Acordei assustado, quando olhei para a frente, Bazzir me cutucava com sua espada falsa.

– Bom dia, Khajiit, levanta! Vamos lutar! – disse ele saltando para trás com a espada posicionada acima da cabeça

– Você nunca acorda cedo, quando acorda é para me acordar? – reclamei rindo

– Não espera que eu fique dormindo enquanto estou no mesmo quarto que um Dragonborn! Você é simplesmente o herói mais famoso de Skyrim! – exclamou ele

– Não fiz nada que me faça ser. – falei

– Mas tem o titulo de um. – retrucou ele voltando a me cutucar com a ponta da espada

– Temos que ir para a aula – falei empurrando a espada

– Você não ouviu o velho? – perguntou ele revirando os olhos – você não precisa mais ir para a aula, ele vai te ensinar oque precisa, e eu já te expliquei que não estou aqui para estudar!

– Ele disse que vai resolver o problema do dinheiro dos meus pais, até lá – desarmei ele puxando a espada e a coloquei em cima da cômoda – eu vou a aula...

– Você é muito estraga prazer. – disse ele rindo e cruzando os braços

Eu ri e nós saímos do quarto depois de trocarmos, andamos pelo corredor na direção da sala, vi Âlara e Brinahliil saindo de seu quarto, me escondi atrás de uma das colunas do corredor, acho que não estou pronto ainda para olhar nos olhos daquela assassina Thalmor, quando elas sumiram de vista, saí de lá e continuei andando.

– Oque foi isso? – perguntou Bazzir rindo

– Não quero falar com ela, não ainda. – respondi

– Não pode evita-la para sempre. – disse ele

– Não disse que ia fazer isso, é só por enquanto. – falei

Bazzir concordou com a cabeça e chegamos na sala, fomos a nossos respectivos lugares enquanto dois novos professores entraram ao mesmo tempo na sala, Skyrim tinha um método estranho de dividir as aulas. Um deles era um Orc excessivamente alto, musculoso e grande de cabelos negros e olhos amendoados, usava uma armadura pesada de aço, a outra uma Imperial baixa de cabelos curtos e loiros escuros com olhos verdes brilhantes como esmeraldas pequenas, usava um vestido azul claro curto que ia até abaixo dos seus joelhos, em Elsweyr isso seria normal, por nosso clima quente, mas em Skyrim era meio vulgar, e vi isso no olhar dos alunos.

– Bom dia, sou Kinza, significa afiado e serei a professora de furtividade de vocês, esse é Midronlot – disse Kinza apontando para o Orc ao seu lado – ele será meu auxiliar pois está treinando para ser um futuro professor da mesma matéria.

Havia algo estranho nos olhos de nozes de Midronlot, e questionei o fato de que eles se dirigiram para a mesa sem dizer oque significava o nome do grande Orc.

– Nossas aulas serão sempre práticas, sem essa enrolação de aula escrita – disse ela rindo

Toda a sala riu animadamente, Kinza fez um sinal e para a seguirmos e ela saiu da sala, seu aprendiz a seguiu a passos rápidos e logo o resto da sala fez o mesmo, ela nos guiou até fora do colégio, fora mesmo, fora dos limites do Colégio de Winterhold, descemos por uma longa escadaria por trás da construção, saímos atrás dele, estávamos no rio que passava abaixo da ponte de entrada do colégio, a uns 60 metros abaixo de Winterhold, como dentro de um abismo, estava extremamente frio, nevava e a visão era turva.

– Já haviam vindo aqui antes? – perguntou Kinza

Todos discordaram com a cabeça enquanto cruzavam os braços para resistir melhor ao frio, a professora em compensação parecia não estar sentindo nada, ela nem se quer tremia sobre suas pernas magras.

– Estamos aqui para testar a atenção de vocês, infelizmente Winterhold não é o melhor lugar para se treinar furtividade, não há árvores, ou qualquer outra coisa que ajude a se esconder. – disse ela apontando a nossa volta onde um deserto de neve era a única coisa a vista – por isso, na minha próxima aula faremos uma pequena viagem até uma ruína aqui perto.

– Como vai testar nossa atenção então? – perguntou um dos alunos

A Imperial sorriu e uma corrente de neve cobriu totalmente nossa visão, não víamos nada a nossa volta, quando de repente a tempestade de neve se acalmou de um minuto para outro, olhamos a nossa volta, Kinza e Midronlot estavam parados no mesmo lugar de antes, mas estavam com nossas coisas.

– Oque?! – questionei olhando para mim, ela havia pego meu arco, a espada de Bazzir, tudo sem que ninguém notasse

Os dois riram se olhando.

– A atenção de vocês é horrível – exclamou Midronlot com sua voz grave

– Mas não se preocupem, vamos cuidar disso. – disse Kinza fazendo gestos com as mãos para que ficássemos calmos

O resto da aula, quase morremos de frio enquanto os dois professores tentavam ensinar a sala sobre manter a atenção em todos os bolsos, mochilas, armas e bolsas que levavam, apesar de ser muito difícil! Bonery teve facilidade, de longe a vi fazer o teste, depois Brinahliil.

– Brinahliil perderia até as roupas que usa para um ladrão! – sussurrou Bazzir em meu ouvido

Rimos juntos tentando esconder com as mãos, a próxima foi Âlara, a elfa teve um desempenho bom, conseguiu agarrar a mão da professora Imperial assim que se aproximava de sua bolsa, eu e Bazzir fomos muito ruins como a maior parte da sala, após isso, voltamos para dentro do colégio correndo, o frio corroía as entranhas de cada raça ali presente, era tão grande que até Bonery e outros nórdicos com sua resistência natural ao frio estavam reclamando, quando cheguei em meu quarto junto a Bazzir, fechamos a janela e tentamos fazer mais uma luta de espadas, mas estávamos com tanto frio que mal conseguíamos fazer certos movimentos, então desistimos e ficamos a encontrar formas de nos aquecer entre os cobertores de nossas respectivas camas enquanto conversávamos, falamos sobre os professores novos.

– Por que fizemos prova antes de conhecer todos os professores? – perguntei

– Não sei, não é sempre assim, eles devem ter entrado no colégio de ultima hora. – explicou o Lobisomem com a mão no queixo

– São meio estranhos. – falei levantando uma sobrancelha

– É, algo não está certo naquele Orc de voz grossa. – disse ele rindo

– Você fala como se todo o Orc tivesse voz fina como a de um Elfo da floresta. – falei rindo

Rimos juntos quando de repente ouvimos alguém bater a porta, troquei olhares com Bazzir.

– Abre. – falei

– Por que eu? – perguntei

– E se for a Âlara, ou Bonery, ou sei lá! Já arrumei tanta gente contra mim. – falei rindo

– Está bem! – cedeu ele se levantando da cama aquecida

Ele foi até a porta e a abriu devagar, não consegui ver que era, apenas ouvi a conversa entre eles.

– Ah, oi, como podemos ajudar? – perguntou ele