– Eu queria falar com o Tinnaff – disse a voz do lado de fora da porta

Bazzir se afastou dando passagem para a pessoa entrar, era Kinza.

– Eu só queria dizer que adorei seu desempenho na aula de hoje, e estou louca pela próxima! – disse ela parando na minha frente

– Gostou? Vi alunos indo melhor que eu... – falei olhando-a de cima abaixo

– Ah, mas você é um Khajiit, sua raça por natureza se dá melhor em minha matéria. – disse ela abrindo os braços enquanto examinava o quarto

O olhar dela permeou todo o quarto, fixou os olhos no meu arco, em minha espada e depois em Bazzir para depois se virar para mim e sorrir entrelaçando os dedos na frente do corpo.

– Bem, é isso, eu vou indo. – disse ela saindo do quarto

Após fechar a porta, Bazzir cruzou e se virou para mim.

– Oque acabou de acontecer? – perguntou ele

– Eu não sei – falei rindo e abrindo os braços

Ele riu e voltou a se sentar na cama, mais tarde decidimos ir até Laasalun, e foi oque fizemos, chegando a cabana do velho, batemos a porta e ele abriu soltando um grande sorriso ao nos ver.

– Olá! – exclamou ele nos convidando a entrar

Entramos e a porta foi fechada pelo vento soltando um som seco.

– Vieram mais cedo do que eu esperava. – disse Laasalun nos oferecendo chá

Depois de negar com a cabeça, falei:

– Estavamos sem ter oque fazer então... – falei sorrindo

– É um prazer tê-los aqui – respondeu ele – mas ainda não tenho a solução para seu problema com o dinheiro de seus pais.

– Não tem problema, quem sabe podemos conversar, podia nos ensinar algo! – falei

– Tipo sobre os dragões! – disse Bazzir animado

Ele riu pegando uma xícara de chá e se sentando.

– Querem saber sobre dragões? Bem, falarei sobre dragões, lagartos gigantes com asas, capazes de usar os gritos de dragão, extremamente fortes e mortais, eles foram por muitos anos subestimados e vistos por muitos povos de Skyrim como apenas uma lenda. – disse o Bretão tomando um gole de seu chá – o Dragonborn tem a capacidade de absorver suas almas depois de mortos e com elas usar os gritos de dragão.

A cabana ficou em silencio por alguns segundos, exceto pelo som da Raiz de Nirn.

– Só isso? – perguntei

– Acho que é tudo, minha memória pode ter se esquecido de certos detalhes... – respondeu Laasalun mexendo em sua cabeça

– Oque está trazendo eles de volta a vida? – perguntou Bazzir

– Bem, isso já um mistério. – disse o velho mexendo o chá

– Você não sabe? – perguntei

– Não. – respondeu ele mais tranquilo do que eu esperava

– E como quer que eu pare os dragões, se nem sabemos como eles estão voltando?! – falei indignado

– Alduin está trazendo-os de volta. – disse ele

– Mas oque trouxe Alduin? – perguntou Bazzir

– Isso ainda é um mistério. – respondeu o velho Bretão

– Então temos que descobrir! Não tem ideia de onde pode ter alguma pista? – perguntei

Laasalun puxou sua barba enquanto pensava olhando para o canto da parede.

– Na verdade acho que sei. – ele foi até sua estante de livros e começou a folhear alguns – hum... deve estar aqui em algum lugar... Ahá! Aqui está, em uma das minhas viagens conheci uma caverna, a chamam de “Profecia dos dragões”, eu não a adentrei, pois estava despreparado no momento, mas dizem que gravados nas paredes daquela caverna está a profecia dos dragões escrita pelos antigos.

– Onde fica? – perguntou Bazzir

– Parece que acabei perdendo a localização – disse Laasalun procurando no livro – mas acho que é uma ruína Dwemer lá para o lado de Riften.

– Isso não é muito especifico. – falei com a mão no queixo

– Eu sei, mas é tudo que posso oferecer. – disse ele

Laasalun guardou o livro e voltou para perto de nós.

– Droga, então, conte mais sobre o que sabe. – disse Bazzir

– Dragões são divididos em algumas classes, dragões de fogo, gelo, anciãos, antigos e de sangue, cada um com suas próprias habilidades e fraquezas – Laasalun se sentou novamente

Depois de uma breve aula sobre os tipos de dragões e sobre as habilidades gerais da raça dos dragões, eles eram mais inteligentes do que eu esperava, sempre achei que fossem apenas animais, mas eles eram muito mais! Após a conversa, quando a Lua e a Aurora Boreal já iluminavam o céu, subimos em Faahnu e voltamos ao Colégio, quando descemos em Winterhold, ouvi alguém me chamar:

– Tinnaff.

Olhei na direção de Bazzir que já estava correndo para a ponte na direção do Colégio, ao me virar dei de cara com Âlara.

– Âlara. – falei

– Você está me evitando? – perguntou ela, não respondi e ela prosseguiu – Está bravo comigo?

– Estou, eu estou. – falei suspirando

– Me desculpe, mas... estou apenas seguindo o meu cargo! – disse ela

– Não pode simplesmente pedir desculpas por ter matado pessoas inocentes! – falei cruzando os braços

A sobrancelhas dela se encontraram no meio da testa num rosto sério.

– Você não vai poder simplesmente ir ficando com raiva de todo mundo que faz algo errado em Skyrim, ninguém aqui é inocente! – exclamou a elfa

– Eu sei! Mas não é por isso que tenho que aceitar! – falei

– Mas... – ela abaixou o tom – será que não pode me perdoar?

Demorei a responder, o silencio estava nossa volta tanto quanto o ar frio que respirávamos, mexi a neve sobre meus sapatos.

– Eu tenho que pensar. – falei

Ela veio até mim e colocou a mão sobre meu ombro sorrindo e puxando uma das mechas de seu cabelo para trás da orelha.

– Obrigada, espero que faça a escolha certa. – ela saiu andando na mesma direção que Bazzir

Fiquei lá sentado ao lado de Faahnu olhando a Lua junto ao cavalo.

– Ah, Faahnu! Oque é que eu faço?! Desde que vim para cá parece que tudo dá errado! – falei

O cavalo relinchou e esfregou sua cabeça em mim, levantei e o acariciei um pouco, fui para dentro do Colégio, lá fiquei olhando a estatua do Dragonborn que tinha no pátio, pensando ainda mais. Acho que agora, vou simplesmente me focar em minhastarefas como Dragonborn, fui para o quarto onde Bazzir estava sentado na cama.

– Vamos ver os mapas – falei pegando alguns mapas de cima da escrivaninha – temos que descobrir onde é a tal ruina Profecia dos dragões!

– Tem uma carta para você – disse ele me entregando um envelope selado

Peguei e sentei na cadeira ao meu lado, abri e comecei a ler em voz alta.

– “Venha me ver em Markarth, assinado K.” – falei

– “K”? – disse Bazzir levantando uma sobrancelha

– Katrin! É perfeito! Ela deve saber sobre essa ruina dwemer – exclamei

– Oque ela está fazendo em Markarth? – perguntou Bazzir

– Ela deve ter repensado o fato de ficar morando onde está, vamos até Markarth! – falei pegando meu arco

– Hey, hey, hey! Está tarde, amanhã fazemos isso! – disse ele me segurando

Suspirei e olhei para ele.

– É verdade, obrigado. – falei

Nos deitamos e fomos dormir.