Maria o olhou no exato momento em que recebeu um tranco no corpo sendo jogada no chão com Frederico não tendo nem tempo de ampará-la e seu ódio foi tanto que ele apenas levantou o grudando pela camisa e quando seus olhos encontraram os dele apenas uma palavra saiu de seus lábios...

— Você...

Frederico sentiu como se o mundo saísse de seus pés enquanto olhava aquele maldito e como se um filme se passasse por sua mente ele voltou àquela maldita noite em que tomou os tiros...

Início da lembrança...

Frederico caminhou com calma para que o filho não o visse queria ver como ele se comportaria para depois tirar onda com o filho para que ele ficasse nervoso e vermelho de vergonha, mas quando se aproximou e observou o filho mostrar os cavalos para Luísa percebeu que não estava sozinho e virou-se.

— Quem é você? - perguntou e o viu se aproximar.

— Eu sou o último rosto que vai ver na sua vida! - falou frio o encarando nos olhos.

— Peço que se retire de minha propriedade ou alguns de meus homens vão te tirar daqui a força! - falava firme. - Essa é uma festa particular!

Ele riu.

— Não se preocupe que eu somente vim te dar um presente! - e sem mais disparou contra ele por duas vezes e rapidamente se foi deixando o corpo dele caído no chão e logo Felipe apareceu ali desesperado agarrando seu pai...

Fim da lembrança...

— Maldito desgraçado! - Frederico nem pensou apenas começou a socar ele enquanto Maria gritava desesperada para que ele parasse. - Esse será o último rosto que você verá seu merda, filho da puta!

Maria com muito custo ficou de pé e segurou o pai o puxando para longe dele enquanto deferia socos onde conseguia deixando sua marca em cada parte que tocava e ela chorava puxando o pai para longe e gritou com ele para que parasse.

— Vai matar o pai do meu filho! - aquela pequena frase teve um impacto tão grande sobre ele que o fez parar no mesmo momento vendo que ele estava inconsciente e olhou a filha. - Papai...

— Diz pra mim que é mentira minha filha... - os olhos dele estavam cheios de lágrimas. - Diz que não é esse maldito o pai do meu neto...

— É ele papai... Carlos Manuel é o pai do meu filho... - soluçou com as mãos a frente do corpo e Frederico chorou junto a ela não podia ser.

Não podia ser verdade que aquele maldito homem que lhe deu dois tiros a sangue frio fosse o pai de seu neto e a olhando e logo olhando aquele maldito ele percebeu que a maldade do ser humano poderia ir muito além do que podia compreender estava ali diante de uma cena que nunca pensou em estar era sua filha o seu amor e agora carrega um filho de seu algoz.

Maria tocou o ventre e fraquejou sentindo uma dor aguda e ela gemeu alto fazendo com que Frederico ficasse de pé e a pegasse nos braços no mesmo momento e ele correu para o carro com sua menina, mas antes de sair parou o carro da polícia e relatou brevemente o que tinha acontecido e pediu que prendessem o homem desmaiado na praça que assim que pudesse iria explicar tudo melhor e implorou para que ele não fosse soltou ou ele não teria justiça e sem mais ele se foi com sua menina...

[...]

As crianças tinham chegado em casa com um dos capatazes que Frederico tinha pedido para ir buscá-los e assim que pisaram em casa Carlos foi comer junto a Tony e Felipe foi direto para o quarto da mãe e quando entrou ela estava vendo televisão e apenas esperando o marido.

— Olá amor. - ela falou toda linda com ele.

Felipe deitou ao lado dela a beijando.

— Como à senhora está? - era sempre muito cuidadoso.

— Estou sem dor o que já é um avanço! - falou rindo. - Filho, mamãe vai te dizer algo que vai te deixar ainda mais feliz. - o sorriso era dos maiores.

— O que aconteceu? - a olhava dentro dos olhos.

— Seu pai já se lembra de tudo! - pode ver os olhos de ele brilhar.

— Meu Deus, mamãe! - soltou uma larga risada. - Então ontem eu conversei com meu pai mesmo?

— Sim, meu filho, você conversou com seu pai mesmo.

Felipe até se esqueceu da condição da mãe por alguns segundos e a agarrou beijando e agradecendo por aquela notícia mais logo a soltou ao ouvir seu gemido de dor.

— Me desculpe mamãe!

— Tudo bem meu filho! - ela sorriu com ele. - Agora vá tomar banho e diga ao seu pai que venha até aqui!

— Papai não veio com a gente não mãe! - ficou de pé. - Ele ficou na cidade com Maria.

Cristina sentiu um aperto no coração mais não deixou que o filho percebesse e assim que ele saiu do quarto pegou o telefone e ligou para a filha mais apenas chamou sem que tivesse retorno do outro lado da linha a deixando aflita... Cristina sabia que ele teria um "troço" assim que descobrisse do bebê e queria que fosse em sua presença, mas o que restava naquele momento era esperar já que ela não atendia o telefone...

[...]

MAIS TARDE...

Frederico está sentado ao lado de sua menina e segurava sua mão ela o olhava estava um pouco sonolenta pela medicação e precisaria de repouso para que o pior não acontecesse, ele não tinha avisado em casa queria aquele momento com ela e não queria Cristina desesperada com o estado de sua menina.

Eles se olhavam em cumplicidade tinha sido assim uma vida inteira e agora ele estava de volta e descobrir que seu algoz era o pai de seu filho o deixava aturdido como contar a ela que aquele homem era o responsável por sua morte em vida, mas precisava falar algo para ela.

— Como o conheceu? - acarinhava a mão dela.

— Em uma festa aqui na cidade... - os olhos estavam tristes com o que já tinha passado e com a cena que tinha presenciado. - Ele era tão distinto a pessoa que se tornou depois que descobriu do bebê.

— Minha filha, o que eu disse sobre esses safados? - falou com calma.

— Que deveria chutar a bunda deles. - sorriu pela primeira vez junto a ele.

— Sim!

— Me desculpe papai, mas eu achei que ele era diferente e o bebê não foi planejado porque eu me cuido, mas não sei onde falhei. - suspirou e Frederico tocou a barriga dela.

— Vamos cuidar desse bebê e esse cara vai pagar por tudo que fez a você e a mim!

— O que ele te fez pai? Porque eu não se disse que era ele e o senhor o socou com força.

Frederico suspirou era à hora da verdade.

— Foi ele quem atirou em mim! - falou com calma e viu os aparelhos apitarem com ela se alterando. - Minha filha, calma porque não quero perder meu neto! - a beijou acalmando sua menina. - Ele nunca mais vai chegar perto da gente.

— Me perdoe, papai, me perdoe! - se agarrou a ele e chorou.

— Você não tinha como saber, meu amor, agora se acalme e descanse um pouco para que possamos ir para casa antes que sua mãe nos ache e nos sente o cassete. - sorriu para deixar o momento mais leve. - Sabe como ela é!

— Uma fera! - se agarrou mais a ele o fazendo deitar junto a ela e suspirou tendo seu paizinho ali junto a ela.

Frederico apenas agarrou sua filha e com ela ficou até que pegasse no sono tinha algo que resolver e assim que ela entrou num sono profundo ele se levantou e saiu dali indo para a delegacia o maldito homem iria pagar pelo que tinha feito e de quebra confessaria quem estava trabalhando junto com ele. Porque ele sabia perfeitamente que ele era somente um "laranja" nessa história toda e se suas suspeitas estivessem certas a coisa iria ficar ruim para alguns.

Quando chegou a delegacia pediu ao delegado muito amigo seu que o deixasse ver o homem e ele assim como muitos surpresos por ele estar vivo, permitiu somente por alguns minutos. Quando Frederico chegou frente à cela ele estava deitado o rosto muito machucado por seus golpes e ele estava sozinho ali e parecia adormecido.

— Eu vou te dar apenas uma chance de me dizer para quem trabalha! - foi direto e pode ouvir o suspiro dele seguido de um gemido. - É a única chance que tem...

Carlos Manuel tirou a mão de seu rosto e o encarou era à hora de dizer tudo para aquele maldito homem não tinha nada a perder já que de qualquer modo estaria morto em pouco tempo e pensando assim ele se levantou para começar a dizer...

Até o próximo!