Você conhece o efeito domino? É quando uma peça cai e, em segundos, todas as outras estão no chão. A atual situação poderia ser resumida assim.

POV Larissa

Quando eu disse que queria voltar o Izzy pareceu meio triste, mas não discutiu, talvez porque ele soubesse que aquilo renderia uma briga do caralho, ou talvez porque ele estivesse mesmo preocupado com a Mari, ou talvez um pouco dos dois.

Nós arrumamos tudo e quando chegamos o jatinho já esperava pela gente no aeroporto, eu estava desesperada e Izzy tentava me acalmar sem nenhum sucesso. Quando chegamos ao apartamento estava todo mundo lá na sala preocupado, o Steven chorava e eu sentei do seu lado e comecei a chorar também, ele me abraçou e a gente ficou chorando por um tempo enquanto todos os outros estavam em silencio. O telefone tocou e eu corri e atendi, eram os desgraçados que teriam uma morte lenta e com muita dor proporcionada por mim. Eles me mandaram passar o telefone para o Steven e ameaçaram a Mari.

Depois que o Steven desligou ele parecia revoltado, pronto pra se vingar dos filhos da puta e é claro que eu ajudaria, eu ia caçar aqueles desgraçados ate no inferno se fosse preciso.

O Axl e o Slash conseguiram o dinheiro deus sabe como e a gente ligou pros caras - lê-se eu, já que não deixei mais ninguém tocar o telefone-.

- Alô? – o cara falou.

- Eu tenho o dinheiro. – falei.

- Quem tá falando? –ele perguntou.

- O seu futuro pesadelo. – respondi com raiva. – Onde é pra encontrar vocês?

- Ah, é a nervosinha, eu lembro de você amor, sua revolta fez falta aqui. – ele falou malicioso.

- Vá pro inferno, eu te ajudo. – Nós combinamos o lugar e em meia hora estávamos no local - Eu e o Steven -. O único problema é que a Mari não estava lá e obviamente isso gerou uma confusão do caralho e quando os caras deram no pé eu me enfiei dentro do carro e fui com eles.

Eles pararam em frente a um casebre e desceram, eu desci atrás me escondendo.

- Tem certeza que ninguém nos seguiu? – um deles perguntou abrindo uma cerveja, eu me escondi atrás do sofá.

- Já disse que tenho John.

- Que merda, mesmo sem a garota a gente poderia ter conseguido a grana.

- Talvez a gente consiga sequestrar a outra, a nervosinha, vi em algum lugar que ela casou, aposto que o marido dela daria a grana que a gente pedisse pra ter a gostosinha de volta.

- Verdade. – um deles falou com a voz pensativa. – E a gente pode aproveitar né? – eles riram aquilo me deixou enojada e me fez pensar o que eles teriam feito com a Mari e aquilo me deixou com raiva, eu sai de trás do sofá e dei um murro no que estava mais perto, e é claro que isso foi uma péssima ideia já que era eu contra cinco.

- Olha nem vamos precisar fazer esforço, ela veio ate a gente.

POV. Izzy

Aquele dia estava péssimo, nem dava pra acreditar que ontem eu estava tão feliz com a mulher que eu amo, e agora ela sumiu, provavelmente está com os filhos da puta que pegaram a Mari.

Bom, pra começar o dia já começou mal, o Axl liga dizendo que a Mari foi sequestrada, depois a gente para a lua de mel pra voltar pra cá porque a Lari tava desesperada, quando a gente chega eles ligam e depois de o Axl e o Slash conseguirem o dinheiro a Lari literalmente ameaçou de morte quem tentasse ir também – além do Stev - e eu sentia que isso ia dar merda. E deu.

- Izzy não me mata. – essas foram as primeiras palavras do Stev quando ele chegou em casa chorando e sem Mari e sem Lari.

- Stev, cadê as meninas? - eu perguntei tentando parecer calmo, mas já tremia. Ele começou a contar e na hora que ele falou que Lari tinha entrado no carro dos caras eu levantei com raiva, não sabia onde ela estava, mas teria que acha-la e pela cara do Slash eu teria ajuda.

- Onde você vai? – Stev perguntou, ele ainda chorava.

- Atrás da minha mulher. – eu falei nervoso.

- Você esta louco Izzy? O melhor a fazer é esperar. – Axl disse tentando parecer racional.

- Eu vou com você, preciso achar a Mari. – Steven disse se levantando.

- Eu vou também. – Slash seguiu atrás da gente e saímos antes que os outros pudessem protestar.

Uma hora andando e nada, era uma tarefa impossível, íamos para um lugar desconhecido, não tínhamos nenhuma informação e não poderíamos avisar a policia ou eles poderiam acabar fazendo alguma coisa com Lari. Nós três estávamos oficialmente fodidos e desesperados.

POV. Larissa

Depois daquela confusão onde teve tapas, murros, chutes e pontapés eu, não sei como, consegui fugir, sai pela rua correndo, mas estava perdida. Meu olho provavelmente estava roxo e meu corpo doía. Sai vagando tentando achar algo que me ajudasse a descobrir onde estava.

- Ta perdida linda? – um carro parou do meu lado, o dono da voz desceu o vidro e eu pude ver seu rosto, era jovem, deveria ter uns 25 anos, com o cabelo loiro e um pouco curto.

- Na verdade estou. – respondi.

- Pra onde você quer ir? – ele perguntou, eu lhe respondi. – Ta longe de casa hein linda? Quer carona ate lá? - eu acabei aceitando, mas fodida do que já estava não tinha como ficar. Certo?

Ele parou o carro de repente. Eu me estressei, já estava cansada das merdas que aconteciam na minha vida, eu só queria ser feliz com o homem que eu amo, será que é pedir muito? Parece que sim.

- Calma querida. Você só vai dormir um pouquinho. – ele disse com um pano no meu rosto, tudo começou a girar e segundos depois eu apaguei.

Acordei em uma sala mal iluminada, estava com os braços e pernas amarrados e sentada em uma cadeira, olhei para o local e depois para mim, e assustei ao me ver. Estava somente com uma lingerie vermelha e exagerada.

- Acordou meu bem. – o rapaz que me deu carona falou, olhava para mim e passou a mão em meu rosto. – Você é linda.

- Me solta seu filho da puta. – falei com a voz fraca.

- Calma querida, não se preocupe.

- Onde eu estou?

- Em uma das casas de tolerâncias mais famosas de L.A. – ele disse orgulhoso, eu fiz uma expressão de ponto de interrogação. – Casa de prostituição. – ele pareceu decepcionado por eu não saber o que é casa de tolerância.

- VOCÊ ME TROUXE PARA UM PUTEIRO? – eu gritei.

- Shhh. – ele colocou um dedo na minha boca para me calar, eu tentei morder, mas ele foi mais rápido. – Você é nervosinha hein?

Eu gritei ate que eles me amordaçaram. Um outro rapaz, um pouco mais velho, começou a me analisar, depois começaram a discutir sobre o que eu poderia fazer ali.

- É melhor ela começar como dançarina. – essa foi a decisão, eu comecei a gritar e a me debater indignada. O outro cara – o mais velho – saiu e o outro ficou.

- Que anel é esse? – ele perguntou simpático, mal ele sabia a morte que eu planejava pra ele na minha cabeça. – É uma aliança?

- É.

- Você é casada?

- Não imbecil, eu roubei a aliança da puta da tua mãe.

Aquilo pareceu ter ofendido ele e como resposta ele me desamarrou, me levou bruscamente e quase me jogou em cima de um palco.