Tudo começou quando rumores sobre um golpista se espalha entre os clientes de Katsu. Um golpista que atua em pequenas lojas e convence os donos a contratarem um serviço de seguro em caso de acidentes. Ele cobra uma certa quantidade de rublos por mês, durante 6 meses e misteriosamente no fim desse período, essas lojas são alvos de incêndios, que acabaram destruindo tudo. O pior é que quando eles vão entrar em contato para receber de volta o seguro, eles descobrem que o número passado era de outra pessoa e que o homem com todo o dinheiro deles simplesmente sumiu.

"Por isso mesmo, chef Yuuri, peço que fique bastante atento caso alguém do tipo apareça no restaurante."

"Eu concordo. Eu jamais gostaria de ver meu local favorito para relaxar e comer bem sendo coberto em chamas." Yuuri diz, cruzando os braços.

"Você consegue aumentar a segurança? A gente pode ajudar com o dinheiro."

"Eu vou ficar bem, mas muito obrigado por se preocuparem com Katsu. Eu fico muito feliz em saber que este humilde lugar tenha se tornado especial para todos vocês." Yuuri diz, sorrindo timidamente para os clientes.

"Você podia pedir para Viktor te ajudar com isso." Mila sugere, com um sorriso malvado no rosto.

Yuuri a olha com surpresa e respira fundo.

"Eu não sei. Se fosse antes, eu não ficaria muito preocupado, mas agora, com Yuratchka e Viktor morando aqui também, as coisas são completamente diferentes. Eu não quero que nada aconteça com eles." Yuuri diz, servindo mais sake para ela.

"Você é muito fofo, sabia?!" Mila exclama, dando altas gargalhadas ao ver o rosto corado dele. "Não concorda comigo, Viktor?"

"Muito fofo." Viktor, que está distraindo comendo uma deliciosa tigela de ramen, responde para ela, fazendo todo mundo congelar de choque.

E olharem para Yuuri, que esconde o rosto ainda mais corado com as duas mãos.

"ESPERA, QUÊ??!!!" Eles exclamam, surpresos.

Viktor se assusta com os gritos e logo percebe o que estava acontecendo ali.

Ele disse que Yuuri é muito fofo. Na frente de diversas pessoas…

De diversos russos…

Merda.

"Não, eu…" Ele começa a dizer, mas é interrompido por gritos de Mila.

"Ai meu deus!!" Ela se levanta de repente e começa a bater palmas. "Que bom, Chef Yuuri!!"

"É isso aí!" Outro cliente exclama, para a surpresa dele.

Logo todos estão comemorando o namoro deles como se fossem a coisa mais normal do mundo. E misteriosamente, Yuuri não está surpreso. Ele então se lembra que Katsu é um restaurante que acolhe em seu interior pessoas diferentes. Pessoas que também são possíveis alvos das rígidas leis russas.

"Um brinde para Yuuri e Viktor!" Mila exclama, mas eles são interrompidos por Yuri, que surge da porta que dá para a parte interna do restaurante de pijamas e com raiva.

"Ei! Tem gente que precisa dormir!" Ele grita, voltando para dentro e batendo a porta.

"Saúde." Yuuri sussurra com um sorriso gentil no rosto, erguendo seu copo com água e fazendo todo mundo o olhar com surpresa, antes de risadas começarem a ecoar pelo restaurante.

Logo todos erguem seus copos, sussurrando entre as risadas e começam a beber. Viktor sorri, aliviado por todos ali receberem bem a notícia do romance deles. Talvez ele devesse resolver esse ponto após o encontro com os outros líderes mafiosos.

Mas então, em uma noite bastante ocupada do restaurante, um dos clientes chega no restaurante bastante apavorado.

"Alexander?" Yuuri pergunta, fazendo todo mundo ali presente parar de comer e conversar para olhar para um dos clientes mais antigas de Katsu.

"Desculpa, chef Yuuri. Eu não tenho dinheiro para pagar um jantar." Ele diz, e Yuuri logo percebe que ele está se tremendo.

"Isso não importa. Sente-se, e me conte o que aconteceu." Yuuri diz, terminando de servir um copo de água para ele.

"Obrigado." Alexander diz, se sentando e bebendo a água. "Na verdade, eu acabei de ser assaltado quando saí do banco e levaram quase todo o meu salário."

Todo mundo ali arregala os olhos, surpreso com o que escutam.

"Espera, isso significa…" Mila começa a dizer, apavorada.

"Sim, eu só tenho dinheiro na minha conta bancária para pagar a escola de meus filhos." Alexander diz, embaraçado por admitir isso.

"Você sabe que pode trazer eles para cá que eu não me importo em cozinhar para vocês. Você pode trazer eles de manhã para tomar café e levar almoço para a escola. Você pode trazer eles para cá também, eu não me importo." Yuuri diz, o surpreendendo. "Me deixe ajudar você e sua família."

"Muito obrigado, chef." Alexander solta um longo suspiro, aliviado.

"Você foi assaltado na frente do seu banco?" Mila pergunta para ele, que afirma com a cabeça.

"Sim. Parecia mesmo que o ladrão sabia que eu estava com dinheiro. Eu achei muito estranho e outros clientes me falaram que isso estava acontecendo mais vezes mas a polícia nunca capitulou ele." Yuuri escuta Alexander e fica furioso.

"Entendo." Ele diz, e seus olhos encontram os de Mila, e captam o breve aceno dela. "Eu vou empacotar jantar para você levar para casa."

"Muito obrigado, chef. Muito obrigado."

Yuuri sorri para ele, e volta para a cozinha, onde começa a preparar 2 tigelas de Katsudon para Alexander levar para casa. Quando ele sai do restaurante, carregando uma sacola com as tigelas, Yuuri solta um suspiro e olha para Viktor, que está de braços cruzados e testa franzida, olhando para a porta.

[Chat privado]

Oracle:

Oracle on só para você e preparada para ação.

Arsene:

Estou contando com você. Nome da vítima: Alexander Potzin. Quero saber onde fica a agência bancária que ele usa.

Oracle:

Estou acessando os dados de Alexander Potzin e puxando todas as informações da conta bancária dele. Encontrei o registro desta noite.

Arsene:

Precisamos investigar a movimentação diária do banco. Mas usar pessoas poderia chamar a atenção do ladrão.

Oracle:

O que acha de eu usar um drone? Ele pode ficar gravando e salvando vídeos na minha rede privada. Eu também poderia preparar câmeras para serem instaladas no interior do banco.

Arsene:

Faça isso e traga as câmeras para mim.

Oracle:

Entendido.

"Sobre esse cara, Alexander?" Viktor pergunta, quando sobra apenas Mila no restaurante, que está digitando algo no celular dela. "Por que ele ter sido roubado causou tamanha reação de todo mundo?"

Yuuri se aproxima dele, recolhendo a louça suja.

"Alexander mora com os dois filhos e é separado da mulher. Ela expulsou ele da antiga casa porque ele trabalhava muito. Agora ele mora em uma casa pequena, onde ele paga aluguel em dinheiro, além do resto das contas. Esse dinheiro, mais o dinheiro que usa todas as noites para comprar o jantar dos filhos e pagar para a pessoa que cuida deles enquanto ele está trabalhando, é mais a da metade do salário do novo trabalho dele." Yuuri revela, para a surpresa de Viktor. "Ele não sabe mas eu cobro dele só por um prato, mesmo ele levando outro para dividir entre os filhos."

"Isso…" Viktor começa a dizer, se interrompendo ao ver o olhar triste de Yuuri.

"Isso é a realidade de muitas pessoas." Mila diz, finalizando o saquê dela, e abrindo sua bolsa, ela retira o dinheiro para pagar a conta. "Aqui, chef."

Yuuri recebe o dinheiro e dá o troco para ela.

"Obrigado pela preferência e volte sempre." Ele diz, a observando acenar para ele e sair do restaurante.

~x~

[3 Noites Depois]

[Chat Privado]

Oracle:

Drone em posição e pronto para começar a filmar.

Arsene:

Muito bem. E as câmeras?

Oracle:

Irei deixar elas com você mais tarde.

Arsene:

Muito bem.

"Chef Yuuri, olha só o que eu ganhei do meu chefe!" Uma cliente chamada Natasha Seranova diz, acompanhada de um rapaz depositando uma pesada caixa térmica no balcão do restaurante. "Como eu não sei cozinhar, estou dando para você."

Yuuri, surpreso, abre a caixa e vê diversas tipos de peixe fresco e muito gelo.

"Tem certeza?" Yuuri pergunta, de olhos arregalados para ela.

"Claro que sim." Ela diz, dando uma piscadela para ele. "Meu chefe chegou de viagem trazendo muito peixe, e como ninguém queria pegar para levar para casa, eu decidi trazer para cá."

"Entendo." Yuuri diz, pegando a caixa e a levantando facilmente. "Muito obrigada, Natasha. Com isso, eu já sei o que eu vou preparar esta noite."

E ele carrega a caixa para a cozinha, a colocando em cima de uma mesa. Natasha e o rapaz observa ele com os olhos arregalados, chocados com o que estão vendo. Afinal a caixa está muito pesada e mesmo assim ele a carregou com tanta facilidade…

"Ei Chef." Mila diz, entrando no restaurante junto com sua irmã.

"Seja bem vinda, Mila!" Yuuri diz, animado. "Sente-se. Esta noite o jantar é sushi."

"Perfeito!" Ela exclama, abrindo um largo sorriso.

O jantar segue normalmente, até que Alexander e seus dois filhos entram no restaurante.

"Sejam bem vindos a Katsu." Yuuri diz, sorrindo ao ver as crianças. "Esta noite estou servindo sushi. As crianças querem algo?"

"Eles adoram seu Katsudon, então duas tigelas por favor." Alexander pede, se sentando com os filhos na ponta do restaurante.

"Imediatamente."

~x~

Uma homem entra no banco, olhando em volta. Ele se aproxima do detector de metais mas ao invés de passar nele, ele bate no vidro lateral, chamando a atenção do guarda de segurança que está ali do outro lado. Ele ergue o distintivo policial, e toca na beirada da porta de metal com a mão direita, colocando ali um adesivo quase imperceptível, que segura uma minúscula câmera portátil.

"Posso ajudar, Detetive Baranosky?" O gerente do banco pergunta, com a testa franzida.

"Eu estou aqui para investigar os assaltos que andam acontecendo com clientes do seu banco." O detetive responde, o olhando friamente.

"Aaaah. É algo infortúnio, mas não nos responsabilizamos pelo que acontece do lado de fora da agência." O gerente diz, e o detetive ergue a sobrancelha para ele.

"Mesmo que aconteça na frente do banco?" Ele pergunta, erguendo a mão e tocando na gravata do gerente. "Isso é uma pena. Imagino o que os clientes ficam achando quando descobrirem que esta agência está sendo alvo de ladrões."

Ele se afasta dele, dando dois passos para trás.

"Se não pretende cooperar com a polícia, então não vou perder meu tempo aqui." O detetive abre um largo sorriso. "Até breve, senhor Sarayev."

Ele toca na porta do banco, deixando mais um adesivo, antes de se afastar.

[Chat Privado]

Arsene:

Câmeras colocadas com sucesso.

Oracle:

Deixa comigo, chefe!

~x~

Viktor recebe informações de Alexander Potzin por e-mail e já manda investigarem a agência bancária ali informada. Em dois dias ele já tem uma visão do que acontece naquele banco. Um grupo de homens assaltam clientes baseados em informações passadas de alguém dentro do banco.

O gerente.

~x~

"Nikiforov." Ele escuta e se vira, vendo um homem de cabelos negros, óculos escuros e todo de preto se aproximando, com uma das mãos nos bolsos das calças e a outra na cintura do terno. "Que interessante ver você por aqui."

"Chaika?" Viktor pergunta, surpreso.

"Muito bem." Chaika diz, tirando a mão do bolso e aplaudindo para ele.

"O que você quer?" Viktor pergunta, levando a mão para a pistola dentro do terno dele.

"O mesmo que você, aparentemente." Chaika responde, desviando o olhar dele para o banco.

"Os assaltos." Viktor conclui imediatamente, respirando fundo e olhando para o banco também.

"Yep." Chaika cruza os braços. "Os assaltos começaram há 6 meses atrás, acontecendo em torno de 5 vezes por mês em dias específicos. Os ladrões recebem informações internas sobre clientes que fazem saques e o abordam quando ele sai do banco. E aparentemente, o agência se recusa a se responsabilizar pelos assaltos, mesmo com eles ocorrendo do lado de fora."

"O gerente do banco parece ter dívidas enormes com agiotas. Diversos das que ele nunca deveria conseguir pagar com o salário normal dele." Viktor diz, olhando para ele com a testa franzida.

"Você quer cuidar do grupo? Eu posso deixar o gerente com você após hackear as contas dele e devolver todo o dinheiro tirado para as vítimas." Chaika pergunta, olhando Viktor o olhar com surpresa.

"Faça como quiser." E com um largo sorriso no rosto, Chaika se afasta de Viktor, entrando no banco.

"Ei cara. Passa a grana." Viktor escuta, e observa os 2 ladrões se aproximando dele.

Isso surpreende ele, afinal não era para ele ser assaltado. A não ser que Chaika tenha passado a informação para eles. Oh, isso vai ser divertido.

"Tudo bem." Viktor diz, abrindo o terno e mexendo nele, revelando os dois coldres com uma pistola cada.

Isso assusta os ladrões, principalmente quando ele retira as pistolas e as aponta para a cabeça deles.

"Que péssima a sorte de vocês de quererem roubar logo eu." Viktor diz, lambendo os lábios.

Ele atira, matando um dos ladrões.

"Não, por favor…" O outro diz, apavorado.

"Agora você vai me contar onde estão o resto dos seus amiguinhos." Viktor diz, dando um passo na direção dele e o fazendo dar um passo para trás, acertando assim um dos capangas de Viktor, que o neutraliza.

"Ei, me solta!"

"Ponha ele no carro. E trate de dar o fim no corpo." Viktor diz, guardando a pistola da mão esquerda.

"Sim senhor."

~x~

O barulho de tiro faz o gerente daquela agência arregalar os olhos e Chaika sorrir para ele.

"Ao que parece, alguém não gostou nada do seus amiguinhos." Chaika diz, inclinando o rosto para ele. "Não se preocupe, tenho certeza que ele encontrará o resto dos ladrões e logo teremos o testemunho deles contra você."

"Quem…"

"Ah, ele? Hmm, digamos que ele é alguém em um nível mais alto que os agiotas que você deve." Chaika diz, jogando no chão um envelope, que cai perto dos pés do gerente. "Inclusive quando ele entrou em contato com eles, eles fizeram questão de dizer que você está livre de todas as dívidas. Que legal, não é?"

"Eu estou livre?" O gerente de pergunta, rapidamente se abaixando para pegar o envelope, o abrindo e retirando…

"É claro que não. Mas imagino que iria acontecer se o Pakhan quisesse…" Chaika se interrompe quando vê o gerente tirar das costas uma arma e atirar nele, o acertando no braço.

"Kuso…" Chaika diz, agarrando o braço ferido e olhando para ele de olhos arregalados.

Ele tem uma arma? Como isso passou despercebido pelas informações de Oracle?

"Maldito." Ele avança para o gerente, que tenta atirar novamente, mas Chaika é rápido o suficiente para nocautear ele com um único soco.

"Chaika!" Ele escuta Viktor se aproximando e solta uma risada.

"Todo seu." Chaika diz, indo até a mesa de Sarayev, colocando um pendrive nele.

~x~

[Chat Privado]

Arsene:

Agora é com você.

Oracle:

Entendido.

"Bem, eu acabei por aqui. Assim que eu tiver o dinheiro e os dados de quem foi roubado em mãos, o dinheiro será devolvido." Chaika diz, guardando o pendrive no termo e começando a se afastar de Viktor.

"Você está bem?" Mas Chaika apenas acena para ele e se retira, levando consigo as câmeras que ele havia colocado antes.

~x~

"Yuuri?" Viktor diz, aproximando de seu namorado e o abraçando pelas costas.

"Sim, Viktor?" Yuuri pergunta, ocupado cozinhando café da manhã.

"Esse fim de semana irei viajar a negócios." Viktor o olha com um sorriso no rosto, observando o exato momento que ele para de cortar os legumes e o olha com surpresa.

"Oh." Ele apenas diz, desviando o olhar para a mesa. "E você volta quando?"

"Segunda-feira de noite." Viktor toca no braço direito de Yuuri, que se treme bruscamente enquanto ele solta a faca.

"Ok. Muito obrigado por avisar.” Yuuri o olha com um sorriso forçado no rosto.