Aquelas palavras pareciam ter saído de sua boca e atingido diretamente meu coração, fazendo-o parar por um minuto. Tive a sensação do mundo não existir mais a minha volta, e só lembrei dele, bem ali na minha frente, dizendo o que eu queria ouvir em toda minha vida.

-Acho que essa é a parte que você fala "Também te amo" -Disse Bruno, sorrindo.

-Desculpa seu bobo -Acariciei seu rosto - Você sabe que eu te amo, acho que até mais do que alguém possa amar outra pessoa - Falei, limpando as últimas lágrimas que estavam caindo.

-E então, você me perdoa? -Cruzou nossos dedos.

-Hum...Deixa eu pensar...Claro né Bruno?! -Sorri. Ele não disse nada, apenas me beijou.

Ficamos deitados na minha cama por um bom tempo, trocando beijos daqui, amassos de lá, mas Bruno teve que ir embora porque tinha muito trabalho no estúdio, e dessa vez, fiquei em casa para estudar.

[...]

Já havia se passado um mês e meio do meu intercâmbio em Los Angeles. Posso dizer, sem sombra de dúvidas, que tem sido os melhores dias da minha vida, apesar da saudade da mamãe e da Mel. Ligo pra elas quase todos os dias, muito mais pra Mel, claro. Conto tudo que acontece entre mim e o Bruno para ela, que a propósito, está se saindo muito bem no trabalho, e já até foi promovida. Em relação a mim e meu namorado, bom...Estamos cada dia mais próximos, parecendo mais com um casal. A maior parte da semana não nos víamos direito, eu por causa dos inúmeros trabalhos do colégio e ele por causa dos últimos preparativos para nova turnê. Acho que minha vida não poderia estar melhor.

-Ta bom amiga, nos vemos daqui a duas semanas! –Disse Mel, que logo em seguida deligou o celular.

No momento em que ela me ligou, estava me arrumando para sair com o Bruno e os meninos da banda, já que era sábado, e tinha uma semana que não os via direito. Mas, quando a Mel falou: “Nos vemos daqui a duas semanas” a ficha meio que caiu e eu parei para pensar. Seriam só mais quatorze dias em Los Angeles. Por um lado era ótimo, pois tinha conquistado mais um objetivo na vida, mas por outro, ficar sem o Bruno, sem o pessoal da banda, é difícil só de imaginar.

Em meio a esses pensamentos, recebi uma mensagem do Bruno.

“Estou chegando aí pra te pegar amor, beijos!”

Decidi então, aproveitar a noite, sem pensar em nada, apenas curtir com meu namorado. Terminei de me arrumar. Optei por um vestido bege, “engana papai”, de tecido bem leve, com um cinto dourado marcando a cintura. Uma sandália Peep Toe estilo boneca, de camurça preta. Coloquei bastante maquiagem, marcando bem a parte dos olhos, com uma sombra trabalhada em três cores, claras e acesas. Um batom nude, cabelos soltos, bem lisos e por fim, acessórios grandes e dourados.

Ouvi a campainha tocar e deduzi que seria o Bruno. Peguei minha bolsa carteira preta e saí.

-Como você consegue garota? –Perguntou-me Bruno, assim que me viu na porta.

-Consigo o que? –Disse sem entender.

-Ficar mais linda, a cada dia que passa –Me agarrou e beijou. Um beijo com tanta vontade que me arrepiou dos pés a cabeça –Sabe... O que você acha da gente cancelar esse encontro, eu ligo pro pessoal, desmarco tudo e a gente sobe pro seu quarto e... –Piscou, mordendo o lábio inferior e me encarando.

-Nada disso, você é muito insaciável senhor Hernandez –Dei um tapa leve em seu braço.

-Para Jú, tem quase uma semana, to com saudade de você, desses beijos, desse corpo...- Beijou meu pescoço, me fazendo derreter, mas, eu queria muito sair, aproveitar essas últimas semanas em Los Angeles com todos juntos.

-Não Bruno, sério, vamos sair –Levantei o rosto dele e coloquei contra o meu –Depois eu te recompenso, pode deixar – Pisquei, dei um selinho em sua boca e fui em direção ao carro.

(BRUNO’S POV)

E Júlia como sempre estava linda, acho que a cada dia que passa ela me surpreende com tanta beleza, e, eu me surpreendo por estar tão apaixonado por uma garota, como nunca estive em toda minha vida.

Eu e o pessoal da banda, decidimos começar com um programa mais calmo hoje, apenas um jantar, num restaurante fino e famoso da região, e claro, depois uma balada. No caminho, não pude perceber a expressão longe e pensativa de Júlia, acho que nunca tinha a visto assim.

-O que foi minha Hooligan? Está tudo bem? –Perguntei, acariciando sua coxa.

-Oi? Não...Nada, só estou pensando, nada demais –Forçou um sorriso, que não me convenceu

-Fala sério Júlia, eu te conheço há o que? Um mês e meio –Dei uma leve gargalhada –Você não me engana, o que te preocupa?

-Ta bom senhor “Sabe tudo” –Falou num tom de voz engraçado, que logo deu lugar a um tom triste e vazio –Acontece que, só faltam duas semanas para eu voltar pro Brasil e...-Freei o carro bruscamente no meio da estrada –BRUNO, O QUE FOI ISSO? MEU DEUS, A GENTE PODERIA TER SOFRIDO UM ACIDENTE! –Disse Júlia, gritando de desespero.

-Desculpa...Eu...é que...Eu não tinha parado pra pensar nisso – Fiquei olhando fixamente para o volante.

“O que eu vou fazer quando ela for embora? Não vai dar...” -Pensei