Eu e Katrin saímos do Colégio, cruzamos a ponte da entrada e chegamos a Winterhold.

– Deixe o pano que Bonery te deu aqui, não vamos precisar! – disse Katrin colocando a blusa que ganhará da garota em um monte de madeiras empilhadas

Eu fiz o mesmo.

– Essa praia congelada fica muito longe? – perguntei

– Não... é só um pouco de caminhada para lá! – disse ela apontando para uma direção

Seguimos a estrada, passamos do lado da montanha que eu estava no dia anterior com Âlara, continuamos seguindo mais um pouco, até que eu avistei uma praia, porém não havia água liquida e sim gelo por toda a costa da praia, e só mais um pouco a frente podia-se ver água do mar, na beirada da praia haviam animais gordos, eles se pareciam muito com leões marinhos, só que maiores e com 3 dentes enormes saindo de sua boca.

– Aquilo são horkers! – disse ela apontando para os animais

– Nossa... – falei meio admirado com o cenário

– Pois é, eles tem mesmo uma carne deliciosa! – disse ela mexendo na neve

– Podíamos caçar alguns para comermos hoje a noite. – falei louco para caçar algum daqueles bichos

Ela ficou pensando por alguns segundos, até demais, pensei que fosse responder não.

– Vá na frente... – disse ela

Eu sorri e desci correndo do lugar onde estávamos indo para perto dos horkers, quando eles me avistaram alguns começaram a correr, ou melhor se arrastar, em direção a água enquanto outros maiores vieram em minha direção, armei a primeira flecha e atirei em um deles, a flecha prendeu no meio de sua gordura porém parecia nem ter afetado o animal, eu comecei a dar passos longos para trás percebendo que minhas flechas não teriam efeito. Katrin desceu de onde estava e foi até mim, tirou o machado que estava em suas costas e atacou o primeiro horker cortando sua cabeça, o outro, que agora focava sua atenção nela, tentou ataca-la, mas ela usou alguma magia que fez ele cair no chão respirando com dificuldade.

– Oque você fez com ele? – perguntei vendo que o animal parecia fraco e desidratado

– É uma magiazinha que aprendi... – disse ela

– Mas, parece muito forte! Ele nem consegue se mover! – exclamei chegando perto do horker

– É, é, pare de fazer perguntas e vamos pegar aquele que eu já matei – disse ela indo ao outro horker sem cabeça

Deixei de lado o horker que sofrerá da magia de Katrin e fui ajuda-la a carregar o outro, nós voltamos para o Colégio com aquela coisa gorda e enorme nos braços, e realmente com muito frio, nós devíamos ter aceitado melhor o presente de Bonery. Quando chegamos ao Colégio, não sabíamos onde deixar o animal abatido.

– Pode deixar no meu dormitório, só enquanto estivermos na aula, depois dela nós já chamamos nossos companheiros de quarto para comermos todos juntos! – falei

Ela concordou com a cabeça e nós dois levamos o horker para meu dormitório, chegando lá eu abri a porta, Bazzir se assustou com a cena.

– Oque estão fazendo com essa coisa?! – perguntou ele

– Trouxemos para comer mais tarde, vamos deixar aqui! – falei enquanto eu e Katrin colocávamos o animal no chão – você e a companheira de quarto da Katrin também vão poder comer, e alias essa é a Katrin.

Katherine e Bazzir se olharam como se fossem totalmente opostos, se cumprimentaram sem dizer uma palavra.

– Bem... Katrin esse é Bazzir, meu companheiro de quarto! – complementei

– Aham. – exclamou ela sem tirar os olhos dele

– Bem, vamos para a aula? – perguntei

Todos nós saímos do dormitório, fomos juntos até a sala, dessa vez tinha de quem ficar perto, fiquei junto a Bazzir, Katrin e Bonery enquanto uma nova professora entrava na sala. Ela era uma Nórdica, de cabelos curtos e loiros com leves tons de castanho no meio, olhos avermelhados, e andar forte usava roupas bonitas, sendo um vestido bem longo e lilás com detalhes em branco pelas bordas e uma diadema com relevo esverdeado, oque indicava estar encantada com algum feitiço.

– Bom dia a todos, para os alunos novos, sou a professora Zoorie, ensinarei a vocês uma das artes do furto, o Arrombamento, os alunos antigos já sabem como eu trabalho, e quero que ensinem os novos que devem seguir minha ordens desde o momento que eu entro por aquela porta até o momento que eu sair. – disse a professora, ela tinha um olhar inteligente saindo daqueles olhos cor de sangue

Ela abriu uma bolsa que carregava no ombro e dela tirou uma fechadura, colocou-a em cima da mesa de pé, e depois tirou uma gazua da mesma bolsa, encaixou a gazua na fechadura e pediu para que uma aluna Imperial, que estava perto dela, tentar abrir a fechadura, a garota pegou a gazua e tentou girar, mas a fechadura não girou e a gazua se quebrou. A Imperial fez uma cara de descontentamento, pensando que havia errado algo.

– Obrigada, era isso mesmo que eu queria que você fizesse – disse a professora pegando a gazua quebrada – viram só? E essa é uma fechadura extremamente fácil de abrir!

A professora pegou outra gazua colocou na fechadura arrumou um pouco e depois girou a gazua totalmente, a trava da fechadura se abriu e a gazua saiu inteira.

– Oque quero dizer é que, se pretendem viver em Skyrim quando forem mais velhos, vão precisar saber arrombar portas! E isso que vou ensinar a vocês, tem que sentir a fechadura! Tem que saber como manusear a gazua! Tem que... bem, acho que já entenderam. – disse a professora guardando a fechadura de volta em sua bolça – vamos para a parte teórica da matéria.

Ela começou a escrever com magia na parede, os tipos mais comuns de fechaduras, claro que eles não iam nos ensinar a ser experts em arrombamento, se não podíamos sair daquela escola sendo ladrões, só nos ensinavam o básico. Passou-se mais esse dia de aula, ao final dela, saímos da sala e fomos para meu dormitório, pegar o horker. Quando chegamos lá.

– Onde vamos come-lo? – perguntou Bonery olhando meu dormitório

– Eu conheço um bom lugar! – disse Bazzir

Todos nós saímos carregando o horker, chamei Âlara e Bawh para ir conosco, e depois de um bom tempo andando, avistamos um navio caído sobre a terra, encalhado e partido ao meio, quando chegamos perto, do lado dele havia um pequeno acampamento, abandonado e cheio de sangue pelos lados.

– Nossa! Oque aconteceu aqui? – perguntei

– A bastante tempo atrás, quando era menor, vim com meu pai para cá, aqui tinham ladrões, meu pai matou todos, eu estava sentado bem ali, observando. – disse Bazzir apontando para um canto

– Que horror! Seu pai matava pessoas na sua frente?! – perguntou Bonery horrorizada

– Sim, ele dizia que era melhor eu ir me acostumando desde pequeno. – respondeu Bazzir sorrindo

– Com oque seu pai os matou? – perguntei observando que o sangue

– Uma espada. – respondeu ele

– Que tipo de espada? – perguntei

– Espada larga nórdica! Oque mais quer saber? Oque os ladrões gritaram antes de morrer?! – respondeu ele com um tom de voz irritado

O sangue estava muito respingado para os lados para ter sido por uma espada, o acampamento todo estava forrado com um chão vermelho sangue.

– Posso fazer só mais uma pergunta? – perguntei

Ele me olhou de braços cruzados e bufou.

– Pode. – respondeu ele

– Onde estão os corpos dos ladrões mortos? – perguntei

Katrin olhou para o chão como se procurasse os corpos, mas não havia nada. Bazzir arregalou os olhos, hesitou um pouco.

– Nós... tiramos daqui... – respondeu ele pausadamente

Devo admitir que a historinha dele não havia me convencido, mas para não causar confusões já que eu não sabia oque estava acontecendo, não questionei mais. Bawh fez uma fogueira, Âlara cortou o horker em fatias grandes, e colocaram-no em cima da fogueira.