Narrativa: Hikari

Flash Back On

Ao pisar dentro de meu apartamento, antes mesmo que pudesse fechar a porta ou mesmo reagir ao calafrio, o som da porta sendo fechada sem minha ação e a voz daquele homem preenchia o local escuro. Não contive minhas lágrimas, tendo o desespero consumindo todo meu corpo, não permitindo que movesse nenhum de meus músculos. Ele abraça-me por trás, sussurrando em meus ouvidos palavras repugnantes, como nas mensagens que ele deixava sob minha carteira todos os dias... "Ele acha que estas palavras são bonitas...?" Penso.

Ele arrasta-me ao meu quarto e joga-me com força em minha cama, que em um rápido movimento, já sentara me no móvel e encostava-se na parede. Ele aproximava-se cada vez mais de meu rosto e eu revirava-o para que ele não tocasse, mas ele segurava com força com um de suas mãos o meu braço e o outro meu rosto que forçava-o para olha-lo. Minha voz não saía, mas em um único movimento, faço-o afastar-se de mim que olhando-me com desgosto após isto, avançou em meu pescoço e apertava-o cada vez mais.

Para... Pedia com minhas mãos em seus braços, tentando fazer o máximo para soltar-se de suas mãos imundas Alguém... Me... Antes mesmo que eu pudesse perder totalmente minha consciência, sinto a dor de meu pescoço aliviar-se, fazendo-me deitar-me e retomar meu fôlego. Sinto minha visão embaçar mais do que já estava por causa das lágrimas que não paravam de escorrer, vendo quem era a pessoa que salvara-me de um terrível destino: Akashi Seijuurou; ele dava socos no professor, que também tentava revidar, mas utilizando o Olho do Imperador, desviar-se dos movimentos eram tão fáceis. Logo a polícia adentrou no meu quarto, imobilizando e logo algemando o professor... Não, o agressor e perseguidor; enquanto Akashi carregava-me em seu colo para fora de meu apartamento.

Como... Como você sabia...? Perguntava com dificuldade, tendo as palavras presas em minha garganta por ainda estar assustada, saindo apenas com uma voz fraca que quase não dava para escutar-se. Ele olha-me com seus olhos heterocrômicos que mantinham-se frios como de costume Eu não... Havia dito... Eu não havia dito a ninguém, além dos policiais e as minhas vizinhas que não acreditaram em minhas palavras, não havia como ele saber...

Eu vi Foram apenas suas palavras para responder minha pergunta, mas eu não entendia-as... Não se preocupe, levarei você a um hospital e... Ele interrompia sua própria fala, logo, escutando meu sobrenome sendo gritado por uma voz que eu reconheceria de qualquer lugar.

Shinta... — Digo ao vê-lo, deixando que as lágrimas tomassem conta novamente. Eu havia dito sobre o ocorrido ao Tsubaki, porém, não havia dito a ninguém de minha família, não querendo preocupá-los. Akashi entrega-me no colo de Shinta que fitava-me preocupado, tendo eu segurando fortemente em seu uniforme que vestia — Estava com medo... Estava com tanto medo...

AkashiShinta chama o ruivo que já quase adentrara em sua limousine preta — Obrigado — Ele agradece, onde eu fito Akashi e mexendo apenas meus lábios: "Obrigada..."

Após aquela noite, não permaneci em nenhum hospital daquela região ou em qualquer hospital, Shinta transferiu-me ao hospital de sua família, tendo minha saúde, prioridade máxima. Ele visitava-me todos os dias, perguntando sobre minha recuperação aos médicos que sempre afirmavam que eu logo receberia alta, mas em uma destas visitas, onde eu já estava com meus pensamentos ajeitados sobre aquela noite, Shinta pergunta:

—O que Akashi estava fazendo no local?

—Não sei, não faço a mínima ideia — Respondo já normalmente, recebendo apenas os olhares confusos do esverdeado ao meu lado, sabendo que eu não estava mentindo sobre o fato — Perguntarei ao retornar amanhã ao colégio.

—Não — Recebendo minha surpresa como resposta, continua — Você ficara ainda umas semanas em minha casa, para ter a certeza de que está recuperada.

—Você realmente é insistente — Comento com um sorriso de canto, sabendo que não era este o problema — Apenas quer que eu assista seu jogo nas finais das eliminatórias para a InterHigh, estou errada?

—Não, será depois de amanhã — Ele diz com um sorriso simples em seu rosto.

—Não irei perder nenhum segundo desta partida.

Ao chegar a data que ele tanto esperava que eu visse, surpreendo-me quem seria seu adversário nas finais naquele dia: Colégio Seirin, que acabava de jogar com um dos Reis de Tóquio — Os três melhores times de Tóquio: Shutoku, Seihou e Senshinkan— Colégio Seihou. "Seirin, até onde aguentarão?" Pergunto-me ao ver que os jogadores permaneciam exaustos, com a exceção de um dos melhores jogadores daquela quadra que não derramava um pingo de suor: Yuzuki Makoto, dando indícios que não havia entrado na quadra. E acertando em minhas palavras, ela não havia pisado em nenhum momento no jogo contra Shinta que fazia-me soltar um sorriso alegre nos lábios.

Incrível Shinta! — Eu estava admirada com seus arremessos que chegavam ser lançados do outro lado da quadra, mas o que mais surpreendera-me fora o jogador com a camiseta 10 de Seirin: Kagami Taiga, a nova dupla de Tetsuya, que após alguns tempos de jogo, conseguia impedir os arremessos de Shinta— Impossível... — Eram as únicas palavras que saiam de meus lábios, sabendo que ele pulava mais alto que Shinta para alcançar seus lance, era algo surpreendente.

Seirin não aguentava muito tempo, nem mesmo Kuroko conseguia participar livremente por ser impedido pelo jogador que era havia os Olhos de Gavião, que permite ver a quadra inteira de vários ângulos: Kazunari Takao. O jogo fora bastante concorrida, sendo que Seirin saiu vitorioso por uma diferença de um ponto.

Shinta! — Bato na porta do vestiário em que o time de Shutoku estaria trocando-se após o jogo. Um dos membros abrem a porta e respondem-me que ele não estava e eu corro para procurá-lo, não importando-me com a chuva que estava Shinta! — Ao encontrá-lo, vejo-o com uma lágrima escorrendo de seu rosto, vendo-o que aquela teria sido sua primeira derrota e que estava chateado por causa disso — Não fique assim... — Aconchegando-o em um abraço para consola-lo, recebo apenas uma bronca do maior a minha frente:

—Por que está na chuva? Sabe que sua saúde ainda não está totalmente recuperada.

—Pare já com isso! E vá trocar de roupa! — Brigo com o mesmo por ele também estar na chuva, sendo interrompidos apenas pelo toque de celular de Shinta— Quem é? — Pergunto curiosa, onde ele mostra-me de quem era a ligação, pegando o celular de suas mãos e desligando sem hesitar — Não quero escutar a voz dela por mais tempo.

—Concordo — Eu não era a única que achava a voz de Satsuki irritante, principalmente quando ela falava o nome do qual gostava: "Tetsu-kun!", que apenas de imaginar ela falando isto, incomodava-me.

Voltamos ao vestiário onde ele secara-se e trocara de roupa, onde eu apenas sequei-me com a toalha que ele havia me emprestado. Ele vestia apenas sua camisa de seu uniforme, enquanto eu utilizava seu blazer preto sobre minhas roupas que ainda permanecia molhada. Logo, indo em direção a um próximo restaurante para comermos antes de voltarmos para casa, com a companhia de Takao e para a surpresa de nós três, o time inteiro de Seirin permaneciam em uma mesa separada de: Tetsuya, Taiga, Ryoutacchi e seu capitão.

—Vamos embora Shinta ameaçava ir embora do local, sendo impedido por mim que fora em direção de todos para cumprimenta-los e aconchegar-se ao lado de Makoto que estava juntos com sues veteranos. Takao aproveitara da situação e arrastava o capitão de Kaijou para a nossa mesa, permanecendo eu, no meio de Takao e de Makoto, e Shinta na mesa que estava com uma pesada atmosfera Yuuki, venha aqui.

—Por que eu iria? — Pergunto dando-me de ombros para sua situação constrangedora, estando na mesa a frente de quem acabou de perder, sendo que eu segurava minha risada e mantinha a pose. Ele podia odiar a ideia de permanecer ali, porém, o papo fluía, enquanto em nossa mesa, roubavam minha risada e a de Makoto com as brincadeiras de Takao, sendo apenas interrompido por dois rapazes que direcionavam suas palavras a mim:

—Ué, Hiyori? — Um deles apresentava cabelos longos e loiros, tendo um de seus olhos azuis cobertos por sua franja longa. Fitava-me confuso que apenas recebeu os meus olhares vindo de minha parte — O que fazes aqui?

—Por favor, você deve estar confundindo com outra pessoa — Respondo-o, recebendo olhares sérios e frios do outro ao lado do loiro, apresentando cabelos curtos e pouco bagunçados, da coloração vermelha e com olhos castanhos. "Lembra-me o Akashi..." Penso.

—Claro que não! Pare de fazer-se de tonto — O loiro ainda insiste.

—Por favor, está sendo um incômodo — Digo, fazendo o ruivo arrasta-lo para longe de nós.

Hey... Quem é Hiyori? — Um dos membros de Seirin pergunta-me curioso, recebendo apenas um sorriso simples de minha parte:

Yuuki Hiyori fora minha irmã gêmea — Recebendo a surpresa de todos, até mesmo da mesa que permanecia a conversa entre eles, que antes mesmo que eu pudesse continuar a explicação, Takao interrompe-me:

—Então o Shin-chan...

—Não, ele não a conheceu — Interrompo-o, sabendo qual seria sua pergunta— Nem mesmo Shinta chegou a conhece-la, pois ela faleceu junto aos meus pais em um acidente de carro quando eu apenas havia quatro anos.

—Nossa... Desculpe-me pela pergunta... — O jogador que havia perguntado quem havia sido ela desculpa-se, recebendo apenas um: "Está tudo bem, acostumei-me a isto".

—Takao, Yuuki, vamos Shinta chama-nos para irmos embora, assim despedindo de todos, retiro-me. Mas antes de retirar-me digo estas palavras a Makoto:

—Desculpe-me, mas apenas assisti este jogo. Espero que no próximo jogo Tsubaki também participe Tsubaki ainda estava internado em observações e Makoto não havia participado de nenhuma das eliminatórias, assim, Seirin conseguiu chegar as quadras das finais sem a ajuda da Dupla de Prata.

Caminhávamos pelas ruas, onde Takao já havia se despedido de nós por ser diferente seu caminho, quando Shinta fita-me rapidamente e pergunta:

—Já foi visitá-los?

—Não — Respondo, sabendo do que ele referia-se.

—Vá durante suas férias de verão, é no Brasil que está seus túmulos — Ele diz, recebendo minha confirmação:

—Sim, irei uma semana antes de começar minhas férias de verão.

Permaneci mais alguns dias na residência Midorima, voltando as aulas apenas na próxima semana, não ficando para assistir o jogo de Seirin contra o Colégio Too, colégio onde a primeira dupla de Tetsuya frequenta: Aomine Daiki. Retornei as aulas, mas não troquei nenhuma palavra com Akashi, apenas no momento em que ninguém além de nossos conhecidos:

—Cheguei, Ak...Akashi...sa...ma... — Ela vergonhoso e humilhante chama—lo daquela forma, fazendo-me corar. Recebendo apenas os olhares surpreendidos e o sorriso debochado do rapaz que sabia o motivo de eu chama-lo daquela forma: "Caso eu lhe veja desta forma novamente, você terá de aceitar que nunca me vencerá e jogará este seu orgulho no lixo".

—Incrível Akashi comenta a si mesmo, aproximando-se de mim com a bola em mãos — Boa garota — Ele trata-me como fosse algum cachorrinho, deixando-me com uma veia saltada em minha testa ao ser tratada desta forma — Vamos — Ele ordena-me, estendendo-me a bola — Mano-a-mano.

—Isto é... — Antes que pudesse terminar minha frase, interrompo-me e respiro fundo — Claro, pois perderei novamente.

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