Diário de um Khajiit

Capital de Skyrim! por enquanto?


Quando a vista do Nórdico decapitado saiu do alcance de nossos olhos, Katrin se virou para mim.

– É aqui em Solitude onde matam os Nórdicos que traíram o império, no caso dele, foi pego fazendo o culto a Talos. – esclareceu Katrin

– E eles matam na frente de todos?! – perguntei

– É uma tentativa falha de intimidar os outros Nórdicos, e evitar que eles façam o mesmo – respondeu Bonery revirando os olhos

Chegamos a uma casa cercada de arvores altas.

– Bem, é aqui onde eu moro! – disse Katrin se virando para nós

Ela bateu na porta, e logo um Imperial abriu e abraçou Katrin, uma mulher Imperial saiu da casa e fez o mesmo.

– Esse é meu pai, Hunoor – disse Katrin

Hunoor nos cumprimentou sem sair da porta.

– E essa é minha mãe, Kaarin – completou Katrin

Kaarin se aproximou de nós.

– Meu nome vem das palavras, Kaal e Krin, que significa campeã corajosa – disse Kaarin se apresentando

– É um nome bonito! – disse Âlara

Kaarin sorriu de volta, ficamos olhando para Hunoor por alguns segundos, esperando que ele disse-se o significado de seu nome, isso é normal em apresentações, mas ele ficou calado, olhei na boca dos pais de Katrin, eles não tinham presas como ela, provavelmente não eram vampiros, será que sabiam que ela era? Ao entrarmos na casa, a primeira coisa que notei, e acho que todo mundo também deve ter notado foi que a casa era muito escura, a únicas luzes eram tochas na parede e a pouca luz natural que entrava pelas frestas na madeira das paredes.

– Fiquem a vontade! – exclamou Katrin arrumando seus livros que estavam jogados na estante

Todos se sentaram nas cadeiras da mesa.

– Vão querer comer alguma coisa? – perguntou Kaarin

– Não querendo parecer mal educada, mas eu aceito, não tomamos café da manha ainda. – disse Bonery com a mão na barriga

– Oh! Vocês vieram de Winterhold até aqui de estomago vazio?! – perguntou Kaarin preocupada

– Não, mãe, estávamos em Markarth. – respondeu Katrin

– Ufa, pelo menos é mais perto, ok vou ver algo para vocês comerem. – disse Kaarin se dirigindo a cozinha

Toda aquela escuridão na casa já estava até me incomodando, mas Katrin parecia bem mais tranquila com aquilo, acho que a escuridão na casa era proposital, de acordo com as lendas de Elsweyr vampiros morrem se expostos a luz solar, mas já havíamos passado muito tempo em baixo do Sol e Katrin nunca havia reclamado nem se quer de uma dorzinha. Kaarin voltou a nós com duas bandejas cheias de pães doces.

– Desculpem a falta de variedade, é que se alguém tivesse me avisado que vocês viriam eu teria feito compras – disse Kaarin olhando para Katrin

– Desculpa, achei que você sabia. – disse Katrin

Comemos em silencio, enquanto notei que todos estavam incomodados com a falta de luz, esfregando os olhos repetidamente.

– E então que tal irmos conhecer um pouco de Solitude? – perguntou Katrin se levantando

Todos a seguiram até fora da casa, onde muitos mal conseguiam abrir os olhos por causa o tempo no escuro.

– Solitude, capital do país Skyrim, fica a noroeste do país, lá na pontinha, fazendo fronteira com o norte da cidade de Markarth, o noroeste da cidade de Morthal, com o sul do mar dos fantasmas e o leste do país High Rock... – disse Katrin enquanto andávamos pela cidade, a inteligência de Katrin, ou melhor, seu amor pelas informações, era notável

– Obrigado, guia turística, mas acho que ninguém aqui se importa com isso. – disse Bazzir suspirando

Katrin o olhou.

– Ninguém pediu sua opinião cachorro de rua. – disse Katrin

Âlara e Bawh ficaram com uma cara de duvida, provavelmente não haviam entendido porque Katrin havia chamado de “cachorro”.

– Continuando, Solitude é a segunda maior cidade de Skyrim, e é onde mora o rei supremo de Skyrim... – antes que Katrin terminasse foi interrompida por um resmungo baixinho de Bonery

– Oque disse Bony? – perguntou Bawh

– “Onde mora o rei supremo de Skyrim” mas isso é por enquanto, logo a rainha suprema de Skyrim vai ser minha mãe e a nova capital, Riften. – disse Bonery cruzando os braços

Katrin pareceu não ter gostado do comentário de Bonery, mas escolheu ignorar.

– Ok, alguém tem alguma pergunta? – perguntou Katrin juntado as mãos

– Solitude também foi construída sobre ruinas Dwemer assim como Markarth? – perguntou Âlara levantando a mão

– Infelizmente não. – respondeu Katrin abaixado a cabeça – mas conheço algumas cavernas Falmers aqui por perto

– Solitude é onde fica o colégio de Bardos, certo? – perguntei

– Sim. – confirmou ela – e também é a capital do governo imperial em Skyrim, onde os Imperiais de Cyrodill ficam para tentar controlar o povo, por isso as execuções são feitas aqui. – completou ela

Bonery revirou os olhos.

– Algo errado, Bony? – perguntou Katrin

– Os Imperiais se acham o máximo, mal sabem que Talos vai dar uma morte lenta e dolorosa a todos. – respondeu Bonery olhando para suas unhas

Katrin ficou com uma reação se surpresa, percebi que ela ia explodir como uma bomba.

– Os Imperiais?! Primeiro, Talos não é deus de nada! Segundo, vocês Nórdicos, é que se acham os reis de tudo, como se toda a Tamriel tivesse que curvar a seus pés, se fossem tudo que dizem ser não estariam perdendo a guerra para os elfos! – exclamou Katrin com raiva

– É por que os elfos tinham a magia! E só fazem isso por que nem conseguem levantar um machado! – disse Bonery

– Todas as raças tem seus pontos fortes e fracos, não é culpa minha se os elfos ficaram com a magia e vocês com seus machadinhos de segunda mão! – gritou Katrin

As duas ficaram se encarando por alguns segundos, Katrin havia armado uma magia em sua mão, e seus olhos latejavam de raiva, Bazzir me cutucou com o cotovelo e apontou para ela.

– É melhor irmos, Katrin. – falei

Ela olhou para mim, fechou a mão fazendo a magia sumir.

– Claro... desculpem, eu me distrai. – disse ela se virando de volta a sua casa

Voltamos a casa dela, pegamos as coisas nos despedimos dos pais dela e seguimos de volta para a carroça.

– E agora a ultima cidade, minha cidade, Dawnstar. – disse Bawh

O cavalo saiu andando puxando a carroça pela estrada que se afastava e Solitude, fui até Katrin que estava de olhos fechados com a mão na testa.

– Você está mais calma? – perguntei

– Quer que eu seja sincera? Não. – respondeu ela

– Ok, mas tenho mais perguntas a fazer. – falei com a mão atrás da cabeça

– Por Nocturnal! De onde você tira tanta pergunta?! E por que tem que ser justo para mim?! – perguntou ela com raiva

Pensei um pouco.

– Geralmente é você que tem a resposta para minhas perguntas. – falei

Ela se virou para mim, acho que gostou de eu indiretamente ter chamado ela de inteligente.