(JÚLIA’S POV)

Bruno parecia atordoado. Não esperava essa reação tão “íntima” ao dar essa notícia.

–Você não pode...Não...Não agora –Disse, num tom de voz tão baixo, que se não estivéssemos próximos, nem saberia que ele havia falado alguma coisa.

–Mas eu preciso Bruno, o meu lugar não é aqui, minha mãe está no Brasil, sozinha, não posso abandoná-la –Ainda olhando fixamente pro volante, se deu conta de que estava parado no meio da estrada, com vários carros buzinando e pessoas xingando, então, levantou o olhar, olhou para frente e voltou a dirigir, como se nada estivesse acontecido.

–Olha, não quero estragar a noite. Vamos nos divertir hoje, esquece essa história –Deu de ombros e eu fiquei tipo “Mas que merda de bipolaridade é essa?”. Bom, não podia continuar com o assunto se ele não quer ouvir, então, me calei. E assim permaneci todo o trajeto, até chegarmos num restaurante, super fino, daqueles de filmes.

Descemos do carro, e de mãos dadas fomos até a porta do restaurante. Paparazzi nos cercavam, Dre, que nos esperava na porta, os afastava, mas Bruno fingia que eles nem estavam ali, enquanto eu, estava ficando cega com tanto flash.

–Awwwww, uma salva de palmas pros pombinhos –Gritou Ryan, da mesa onde estava sentando com o pessoal da banda, quando nos avistou indo em direção a eles.

–Não, espera, chama o cara do violino pra poder tocar uma entrada triunfal –Disse Phil, levantando e encenando um violinista imaginário. Nos fazendo rir, e muito.

Bom, jantamos, bebemos e rimos muito. Depois seguimos pra uma boate local e tinha uma fila enorme.

–Como vamos entrar nisso? Olha só, como ta cheio! –Exclamei olhando a fila de uma ponta, a outra.

–Meu amor, você está com Bruno Mars, esqueceu? –Disse Bruno, piscando e indo em direção aos seguranças da boate, que barravam a entrada.

Bom, como previsto, eles deixaram a gente entrar assim que viram o Bruno andando em direção a eles. Acho que esse é o baixinho mais convencido que já vi.

Passamos muito tempo naquela boate. Em alguns momentos, Bruno olhava o celular, que deve ter tocado umas cinco vezes só enquanto estávamos lá, mas, como sempre faço, fingi que não me importava e continuei curtindo. Fomos uns dos últimos a saírem. Bruno bêbado demais, junto com os meninos. Eu, não tão bêbada, ainda tinha controle sobre o meu corpo, então, sendo a única mais “sóbria” do grupo, liguei pro motorista da van da banda, para vir nos buscar, no outro dia, pegaríamos o carro de Bruno no estacionamento.

O Pessoal foi o caminho todo brincando. Um batendo na cara do outro, gravando vídeos, e etc. Eu apenas ria até que enfim chegamos em casa. Tirei as roupas do Bruno, deixei ele só de cueca. Pois é, eu merecia ver alguma coisa agradável essa noite, já que não iria passar disso, se é que me entendem. Retirei seu celular do bolso, e coloquei em cima da mesinha. Minha vontade era vasculhar cada centímetro daquele aparelho, pra ver quem estava ligando e mandando sms a noite toda, mas deixei pra lá, nunca fui do tipo “controladora maníaca obsessiva” pelo namorado, eu apenas finjo que não vejo. O que tem se tornado cada dia mais difícil de por em prática ao lado do Bruno.

[...]

Sabe quando tudo parece perfeito? Quando você está com quem ama, tem amigos que ama, está realizando um sonho e sente como se nada pudesse estragar aquilo tudo...Até que uma coisa estraga?

“Apenas uma semana...” –Essa frase não saía da minha cabeça.

Eu só teria mais uma semana em Los Angeles, na minha escola, com meu namorado, que nem sei se vai continuar sendo depois de voltar pro Brasil, e claro, com o pessoal da banda. Amigos que vou levar pro resto da minha vida.

Eu estava em casa, era uma Segunda-Feira à noite, e nada do Bruno me ligar. Ele me ligava todos os dias quando não me via, e eu esperava ansiosa, mas hoje, foi diferente, isso não aconteceu. Fiquei um bom tempo, lutando contra o sono, conversando com Jessie, que me contava sobre algumas coisas do trabalho, até que desisti de esperar. Fui para o quarto, dando boa noite a Jessie, joguei o celular, que estava até o momento em minha mão, em cima da mesinha, e adormeci.

[...]

Acordei com o som de uma mensagem. Pensei até que fosse meu despertador pra aula, mas era um pouco cedo para isso acontecer. Virei, vagarosamente, peguei o celular, e li a mensagem:

“Acho que seria interessante você abrir seu e-mail agora ;)”- Li em voz alta. Número? Desconhecido.

Não pensei duas vezes, corri par escrivaninha, liguei o notebook, entrei no meu e-mail e lá havia um vídeo, enviado por uma pessoa que parecia ser fake. Finalmente, o vídeo carregou, e eu vi cena por cena...Sem acreditar no que estava ali. Uma filmagem do Bruno, tendo relações sexuais com a Joyce. Cada detalhe, cada movimento, que estavam me fazendo enjoar.

“MAS QUE PORRA É ESSA???” –Bom, era a única coisa que pensava no momento.

E como se não bastasse, no final do vídeo, a Joyce ainda vinha em direção a câmera, e soltava uma frase: “Eu disse que iria se arrepender de roubá-lo de mim, beijos”. E assim terminou. Fiquei ali, paralisada em frente ao notebook. Sem saber o que pensar, o que fazer, como fazer...Eu só queria minha mãe nesse momento, só isso.