Eu, Bazzir e Katrin saímos da cabana e ficamos conversando um pouco do lado de fora, até a sombra de Ahanu surgir no céu, e depois pousar levantando muitas neve.

– Estão preparados? – perguntou o dragão lambendo os dentes

– Nunca estive mais! – respondeu Bazzir dando um sorriso esperto

Ahanu passou a cauda por suas pernas e ele caiu na neve, eu e Katrin rimos.

– Ele adora fazer isso, é melhor se acostumarem – falei rindo

Passamos o resto do tempo treinando, o Lua era a única coisa que iluminava a noite fria, eu até fui um pouco melhor que os outros dois por já ter decorado alguns movimentos de Ahanu, mas ele me derrubou 7 vezes! Depois sentamos na neve, enquanto Katrin e Bazzir treinavam um com o outro, Ahanu escreveu na neve alguns gritos de dragões em Dovah, e eu os decorei, no total apenas cinco, mas todos foram muito úteis quando voltamos a lutar com o dragão, ao final disso o Sol estava nascendo.

– Treinamos a noite toda?! – exclamou Katrin olhando o céu com a mão na frente do rosto

– E ainda foi pouco. – acrescentou Ahanu

– Agora vamos fazer o que? – perguntou Katrin limpando a neve de seu vestido – esperar que Kinza venha atrás de nós?

– Ela não sabe que estamos aqui, temos que encontra-la antes que ela a nós. – respondeu Ahanu levantando seu pescoço até que pudesse olhar por cima das árvores

– Acha que estamos prontos para enfrenta-la? – falei inseguro

– Tem que estar. – Ahanu bateu as asas levantando voo – Eu não posso estar lá, como já disse, Kinza tem mais poder sobre mim, do que eu sobre ela, você pode usar o grito que lhe ensinei para ir atrás de Laasalun, e encontrar o lugar onde ela se esconde.

– Não pode pelo menos nos levar? – questionou Bazzir

O dragão fez um rosto triste.

– Alduin está chamando, se eu não estiver lá ele pode desconfiar, depois que você matar Kinza é capaz que ele fique fraco e então ele será próximo alvo – ele foi em direção ao céu e sumiu nas nuvens amareladas do amanhecer

Fiquei a observar o caminho que ele foi por alguns segundos até me virar para a Imperial e o Bretão atrás de mim e falei:

– Vamos?

– Nunca estivemos mais preparados. – responderam os dois ao mesmo tempo

– Aak Hind Joor! – gritei

Uma luz apareceu do céu a terra numa direção, montamos em Faahnu e fomos na direção, era para o sul e não demorou nada para chegarmos a uma caverna onde a luz terminava, descemos do cavalo e fomos na direção da caverna.

– É uma caverna Dwemer – olhamos para Katrin –, vá na frente, você conhece as armadilhas.

Katrin concordou com a cabeça e entramos atrás dela, passamos por algumas armadilhas, a vampira desviou bem como sempre, mesmo que tenha perdido uma parte da barra de seu vestido para uma lâmina, eu e Bazzir seguimos todos os movimentos dela, mas mesmo assim sai com um corte pequeno no braço esquerdo e Bazzir com um na lateral da barriga. Depois enfrentamos um grupo de robôs Dwemers, mas nossas espadas não tinham o mínimo efeito neles, então Bazzir se transformou em Lobisomem e os destroçou.

– Oque é isso? – perguntou Katrin a si mesma pegando uma peça arredondada e vermelha do chão que cairá de um dos robôs – essa peça não está em nenhum dos outros robôs Dwemer que já estudei.

– Acha que Kinza colocou isso ai para aprimorar algo neles? – perguntei olhando curiosamente a peça

– Sim, tenho certeza, na verdade já vi isso antes, mas não dentro de um robô, essa “pedra” é usada por Bruxas Harpias para controlar pessoas e fazer delas seus cervos. – explicou ela

Arregalei os olhos e mordi o lábio inferior com os caninos.

– Então, Kinza está controlando os robôs...? – falei suspirando de preocupação

Katrin concordou com a cabeça.

– Ela sabe que estamos aqui, vamos logo! – me virei para Bazzir – continue na forma de Lobisomem, podemos ser surpreendidos a qualquer momento.

Continuamos a caminhada caverna adentro, em certos pontos era tão larga que poderia abrigar muitos dragões, já em outros, tão estreita que tínhamos que passar de lado, fomos atacados periodicamente por variados tipos de robôs e armadilhas até que chegamos a um local onde alguns robôs monitoravam celas, nos encostamos na parede para evitar sermos vistos.

– Oque estão fazendo? Por que Kinza tem prisioneiros? – questionou Katrin

– Talvez sejam pessoas que se opuseram a ela, se Ahanu não tivesse nos salvado estaríamos aqui agora, se não mortos. – sugeri

– Olhe! – exclamou Katrin apontando uma cela onde estava Laasalun sentado

– Como vamos chegar até ele? – perguntei

Bazzir passou por nós, os robôs o viram e vieram correndo, mas antes que dessem a primeira investida o Bretão derrubou todos com um ataque, fomos até a cela de Laasalun.

– Ah, graças aos deuses, Tinnaff, você está vivo! – exclamou o velho Bretão vindo até as barras de ferro

– Penso o mesmo sobre você – olhei as barras e depois de usar um feitiço de fogo conseguimos derrete-las

Laasalun se levantou da cela baixa, bateu em suas mangas para limpa-las da poeira e então disse:

– Sabem que não deviam estar aqui não é?

– Não íamos deixar você para trás, além disso, já está na hora de Kinza ter um fim. – falei

– Você não pode enfrenta-la! – os olhos dele se encheram de preocupação – ainda precisa treinar!

– Se eu esperar mais, ela vai acabar com tudo, terei a ajuda de Katrin, Bazzir e se você aceitar, a sua, o dragão Ahanu nos treinou. – expliquei

– Entendo – ele preparou duas magias em suas mãos – então vamos.

Prosseguimos até que chegamos numa das partes largas da caverna, haviam robôs Dwemers jogados para todos os lados e pareciam desativados e sem uso a anos, pequenas quedas d’água desciam de certos buracos nas paredes de pedras e formavam poças fundas, no fundo do lugar estava, acima de um altar um trono de encosto alto com Kinza estava sentada, ao lado direito dela estava Midronlot segurando já em posição de ataque seu grande machado.

– Olhe, Midronlot, é ele, o que se diz o Dragonborn! – disse Kinza sarcasticamente enquanto se levantava – veio para que fosse terminado o que comecei em nosso ultimo encontro?

– Vim aqui para acabar com isso, Alduin precisa ser morto, se for preciso farei o mesmo com você. – falei

Kinza riu se apoiando no ombro de Midronlot como se o que eu disse tivesse sido hilário.

– Vamos começar esse jogo, vou me divertir muito! – Kinza ergueu suas mãos e todos os robôs se levantaram