Ele

O Acidente


Quando acordei vi que eram 4 horas da tarde. Procurei Tyler, mas não o achei.

Fui até o banheiro e vi colado no espelho um bilhete:

Mallory, tive que sair. Ficarei fora por algum tempo. Aproveite o dia e pense. Ass. Tyler”

Não sei por que me senti estranha ao ler o nome ‘Mallory’. Acho que não contei toda a verdade para Tyler. Eu precisava dizer isso. Achei melhor sair e procurá-lo.

Desci até a recepção, mas decidi voltar e esperá-lo. Não era tão importante assim.

Quando ele chegou já eram 7 horas.

- Onde esteve? – perguntei assim que ele entrou pela porta.

- Fui resolver alguns problemas com minha ex-namorada.

- Ok então. – disse, fui até a janela e suspirei – Preciso te dizer uma coisa.

Ele olhou pra mim e percebeu que eu estava preocupada.

- O que aconteceu? – disse ele já preocupado

- Meu nome... Meu nome é Alisson – disse olhando pra ele.

- O que? – disse ele surpreso – não acredito que você mentiu sobre seu nome.

- Tyler entenda, eu não gostava da minha vida antiga, então resolvi mudar de nome.

Ele suspirou e olhou pra mim imóvel.

- Sobre o que mais você mentiu? – perguntou ele frio.

- Bom, – disse com medo – meus pais não estão mortos

- O quê? – disse ele, depois ele pegou o casaco e saiu novamente, dessa vez nervoso.

Fui atrás dele gritando sem parar seu nome. Mas ele não me deu ouvidos.

Quando ele estava saindo do hotel eu parei e gritei:

- Tyler – disse desesperada – eu te amo!

Ele parou e virou-se, percebi que ele estava na rua, na chuva forte.

- E o que você espera que eu diga? – disse ele ainda com o tom de frieza – Que também te amo? Como posso dizer isso se nem sei quem você é?

Quando eu fui me aproximar dele não percebi o caminhão desgovernado vindo em alta velocidade em sua direção.

O motorista do caminhão tentou frear, mas a rua estava muito molhada.

Eu juro que senti um buraco em meu coração.

Quando olhei pra frente, lá estava Tyler. Imóvel e molhado de chuva.

Os seguranças do hotel me afastaram dele. Eu tentava me aproximar, mas eles não deixavam.

- Tyler não – berrei – por favor, deixe-me ir lá.

Nada, eles não deixavam.

Enquanto eu tentava sair dos braços daqueles grandalhões a ambulância, que chegara há 10 minutos levava Tyler numa maca como se ele já estivesse morto