Ela saiu atrás dele gritando para que ele parasse, mas ele não o fez a deixando gritar por seu nome. Henrique entrou no carro e dirigiu por vinte minutos. Parou em frente a uma casa onde abriu a porta com raiva e gritou!

— Eu não quero mais essa porra desse seu dinheiro!!!! - chutou as coisas da sala, estava insano e esperou que o velho na cadeira de rodas viesse até ele. - Eu não quero mais nada seu, nem ser exemplo. Eu odeio o que eu sou e a culpa é sua...

O homem apenas o olhou sem dizer nada e deu um sorriso.

— Isso é o que você é!

— Eu te odeio!!!! - foi a ele e o derrubou da cadeira de rodas com ódio. - Estou perdendo minha família por sua causa, eu quase matei a esposa de meu filho, eu sou um animal que você criou!

— E acha que assim vai resolver as coisas? - Sorriu pelo nervoso dele. - Eles não são os primeiros e você sabe... - Sentou no chão.

Ele olhou o pai e disse com ânsia.

— Eu quero eles, eu quero eles não vai estragar tudo!!!!! - gritou nervoso batendo na cabeça como um doido. - Minha mulher espera um filho... Não quero que nada aconteça com ele...

— Você já esqueceu a falecida? - Sentou novamente na cadeira sozinho. - Já esqueceu os sentimentos que tinha?

— O que? - ele disse com ódio dele indo pegar uma bebida. - Você me atormenta desde que sou uma criança, você me atormenta!

Ele sorriu mais.

— Você é um pobre! Um homem pobre tanto de caráter como de sangue. Você vive mentindo quem é, mas um dia todos vão saber que o porco como chama as pessoas é você mesmo.

— Eu não sou pobreeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! Eu sou ricooooooooooo!!!! Eu nunca fui pobre, você que foi seu mendigo filho da puta, seu mendigo desgraçado!!!!! Você é um mendingão, pedidor de comida na rua e se não fosse por mim, você estaria morto!!! Sua casa, seus dinheiro, tudo seu é meu suor!!! - Quebrou o copo que estava na mão dele com ódio e disse saindo. - Eu vou sumir daqui e não quero mais te ver. Eu vou ficar com minha mulher!!!!!

— Todo mundo vai saber que você não é Henrique Ferrer... O grande empresário e sim o Santos flanelinha de farol. Um grande porco do farol.

— Eu te mato, velho trapo!!! Te mato!!!! - gritou com ódio dele e saiu batendo a porta chorou porque tinha chegado a hora, estava louco.

Dirigiu como um animal e quase morreu em três sinais vermelhos, o carro rodou na pista, mas ele continuou dirigindo. Na casa, Suzana tinha mandado todos embora e andava de um lado ao outro sentindo que o marido poderia se matar de tão nervoso que estava não atendia o telefone e isso a estava fazendo surtar.

Henrique chegou em casa, estava com a cabeça machucada da batida e disse com raiva de si mesmo se ajoelhando nos pés dela chorando louco, chorando como um animal.

— Eu sou pobre!!!! Pobre!!!

Ela o olhou assustada.

— O que fez? Como assim é pobre?

— Eu sou pobre, eu sou um porco pobre e sujo de lama... - ele disse com ódio de si mesmo. - Mas eu te amo, te amo e não posso perder você e meu filho. - Disse em desespero com a cabeça agarrada nela.

Ela se soltou dele no mesmo momento.

— Você é pobre? Você sempre foi pobre e não me deixou ser? Que tipo de animal é você? Que tipo de pessoa eu me casei?

— Eu não sou pobre de dinheiro... - ele disse com raiva com nojo. - Somos milionários, mas eu, eu não nasci rico, meu pai era um mendigo. - disse por fim caindo no chão, estava sem chão mesmo. - Sou um pobre diabo que deu sorte na vida.

— Você é um desgraçado. - Não podia ser verdade o que ele estava dizendo não podia ser!

Ela avançou nele sem se preocupar se iria se machucar e gritou.

— Você destruiu a vida do nosso filho! Você não pensa em ninguém só em você mesmo como eu posso amar um homem como você.

Ele chorou e apertou ela contra seu corpo estava em chamas.

— Não queria que ele fosse pobre... pobre como eu nosso filho e você são tudo que tenho Suzana! - ele foi ao sofá e disse com os olhos em lagrimas. - Você é o meu amor...

— Você não sabe amar, você não ama ninguém nem a si mesmo você gosta de ser assim um animal!

Ele a olhou com os olhos sofrendo.

— Eu não te mereço!!! Mas eu te amo, Suzana!!! Eu não quero viver sem você.

Ela se levantou.

— Você não merece a família que tem, eu não sou tão certa assim, mas eu tentei...

— Eu não mereço... eu sei... - ele disse indo ao escritório, uma gaveta se abriu, um tiro foi ouvido.

Henrique não fez nenhum barulho. Suzana correu para o escritório em total desespero e ao abrir a porta o olhou. Henrique tinha a arma na mão e tinha dado um tiro na foto do pai que estava na parede era tanto ódio que ele nem podia conter e virou para ela com a arma na mão.

— Eu quero começar de novo, Suzana, eu quero e vou! Se me odeia, se não pode me ajudar a ser um homem melhor, vou ficar sozinho, mas eu não posso mais!!!

Ela tocou a barriga e sentiu uma pontada pelo modo como correu e foi sentar enquanto o olhava suas lágrimas rolavam por seu rosto. Ele foi a ela e segurou em sua mão.

— O que está sentindo? - Nos olhos dele o amor supremo por ela estava em choque, era um animal e tinha errado a vida toda, mas o amor por ela era verdadeiro.

— Meu corpo dói... minha alma está rasgada, você... - ela suspirou. - Você nunca me deixou ser quem eu sou e agora descubro que o homem que eu mais amo nessa vida não é quem eu pensava que era... - Estava com o coração acelerado e as mãos tremiam. - Eu tirei a felicidade do meu filho por cinco anos. - Ela chorou mais.

Ele chorou junto com ela abraçando com todo amor que ele podia, estava errado, mas não ia desistir.

— Eu sou uma animal... sou um animal! Eu não sei quem sou eu... Eu não sei e nem nunca soube quem sou eu! - ele tocou a barriga dela com amor... - Se acalma, eu não quero que machuque nosso filho e nem a você.

— Você é pobre e por isso nunca me deixou ser quem sou eu? - Estava querendo entender. - Nosso filho...

— Eu fui pobre e odiava pensar nisso, meu pai me fez trabalhar de flanelinha e eramos mendigos, eu vivi na rua com ele por anos... passei fome, frio, não tinha onde tomar banho por isso tomo quatro banhos por dia.

— Você deveria ser melhor que isso, mas escolheu ser mal para seu próprio filho!

— Eu não queria que meu filho fosse como eu... Meu pai foi arruinado por uma mulher... a Mulher com quem ele traiu a minha mãe quando eu era pequeno e depois fomos parar na rua... ele perdeu tudo!

— Ela não é má, nunca foi... - Tocou o rosto dele. - Ela é só uma menina cheia de sonhos e amor pra dar...

— Ela ia destruir o nosso filho como meu pai foi destruído. - Ele falou arrependido de tudo que tinha acontecido porque agora as coisas estavam claras para ele.

— Não é assim, nunca foi assim! Refúgio me fez ser quem eu sou todos esses anos. Me fez entender que a vida está nos pequenos detalhes e eu fui tão feliz de chinelo e vestido simples... - Suspirou. - Mas meu filho não vai me perdoar por eu escondê-la dele.

— Meu amor... Ele vai te perdoar, nosso filho é um bom homem e sabe que você protegeu ela de mim. Eu não ia machucá-la eu não ia tocar nela apenas levar ela para longe de nós... - ele disse a verdade não era um assassino.

— Eu só quero que ele seja feliz, e que se for com ela melhor ainda nosso filho está sorrindo de novo está vivo!

— Ele vai ser, nem que para isso eu tenha que sumir da vida dele... da vida de todos vocês... - ele disse com medo do que ela diria, era a única pessoa no mundo de quem ele dependia. - Você é meu amor, mas vou te deixar em paz... - Ele disse nervoso com ela ali perto dele.

Suzana o olhou e o beijou nos lábios por uma última vez e quando o beijo terminou ela disse.

— Quero que saia de casa! Que coloque seus pensamentos em ordem e eu vou conversar com nosso filho...

Ele sentiu aquelas palavras como um tiro e a olhou nos olhos, tocou a barriga de seu amor e disse com calma.

— Eu te amo acima de tudo que sou ou que fui. - Ficou de pé e saiu dali sem dizer mais nada...

Dionísio chegou na casa dela minutos depois. Ele estava tenso... Suzana chorou sentida ali sentada no sofá enquanto segurava sua barriga sabia de sua culpa e esperaria o julgamento de seu filho tinha feito algo terrível e sabia disso. Queria que o marido fosse melhor, queria que ele parasse de ser preconceituoso e que pudesse ser feliz.

Queria que aquele tempo servisse para que eles ficassem bem novamente e ele pudesse por fim ser felizes. Dionísio se sentou no sofá onde ela estava e disse puxando a mãe para ele com todo amor.

— Mãe... - a palavra soou poderosa com ela ali naquele momento. - Você é minha mãe... a mulher que me deu a vida e me protegeu do mal. Precisa se acalmar... - ele disse amoroso.

— Me perdoa, meu filho... - Ela agarrou ele em seus braços.

— Pare de sofrer assim... eu não quero você assim...

— Me perdoe!

— Me doeu muito saber que tinha mentido para mim, mas quando descobri que salvou a vida de minha esposa eu, eu não quis saber de mais nada e sei o risco que correu porque meu pai poderia ter agredido você por fazer isso. Ele é um animal!

— Eu só queria que ela ficasse bem. Não queria que ela sofresse nada, eu não a odeio só não queria que ela passasse por coisas ruim... Eu não sabia como seu pai iria reagir e por isso te fiz sofrer tanto tempo! Me perdoe. - Segurou o rosto dele enchendo de beijo.

Ele suspirou e agarrou sua mãe com aquele amor todo que ele tinha por ela.

— Mamãe, eu te perdoo com algumas condições... - Ele agarrou com todo seu amor e seu cuidado. - Precisa conversar com ela, pedir perdão a ela pelo que fez.

— Eu peço... - falou agarrada ao corpo dele. - Eu a cuidei todo esse tempo. Eu a quero feliz. - Suspirou parando o choro - Você a deixou onde?

— Ela precisa descansar mamãe foi tudo muito complicado eu a deixei no meu apartamento, você pode conversar com ela amanhã, mas eu prometi que vinha conversar com você primeiro e queria saber como você está, mas não é só isso que quero que prometa eu quero que me prometa que não vai deixar meu pai te controlar mais.

Ela secou o rosto e o olhou.

— Seu pai foi pobre, meu filho e por isso todo esse preconceito. Eu o mandei ir embora de casa!

Dionísio ficou parado esperando a mãe terminar de falar aquela barbaridade que ele estava ouvindo não podia ser verdade uma coisa como daquela depois de tanto preconceito que tinha ouvido do pai uma vida toda.Não podia ser pobre, como assim ele era pobre? Pobre eram pessoas que não tinham dinheiro e o pai dele era muito rico.

— Um mendigo, meu filho.

— Como assim papai era mendigo?

— Ele morou na rua com o pai dele, eles perderam tudo por uma mulher.

— E por isso ele transformou a nossa vida num inferno? Por isso ele fez o impossível comigo e com você para que a gente tivesse tudo e não ser pobre nunca? Meu pai ficou maluco? Ainda bem que você colocou ele pra fora de casa porque senão eu ia colocar agora. Ele massacrou a mim e a você a vida toda!

Ela suspirou.

— Isso que mais me dói! Eu passei a minha vida toda longe da minha família por ele repudia esse tipo de gente e no final ele era um mendigo. - estava sem acreditar ainda. - Eu deixei as minhas origens de lado por ele.

— Pois você vai resgatar todo mundo, mamãe, vamos fazer um churrasco com todos os parentes que eu não conheço quero saber todo mundo quem é e tem mais eu vou falar uma coisa séria com você agora!

Dionísio ficou de pé no meio da sala olhando para ela e analisando o que dizer.

— Eu quero conhecer essa família de mendigo todinha do meu pai! Vamos dar uma festa de arromba para os mendigos da família do meu pai, eu quero todo mundo aqui nós vamos pegar o dinheiro do meu pai, vamos distribuir para família dele toda e para sua família ninguém mais vai ser pobre! Esse vai ser o castigo do meu pai, tudo que era dele e nós vamos dividir.