– Seus pais sabem que você é uma vampira? – perguntei

– Sim, eles sabem, eles sofrem tanto quanto eu com essa maldição. – respondeu Katrin

– Sofrer? Maldição? Como ter magias mortais, força sobre humana, visão noturna melhorada, alta resistência ao frio entre outras coisas pode ser uma maldição? – perguntei curioso – Isso é quase uma benção dos deuses!

Ela me olhou de uma forma estranha.

– Eu fico mais fraca no Sol, tenho baixíssima imunidade ao fogo, todos querem ver um vampiro morto, então tenho que sugar o sangue de um inocente todo o dia para me manter o mais humana possível, meus pais são obrigados a viver na escuridão por minha causa, sou caçada por Lobisomens que querem meu sangue e só de estar falando com você já estou te colocando em perigo, como isso pode ser uma benção dos deuses?! – exclamou ela

– Pensando por esse lado... – falei

– E ainda tenho que aturar Nórdicos falando mal da minha raça pelas cidades. – disse ela suspirando fundo

– Entendo. – falei

Quando chegamos a Dawnstar, percebi que era uma cidade sem muros, como Winterhold, e não uma totalmente fechada como Whiterun, Riften, Markarth e Solitude, deixamos a carroça na entrada, e entramos.

– Ah! As caravanas Khajiit! – exclamou Âlara animada

Todos olharam na direção que ela apontava alegremente, tinham navios no porto de Dawnstar, dentro dos navios havia Khajiits, esses eram os navios que traziam produtos de Elsweyr para Skyrim, já que a terra de Skyrim é fria demais para se cultivar qualquer coisa, eu já conhecia esses navios, meu pai trabalhou neles por um tempo, e foi onde conheceu Sos.

– Eu amo essas caravanas! Dizem que se você comprar diretamente do navio, eles cobram mais barato! – exclamou Âlara

– Vamos até minha casa ver meu pai, depois voltamos e vemos se tem algo que vocês podem gostar. – disse Bawh

Paramos na frente de uma casa e Bawh abriu a porta com uma chave que ele tirou do bolso, lá dentro havia um Orc sentada perto da lareira.

– Pai! – disse Bawh

O Orc se levantou e veio até nós, ele não falou com Bawh e veio nos cumprimentar abaixando levemente a cabeça por ser mais alto que qualquer um de nós.

– Sou Nahrii, que significa fúria mortífera! - ele tinha uma voz forte, mas não tanto quanto ele aparentava ter nos músculos que carregava no braço que devia ter a grossura do tronco de uma arvore

Todos nos apresentamos.

– Não era necessário revelarem seus nomes para mim! Se entrarmos em batalha e eu saber seus nomes nossos laços seriam maiores e quando eu perdesse vocês sofreria mais. – exclamou ele parecendo com raiva

– Hey, hey, calma! Já tem muitas guerras por ai, mas quando nós tivermos idade para ir a guerra, você já vai estar morto. – disse Bazzir rindo

– Está me desafiando, Bretão?! – perguntou Nahrii

– Não. – respondeu Bazzir

Nahrii firmou o olhar contra Bazzir

– Quis dizer, não senhor... – corrigiu Bazzir

– Sentido soldados! – gritou Nahrii

Todos ficaram retos um ao lado do outro.

– Por causa das gracinhas do amiguinho Bretão de vocês... todos vão pagar 20 flexões! Agora! – gritou Nahrii

Todos deitaram no chão e começaram as flexões.

– Mais força! Não vão ganhar nem uma luta contra um Skeever nesse ritmo! – gritava Nahrii

Quando todos fizeram todas as flexões levantamos e saímos o mais rápido possível da casa.

– Por Sithis! Seu pai é sempre assim?! – perguntei

– Sim, ele quer que todos estejam sempre preparados para uma guerra que pode surgir a qualquer momento. – respondeu Bawh

– Como consegue morar com ele? – perguntou Âlara

– Eu me acostumei. – respondeu Bawh – ele é assim por que minha mãe morreu numa guerra.

– Oh! Nós sentimos muito! – disse Âlara colocando a mão no coração

Ele sorriu com suas presas de Orc saindo da boca, depois apontou para os barcos no porto.

– E então, você não queria coisas para comprar? – perguntou Bawh

Âlara não respondeu e foi correndo até os navios.

– Dragão! – gritou uma mulher Bretão apontando para cima

Todos olharam assustados, o céu estava vazio.

– Eu juro que vi! – completou a Bretão

Um outro Bretão veio e a puxou até dentro de casa, ela gritava e observava o céu até a porta se fechar.

– Do que ela estava falando? – perguntei

– Ela é a louca da cidade, não se preocupe com oque ela diz. – respondeu Bawh

– Não, oque é dragão? – perguntei

Em Elsweyr tínhamos lendas sobre dragões, mas tudo entre Elsweyr e Skyrim era diferente, vai saber oque significava dragão para eles.

– Como assim “Oque é dragão?” lagartos gigantes com asas e habilidade de soltar fogo ou gelo, extintos a milhares de anos. – respondeu Katrin

– Estão extintos? Como ela viu um? – perguntei

– Como eu já disse, ela é louca, uma vez ela disse para mim que seu marido tinha morrido, mas ele estava do lado dela ela deve ter visto um pássaro... – respondeu Bawh

Olhei para o alto, e dava para ver enormes asas com escamas pousando não muito longe de nós, pensei em avisa-los, porém pensariam que eu também era louco.

– Eles são perigosos? – perguntei

– Os dragões? Claro! Quando eram vivos, eles tentaram destruir todas as outras raças existentes, liderados pelo dragão Alduin, o devorador de mundos. – explicou Katrin

– Hum... eu vou até ali e já venho... – falei me afastando devagar do grupo

– Vai onde? Não vai comprar nada? – perguntou Bonery

– Não, obrigado, eu já volto! – falei saindo correndo em direção a montanha que vi as asas

Parei e pensei, eu não pretendo deixar ele me ver, mas se acontecer... melhor eu ter alguma proteção! voltei e observei os navios cheios de tralhas, até que avistei um escudo, fui devagar até ele e o peguei furtivamente e sai andando, não vai ser roubo se eu devolver depois, como arma eu já tinha o meu arco, apesar que ele poderia não ser muito útil com uma coisa daquele tamanho, então voltei novamente e fiz os mesmos movimentos para alcançar uma espada de aço, é uma das espadas mais fracas, mas acho que era o bastante, e então segui meu caminho.