– Oi. – Ben falou entrando em casa e vendo Anita.

– Oi. – Anita respondeu.

– Nem te vi na saída da escola hoje. – Ben a indagou percebendo o jeito descontrolado de Anita.

– É eu sai assim que acabou as aulas, a Julia queria ir no shopping, enfim eu fui com ela . – Anita justificou.

– Anita o que tá havendo hein, você anda estranha ultimamente. – Ben questionou, puxando a cadeira e se sentando de frente para ela.

– Eu estranha, impressão tua. – Anita disfarçou.

– Ah não, e me diz por que você tá comendo pizza depois do almoço. Ben alegou a ela.

– Porque eu fiz almoço e o resto do povo devorou tudo, enquanto eu lavava o quintal. – Anita afirmou, soltando o pedaço de pizza no prato.

– Entendi tudo não é, e a tua fome é tanta que você comeu a pizza inteira quase. – Ben afirmou não acreditando nas explicações dela.

– Ai Ben, to nervosa, na boa é muita coisa junta, Antônio, Sofia, minha mãe, Ronaldo, e fora o resto. – Anita confessou.

– Anita olha só. – Ben acabou sendo interrompido por uma enorme confusão.

– Que isso gente, o que vocês andaram fazendo. – Anita perguntou com espanto.

– É que era aniversário do Paulino, e a gente acabou tacando ovo e farinha nele. – Vitor respondeu rindo.

– E porque que todos vocês estão desse jeito. – Anita esbravejou para eles.

– Ah Anita, é que acabou entrando todo mundo na roda. – Giovana afirmou.

– Entendi, ai vocês me entram em casa desse jeito, emporcalhando tudo, eu limpei toda a casa sabia não faz nem meia hora, poxa gente. – Anita deu uma dura neles.

– Também não precisa ficar brava não é Anita. – Pedro disse.

– É Anita foi mal. – Giovana tentou se defender.

– Você tá parecendo a Vera sabia. – Vitor reclamou.

– Ah é jura, vocês tem sorte deu não ser a mamãe mesmo, porque ela já tinha puxado a orelha dos três. – Anita os repreendeu, os três apenas olharam a garota calados.

–Gente não dá, desse jeito não dá, vocês tão querendo me enlouquecer, custa vocês ajudarem a cuidar da casa, caramba eu canso sabia. – Anita reclamou tensa.

– Desculpa Anita, foi mal. – Giovana falou, desapontada pela situação.

– A gente só estava se divertindo. – Pedro respondeu com a cara emburrada.

– Anita, pega leve, não é. – Ben contornou a situação.

– Gente tá peguei pesado, vão tomar um banho, trocar essa roupa, pra não sujar toda a casa. – Anita pediu a eles.

– Tá a gente já tá indo. – Vitor afirmou.

– To pirando sabia , eu não aguento mais, é muita coisa pra um ser humano só. – Anita desabafou nervosa.

–Anita calma. – Ben disse a ela.

– E ainda tem essa história do meu pai. - Anita soltou sem pensar.

– É eu vou falar com a Giovana e já venho ai, to achando que ela ficou brava comigo. – Anita afirmou se levantando.

– Tá. – Ele concordou.

– O que tem teu pai hein, que você disse àquela hora. – Ben questionou, vendo ela voltar a sala.

– Vem cá. – Anita afirmou, e puxando Ben pela mão até a garagem.

– Que Anita. – Ben disse sentando sobre a cama dele.

– Eu não estou mais aguentando essa situação, eu vou ficar louca. – Anita entregou.

– E o que o Caetano tem a ver com isso. – Bem perguntou confuso.

– Eu vi meu pai, quer dizer eu não, a Bernadete. – Anita confidenciou.

– Anita, eu sei que isso tudo que houve, bagunçou um pouco a tua cabeça, mais isso também é normal não é, não precisa acreditar em tudo que a Bernadete diz. – Ben falou não entendendo as afirmações dela.

– Como assim. – Anita rebateu.

– Ué fantasmas, não existem. – Ben respondeu.

– Que mané, fantasma o que, a Bernadete viu o meu pai Ben. – Anita afirmou.

– Como se o teu pai morreu Anita. – Ele disse incrédulo.

– Meu pai esta vivo, Ben. – Anita comunicou.

– Anita ele morreu, a gente foi no velório dele, impossível. – Ben tentou entender os devaneios dela.

– Ele não morreu, ele tá mais vivo, se bobear que nós dois juntos. – Anita reafirmou.

– Eu não consigo entender de onde você tirou isso, isso é surreal Anita. – Ben respondeu preocupado com ela.

– Ah não Ben, eu não acredito que você tá achando mesmo, que eu fiquei maluca. – Anita disse irritada.

– Não mais, quer dizer, Anita isso é muito estranho vamos combinar. – Ben se defendeu.

– Só que é a verdade o meu pai tá vivo, se você disser que eu estou maluca eu mato você, olha aqui eu andei derrubada mais eu ainda não estou morta, não é. – Anita afirmou sem paciência.

– Tá, espera deixa eu entender, o porque de você achar isso. – Ben perguntou.

– Depois que a gente voltou do enterro do papai, eu e a Sofia, a gente recebeu um bilhete dele, dizendo que ele estava vivo. – Anita explicou.

– E porque que ele fingiu que estava morto, ai desculpa Anita, isso tudo é muita loucura. – Ben falou espantado.

– Tá cadê meu caderno de física, que você pegou ontem. – Ela indagou.

– Tá aqui, mais o que o caderno tem a haver com o Caetano. – Ben questionou, alcançando o caderno cima da mesa a ela.

– Isso, o bilhete que ele deixou. – Anita disse mostrando a Ben.

– Então ele tá mesmo vivo. – Ben respondeu, com cara de espanto lendo o bilhete.

– Tá, agora se você me chamar de doida, eu juro que eu te dou um tabefe na tua cara. – Anita bufou.

– Me desculpa, mais na boa teu pai é maluco, como que ele finge que morreu, faz todo mundo ir ao velório, pra isso. – Ele falou espantando.

– Não sei direito, mais tá na cara que envolve dinheiro, só pode. – Anita justificou.

– Nossa. – Ele respondeu.

– Não e agora a Bernadete, acha que meu pai virou um fantasma perturbado, porque ela abandonou ele, vê se pode. – Anita disse com espanto.

– Mais então ele anda por perto. – Ben pensou.

– Na certa, eu não tenho um pai morto Ben, mais sim um vigarista vivo, e bem vivo. – Ela reclamou.

– É dessa vez ele enganou todo mundo. – Ben concordou.

– Por ai, quem é. – Ela indagou vendo o celular dele tocar e Ben não atender.

– O Serguei, ele quer que eu vá lá no treino do time de futebol. – Ben explicou.

– E porque que você não vai. – Anita perguntou sem entender.

– Nada, eu não to com cabeça só. – Ele afirmou.

– Ah entendi, não tem nada a ver com o fato do Sidney fazer parte do time também, até quando vocês vão continuar com essa bobagem. – Anita perguntou o encarando.

– Anita, não exagera vai. – Ben respondeu se afastando das afirmações dela.

– Eu sou a exagerada, ótimo bom saber, e vocês são doía idiotas. – Anita o retrucou, incomodada com a teimosia dos dois.

– Eu idiota é, vem cá. – Ben ironizou a puxando.

– Para. – Anita disse sorrindo.

– Seria um ótimo flagra nessa situação sabia. – Ben riu de sua desgraça.

– Bom por um lado, a gente ia poupar saliva, em ter que contar pra eles, olhando por esse ângulo. – Anita disse debochada.

– Tá vendo, não é de todo ruim. – Ele afirmou encarando Anita.

– Seu bobo. – Ela pronunciou com um beijo.

– Ben mais essa história do Sidney, porque você não tenta conversar com ele, você mesmo disse que outro dia ele até te ajudou lá na historia do Antônio. – Anita saiu do beijo e argumentou com ele.

– É mais, eu acredito que ele fez isso, mais por você do que por mim, se fosse por mim acho que ele nem iria ter se importado muito, e eu não tenho argumentos que justifiquem pra reclamar. – Ben falou, com uma certa tristeza pela sua situação com o amigo de infância.

– O Sidney, essa situação, enfim. – Anita afirmou comovida com o fim da amizade dos dois.

– Ai Anita, não quero mais falar disso não, a gente já tem problema de mais, vai ver eu mereço, o desprezo dele, olhando de fora da situação, talvez o errado não seja ele, e sim eu, pena que eu demorei muito pra perceber isso. – Ben afirmou, querendo entender Sidney.

– É, desculpa mais eu seria cínica se eu te dissesse que eu também não acho isso, Ben você já imaginou se no meio dessa minha piração com tudo que houve, depois que você ficou com a Sofia, depois de tudo, eu me envolvesse com o Sidney, mesmo ele achando que era errado com você, por saber que a gente se gostava, mas mesmo assim houvesse um envolvimento e pior que eu quisesse até mais do que ele, quando você descobrisse. – Anita tentou ver os fatos na visão de Sidney.

– Eu, ia acusar ele da mesma coisa que ele me acusou, de ter sido leviano e traidor, ai Anita o que eu fiz da minha vida, onde eu estava quando começou a acontecer isso tudo, nossa eu juro que as vezes nem eu entendo nada do que se passou. – Ben desabafou suas aflições.

– Eu juro que eu queria te dizer que eu sabia, mais se te serve de consolo eu também não sei como e onde eu estava, quando acreditei no Antônio, a gente erra, faz coisas sem sentido, sem pensar, sem perceber, não sei, e quando nos damos por conta não tem justificativa que sirva, é isso, não tem como mudar, o que se pode fazer e voltar a agir de forma sensata, tentar concertar ou até mesmo somente amenizar nossos erros, porque nós sabemos que muitas vezes é tarde pra voltar a trás. – Anita o aconselhou de uma forma sensata.

– Tem razão, não tem outra coisa a se fazer, bom mais chega disso vai, mais vamos dar uma volta, to cansado de fica preso nessa casa. – Ben lhe sugeriu.

– E a mamãe, os dois não vão gostar disso. – Anita lembrou ele.

– Ah, ai não, já deu essa história de castigo, e eles nem tão em casa. – Ben afirmou tranquilo.

– Vamos, já deu isso mesmo. – Anita acabou concordando.

– Então vamos. – Ben afirmou se levantando.