aurora

—Então vão ficar aqui. – Killian

—Mas...

—Eu não confio em você – Killian fala para Kristoff – Nem um pouco e se for pra minha prima ficar contigo vai ser aqui, onde eu posso ter a certeza de que não vai fazer nenhum mal contra ela.

—Eu jamais machucaria a Aurora, Killian.

—Como eu já te disse, eu não confio em uma palavra sua Kristoff.

O Killian e Emma se afastam do casal.

—Isso vai ser mais difícil do que pensei. – Kristoff.

—Vai ficar tudo bem. Você vai ver.

No escritório de Regina.

Zelena entra no cômodo seguida de Jefferson. Ele se encosta na escrivaninha de Regina e Zelena o observa, impaciente.

—Você vai me explicar porque deixou nossa filha com aquele meliante agora, ou eu vou ter que esperar a volta de Cristo?

—Zelena...

A ruiva o corta

—Como você pode estar tão calmo sabendo que ela está lá com ele?

—Ela não é mais um bebê meu amor.

—Ela é a minha menininha Jefferson! Sempre vai ser, ser mãe é assim. Não importa o quanto eles cresçam sempre vão ser aqueles nenéns que cabiam perfeitamente entre nossos braços. Isso não muda!

—Mas Zelena você tem que entender. A Aurora não é tão indefensa e nem tão inocente quanto você pensa, se é que me entende. Nossa filha, querendo ou não, já é uma mulher e das teimosas. Obrigar ela a algo não vai ajudar em nada.

—Eu sei, sei que aquela ali tem o gênio difícil

—Por que será? – ele a olha. – Ela se parece mais com você do que imagina. É uma cópia perfeita sua.

A ruiva sorri.

—Ela também tem muito de você. As manias, quando era mais nova tinha o tom do seu cabelo, mas foi clareando aos poucos. Tem aquela história absurda de comer pão com sopa.

—Ah para, é muito bom! E quem disser o contrário está mentindo.

—Ela também tem seu senso de humor. E como gosto de uma foto!

—Eu gostaria de te- lá conhecido.

A ruiva se penaliza e Jeff percebe.

—Não quis te magoar Lena.

—Tá tudo bem, eu sei que sempre vai levar isso consigo. A dor de não ter visto os primeiros passos, a primeira palavra, toda a infância e adolescência. Eu sei, e eu me sinto muito culpada por isso.

—Vem cá vem. – ele fala a abraçando. – tá tudo bem. É passado e por mais que me doa não importa mais. Bola pra frente. E, agora a gente vai ter nosso principezinho ou princesinha.

—É sim, eu não vou fugir dessa vez. Prometo!

—Acho bom. – ele disse rindo.

—Mas e quanto a nossa filha?

—Sinceramente? Ela já ia sair com ele na segunda, então o encontro só foi antecipado. E ela está bem, está realmente feliz.

—Eu notei, ela ama mesmo aquele moleque petulante.

—Você o odeia não é? – ele perguntou rindo da cara de má da esposa.

—Não é exatamente ódio, mas não gosto dele. E tenho bons motivos.

—Eu sei, e concordo. Mas o Kristoff me parece um bom menino ele só teve más companhias.

—Acho melhor você estar certo. Porque se alguma coisa acontecer com a nossa filha...

—Eu prometo que vou supervisionar.

—Tá bem, vamos voltar pra aquela festa.

—Seja gentil Zelena.

—Como se existisse a possibilidade de eu ser outra coisa além de gentil. – ela pisca para ele.

—Ah sua cínica.

Nas escadas da mansão.

—Oi Elle, aqui é o Henry. De novo. Nessa hora eu acho que você não vem, mas eu ainda tenho aquele pouquinho de esperança. Então... se você for ignorar mais essa mensagem avisa logo dizendo que não vem.

Ele desliga o telefone.

Na área da piscina.

—Só... mais uma. Só pra completar. – ela disse virando uma pequena dose. Era a número 10.

Sentados na espreguiçadeira Eric e Ariel conversavam. A loira já estava um pouco bêbada.

—Eu não tô bem. – a menina disse antes de soluçar

—Dá pra ver.

—Tava trocando as palavras agora pouco e quer vir falar de mim? – ela disse um pouco alterada.

—Tá okay, já chega! Me dá essa garrafa aqui.

Ele toma o litro de tequila das mãos da garota.

—Isso, isso.

—Você é um garoto bacabinha Eric.

—No início achei que você fosse uma chata, não vou mentir. Ainda mais depois de toda aquela confusão. Mas no fim, especialmente hoje, eu notei que você é uma garota legal. E que beija muito bem.

—Valeu!

Ela dá um selinho no garoto. Ele a encara

—Que foi? – Ariel

—Você é assim mesmo? Beija as pessoas ocasionalmente.

—Foi só um selinho, não surta. E só pra constar, foi você quem me beijou primeiro.

—Eu só estava cumprindo um desafio.

—Pois bem, eu só estava sendo cortês.

—Qual é Ariel, fala logo que me quer e a gente acaba com isso.

—Nossa, quando você consegue subir um pouco no meu conceito, você despenca igual jaca mole. – ela se levanta

—Onde vai?

—Por que?

—Eu vou te acompanhar.

—Não preciso de babá.

—Você está bêbada.

—Eu só estou – ela dá o primeiro passo e sente tudo girar – um pouco tonta. Por Deus, eu preciso me deitar.

—Vem, aposto que existem quartos nessa casa.

Os dois entram na mansão e sem ninguém perceber sobem pro andar de cima, entrando no antigo quarto de Eduardo.

—Deita aí minha bebum. – ele falou rindo.

—Olha o respeito.

Ela retira os sapatos e sobe na cama. Se senta, mas levanta correndo, indo para o banheiro. Eric escuta o barulho das golfadas de Ariel.

—Você está bem? – perguntou através da porta.

—Não, tô toda suja de vômito. Eca!

—Acho que aí tem um chuveiro. Aproveita.

—Eu não tenho roupa limpa.

—Eu vou dar um jeito. Fica tranquila. Daqui a pouco eu volto.

—Tá bem, não demora!

Ele sai do quarto.

Em frente à casa.

Henry estava encostado no batente da porta. Conferia o celular a cada um minuto. Ele estava se dando por vencido. Não tinha mais por que continuar esperando.

—É, acho que você não vem. – ele disse e se virou pra entrar na casa, dando de cara com Killian.

—Ei, calma aí! – Killian – tá tudo bem? Tá com a cara meio triste.

—Nada demais.

—Fala logo Henry. Tô tentando te ajudar.

Ele fica calado e Killian repara o celular na mão do irmão. O moreno o pega rapidamente e sai correndo.

—Volta aqui Killian!

Henry o persegue pelo jardim da frente. Mas quando o alcança, Killian já estava olhando suas últimas chamadas

—Caramba! Ligou dez vezes pra Elle?

—Sim, e ela não atendeu ou retornou nenhuma das ligações. – ele disse pegando o celular de volta

—É, por isso que está com essa cara de cachorro que caiu da mudança?

—Eu gosto dela Killian, de verdade mesmo. Foi a primeira garota que eu beijei e...

—Pera. Elle foi a primeira garota que você beijou? – ele perguntou incrédulo.

—Foi sim, e quero sinceramente que seja a última! Não tenho vergonha em dizer isso.

—E não tem quer ter. Você esperou a garota certa e parece que acertou. Ela mexe muito com você, dá pra notar.

—Mexe sim, mas eu adoraria que ela pelo menos dissesse que não vem. Me sinto um otário.

—Deve ter acontecido alguma coisa Henry. Você mesmo me disse que os pais dela são bem chatos. Talvez não a deixaram vir.

—Acho que ela nem chegou a pedir. Ela conhece os pais que tem.

—Por que não vai atrás dela?

—Mas e a festa? Eu sou o DJ!

—Eu vi a sua playlist, ela tá enorme. Não tem com que o seu preocupar

—Tá certo, se acontecer alguma coisa me liga. Vou ir até a casa dela

—Até a casa de quem? – a garota fala aparecendo.

—Elle! – ele diz eufórico

—Eu adoro quando diz meu nome com essa animação. – ela sorri.

—Ei Henry, não babe. Pega mal.

Os três acabam rindo

—Bem, já que está tudo certo eu vou deixar vocês dois a sós. Tem uma loira me esperando. Divirtam-se!

Killian se despede e volta pra festa.

—Quem é?

—Meu irmão

—Não sabia que tinha irmão

—É uma longa história, depois te conto... Pensei que não vinha mais

—Bem, eu tive uns probleminhas pra sair de casa.

—O que aconteceu?

—Não quero falar sobre isso agora.

—Tudo bem, eu espero. Mas agora eu quero dançar com você o resto da noite.

—Então que bom que eu estou com sapatos confortáveis.

Henry se aproxima mais da jovem e a beija. Ela se separa.

—Lembra o que a gente combinou? Sobre o Peter e tudo mais?

—Não devia ter vindo a festa então. Não vou conseguir passar uma noite do teu lado e ficar só te olhando. – ele disse sorrindo.

—Eu sei que vai fazer um esforço.

—Aham. – ele disse a agarrando de novo. Os dois se distanciaram apenas para recuperar o fôlego

—Acho que uma noite só não faz mal. – Elle diz ainda de olhos fechados.

—Eu concordo. Vem, vamos dançar.

Ele diz e conduz Elle até o interior da casa.

Na cozinha.

Ruby estava sentada no balcão com um pacote de batata chips no colo. Robin estava entre as pernas da ruiva, alisando suas costas. Os dois conversavam

—Eu sei que ficou chateado Robin, mas ela falou sem pensar. Não fez por mal.

—Okay, mas não quero mais falar sobre isso ruiva.

—Se você for ficar o resto da noite com essa cara emburrada, vamos continuar.

—Okay, okay. Olha esse sorriso.

Ela diz dando um sorriso forçado para Ruby. A ruiva o acerta no ombro.

—Ai Ruby!

—Engraçadinho. – ela fala e beija o topo da cabeça do namorado.

Robin beija a barriga de Ruby e leva um chute como resposta. A ruiva geme com o impacto

—Robin... – o olhando emocionada

—Você... Você sentiu?

—Por que acha que eu gemi!

—Ruby! Nossa garotinha está chutando.

Ele abraça a namorada. Os dois comemoram.

—Ou, que tá acontecendo? Ruby você está bem? – Killian pergunta vendo a ruiva chorar.

Ela confirma com a cabeça.

—O bebê Killian. – Robin

—O que tem? Ele está bem?

—Ele deu o primeiro chute – Ruby

—Ai meu deus. Eu não acredito! O mocinho do tio Killian. – ele fala e encosta a mão no ventre de Ruby.

—Ela é bem forte. – Robin.

—Eu que sei. – Ruby falou se lembrando da dor que sentiu. – Cadê a Emma? Ela precisa saber

—Pois é, tô procurando ela.

—Acha ela e traz ela aqui fazendo o favor.

—Pode deixar. Voltou num minuto. Ei meu garotinho, titio Killian te ama. – ele fala perto do ventre de Ruby e se afasta.

Killian sai e Robin e Ruby ficam curtindo o momento.

De volta a mesa de Beer Pong.

Zelena encarava Kristoff. O garoto nem se mexia.

—Pai, faz alguma coisa. Ela tá assustando ele! – Aurora

—Ruiva, já chega vai. – Jeff

Ela o encara por mais uns segundos e se volta pra filha.

—Tem certeza do que está fazendo? – ela perguntou para Aurora

—Absoluta mãe. – ela disse sorrindo.

Aquele sorriso fez Zelena se derreter por dentro. A filha realmente amava Kristoff e aquilo trazia felicidade a jovem e essa era uma coisa que Zelena nunca iria negar.

—Okay, eu vou direto ao ponto.

Os dois jovens estavam lado a lado, de mãos dadas.

—Eu não vou com a sua cara e você sabe o porquê. Mas, por incrível que pareça, você faz a minha princesa feliz e isso me basta. Só que fique sabendo Kristoff que tanto eu quanto o Jeff vamos estar de olho. No seu primeiro deslize eu te degolo, sem dó nem piedade.

—Eu sei que vocês estão preocupados. E tem toda razão. Sei que não acreditam em mim e que me acham um canalha e como eu disse não tiro a razão de nenhuma de vocês. Fiz coisas ruins e estou pagando por elas. Quero realmente me redimir, da forma que der. Mas eu amo a filha de vocês. – ele a olha – E em hipótese nenhuma eu faria algo que possa vir a prejudica-la. Muito pelo contrário, faço qualquer coisa pelo bem dela.

—Eu te amo. – ela fala e fica na ponta dos pés para beijar o rosto do namorado.

—Eu também te amo.

—Que permaneça assim. – Zelena.

—Problema resolvido, vamos voltar às comemorações! – Jeff.

No andar de cima.

—Ariel? – Eric pergunta antes de entrar no quarto.

—Pode entrar. Tô no banheiro.

—Aqui, toma. – ele disse entregando a roupa para a menina.

—Você só pode estar de brincadeira.

—Foi tudo que eu achei, era isso ou nada.

—Eu não vou ficar cheirando a você Eric!

—Fique sabendo que o meu perfume é muito bom. Vai, sai logo daí!

—Deixa de ser autoritário!

A loira saí do banheiro e Eric a observa. Encantado.

A garota estava usando só a camiseta verde clara do menino. Era tudo que ele tinha que não estava ensopado de cloro da piscina.

—Vê se não baba. – ela fala brincando

—Nada mal pro corpo que você tem.

—Seu ridículo.

Ela se senta na cama, encostada na cabeceira. Ele a segue.

—O que pensa que está fazendo? – ela fala o encarando.

—O mesmo que você, não tá vendo não?

—Por que?

—Você sempre questiona tudo?

—Quando é com você, sim.

—Só vou te fazer companhia. Você quase morreu afogada, ficou bêbada, vomitou em si própria... Eu não confio em te deixar sozinha.

—Ah você tá preocupado. – ela falou sorrindo.

—Deixa de ser besta! Só estou sendo gentil

—Eric, - ela disse encostando no queixo do garoto – você não é gentil! – ela falou em tom brincalhão.

Ele sorriu pra ela

—Você gosta de implicar comigo não é?

—É como uma passa tempo. – ela falou retirando a mão do rosto do garoto.

Ele a segura e a olha.

—Até onde eu sei quem está bêbada sou eu, então não faça nenhum besteira. – ela disse conhecendo aquele olhar

—Pode deixar.

Ele aproxima seu rosto do de Ariel e a beija. Ela não recua, mas sim concede permissão para as mãos dele varrerem seu corpo. A noite dos dois estava longe de acabar.

Ao pé da escada.

Pov Emma.

Eu estava em pé, ao lado da escada observando o movimento. Killian tinha saído pra buscar algo para comer e eu tinha ficado aqui. Nessa altura do campeonato meus saltos estavam me matando e eu não tinha trago nenhum chinelo/rasteirinha ou qualquer coisa que me mante-se confortável. Ou seja, estava evitando qualquer tipo de movimentação.

Passando os olhos pela festa novamente vi uns rotos conhecidos e fiquei feliz em notar que a maior parte do pessoal estava mesmo se divertindo. Estava sendo uma festa tanto! E depois de todo trabalho para conseguir montar a decoração eu não poderia desejar outra coisa.

Olhei para a porta e de longe tive a impressão de ver alguém. Esse alguém me sorriu e não me parecia estranho. Arranquei meus saltos e fui em direção a porta. Não podia ser. Era uma brincadeira, eu devia estar sonhando. Olhei de novo e ele ainda estava lá. Esfreguei os olhos e... não tinha ninguém! Com certeza eu estava um pouco alterada ou era o sono falando mais alto.

—Emma!

Me viro e vejo Killian. O olho um pouco espantada.

—Você está bem? Aconteceu alguma coisa com você? – ele me questiona preocupado.

—Não. Tá tudo bem, eu só fiquei distraída e bem, você me assustou.

—Desculpa meu amor. – ele fala me beijando – Mas olha o que eu achei.

Ele me mostra um pacote de tortilhas e um pote de Guacamole.

—Aí, só Deus sabe o quanto eu te amo. – falei sorrindo.

—Vem, vamos pra cozinha, parece que o nosso anjinho está finalmente chutando.

—Como que... – logo me toquei – Aí a minha menininha! – falei saindo na frente.

Do lado de fora.

Pov Graham.

Eu sabia que ela estaria ali e sabia que ela me reconheceria. Linda! Linda como sempre foi, ultrapassando todo e qualquer limite de beleza. Emma! Ela só não consegue ver ainda, mas no fundo ela sabe que me ama e eu sei... Eu sei que nós vamos ficar juntos. E sei também que o Killian não vai ser um empecilho, pensei deixando a casa de número 108.