Donatello Divindragg A Guardiã Amazona

Capítulo IX – Celebração da Juventude


Capítulo IX – Celebração da Juventude

Poseidon

Hoje é um dia muito especial, é o aniversário de cinco anos do meu amado filho mais novo, o tempo passou voando, parece que foi ontem mesmo que estávamos todos juntos, festejando o nascimento de Donatello no Olimpo, mas cá estamos nós, cinco anos depois. Eu tentei fazer parte o máximo que pude da vida e do crescimento de Donatello, mas sei que estive falhando como um pai presente, eu tive sorte se conseguia visitá-los duas ou três vezes em um mês. Felizmente sempre fui bem-vindo por ambos, mesmo estando afastados, Sophia e eu continuamos tendo relações românticas, eu amava muito ambos, e ainda quero trazer ambos para o meu reino.

Alcançar a idade de cinco anos é um grande marco na nossa sociedade, mesmo entre os deuses, é o momento em que o indivíduo deixa de ser uma criança, sem responsabilidades e tornar-se um jovem, onde ele começará a trilhar um caminho no nosso mundo. Obviamente, especialmente para as raças mortais o dia do seu nascimento era comemorado todos os anos, foi denominado de aniversário, era um bom motivo para encontrar-se com amigos e familiares e comemorarem suas curtas jornadas e a dádiva de suas vidas. Mas a celebração da juventude era o segundo aniversário mais importante e mais comemorado entre todos.

Afinal, depois do nascimento até os 2 anos, os indivíduos eram considerados apenas bebês. A partir dos 2 aos 5 anos, eram considerados crianças, onde ocorrem importantes marcos como aprendizado inicial, formação da linguagem e primeiros passos. Mas a partir dos seus 5 anos, há a Celebração da Juventude, uma enorme cerimônia que marca a transição da infância para a juventude. A partir dessa idade inicia-se um período de treinamento e estudo, adaptado conforme as tradições familiares, normalmente este caminho era definido pelo caminho que seus pais tomaram, por isso era muito comum os pais e filhos seguirem as mesmas profissões, afinal era mais fácil seguir um caminho que seus pais já haviam trilhado e passado as mais diversas situações para te instruir.

Claro que esse caminho não é definido pelos deuses ou mesmo os pais, os mortais poderiam ir para diferentes caminhos conforme envelheciam, por isso nesses anos, eram apresentadas diferentes possibilidades de estudos e treinamento, para prepararem os jovens, para os desafios que enfrentarão na vida adulta. Existe uma infinidade de caminhos para todos seguirem e crescerem e poderem ter uma boa vida, entre eles os mais comuns são o caminho do Guerreiro, Estudante, Comerciante, Ferreiro, Marinheiro, ou qualquer outra profissão que ele precisaria para viver como um adulto no nosso mundo.

De toda forma, o trabalho é indispensável para qualquer um, até mesmo nós deuses não estávamos isentos de termos nossas contribuições, afinal eu tinha que administrar um reino gigantesco, muito embora é verdade que tentei me aposentar e passar as responsabilidades para os meus filhos. Esse período chamado de juventude, começava aos 5 anos e se se encerrava aos 15 anos, onde oficialmente o jovem tornava-se um adulto pleno, formalmente chamado de Celebração da Maioridade, claro que o treinamento e estudo eram intermináveis, o conhecimento é interminável, mas normalmente com essa idade, os jovens adultos partiriam dos lares dos seus pais e formariam suas próprias famílias.

De toda forma, existe uma grande festa no fim do ano no Olimpo, festa essa que começa no último dia do ano e vai até o fim do primeiro dia do ano subsequente, foi batizada de Festival da Ascensão, o nome soava grandioso, pois normalmente nesta festa estavam reunidos todos os deuses aliados do Olimpo, a mais alta nobreza das grandes nações mortais, os semideuses e as ninfas, até mesmo as grandes almas que viviam nos Campos Elíseos eram permitidos estarem presentes, era basicamente a reunião dos deuses para festejar junto de suas criações.

Entre estes presentes na festa, havia os mortais com potenciais para um futuro brilhante, especialmente em combate, os descendentes de grandes heróis e aventureiros, de semideuses ou discípulos que o meu irmão Quíron, deus dos centauros treina e tem potencial para atingir grandes feitos, mesmo com origens humilde e sem destaque. Uma das “atrações” era a denominada de Batalha Olímpica, para deixar dinâmico e competitivo, havia apenas uma regra, que era os participantes deveriam ter completado seus 15 anos no ano da disputa.

A Batalha Olímpica ocorria no último dia do ano e o vencedor dela, teria a chance de enfrentar Héracles em pessoa, afinal a ideia dessa competição partiu dele, que queria estar de olho em grandes promessas e heróis formidáveis que poderiam ser grandes um dia. Esse momento acabou tornando-se um dos momentos mais legais de entretenimento que tínhamos durante a festa.

E para os jovens que haviam acabado de passar toda a sua juventude treinando, era interessante ver e sentir o poder daqueles grandes mortais de sua geração. E para os Jovens com menos idade era uma boa chance de notar no que podiam melhorar e no que estavam avançados. Esse era um dos motivos para que eu queria levar Donatello comigo no final desse ano para a Celebração.

— Amor, eu já disse que não é bom enfurecer a minha criadora. — disse Sophia preocupada. Eu havia dito que estava querendo levar Donatello para ver o Olimpo nesse dia. Claro que ele nasceu lá, mas um bebê não poderia lembrar de alguma coisa, ainda mais dias depois do seu nascimento.

Minha amada e linda Sophia, ela era uma jovem mulher de beleza deslumbrante, parecendo ter por volta de 23 anos, embora já tenha mais que 30 anos, sua aparência congelou por sua metade de dragão. Sua pele branca como a neve que contrastava harmoniosamente com seus cabelos negros e sedosos, que caíam em cascata até o meio de suas costas. Seu rosto era um verdadeiro espetáculo, adornado por lábios vermelhos e carnudos que pareciam convidativos e seus olhos, oh, seus olhos... Tinham uma íris de coloração violeta, como um profundo crepúsculo, mas o que mais chamava atenção era a peculiaridade de suas pupilas, que não eram redondas, mas sim verticais, reminiscente dos olhos dos dragões lendários.

Seu corpo era verdadeiramente escultural, delineado por curvas sinuosas e voluptuosas que pareciam esculpidas por mãos divinas. A altura imponente de 1,70m conferia-lhe uma presença majestosa, capaz de atrair todos os olhares ao seu redor. Por hoje ser um dia especial, suas roupas eram mais elegantes e caras, ela preferiu combinar elegância e sensualidade, envolvendo-se em vestidos que realçavam suas formas exuberantes e complementando com acessórios delicados que adicionavam um toque de sofisticação.

Em suas expressões faciais, ela revelava uma gama de emoções, desde um sorriso encantador que iluminava todo o ambiente até um olhar intenso que parecia penetrar na alma de quem a contemplava. Seus maneirismos eram refinados, exibindo uma postura elegante e graciosa que denotava confiança e autocontrole. Apesar de sua aparência jovem, ela irradiava uma aura de sabedoria e poder, como se carregasse consigo uma história milenar.

— Não há com o que se preocupar, Atena não pode expulsar vocês dois de lá, não comigo lá. — a tranquilizei, ela sorriu levemente.

— Eu sei disso, mas eu não quero causar confusões desnecessárias.

— Você é minha filha, seu lugar é no Olimpo comigo. — disse Hefesto com firmeza, entrando na discussão.

— Pai, você sabe bem como ela é. — argumentou Sophia com o pai.

— E você é minha devota, não há forma de você e meu protegido não serem bem-vindos em nosso lar. — disse Hera com firmeza.

— Muito bem, então acho que nós iremos. — disse Sophia sorrindo por fim.

— Ei, agora fiquei magoado, só concordou em ir depois que Hera disse que te protegeria, eu e seu pai não valemos nada?! Hum! — cruzei os braços frente ao meu peito.

— Mas é claro que valem, vocês dois são os melhores. — disse Sophia rindo da minha brincadeira. Enquanto se curvou levemente na minha direção e beijou meus lábios com ternura.

— E cada meu beijo também? — perguntou Hefesto enciumado, o que fez Sophia rir e levantar-se do meu lado para ir do outro lado da mesa para abraçar e beijar o rosto de seu pai.

— Obrigado, você é o melhor de todos. — riu Sophia alegremente, vê-la assim tão animada e leve era bonito.

— Será bom para Donatello conhecer mais os deuses e realezas dos reinos mortais e poder interagir e explorar a convivência com mais pessoas, especialmente aqueles com idades próximas da dele. — concluiu Hera.

É verdade, sei que era necessário, devido aos problemas com Anfitrite e Tritão os caçando, mas é verdade que por sempre estarem escondidos, Donatello não tem amigos da sua idade, na verdade, ele não tem amigo algum, que não fosse os anjos que fazem a segurança dele e da sua mãe. Na verdade, ele mal viu mais que poucas dúzias de seres vivos e interagiu basicamente com seus irmãos, especialmente Rodes, que vem ao menos uma vez por mês visitá-los, os outros veem vê-lo ainda mais raramente. Hera também faz visitas ocasionais. Hefesto tenta manter, mas ele era um cara distraído em seu trabalho nas forjas, ele esquecia de visitar.

— Pelo menos hoje o pequeno dragão está se divertindo como nunca. — disse uma voz doce e melódica chamando nossa atenção, era Aglaia, uma das três graças, uma deusa menor da beleza, esplendor, glória e adorno, ela era filha de Zeus e da Oceânide Eurínome, felizmente foi antes de Zeus casar-se com Hera, então elas não tinham desavenças. Após todos os problemas de Hefesto, Ares e Afrodite, Hefesto desfez o casamento e uniu-se posteriormente com ela.

A deusa menor da beleza fazia jus a seu domínio, aparentes 20 anos, 1,72m de altura, uma divindade de beleza deslumbrante, exalando graça e elegância em sua forma divina, sua pele era branca como a neve. Seus cabelos são um loiro resplandecente, que cintila como os raios do sol sobre os campos verdejantes. Suas madeixas onduladas caem em cascata sobre seus ombros, irradiando uma aura de luminosidade e brilho. O rosto de Aglaia tinha traços suaves e delicados, seus olhos possuem uma cor azul cristalina, que hipnotiza e encanta, emanando uma aura de bondade e compaixão.

Seus lábios são rosados e convidativos, curvados em um sorriso gentil que ilumina seu rosto com uma luminosidade radiante. O corpo de Aglaia é uma sinfonia de formas suaves e curvas voluptuosas, esculpidas com perfeição divina. Sua figura é esbelta e graciosa, mas, ao mesmo tempo, exala uma sensualidade irresistível, que atrai todos os olhares para sua beleza deslumbrante. Vestida com roupas feitas dos tecidos mais finos e adornada com joias preciosas.

— Amor, já preparou tudo? — perguntou Hefesto.

— Assim, vim avisar que o banquete está pronto. — anunciou Aglaia sorrindo largamente.

— Ya, não precisava se esforçar tanto, eu disse que poderia fazer tudo. — disse Sophia sorrindo para Aglaia. Acho que esse apelido, “Ya” é uma forma de abreviação do nome da deusa e um apelido carinhoso que Sophia tinha com sua “madrasta”.

— Minha menina, eu disse que iria fazer tudo, hoje não é somente um dia especial para o pequeno Don, mas para você também, e o mínimo que poderia fazer era o banquete e te deixar descansando e conversando com os outros.

— Obrigada, você está sempre cuidando de mim. — disse Sophia docemente. Enquanto Aglaia a abraçava e beijava o rosto da Sophia.

— Eles já estão demorando um pouco. — disse Hera para mim.

— Eu disse para Pégaso não ir muito longe e não demorar demais, logo eles estarão de volta para começarmos a comer. — disse a tranquilizando.

Normalmente eu poderia comunicar-me com meus filhos em suas mentes, mas em razão da magia de ocultação em Don eu não conseguia encontrá-lo para usar tal habilidade, nem mesmo em Pégaso, já que conforme Hécate nos explicou a magia até mesmo oculta os seres próximos fisicamente de Don e Sophia. Mas ela havia colocado em Sophia, Donatello e em mim, magias rúnicas de ligação, por onde eu podia conversar com ambos a distância.

— Donatello, retorne com seu irmão, vamos começar a comer. — a runa de ligação estava brilhando nas costas da minha mão esquerda, ela tinha o tamanho de um polegar, com um símbolo antigo de magia rúnica que eu não entendia exatamente o que era, mas era redondo e brilhante quando eu injetava minha energia nele, desaparecendo logo em seguida.

— Estamos retornando. — ouvi a voz de Don de volta da runa de comunicação.

Donatello e Pégaso foram dar uma volta juntos, desde que Don começou a aprender a usar suas asas e conquistou os céus, ele tem focado muito nessa habilidade, fazendo com que Sophia tenha que o repreender para ele prestar atenção em seus estudos. Então, assim que Donatello viu seu irmão alado, o Pégaso, ele ficou animado em ir voar em suas costas, embora fosse a segunda vez que eles se viam, era a primeira vez que Donatello tinha idade o suficiente para lembrar dele, afinal, Pégaso tinha uma personalidade muito livre e sempre vagava pelo mundo e não era muito ligado em datas. Felizmente ele veio no quinto aniversário de Don, assim como no dia em que Donatello nasceu.

O primeiro, progenitor da raça, Pégaso é um cavalo alado, imortal. Nós deuses podemos controlar a concepção, ou seja, se no momento da relação colocamos nossa semente ou não na nossa companheira, eu quis colocar a semente na Ninfa, pois queria atingir mais dolorosamente possível Atena, só não sabia que ela iria fazer o que fez com a Medusa. Depois que ela foi amaldiçoada, eu não podia ter certeza que ela continuaria carregando e gerando minha semente dentro de si, só quando Perseu decapitou ela, que finalmente Pégaso e Crisaor poderão nascer.

Após seu nascimento, eu cuidei deles, até quando eles quiseram minha proteção, então um dia o Pégaso partiu em aventuras, indo primeiro ao monte Hélicon, local onde as Musas viviam, ele bateu com seus cascos no chão do monte Hélicon, fazendo brotar nesse local a fonte de Hipocrene, que se tornou famosa como um símbolo de inspiração para os artistas. Quem bebesse das águas sagradas da fonte, ganharia dons artísticos, Pégaso gostava da companhia das belas deusas e viveu muitos anos lá.

Tempos depois, a Quimera estava aterrorizando Corinto, atacando rebanhos e causando medo com o fogo que lançava por sua cabeça de dragão, então um dos meus filhos semideuses, Belerofonte foi mandando para lutar contra a Quimera, mas teria enorme dificuldade de vencer o monstro sozinho, dessa forma, eu tinha que ajudá-lo, então mandei Pégaso para vencer o monstro. Juntos, Belerofonte conseguiu matar o monstro e salvar Corinto, sendo o primeiro e único mortal que montou no Pégaso.

Depois disso, eles mantiveram-se juntos, tornando-se uma dupla, vivendo agora no mundo mortal, Pégaso se aproximou de Éguas, assim gerando a espécie de Pégasos, uma subespécie de cavalos, que tinham asas como seu pai. Depois de muitos anos, Belerofonte, dominado por seu orgulho e pela vaidade, já que muitos o chamavam de divino, achou que seria capaz de voar com Pégaso até o Olimpo, a morada dos deuses, para juntar-se a nós sem permissão anterior. Ele sempre teve sérios problemas com isso, mesmo que muitas vezes o alertei a ter cuidado, mas eu não podia controlar as ações dos meus filhos, o máximo que podia fazer era aconselhá-los.

Vendo a audácia dele, Zeus, diante da atitude do herói, enfureceu-se e mandou uma abelha picar o cavalo enquanto ele voava até o Olimpo. Ao ser atacado, Pégaso acabou derrubando Belerofonte, mas eu não podia deixar meu filho morrer por algo tão pequeno, então vendo a queda dele, fiz com que a terra ficasse mole para evitar a sua morte, mas eu ainda tinha que puni-lo de alguma forma, já que ele havia transgredido as regras, então, retirei seu companheiro fiel, ordenando-o que Pégaso retorna-se ao monte das Musas, seu lar anterior, sem poder jamais voltar a ver Belerofonte.

— Logo eles estarão de volta. — de repente um brilho esverdeado chamou nossa atenção, assim que o brilho apagou, deixou no lugar Rodes.

— Perdão pela demora, fiquei enrolada na cidade, só consegui fugir agora, não cheguei tardiamente, certo?

— Não, chegou no momento certo, minha linda. — disse sorrindo, enquanto abraçava minha filha e beijava o topo de sua cabeça. — Na verdade, é a segunda aparecer dos seus irmãos, o primeiro foi Pégaso.

— Que bom, fico feliz. — disse ela sorrindo aliviada.

— Mana Rodes, mana Rodes. — escutamos uma voz infantil e animada chamar ela.

— Meu amor, vem cá me dar um beijão. — aos poucos ambos iam descendo do céu em nossa direção.

A aparência de Pégaso é uma magnífica, ele era enorme, do chão até suas costas deviam ter mais de 2,5m de altura e do chão até sua cabeça então passava de 3 metros de altura, seu corpo é esbelto e musculoso, transmitindo uma sensação de força e elegância combinadas, sua pelagem brilhante e imaculada em branco puro, um branco que reluz à luz do sol como a neve recém-caída. Seus olhos de um verde brilhante que expressam uma inteligência vívida.

As asas do Pégaso são uma maravilha da natureza, vastas e majestosas, com mais de quatro metros cada, eram como se feitas de pura luz, suas penas são brancas como as nuvens, e quando se movem, cortam o ar com uma graça incomparável. Cada batida de suas asas é poderosa e fluida, permitindo que ele voe com uma destreza e velocidade sem igual. Seus cascos são robustos e firmes, protegidos por uma pelagem macia e espessa que se estende até os joelhos. Sua crina flui ao vento como uma nuvem ondulante, adicionando um toque de mistério e encanto à sua aura celestial.

Sem se importar com a altura, antes mesmo de Pégaso chegar ao chão, Donatello pulou de suas costas, juntando com a enorme estrutura de Pégaso, eram mais de cinco metros de altura, mas para os músculos poderosos de Don, não foi um problema. Ele correu na direção de Rodes, sorrindo largamente e muito animado. Ele havia crescido mais um pouco, agora estava com 1,25m de altura, seu cabelo estava grande, abaixo da altura de seus ombros, as mechas negras naquela imensidão branca deixava-o ainda mais belo, e mesmo que agora ele não tivesse nenhuma de suas características de dragão amostra, seus olhos eram chamativos demais para esconder sua descendência com os antigos monstros.

— Por Poseidon, como você já está tão grande?! — ela mediu sua altura com a dele, que sinceramente já não era uma grande diferença, já que Rodes tem apenas uns 25cm a mais que ele. — Logo estará da minha altura. — riu Rodes enquanto o abraçava.

— Logo, logo eu vou ser mais alto que você, manona. — ele separou-se sorrindo largamente. Enchia meu coração de felicidade ver ambos, eles realmente tinham uma ligação especial, e ver os dois irmãos tão unidos e felizes, me enchia de uma felicidade que não conseguia colocar em palavras. — Eu estava voando, bem alto, muito rápido, a você conhece o Pégaso?

— Claro que nos conhecemos, ela também é minha irmã. — riu Pégaso quando pousou ao lado de ambos. A voz de Pégaso era grossa e imponente, o que combinava com seu tamanho enorme de cavalo.

— É mesmo, você nasceu junto do Crisaor.

— Ei, cadê o meu mano?! — uma voz chamou nossa atenção, andando calmamente na nossa direção estava mais um dos meus filhos, Crisaor, conhecido como O Gigante Espadachim Dourado.

Ele foi gerado junto de Pégaso, ele era um gigante, assim como Pégaso eu o levei para o reino de Poseidonis quando ele nasceu, ele tinha um enorme talento para esgrima, onde eu o ajudei a se aprimorar e melhorar, creio que ele talvez até seja melhor que eu hoje em dia, afinal, minha arma principal deixou de ser uma espada e tornou-se meu Tridente.

Assim ele ficou conhecido como o Espadachim Dourado. Logo quando ficou mais velho e viu Pégaso partir, ele seguiu seu exemplo, porém ele foi para Península Ibérica, onde ele se tornou rei e casou-se com Callirhoe, uma náiade filha do titã Oceano, e foi o pai do gigante de três cabeças Gerião, que infelizmente acabou se perdendo em sua ganância e foi posteriormente morto por Héracles durante a execução de seu décimo trabalho.

Posteriormente Crisaor foi para o fundo do mar, onde foi coroado um príncipe regente, eu o trouxe para trabalhar junto de seus irmãos e me substituírem, então junto de sua esposa, ele começou a viver nas cidades marítimas no fundo do mar de Poseidonis, administrando algumas destas cidades do fundo do mar.

— Mano. — correu Don animado na direção dele.

— Fala pequenino, olha só como esse seu cabelo está grande, já te disse que o cabelo grande atrapalha na hora do combate.

— Mas o seu é grande? — perguntou Donatello confuso.

Ele tinha razão, o cabelo do Crisaor era muito grande. Assim como o restante, na verdade, sua altura é assombrosa, ultrapassando facilmente os dois metros e meio, mesmo que quando gigante passava de uma centena de metros de altura. Seu corpo é robusto e musculoso, revelando uma força formidável e uma destreza incrível. Sua pele brilha com um tom dourado radiante, como se fosse banhada pela luz do sol, conferindo-lhe uma aura de nobreza e divindade. Seu rosto é esculpido com traços marcantes e angulares, destacando-se pela harmonia de suas feições. Seus olhos são da cor do mel, brilhando com uma intensidade cativante e uma sabedoria ancestral.

Uma barba dourada adornando seu queixo quadrado acrescenta um ar de dignidade e autoridade à sua aparência. O cabelo de Crisaor é tão dourado quanto sua pele, caindo em ondas luxuosas em torno de seus ombros largos até sua cintura. Sua postura é regalada e confiante, refletindo sua linhagem divina e seu papel como guerreiro e líder entre os gigantes. Vestido com armadura reluzente e ornamentos de ouro, Crisaor exala uma aura de poder e majestade. Sua presença é imponente e inspiradora, transmitindo uma sensação de respeito e reverência a todos que têm a sorte de encontrá-lo.

— Bem, quando você se torna tão bom quanto eu sou, nada pode te atrapalhar a vencer. — ele sorriu largamente, enquanto dava uma piscada para Donatello, que riu animado e cumprimentava o irmão com uma troca de socos, punho com punho.

— Tão legal. — vibrou Don animado. — Então vou deixá-lo crescer mais e mais, e serei o melhor dos filhos do papai. — sorriu Donatello em desafio. Então notei o motivo dele estar deixando o cabelo crescer, não permitindo que Sophia o cortasse, eu e meus filhos temos todos os cabelos compridos, ele só estava tentando ficar o mais parecido comigo e seus irmãos.

— Muito bem, seus grandes e poderosos guerreiros de cabelos longos, que tal todos se juntarem ao banquete e comermos juntos. — disse Sophia sorrindo, chamando nossa atenção.

— Ei, ei, estamos um pouco atrasados, mas deviam ter esperado por nós. — escutei uma voz áspera e grossa, que facilmente pude reconhecer como o meu segundo filho mais velho, Paláimon, deus dos Tubarões, sua mãe era Talassa, deusa primordial do mar.

— Irmãozão grande Tubarão. — sorriu Donatello animado.

— Irmãozinho pequeno Dragão, embora tu já está ficando bem alto em, logo, logo, já não vou poder chamar de pequeno dragão. — brincou Paláimon sorrindo.

— Sim, já estou quase da altura da mana Rodes. — comemorou Don sorrindo.

— Ei, mas ela é baixinha demais para servir de parâmetro.

— Ei, cara de tubarão, estou ouvindo. — ameaçou Rodes apontando uma faca de prata para o irmão, que riu.

Paláimon sempre foi o meu filho mais brincalhão, sempre tentando fazer uma piada e tentando ser engraçado, embora muitas vezes ele era apenas irritante, ainda mais quando tentava fazer suas piadas para suas irmãs. Embora ele fosse muito doce e protetor com seus irmãos, ele tinha um pavio meio curto. Sua aparência exibe uma presença imponente, com seus 1,90m de altura e estrutura muscular robusta. Sua pele é profundamente negra, dando um ar de beleza único, seus cabelos desciam por suas costas até a metade, eles eram encaracolados, tão escuros quanto a noite, adornam sua cabeça, complementando seus olhos verde escuros, que brilham com a intensidade das águas misteriosas.

Vestindo túnicas cinza que se movem graciosamente com cada passo, Paláimon transmite uma elegância descomplicada. Sua expressão facial é constantemente sorridente, revelando um humor jovial e brincalhão. O sorriso largo é notável, ressaltando dentes pontiagudos, reminiscentes dos de um tubarão, adicionando um toque único à sua aparência. A postura descontraída e os maneirismos de Paláimon refletem sua natureza extrovertida. Sempre pronto para fazer piadas e espalhar alegria, ele irradia uma energia contagiante, como as ondas que dançam na superfície do oceano.

Seu sorriso constante e olhar amigável fazem dele uma presença acolhedora entre os deuses marinhos. Apesar da aparência jovial, Paláimon exibe uma idade aparente de 25 anos, mantendo a juventude eterna típica dos deuses. Expressões marcantes incluem os dentes de tubarão que se destacam quando ele sorri, adicionando um toque distintivo à sua fisionomia. Além disso, tatuagens diversas adornam seu corpo, contando histórias de suas jornadas e conquistas nos mares vastos que ele governa como deus dos tubarões.

— Pai, desculpe chegarmos atrasados. — escutei a voz de Delfim atrás de mim, sua voz era grossa, porém era calma e tranquila. Este foi o meu primogênito dos deuses homens, nascido pouco antes de Paláimon, assim como o último também era filho de Talassa, ele era o deus das Orcas e dos Golfinhos.

Ele sempre esteve comigo no mar, sempre me ajudando de perto, sendo meu braço direito e com certeza era o filho mais próximo e confiável, não que os outros não fossem, muito pelo contrário, mas Delfim foi o segundo filho homem e esteve ao meu lado o tempo todo, sempre me apoiando, só Despina e Anteu eram mais velhos que ele. Sua personalidade era tranquila e calma, dificilmente eu o via irritado, seja o motivo que for.

Sua aparência era bela, personifica a majestade do oceano em sua forma humana. Com uma altura de 1,75 metros, sua pele levemente bronzeada reflete sua conexão com os vastos horizontes marítimos. Seu corpo magro e definido, embora não ostente uma musculatura robusta, transmite uma elegância fluida e ágil. Seus olhos verdes, profundos como os abismos oceânicos, contrastam com seus cabelos lisos e brancos que caem suavemente até um pouco abaixo dos ombros. Vestindo uma túnica acinzentada, Delfim exala uma aura de serenidade, como as águas calmas e profundas que ele governa.

Seu semblante é marcado por uma expressão séria e fechada, revelando a responsabilidade e a gravidade de seu papel divino. A postura ereta e calma de Delfim, combinada com maneirismos deliberados, reflete a confiança e a serenidade que ele incorpora como deus dos oceanos. Aparentando ter cerca de 30 anos, sua idade aparente é um equilíbrio entre a juventude eterna dos deuses e a sabedoria acumulada ao longo dos séculos.

— Não, chegaram no momento perfeito.

— Delfim, que bom que veio na minha festa. — disse Don se aproximando de nós, embora ele estivesse no colo de Rodes, o que era engraçado, ele já era quase do seu tamanho.

— Claro que eu viria, hoje é o seu dia especial, dia da sua cerimônia de Juventude, onde você se torna um pequeno homem. — ele se aproximou e fez carinho nos cabelos de Donatello que sorria largamente para seu irmão. — É um dia especial para o nosso reino de Poseidonis, mesmo que estejamos um pouco longe do fundo do mar, já que no momento você não pode ir para o fundo do mar, o fundo do mar vem até você, meu irmão.

— Sim, sim, hoje é um dia muito especial. — disse Hera sorrindo largamente, enquanto batia palmas chamando nossa atenção para ela. — Mas que tal o fundo do mar juntar-se a nossa mesa para aproveitarmos esse banquete?

— Agora, sim, estou morrendo de fome. — disse Pégaso se aproximando.

O banquete que Aglaia havia feito era incrível, poderia mesmo chamar de algo digno de deuses poderem aproveitar, sobre uma mesa comprida e larga, onde facilmente caberia dúzias de pessoas sentadas lado a lado, em muitas cadeiras, havia uma enorme quantidade de pratos de diversos tipos, o cheiro gostoso de diversos tipos diferentes de alimentos tomava facilmente a narina de todos.

Além de ter comidas de animais comuns, como carne de boi, de porco, de frango e peixes, havia as carnes de criaturas que não foram criadas por nós, os deuses, as criaturas criadas no abismo, embora tenham algumas diferenças elas são comestíveis e podem ser ingeridas e algumas são realmente uma iguaria que até mesmo nós deuses gostamos muito, como, por exemplo: A carne de Cocatriz, Calygreyhound, Coelhos Mutantes, Cobra Nuvem, entre outros espécimes.

Além dessa enorme quantidade de comida, havia alguns alimentos divinos que eram permitidos somente para os deuses poderem se alimentar, mas já que hoje era uma data especial trouxemos um pouco para o plano dos mortais, Ambrosia e Néctar, e a fruta-do-paraíso, uma fruta que tinha um formato semelhante a uma Laranja, mas ao invés da casca ser verde, sua casca é dourada, assim como seu anterior.

Embora também seja dourada, ela não é a mesma fruta dourada do Jardim das Hespérides, o fruto daquela árvore é mais parecido com uma maçã dourada. A fruta-do-paraíso inclusive é um dos ingredientes que vai na própria Ambrosia e Néctar, embora sozinha já seja completamente deliciosa, afinal ela tem o gosto que seu alimento favorito teria.

— Ufa, cheguei a tempo, que bom que Proteus foi me buscar a tempo, acabei me atrapalhando com a data. — disse uma voz grossa e alta, era meu filho Órion.

Conhecido pela alcunha dê o Gigante Caçador, ele é um gigante, filho que tive com a mortal Euríale, uma das filhas do rei Minos de Creta. Ele cresceu com sua mãe, felizmente eu pude ser presente em sua vida, meu relacionamento com Anfitrite já estava indo de mau a pior naquela época, então durante um tempo eu acabei tendo relações com outras mulheres e tentei naquela época começar o processo de separação, mas por pressão de meus filhos acabamos reatando.

Órion sempre foi um espírito livre como Pégaso, ele gostou de vagar pelo mundo vivendo livremente e indo em direção que sua profissão de aventureiro o levava, sendo um dos Aventureiros do mais alto ranking, filiado a guilda de aventureiros que Quíron criou. Ele é muito conhecido por seu envolvimento com Ártemis e Apolo, onde por ciúmes sem fundamento, Apolo fez com que a própria Ártemis o acertasse com seu arco, o matando.

Entretanto, ao notar que ela havia abatido um amigo, implorou a Asclépio que salvasse ele, assim ele foi ressuscitado pelos métodos incríveis do futuro deus da medicina. Felizmente meu filho foi salvo pelo deus da medicina, e cá está ele comemorando o aniversário de seu irmão mais novo.

A aparência dele era imponente e cativante. Sua altura excede a dos homens comuns, alcançando facilmente mais de dois metros, muito embora quando em sua forma normal, alcançava uma centena de metros. Seus músculos são esculpidos e poderosos, evidenciando sua força e destreza física. Seu rosto é marcado por traços nobres e masculinos, com uma mandíbula quadrada e olhos profundos que brilham com determinação e inteligência.

Uma barba cerrada emoldura sua expressão, acrescentando um ar de virilidade e mistério. O cabelo de Órion é escuro e ondulado, caindo em cachos espessos em seus ombros largos até o meio de suas costas. Sua pele é bronzeada pelo sol, refletindo sua vida ao ar livre e sua proximidade com a natureza. Seus olhos eram verdes escuros, brilhantes e muito bonitos. Seus movimentos são graciosos e coordenados, revelando uma habilidade excepcional como caçador e guerreiro.

Vestido com roupas simples e práticas, feitas de peles de animais que o próprio abateu e aproveitou-se de suas peles. Órion exala uma aura de rusticidade e bravura. Seu porte nobre e confiante atrai olhares por onde passa, enquanto sua personalidade gentil e compassiva conquista o coração daqueles que o conhecem. É fácil entender por que uma deusa se apaixonou por ele, pois sua beleza interior é tão impressionante quanto sua aparência externa.

— Você sempre faz essas coisas, não pode ser tão distraído assim. — o repreendeu Proteus, que vinha logo atrás de Órion. Proteus, deus dos rios e das profecias, meu filho com Fenícia, uma das várias filhas do rei Fênix da Fenícia.

O deus dos rios e profeta, se apresenta como uma figura imponente e enigmática. Com 1,89 metros de altura, seu corpo musculoso e forte é uma representação da força dos cursos d'água que ele governa. Sua pele branca pálida adiciona uma aura de mistério, enquanto seus olhos verdes escuros capturam a profundidade e a sabedoria que ele carrega como profeta. Os cabelos negros longos até sua cintura, mas raspados dos lados, tendo cabelo somente no topo da cabeça.

Vestindo uma túnica azul clara que ecoa as tonalidades dos rios que ele protege, sua expressão facial é permanentemente séria, refletindo a estoicidade de um ser que carrega o conhecimento do passado, presente e futuro. Proteus mantém uma postura calma e serena, sempre alerta para os movimentos ao seu redor. Aparentando cerca de 30 anos, Proteus carrega consigo as tatuagens negras em forma de ondas em seus braços, marcando-o como o guardião dos rios e revelando a harmonia entre seu ser e os elementos aquáticos que ele governa.

— Foi mal, já me desculpei. — disse Órion rindo levemente.

De repente, ele parou e ficou encarando o Don com seriedade, o pequeno estava sentando no colo de Rodes, enquanto eu estava na cabeceira da longa mesa, do meu lado direito estava Sophia e ao seu lado estava ambos, enquanto Órion estava de pé do outro lado, atrás de Hefesto que já estava sentando e olhando sorrindo a interação dos irmãos, assim como eu.

O pequeno o encarou intensamente de volta, então Órion fez um movimento como se puxasse um arco imaginário das costas e atirasse flechas no Don, que prontamente esquivou delas, deslocando seu tronco de um lado para o outro o mais rapidamente que podia. Então ele puxou seu arco imaginário e revidou um tiro de flecha. Órion prontamente fingiu ser acertado pela flecha invisível do pequeno semideus, colocando sua mão em seu peito dramaticamente, fingindo estar ferido gravemente.

— Você está ficando mais rápido, preciso me esforçar para melhorar também.

— Exatamente, sou o mais veloz, suas flechas não podem me alcançar, eu desviarei de todas elas. — riu Donatello animado e um tanto orgulhoso.

— Pequeno Don, olha só como você já está ficando alto.

— Grande Órion. — parece que é uma forma de apelidos que os dois criaram para se cumprimentarem. — Sim, já estou quase da altura da irmãzona Rodes. — sorriu Don feliz, usando novamente a pequena irmã mais velha como parâmetro de altura.

— Irmãzona? Mas ela é tão pequena...

— Ei, Órion, não me provoque também. — disse Rodes o interrompendo, enquanto mostrava a mesma faca de antes, só que agora para Órion.

— Se for ameaçar todos que te chamam de baixinha, só fará isso para o resto da sua imortalidade. — observou Paláimon, que fez todos rirem, especialmente Donatello, que se acabou dando risadas da piada do irmão.

— Idiota. — ela cutucou com a faca a barriga de Paláimon que estava sentada bem ao seu lado.

— Ai, ai, é brincadeira. — riu ele segurando sua mão que estava com a faca. Donatello ria a todo momento da interação dos irmãos.

— Irmãozinho, feliz aniversário. — disse Proteus que estava logo atrás da cadeira de Rodes. Ele beijou o topo da cabeça de Rodes e depois o de Don.

— Obrigado, irmãozão. — nesse momento senti um leve toque na minha perna esquerda, fazendo-me encarar Hera, que balançou sua cabeça com uma mensagem clara que era para eu dar início ao banquete.

— Muito bem. — disse mais alto, chamando a atenção de todos para mim, fiz sinal para que Rodes me passasse Donatello, ela o passou para sua mãe, que antes de me entregá-lo beijou seu rosto, com um longo e demorado beijo, e depois me passou ele. — Quero agradecer a presença de todos nessa confraternização de hoje, acho que todos os convidados que tínhamos para chegar já estão aqui, os que demoraram vão perder o melhor da comida, já estamos com um pouquinho de fome, certo?

— Sim, estamos com muita fome. — respondeu Don, fazendo os outros rirem.

— Antes de darmos início a esse maravilhoso banquete que Aglaia fez para nós. — ela sorriu e acenou com sua cabeça. Voltei minha atenção para Donatello, ele me encarou, aqueles lindos olhos multicores me encaravam, brilhando de felicidade. — Gostaria de dizer algumas palavras para nosso pequeno príncipe, não importa quais dificuldades e quais desafios a vida trouxer para você, saiba que cada um que está aqui nessa mesa hoje faz parte da sua família, nossa família, lembre-se que estaremos com você para sempre, eu estarei do seu lado independente do que acontecer, eu te amo, filho.

— Eu também te amo, papai. — meus olhos estavam levemente marejados, embora eu estivesse tentando não me emocionar, mas ver boa parte da minha família tão feliz e todos juntos era de preencher o coração. Don me olhava um pouco confuso, acho que ele ainda era jovem demais para entender algumas coisas.

— Olha só para isso, até o velho está ficando mole. — disse Paláimon rindo.

— Fique quieto, idiota. — repreendeu Rodes de imediato, o cutucando novamente, só que com o dedo dessa vez, mas ela estava sorrindo um pouco. — Deixe os dois curtirem o momento.

— Tem razão, chega desse sentimentalismo, está mesmo na hora de enchermos nossas barrigas. — disse engolindo as emoções.

— Com licença, gostaria de dizer algumas palavras também. — pediu Sophia, enquanto se levantava de sua cadeira. Ela se aproximou de nós e acariciou o rosto de Don. — Serei breve, só gostaria de agradecer, a cada um dos presentes aqui e aqueles que não puderam estar presentes, mas ajudaram eu e meu filho, sem a ajuda de cada um de vocês não sei onde estaríamos, obrigado por nos ajudar, serei eternamente grata e estarei em dívida com vocês.

— Querida, você não deve nada para nós, como Poseidon disse, somos família e ajudar mutualmente é o que fazemos, para isso que os Olimpianos se juntaram e prosperaram. — disse Hera sorrindo para nós. Eu gostava realmente de ter Hera mais próxima de nós, ela tem sido de grande ajuda, especialmente para Sophia. Então ela voltou sua atenção para Don. — E você, quer dizer alguma coisa?

— Eu não sei o que eu posso dizer.

— Diga o que sente, só isso que importa. — explicou Hera. — Quando agradecemos e fazemos discursos em nossos aniversários é para mostrar aos nossos amigos e familiares o que sentimos.

— Eu me sinto feliz, muito feliz, hoje é o dia mais feliz da minha vida, é o que eu sinto, eu normalmente passo os dias só com a mamãe e os anjos que cuidam de nós, os dias em que eu posso ver e falar com vocês sempre são mais divertidos e felizes e hoje está sendo um dia muito incrível, porque todos vocês estão aqui ao mesmo tempo, e eu os amo muito, todos vocês, mesmo os que não puderam estar aqui hoje, mas vieram me ver em outros dias. — nesse momento eu me senti mais culpado do que feliz, gostaria que dias assim fosse tão comuns na vida dele, que deixassem de ser tão importantes, não poder proporcionar esse tipo de felicidade ao meu filho mais novo cortava meu coração. — Até mesmo conheci o mano Pégaso hoje e pude voar com ele.

— Assim você vai me deixar emocionado. — disse Pégaso com a voz meio chorosa, ele estava do outro lado da comprida mesa, onde não havia uma cadeira e ele poderia se posicionar com seu enorme corpo de cavalo. Pégaso sempre foi muito emocionado e sensível, acho que por ele viver tantos anos entre as musas o tornaram mais fiel com seus sentimentos.

— E vai nos deixar com a consciência pesada porque nos atrasamos. — disse uma voz chamando nossa atenção, era minha filha Cimopoleia.

Ela é minha filha com Anfitrite, deusa das ondas violentas do mar e dos terrores marítimos. Ela era casada com o hecatônquiros Briareu, com ele, teve duas filhas, Oeolyca e Etna. Cimopoleia sempre foi a mais tranquila e calma, talvez porque tenha nascido no auge do bom momento do meu relacionamento com Anfitrite, ela não se envolveu em muitos problemas e viveu uma vida tranquila, sempre auxiliando o reino de Poseidonis a crescer e prosperar, sendo responsável por muitas cidades do reino.

Sua aparência personifica realmente a majestade e a imprevisibilidade do oceano. Com uma altura imponente de 1,80m, ela exala uma presença poderosa. Sua pele tem um tom mais bronzeado e seu corpo era curvilíneo e voluptuoso. Os cabelos longos e ondulados, irradiando uma cor que varia entre os tons de azul e verde. Seus olhos, intensamente verdes e escuros, refletem a profundidade dos oceanos, transmitindo sabedoria e mistério.

Vestida com túnicas fluidas e iridescentes que imitam as cores do mar, adornos de conchas e pérolas enfeitam seu cabelo e roupas, simbolizando sua conexão direta com os elementos marítimos. As expressões faciais de Cimopoleia são uma dança entre a serenidade e a tempestade. Sua postura elegante evoca a graça das ondas que quebram na costa. Uma característica marcante de Cimopoleia é a presença de tatuagens que adornam seus braços, representando as criaturas marinhas e símbolos relacionados ao seu domínio sobre as ondas. Essas marcas destacam sua ligação direta comigo, com o reino marinho e a força que ela exerce sobre ele.

— Desculpem pela demora. — disse minha outra filha, Esmeralda, deusa das Sereias, minha filha mais jovem com minha antiga esposa.

Esmeralda sempre esteve junto de mim, sendo meu braço esquerdo, desde seu nascimento ela sempre foi muito próxima de mim e distante de sua mãe, o que sempre irritou muito Anfitrite, já que apenas Tritão era mais próximo dela, os outros filhos sempre ficaram do meu lado. Essa minha filha é a que tem mais me ajudado ultimamente, estando sempre muito ocupada comigo, afinal depois do próprio irmão mais velho, ela era a deusa que tinha mais contato com os Tritões, e após os problemas que tive com o deus progenitor deles, os seus súditos têm sido um tanto difíceis de lidar.

Ela personificava a beleza e a mágica das profundezas marinhas. Com uma estatura graciosa de 1,70m, sua presença é imponente e sedutora. Sua pele, branca como neve, resplandece com um brilho etéreo. Os cabelos negros de Esmeralda caem em cascata, formando ondas suaves e curtas, na altura dos ombros. Seu rosto, extremamente belo, reflete a tranquilidade das águas profundas, enquanto seus olhos dourados capturam a curiosidade e a graça de um oceano cheio de segredos. Seu corpo era curvilíneo e voluptuoso, mostrando de onde as suas filhas herdaram tamanha beleza que conquista todos que as veem.

Vestida em uma túnica vermelha que realçava seu lindo corpo e a cor combinava com a sua pele. Sua postura era digna e graciosa, revelando uma confiança natural que acompanha sua divindade. Seus movimentos são fluidos e hipnóticos, evocando a dança graciosa das criaturas marinhas que ela governa.

— Eu disse que estávamos atrasadas, mas vocês são tão lerdas para se arrumarem. — disse Despina, deusa das Geadas.

Ela era minha filha com Gaia, sendo minha primeira filha mulher e a primogênita de todos, ela nasceu logo após o fim da Titanomaquia, meu relacionamento com Gaia não foi muito duradouro, em razão das brigas posteriores ao fim da guerra. Mas durante a guerra estávamos juntos e tivemos minha primeira filha e também tivemos juntos Anteu, um gigante, infelizmente ele acabou tornando-se muito maldoso e incontrolável, então tive que o expulsar, para tentar recuperar o meu perdão, ele matou muitos e sempre os dedicava a mim, mesmo eu dizendo que não era dessa forma que ele deveria me homenagear, até que por fim encontrou seu fim quando Héracles o destruiu em um de seus trabalhos.

Ela era alta, em torno dos 1,65m de altura, sua pele era branca e muito pálida, assim como seus cabelos, cabelos brancos que caiam como cascata pelos ombros até o meio de suas costas, acima da sua cabeça havia uma bonita coroa feita de gelo, se destaca por sua beleza etérea e uma presença que evoca o frio e a pureza da neve, enquanto seus olhos verdes brilham com a intensidade das auroras boreais, seus lábios eram esbranquiçados, seu rosto e corpo eram lindos. Ela exala uma aura gélida que mesmo no calor deixa tudo gelado em sua volta, apesar de sua aparência fria, Despina emana uma energia calorosa com aqueles que ama.

Vestindo um vestido longo feito de cristais de gelo que reflete a luz em tons prismáticos, que refletiam muitas cores, que a deixava parecendo um arco-íris às vezes. Despina exala uma aura gélida equilibrada por sua graça e beleza. Seus passos são leves, quase flutuantes, como se ela caminhasse sobre uma camada de neve fresca. Adornos em forma de flocos de neve e cristais de gelo realçam sua vestimenta, evocando a essência das geadas que ela governa.

Apesar de sua aparência fria, Despina emana uma energia calorosa quando está entre seus súditos. Seus gestos delicados e sorriso gentil escondem o poder que ela controla sobre as forças do gelo. Como deusa das Geadas, ela é capaz de transformar paisagens em campos de neve cintilante, trazendo consigo um toque de poder divino invernal que encanta e enfeitiça aqueles que têm a sorte de testemunhar sua presença.

— Vai lá cumprimentar suas irmãs. — disse enquanto o soltava no chão.

— Meu floquinho de neve, olha só como já está tão grande. — disse Despina sorrindo, Don correu em sua direção e pulou em seus braços, ele beijou seu rosto com ternura. — Que beijo mais gostoso.

— Eu também quero um. — reclamou Esmeralda.

— Não se esqueçam de mim. — lembrou Cimopoleia.

— Tenho beijos e abraços para todas vocês, não se preocupem.