Diário de um Khajiit

Eu aceito, sou o Dragonborn!


Depois de muito tempo encarando o teto, a porta se abriu, olhei apreensivo pensando ser Âlara, mas era apenas Bazzir, suspirei aliviado.

– Ah, oi, oque faz aqui? – perguntou ele fechando a porta e indo até a escrivaninha

– Descobri que Âlara não era oque eu pensava. – respondi

– Ninguém é. – disse ele

– Você não entendeu, os Thalmors matam as outras raças para mantê-las “na linha” e Âlara faz isso! – exclamei ficando sentado na cama com as mãos no rosto

Ele olhou para mim com ar de tristeza e até pena, coisa que nunca vi antes em Bazzir, ele sentou em sua cama de frente para mim.

– Bem, Skyrim não é oque muitos pensam, não espero que você a perdoe, deve ter sido demais para um momento só, mas todos em Skyrim tem suas mãos sujas, ninguém, acredite, ninguém! Por aqui é inocente. – ele foi até o lado da minha cama e puxou a minha espada roubada – nem mesmo você.

Ele me entregou a espada e eu fiquei a encara-la, ele tinha razão, Skyrim estava me mudando, se ainda morasse em Elsweyr, eu teria me sentido culpado quando roubei a espada, ou quando matei tantos animais sem remorso, não era nada demais, não mais, olhei para meus dedos sujos de poeira, um pouco de neve e até sangue, oque Katrin me disse a algum tempo também era verdade, não havia como mudar Skyrim, ele iria me mudar antes.

– Agora saia desse quarto, o dia lá fora está bonito e você vai arranjar oque fazer para se distrair e esquecer um pouco disso, se quiser vou com você. – disse ele

Esfreguei meu rosto com as mãos e suspirei, depois sorri para ele.

– Obrigado, eu gostaria. – falei me levantando

Peguei meu arco e ele pegou uma espada, eu já sabia onde ir, ia ver Laasalun, eu já aproveitaria e contaria a Bazzir sobre eu ser o Dragonborn, ele e Katrin eram as pessoas em que mais confiava, e já que ela no momento não quer me ver... Saímos do colégio e montamos em Faahnu que nos levou aos pântanos inóspitos de Solitude.

– Oque estamos fazendo nesse lugar? – perguntou Bazzir

– Não quero que se assuste, então não direi ainda. – respondi

Ele levantou uma sobrancelha, mas não questionou mais, bati na porta da cabana de Laasalun, e o velho abriu a porta sorrindo.

– Ora, Dragonborn Tinnaff! – disse ele me convidando a entrar – e quem é esse?

– Laasalun, quero te apresentar Bazzir, meu companheiro de quarto e amigo. – falei apontando para Bazzir

O velho e o Lobisomem se aproximaram e se cumprimentaram sorrindo.

– Meu nome significa Vida eterna. – disse Laasalun

– Sofrimento, o meu. – falou Bazzir rindo

Depois de explicar o motivo de ter esse nome, nós dois entramos e sentamos perto da lareira que hoje estava desligada.

– Bem, estou aqui para aceitar totalmente meu cargo de Dragonborn. – falei olhando para Laasalun

Ele sorriu animadamente enquanto Bazzir arregalou os olhos.

– Eu sabia! Sabia que você era! – gritou Bazzir

– Sabia? – perguntei rindo

Ele segurou a animação.

– Na verdade não totalmente, mas eu desconfiei quando você matou aquele dragão no dia em que a Katrin sumiu, você tipo sugou a alma dele! Mas não era o momento para eu comemorar isso né – disse ele rindo

– Então, você aceitou? – perguntou Laasalun com expressão satifastória

– Sim, acho que quero terminar logo com esse negócio de dragão, os problemas estão vindo demais e os dragões trazem ainda mais! – expliquei

– Perfeito, vamos começar com o aprendizado de novas palavras de poder! – disse Laasalun se levantando

Ele se levantou e começou a escrever em Dovah numa folha com um pedaço de carvão, ele me mostrava a folha e dizia como era a pronuncia, e oque cada grito fazia, aprendi por volta de sete gritos, Bazzir observou tudo interessado.

– Ok, isso será o bastante por enquanto, agora, você precisará andar por algumas cidades e demonstrar que você é o Dragonborn e que está do lado do povo, assim, eles respeitaram você como nosso herói. – disse Laasalun

– Não sei se posso fazer isso, minhas aulas voltam amanhã – falei olhando para Bazzir

– Pois é, vai ficar difícil. – disse Bazzir

– Você não precisará mais ir a escola todos os dias, vou te treinar nas matérias principais melhor que qualquer um dos seus professores, só vá quando não tiver oque fazer. – disse Laasalun

– Meus pais vão me matar se eu fizer isso, eles pagam o Colégio de Winterhold e não é tão barato quanto parece, acho que já vou até pouco a escola por causa desse tal feriado. – falei cruzando os braços

– Hum – o velho colocou a mão em sua barba branca enquanto pensava – eu pensarei numa solução para isso, por enquanto então, vá as aulas.

– Obrigado, - agradeci cumprimentando-o – por agora então, continuarei fazendo o mesmo que sempre?

– Sim, é só até eu resolver o problema do dinheiro e você começar suas turnês, já vá se preparando, treine duro, sempre que puder venha até aqui para eu te treinar cada vez mais e já que agora seu amigo, Bazzir, sabe tudo, poderá ajuda-lo – disse Laasalun sorrindo

– Vou ser seu fiel escudeiro! O escudeiro do Dragonborn! – disse Bazzir animado

Eu e Laasalun rimos.

– Obrigado, fico feliz com isso. – falei e depois me virei para Laasalun – gostaria de falar sobre outra coisa.

– É só dizer. – disse o velho se ajeitando em sua cadeira

– Uma menina disse que eu tenho aracnofobia, por que tenho dificuldade de lidar com aranhas congelantes, isso é verdade? – perguntei

Ele levantou uma sobrancelha.

– Não sei, - admitiu ele – aranhas congelantes não são animais adoráveis, oque sente?

– Não sei explicar, só não consigo olhar para uma aranha congelante por muito tempo, desvio o olhar, sinto um extremo medo, e uma calafrio percorrer minha espinha! – falei tendo outro calafrio

– Sim, acho que é verdade sim, mas espero que isso não te atrapalhe em nada. – disse Laasalun se levantando e indo até sua raiz de Nirn

– Não vai – falei

– Ótimo, agora vá, vocês já tem oque fazer. – disse ele regando a pequena planta cantante

Saímos da cabana e fomos de volta ao colégio, após uma luta de espadas falsas, onde notei que Bazzir não tinha tanta experiência com espadas, mas afinal, ele não precisava, era um lobisomem! Mas voltando ao ponto, depois da pequena luta nos deitamos e fomos dormir.