Todos nós estávamos cheios de duvidas, Ahanu abaixou a cabeça atrás de nós enquanto Kinza ia dando passos pequenos com seu vestido arrastando no chão.

– Você trouxe Alduin de volta a vida? Por que?! – perguntei indignado com a surpresa

Ela parou de andar e se virou para nós com um sorriso estranho.

– Alduin é apenas meu “passaporte”, eu já tenho poder o bastante para governar Skyrim, mas se todos estivessem preocupados demais com a volta dos dragões – ela fez um sinal para Midronlot – ninguém me notaria.

– Sinto muito, estamos aqui para acabar com seus plano. – disse Bazzir pegando sua espada

– Com oque? Essa faquinha de passar manteiga no pão? Ou ele? – ela apontou para mim com uma risada sarcástica – Dragonborn, não é?

Ela começou a vir em minha direção, peguei meu arco e preparei uma flecha, Bazzir levantou sua espada e Katrin armou uma magia em cada mão, Kinza parou bem na minha frente e colocou sua unha em meu queixo.

– Você realmente n sabe, eu venho observando você desde que chegou a Skyrim! Eu sempre estive lá, colocando você nesse caminho, afinal, todos estavam esperando um “herói” mas foi você e uma grande decepção caiu sobre essas terras, tive que usar um pouco de magia para me disfarçar, mas foi fácil, sei mais de magia do que você imagina! – ela levantou a outra mão e a bateu contra meu peito

Fui jogado para trás com uma força descomunal, e bati contra uma pedra.

– Bruxa harpia! – xingou Katrin jogando inúmeras flechas de gelo na direção da outra Imperial que desviou numa agilidade incrível.

– Midronlot! Acabe com a vampirinha! – Kinza gritou

O Orc saltou para cima de Katrin com o machado erguido, forçando a Imperial a saltar para o lado. Bazzir se transformou em Lobisomem e atacou Kinza com suas garras enormes, mas sem resultado satisfatório, eu não conseguia me levantar, sentia como se estivesse sendo segurado por um Troll e Ahanu não se atrevia a mexer um musculo.

– Ahanu, ajude-os! – exclamei tentando me soltar da força mágica

– Eu não posso. – respondeu ele

– Eu não acredito que estou vendo um dragão com medo de um humano! Você tem dez vezes o tamanho dela! – gritei

– Você não entende. – disse ele

Vendo que o dragão não reagiria e que Katrin e Bazzir não estavam conseguindo sozinhos, peguei meu arco, ainda preso á pedra, armei uma flecha e atirei, mas Kinza pegou a flecha ainda no ar e enfiou na barriga de Bazzir.

– Não! – gritei

Midronlot pegou Katrin pelo pescoço e a jogou no chão, ele pegou o machado e colocou sobre a cabeça dela.

– Peça aos nove Divinos que lhe ajudem, Imperial! – disse o Orc rindo com sua voz rouca

– Fus ro dah! – gritei fazendo o machado voar longe e ele se desequilibrar

O grito não drenou tanto da minha força quanto antes, Katrin ainda estava no chão respirando com dificuldade e Bazzir agonizando pelo ferimento que sangrava demais, Kinza se virou para mim.

– Ora, você sabe usar os gritos de dragão! – disse ela

– Sai de perto deles! – gritei

Ela fez um movimento com a mão e me senti solto da força que antes me prendia, me levantei rápido e fiquei encarando a dupla inimiga, mas antes que eu, ou eles, pudessem fazer qualquer coisa, Ahanu me pegou com a boca e me jogou sobre suas costas, agarrou Katrin e Bazzir com as patas e levantou voo o mais rápido que pode, olhei para trás enquanto as duas figuras iam ficando longe, bati em uma das escamas do lagarto gigante.

– Por que não nos ajudou?! – reclamei

– Eu não posso. – respondeu ele calmamente

– Eu não entendo, por que não? – perguntei

– Eu não consigo, ela tem um “poder” sobre todos os dragões que nos impede de causar qualquer dano. – explicou ele

Droga, ela era muito forte, não conseguia pensar em qualquer forma de vencer.

– Socorro. – sussurrei olhando para o céu depois joguei minha cabeça sobre o pescoço de Ahanu deixando lágrimas de pânico rolarem sobre meu rosto – desculpa, Ahanu, tenho pena de sua situação, ser uma criatura tão grande, poderosa e formidável, presa por um simples humano.

– Não fique com pena de mim. – disse o dragão

– Nós não achamos Laasalun. – falei

– Desculpa, eu tive que tira-los de lá ou seriam massacrados. – redimiu Ahanu

– Fez bem – me inclinei para olhar Bazzir e Katrin pendurados nas patas do dragão, os dois estavam desmaiados e muito feridos – fui tudo culpa minha, eu devia ter insistido para eles ficarem onde estavam.

– Você fez oque tinha de ser feito, não se preocupe. – percebi que ele estava apenas tentando fazer eu me sentir melhor

Continuamos a viagem calados até ele pousar com cuidado, colocando a vampira e o Lobisomem no chão, estávamos na cabana de Laasalun, puxei os dois para dentro, coloquei Katrin na cama do velho Bretão e Bazzir em cima de um saco de dormir no chão, tirei a raiz de Nirn das costas de Ahanu e a devolvi onde estava, o dragão saiu para caçar alguns cervos para se alimentar enquanto eu ajoelhei ao lado de meus companheiros e continuei e chorar, tudo estava perdido e eu não podia fazer nada, Kinza queria ter o poder sobre Skyrim e ela podia, conseguiria acabar com qualquer raça que a enfrentasse, talvez se as pessoas desse país fossem mais unidas poderíamos ter um pequeno exército contra ela, mas não! Duas raças diferentes não conseguiriam ficar dois segundos juntos num quarto sem se matar, imagine se unir para uma guerra?

Quando Ahanu voltou, parou em frente a cabana e enfiou sua cabeça pela porta, seus dentes ainda pingavam o sangue de sua ultima presa, ele me fitou um pouco.

– Preocupado, não é? – perguntou ele

– Óbvio, ela vai destruir tudo e eu não posso fazer nada, eu já estava ganhanco esperança de vencermos por termos uma vampira, um Lobisomem, um dragão e um Dragonborn, dai descubro que o dragão não pode lutar, ela consegue me tirar da batalha com um único movimento de sua mão e acabar com a vampira e o Lobisomem com pouco esforço e ela está com a única pessoa que pode me treinar! – gritei batendo a mão na madeira da parede que rangeu

Ele limpou os dentes com sua língua fina e vermelha e então disse:

– Eu treinarei você.

Uma breve luz no fim do túnel se acendeu para mim, me virei para ele e sorri.

– Vamos começar o quanto antes, tenho certeza que você vai achar uma saída. – disse ele puxando seu pescoço para fora da estreita casa