-O QUE EU ESTOU FAZENDO AQUI? EU SOU SUA NAMORADA BRUNO, E VOCÊ SAI E NÃO ME CONVIDA? AINDA VEM COM UMA PIRANHA IGUAL A ELA? -Disse Joyce, apontando pra Júlia, que estava parada com os olhos arregalados.

-Escuta Joyce -Peguei-a pelo Braço- Você não tem o direito de chamar as pessoas assim, principalmente a Júlia!

-Ah! Então esse é o nome dela? Júlia?! -Nesse momento ela se virou pra Júlia- Deixa eu te fazer uma pergunta querida: Por que não está na sua esquina agora? Soube que esse trabalho dá um bom lucro!

Pude ver as lágrimas caírem pelos olhos da Jú e ela saiu correndo da boate. Não acreditei no que estava acontecendo, todos da pista de dança olhando aquela briga desnecessária que a Joyce causou. Já estava até vendo a capa das revistas dessa semana: "Bruno Mars é pego traindo a namorada". Mas o que importava agora era Júlia, ela saiu desnorteada do local e eu estava preocupado.

Pude avistar Dre vindo em minha direção com mais três seguranças, para o meu alívio.

-DRE! TIRA ESSA MULHER DAQUI, AGORA!

-Desculpa Bruno, eu não tinha visto, sinto muito! -Pegou Joyce pelo braço e saiu

Depois de ela ser retirada, o DJ colocou a música novamente para acabar com aquele clima e eu fui atrás da Júlia, temendo que algo ruim acontecesse.

(JÚLIA'S POV)

Eu não acreditava naquilo. Nunca fui tão humilhada em toda minha vida. Aquela mulher mal me conhecia e me insultou daquela maneira? Não pude conter as lágrimas e minha única reação foi fugir daquele lugar. Eu nem sabia direito onde estava, em que bairro ou rua, apenas corri, sem direção, sem rumo. Aquelas palavras ditas por Joyce entraram como facas dentro de mim. Claro, eu sabia que aquilo não era verdade, que nenhuma daquelas palavras fazia juízo a mim, mas o fato de todo mundo da boate ouvir e achar que isso era verdade, me deixou mal.

Depois de correr muito, cheguei a um tipo de praça onde tinha um chafariz, todo iluminado com luzes coloridas e um banquinho bem na frente dele. O lugar era lindo, mas eu nem estava me importando com isso, as lágrimas não paravam de cair. Era um misto de vergonha, humilhação e tristeza. Apenas me sentei naquele banco e chorei.

"Então é com essa puta que você está me traindo senhor Bruno Mars?!" -Essas palavras ecoavam na minha cabeça. Era torturante saber que todos nesse momento deveriam estar pensando que eu realmente era isso, e o pior, o Bruno era famoso, com certeza sairiam matérias sobre isso nas revistas de fofocas, internet, e tudo mais. Bom, de uma coisa eu tinha certeza: Daqui a pra frente, seria conhecida pelos Hooligans como "A Vadia".

-JÚLIA? ATÉ QUE ENFIM TE ACHEI! -Era o Bruno, correndo em minha direção enquanto eu continuava sentada, chorando.

-Bruno, eu não sou isso, não sou nada do que ela disse, eu...

-Vem cá! -Não me deixou terminar, sentou do meu lado e me abraçou. Um abraço quente, carinhoso, tipo aqueles que sua mãe te dá quando tem algum problema. E eu não pude me controlar, chorei ali, no ombro dele, e depois de um tempo assim, abraçados, ele levantou meu rosto e me encarou.

-Você não é nada disso, pelo contrário -Colocou a mão no meu rosto - É a menina que faz meu coração bater descompassado, que me deixa com um sorriso bobo no rosto toda vez que te vejo, deixa minha respiração acelerada, mãos suadas e sem falar nas borboletas no estômago- Sorriu.

-É isso que sinto por você há anos Senhor Hernandez-Sorri, sem acreditar no que tinha ouvido. Ele gostava de mim, BRUNO MARS GOSTAVA DE MIM!

Num movimento lento, Bruno puxou meu rosto e colando ao seu, me beijou. Aquele beijo... Um beijo apressado, cheio de desejo, que fazia qualquer um se arrepiar e se entregar a ele, mesmo que não quisesse. Era como se o mundo preto e branco se tornasse colorido. Como se ninguém mais existisse, e se continuassem a existir estariam olhando aquela cena. Ele me abraçou enquanto beijava e isso me trouxe uma segurança inexplicável. Eu podia sentir sua respiração e seus batimentos cardíacos mais fortes como nunca. Naquele momento, o que eu queria era não estar sonhando, apenas isso.

As luzes do chafariz nos iluminavam, a noite estava perfeita para isso acontecer. Sabe, toda dia e noite eu sonhava em como seria o nosso primeiro encontro, não com beijos e tal, mas de fã pra ídolo. Ensaiava o que falaria pro Bruno, presentes que eu poderia dar pra ele, mas sinceramente, a magia acontece quando você menos espera. Acho que no momento que você deixar tudo nas mãos do tempo, ele se encarrega de trazer o seu amor até você, sem precisar de esforços.

Depois de um tempo se beijando, nos desvencilhamos e ficamos nos encarando com um sorriso de bobos apaixonados no rosto. Parecíamos dois adolescentes saindo a primeira vez juntos, num encontro perfeito.

-Onde você estava esse tempo todo?–Disse pegando minha mãe e cruzando nossos dedos.

-Infelizmente, no Brasil– Sorri, lhe dando um selinho.

-Eu deveria ir ao Brasil mais vezes sabia...

-Vamos parando com a palhaçada– Fingi cara reprovação e Bruno começou a rir.

-Para sua boba, você é única!– Puxou meu rosto novamente e me beijou. Dessa vez um beijo calmo e lento. Com carinho e intensidade, que me fez arrepiar. Quando Bruno percebeu isso separou nossos lábios.

-Que foi? –Perguntei sem entender o porquê de ele parar aquele momento mágico.

-Você...Você é tão sensível a mim –Passou a mão pelo meu rosto até o pescoço, me fazendo arrepiar de novo.

-E isso é bom? –Perguntou com cara de safada

-Entre quatro paredes é bem melhor... –Piscou com um sorrisinho no canto da boca me fazendo rir.

-Você é o mesmo Bruno que a gente vê nos vídeos do Youtube, sempre retardado– Sorri

-Você me chamou de que?

-Re-tar-da-do!

-É melhor correr, porque você vai se arrepender de ter dito isso!

Saí correndo que nem uma criança por aquela praça deserta. Bruno vinha atrás de mim gritando “Eu vou te pegar garota!” e eu ria demais. Enfim, ele me alcançou e nós caímos num gramado. Ele subiu em cima de mim e começou uma sessão de cócegas.

-PARA BRUNO, PARA! –Disse entre risadas

-Eu disse que você iria se arrepender garota!

-SÉRIO, EU JÁ ME ARRENPEDI, PARA! TO QUASE FAZENDO XIXI!

Bruno parou e começou a rir, se jogando do meu lado na grama. Ficamos um tempo assim, deitado em silêncio. Demos as mãos e olhamos o céu que estava todo estrelado. Noite perfeita, homem perfeito. Eu era definitivamente a menina mais feliz do mundo, mas não pude deixar de pensar em com seria daqui pra frente. Será que eu era única mesmo ou só mais uma?