Déja Vù

De Volta Pra Casa


Na tarde do terceiro dia, os guerreiros e os velhos amigos de Tigresa estavam em seu caminho de volta.

Depois de passar por alguns montes e seguir por uma longa trilha sem que aparecesse nenhum sinal de civilização desde o dia anterior, os mestre sabiam que estavam no caminho certo, já que no bosque no qual entrariam, costumavam viver bandidos e fugitivos.

- Fiquem de olhos abertos – disse Tigresa avistando o bosque alguns metros à frente – pode ser perigoso, podem querer assaltar vocês ou fazer emboscada pra nós.

- Quem? – Perguntou Karina.

- Bandidos – disse Louva-a-Deus que estava no ombro de Macaco – ficam escondidos aqui.

- Mas não tem nada por perto... - raciocinou Carlengo.

- Só que é rota de comércio e viagem, então eles ficam aqui – respondeu o primata.

- Além disso – continuou Víbora – os ladrões aproveitam para se esconderem aqui, já que é há algumas horas do Vale da Paz, do Vilarejo dos Músicos e outros pequenos da província.

- Hm.

Continuaram a caminhar e adentraram o bosque com Garça baixando a altura de seu voo para poder acompanha-los e guia-los. O bosque era imenso, ainda não conseguia ver o vale e nem o palácio, mas avistava ao longe algumas montanhas e deduzia que chegariam à noite, mais tardar, na manhã seguinte.

Três horas depois já haviam perdido a entrada atrás de si e continuavam com Po alegando cansaço algumas vezes, já que a velocidade era alta e ficar assim durante horas, realmente cansa. Até que Tigresa e Vet olharam para cima e viram que o céu começara a tomar uma cor alaranjada. O sol estava indo embora, mas felizmente, não faltava um longo caminho à percorrer.

Todos ouviram um barulho e quando olharam para trás, puderam ver como Carlengo estava pendurado pela perna que estava amarrada com uma corda que o prendia a uma árvore alta e forte. Além disso, a mesma corda estava enrolada em todo seu corpo impedindo que movimentasse os braços e se libertasse sozinho. Vet espalmou a própria testa enquanto Macaco e o inseto soltavam uma sonora gargalhada.

- Ai, o que foi que ela disse sobre prestar atenção em armadilhas?

- Vet, eu não vi...

- Você não prestou atenção – continuava o tigre se aproximando de Carlengo.

- Não, não estava mesmo, estava falando coisas pra mim – alegou Kayla.

- O que ele tava falando pra você?

- Não entendi, ignorei.

- Mal volta a fazer parte do grupo e já dá um fora desses – brincou Shing.

- Nunca vai mudar – disseram Karina e Liang em uníssono.

- Garça, desse aqui, vamos ter que parar um instante! – Gritou Víbora para que a ave pudesse ouvir.

Ao receber o recado pousou para ver o tigre daquela maneira embaraçosa.

- Como é que você fez isso?

- Já explico... – respondeu a serpente.

- Acho que pra um cara que lutava contra Anastásia, não deveria cair tão fácil numa armadilha – sussurrou à ela.

- Ok, está bem de comentários, vamos tirar ele dali – raciocinou Tigresa.

- Por favor, tô ficando enjoado aqui de ponta cabeça.

Macaco começou a subir na árvore e então ouviram um outro barulho antes do primata desaparecer dentro do tronco. Os guerreiros correram até lá para achar um buraco escuro.

- Macaco, você tá bem? – Perguntou Po procurando-o.

- Estou sim – respondeu ele de dentro da árvore oca – eca! Tem alguma coisa pegajosa aqui.

- O que é?

- Como eu vou saber? Não tô enxergando.

- Tem como sair daí? – Perguntou Garça se aproximando mais.

- Acho que tô grudado. Alguém pode colocar alguma coisa pra eu segurar e poder me apoiar?

- Claro – a ave bateu as asas até ficar a certa altura e então colocou a pata para dentro do buraco – segura que eu vou te puxar.

- Tá – ele esticou o braço e conseguiu pegar a perna do amigo.

Garça forcejou um pouco até que conseguiu tirá-lo de lá. Então todos viram macaco envolto em uma espécie de grude e Louva-a-Deus começou a rir. Ninguém poderia dizer que era mel, a cor não era a mesma e também não havia sinal de abelhas por ali.

- Argh, que é isso? – Perguntou Karina.

- Sei lá, só quero tirar isso de mim, que nojo.

- Ei, esqueceram de mim? – Gritou o tigre ainda pendurado na dita árvore.

- Claro que não – Garça voou até o galho ao qual Carlengo se encontrava e enquanto o desatava, os sensíveis ouvidos de Tigresa captaram alguma coisa.

Ela fez um sinal para que todos ficassem quietos e se colocou em posição de batalha. Os outros a imitaram e aguardaram. Foi quando de um arbusto, surgiu um bando de grandes javalis com armas em suas patas e cara de poucos amigos.

- O que vocês querem no meu território? – Disse aquele que parecia ser o chefe.

- Estamos apenas viajando – disse Vet.

- Vejo que caíram nas minhas armadilhas – comentou outro com um sorriso malicioso olhando para Carlengo, que era libertado por Garça, e para Macaco, ainda cheio de cola – como são burros.

- Eu não diria isso se fosse você – disse Po.

- Mas eu vejo que são.

- Andem, me deem tudo de valor que vocês tem e talvez, apenas talvez, eu deixe vocês viverem – disse o chefe novamente – ou talvez queiram morrer pelas patas do maior assassino dos bosques.

“Essa é boa”, pensou Shing.

- Estou esperando e não sou muito paciente, aliás, eu estou vendo algo que me agrada muito no pescoço da gatinha – apontou para Tigresa, viu o colar com símbolo Yin Yang que ela levava.

- Não me chame assim.

- Você não vai levar isso dela – respondeu Po.

- E quem é que vai me impedir? Você? Um panda gordo?

- Sim, eu, “o” panda gordo. O Dragão Guerreiro – se colocou em pose de batalha – prepare-se para sentir o trovão!

Os bandidos, ignorando o fato de lutarem contra o guerreiro lendário e alguns grandes felinos, se arremeteram sobre ele. Estavam em um número bem maior, em torno de uns 30 ou um pouco mais.

Oito deles estavam sobre Po que conseguiu levantar retirar um por um das suas costas, cabeça e braços com giros e os tomando pelas presas aparentes. Víbora se enrolava ao redor dos que podia e lhes causava dor pela força que usava até que não podiam se mexer ou ficavam inconscientes, ou então dava golpes com a ponta de sua cauda e alguns, ela lançava para Louva-a-Deus. Quando não recebia os que sua amiga golpeava, o inseto era atacado por muitos medrosos que preferiam não se arriscar combatendo os animais maiores.

- Vem aqui, bichinho, você vai se dar mal agora, pequenino.

- É, tão fofinho e indefeso

- Como é que é? – Perguntou Louva-a-Deus começando a ficar bravo com a zombaria deles.

Os javalis deram um passo em sua direção a ele e no momento em que baixavam suas espadas e maças para acertá-lo e acabar de uma vez com ele, o inseto os parou com suas pinças e subiu pela lâmina da espada de um deles para acertar o rosto do javali. E depois, ele lançou-o pela presa para os outros, derrubando alguns. Os que sobravam de pé, estavam assustados.

- Quem é fofinho e indefeso agora? – Perguntou ele em pose de luta aparecendo no ombro de um deles.

- Ah!

Enquanto isso um pouco afastado, Tigresa pegou Macaco pela cauda, esquecendo-se que ele estava melado, mas já era tarde. O lançou contra alguns javalis que tratavam de atacar o panda e Liang pelas costas, já que os dois estavam próximos. Macaco os acertou em cheio com as patas traseiras e assim se impulsionou para dar um giro para trás, quando caiu no chão, ficou apoiado em sua cauda e começou a juntar um pouco daquela cola em seu corpo e jogar nos bandidos ou no caminho deles, o que os impedia de prosseguir.

Liang e Karina davam apenas chutes e socos, não queriam usar as armas de Liang, eram apenas bandidos. Um grupo de atacantes tentou atacar Carlengo e Garça que o soltava. Calengo caiu no chão com um baque e Garça usou o vento produzido por suas asas para afastá-los e assim, Vet conseguiu nocauteá-los.

Kayla se escondia entre as árvores quando percebia a aproximação deles, apenas para então, ataca-los de surpresa. Shing, que estava fazendo isso, correu até Carlengo quando ele caiu para soltá-lo já que os outros davam conta dos javalis.

Os que sobravam de pé recolheram seus amigos desmaiados, inclusive o chefe que levou uma boa surra de Po, e correram em uma direção qualquer no bosque.

- Você tá bem? – Perguntou Louva-a-Deus à Kayla.

- Tô sim – disse se levantando -, mas doeu cair.

- Agora preste atenção no caminho – disse Vet – vamos andando, já perdemos um tempo aqui.

Após mais um bom tempo andando a lua podia ser vista entre os ramos das árvores, indicando que já era muito tarde. Eles estavam próximos à uma ponte, um rio cortava o bosque ao meio e então, depois de atravessar a ponte o caminho começava a se abrir. Tigresa sorriu e então disse:

- Já está muito escuro, é melhor descansarmos aqui mesmo e não acendam fogueira, ladrões podem nos ver.

- Ok – disseram Po e os furiosos em uníssono.

- Mas o que vamos comer? – Disse Liang.

- Ah, não se preocupem eu trouxe algumas caixas de bolinhos – disse Po e se sentou recostado numa árvore para abrir sua mochila – quando a gente chegar no palácio eu faço macarrão, vocês vão comer comida de verdade.

- Não tem problema, esses bolinhos chineses são bons – disse Carlengo quase babando à espera de um bolinho.

- Eu te ajudo com as caixas, Po – disse Tigresa.

Logo em cima de tudo estavam as caixas e ele retirou e entregou à felina e ela abriu para que seus companheiros pudessem desfrutar. Todos eles tomaram um bolinho cada um.

- Kayla, eu não te perguntei, como você conheceu a Ti?

Kayla abaixou a cabeça se lembrando de como foi.

- Desculpa perguntar, se não quiser dizer... – foi interrompido.

- Não, posso falar. Foi em uma época muito difícil pra mim, cheguei na China sem dinheiro, não sei onde eu nasci, mas vivi a maior parte da minha vida num lugar chamado Portugal. É bem mais longe do que a Índia.

- Por que veio pra cá?

- Minha mãe morreu e meu pai veio pra cá, ele dizia que era onde ele cresceu e foi embora porque era comerciante, queria viajar e achar um lugar e achou. Quando a gente voltou pra cá ele estava doente e não tinha mais dinheiro e nem comida. Eu estava perto do Vale da Paz e eu tinha uma corta, um arco improvisado e uma flecha. Atirei a flecha com a corta pra enroscar em uma bolsa com dinheiro pra comprar comida longe dali, fugi e eles me pegaram. Contei o que aconteceu pra eles e me levaram pro Mestre Oogway. Ele me compreendeu e guiou, sabendo da minha pontaria, falou que eu tinha um dom de enxergar na direção certa e as mãos firmes e me deu meu primeiro arco – sorriu.

- Nossa, que história.

- É e é por isso que ela era a responsável pelos ataques com flechas – disse Karina – ela é ótima.

- E seu pai? – Perguntou o panda.

- Está bem, nos mudamos pro Nepal e ele mora longe de mim por questão de segurança, mas sempre o visito.

Continuaram a jantar entre brincadeiras e conversas sem sentido.

Três pares de olhos felinos observavam Po e Tigresa. Um deles era Shing, que observava discretamente pensando em como retirar a pedra dela sendo que o panda não a deixava um minuto sozinha. Os outros dois eram de Vet e Kayla.

O tigre ainda não estava acostumado em vê-la com outro. Depois do que tiveram, por mais inocente que tenha sido, teve um significado para ele, mas ela foi embora e o deixou. “É tão estranho”, pensou ele. “Nunca me tratou assim por mais que eu fosse leal e atencioso com ela, acho que ela gosta mesmo dele”. Agora era respeitar sua escolha e se acostumar com ela.

Kayla apenas queria saber o real motivo de sua amiga estar com o panda. Na época em que eram um grupo, Vet era o líder, era o mais forte depois de Tigresa. Podia se lembrar bem que a felina era superior em seu kung fu já que fora treinada a vida toda e ela era a distração do jovem tigre, o que o fazia baixar a guarda algumas vezes. Então, seus amigos quiseram que eles se juntassem e depois de conseguir, ela se foi.

Agora, seu alvo: Po, o pobre panda que ganhou o título de Dragão Guerreiro, um mestre lendário, mais forte, nobre e com domínio da paz interior... evidentemente nos momentos que convém, porque era palhaço, ingênuo e bondoso até demais. Por que ela o escolheu? Se for por sua posição no mundo do kung fu, por que ele não percebe? E se percebe, por que ainda está com ela? Queria averiguar, não gostava de pessoas interesseiras.

Tigresa percebeu os olhares de Vet, e especialmente que Kayla a encarava e olhou fixamente para ela. A tigresa notou e desviou o olhar para em alguns minutos observar novamente. Já era hora de se deitarem, mas algo ainda incomodava.

- Vet, Kayla, algo errado?

- Não, não, nada – disse Vet apressadamente e Kayla nem quis responder.

Notando o clima, todos continuaram calados e foram para seus lugares deitar. Po e Tigresa deitaram perto para conversarem enquanto todos os outros já estavam caindo no sono. Ambos estavam recostados contra a mesma árvore, um ao lado do outro, olhando para cima, justo em um lugar de onde se podia ver entre os ramos a lua subindo cada vez mais e algumas estrelas.

- Tigresa, o que aconteceu? – Perguntou ele volteando o rosto para observar Tigresa

- Como assim?

- Aquela hora, com o Vet e a Kayla...

- Os dois ficam encarando – olhou para o panda -, nada com que se preocupar, mas me incomoda um pouco porque não dei motivos pro modo como faziam isso.

- E como eles estavam fazendo?

- Hm, eles olharam fixamente pra gente.

- Acho que o Vet não gosta da gente junto, será que é isso? E acho que a Kayla ainda não acredita que sou o Dragão Guerreiro – brincou Po tirando uma risada leve da felina.

- Não sei porque o Vet olha assim e não importa se é isso – aproximou uma pata do panda e acariciou seu rosto, causando a aparição de um sorriso nos lábios dele – e não é a primeira vez que alguém não acredita que você é o Dragão Guerreiro – riu.

- É verdade.

- Não desconfie de mais nada com relação ao Vet, por favor, Po.

- Ok, Tigresa – ele suspirou.

- E quanto à Kayla – ambos observaram onde estava deitada a tigresa e depois se olharam novamente – ela vai ter certeza quando enfrentarmos a Anastásia.

- É, vai ser bárbaro!

- Sh, vai acordar eles.

- Desculpa – corou.

- Vamos dormir. Boa noite, Po.

- Boa noite, Tigresa – antes que ela se virasse para dormir, ele foi mais rápido, roubou um beijo e virou.

A felina ficou de olhos arregalados e depois sorriu.

Quando a luz do sol começou a iluminar o bosque, os guerreiros acordaram para prosseguir viagem. Se levantaram e recolheram as caixas de bolinhos para jogar fora depois.

Já havia passado do meio dia e já haviam almoçado porque o estômago do panda fora o primeiro a se queixar e logo os dos outros o seguiu.

O sol baixando, ainda não era o fim da tarde, mas ela se aproximava. Mestre Shifu estava cada vez mais preocupado com seus alunos e sua filha. Será que aqueles gatos enxeridos a levariam de novo? Não podia deixar, ainda se lembrava de como foi perdê-la. Mas agora seus alunos estavam com ela e talvez a trouxessem de volta. Não deixariam que sua líder se fosse como da primeira vez. Ela era mais que a líder para eles e Shifu sabia disso.

O pequeno panda vermelho andava de um lado a outro com as patas nas costas, em frente a Piscina da Reflexão. Zeng já havia entrado ali algumas vezes para dizer ao mestre seu relatório sobre o palácio e o vale e o viu da mesma maneira todas as vezes. Jurava que desse modo, ele marcaria o chão com suas pegadas.

- Mais um dia sem notícias, não pode ser... será que Anastásia os encontrou? Tenho que pensar em todas as possibilidades... – de repente, parou e olhou para seu reflexo.

Viu seu rosto contraído de preocupação e suspirou de olhos fechados para relaxar, além de expressar seu cansaço. Quando os abriu a luz dourada do sol começava a iluminar a galeria pelo lado oeste. Nesse momento, uma brisa veio junto à luz e carregavam pétalas de pessegueiro. Shifu abriu os olhos até não poder mais e as pétalas o rodearam para depois chegar às velas e incensos que contornavam o salão naquela área e sair pelo outro lado.

Shifu se lembrou da paciência de seu mestre apagando as velas quando o chamava para comunicar coisas importantes. O deixava um pouco ansioso, mas agora, ele mesmo era assim, mais calmo e sabia dosar a ansiedade e nervosismo.

Foi retirado de seus pensamentos pelos gritos de Zeng chamando seu nome.

- O que foi Zeng? – Perguntou ao sair do Salão.

- Eles chegaram.

- O quê? Verdade?

- Sim, já saíram da arena, estão no pátio esperando o senhor.

Sem agradecer o ganso, Shifu correu até a arena. Ele sabia controlar ansiedade e nervosismo sim, mas nesse momento, não queria saber desse controle. Desejava ver sua filha e seus alunos, além de se certificar que estava tudo certo e bem com eles.

Os viu esperando e então se curvaram para o mestre.

- Olá, bem vindos de volta.

- Olá, Mestre Shifu – disseram ao uníssono.

- Deixando a formalidade de lado, como está filha? – Perguntou se aproximando de Tigresa.

- Tudo bem – sorriu.

- E... – andou em direção à Vet – por que não deram notícias? – O encarou da forma mais séria que pôde.

- Não podíamos delatar nossa presença, os espiões de Anastásia poderiam saber...

- Sim, mas quando ela soubesse, vocês já não estariam no mesmo lugar – disse para o tigre e depois olhou para os outros – desfaçam suas malas e descansem. Mais tarde vamos ver por onde vamos começar a juntar as pedras e talvez dividir vocês em grupos para o serviço ser mais rápido. Mostrem a eles os quartos de hóspedes.

- Sim, mestre – se curvaram e se foram.

Mas não sem antes Tigresa perceber um sorriso em Shing quando seu mestre falou sobre a possível divisão de grupos e não gostou do modo como isso fora expresso. Sabia que era má ideia dividir, poderiam ser pegos com as joias ou não, mas independente disso, uma captura colocaria tudo a perder. Assim, não entendia o motivo do plano de Shifu agradar seu amigo.

“Será que devo desconfiar? Por que ele gostou desse plano?”, pensava ela com a expressão séria que alertou Víbora.