Diário de um Khajiit
“A vista mais bonita de toda a Skyrim!”
– Nós já estamos chegando... é um dos meus lugares favoritos de Skyrim, eu venho aqui desde quando comecei a estudar em Winterhold! – disse Âlara
– Você é de onde? – perguntei
– Sou de Markarth, uma cidade a oeste de Skyrim – respondeu ela virando para mim
– O Colégio de Winterhold é o único em toda a Skyrim? – perguntei, por que até agora só conheci gente de longe de Winterhold
– Não, tem um em Solitude, o Colégio de Bardos, mas fora esses não há mais nenhum, a maioria da população, que são pobres, estuda em casa com o conhecimento dos pais sobre o mundo, nós de classe média estudamos em Winterhold, e só os mais “riquinhos” estudam em Bardos – respondeu ela
Fiquei pensando na questão por alguns segundos.
– Então você estuda aqui por não ter dinheiro para pagar o Colégio de Bardos? – perguntei só para confirmar que havia entendido
– Isso – respondeu ela
De repente a nossa frente apareceram lobos do gelo, ela deu passos longos para trás gritando, peguei meu arco e atire no primeiro lobo que caiu no chão, outro veio correndo na direção de Âlara, empurrei ela para o lado, e atirei nele, o ultimo chegou perto de nós e rosnou, quando ele saltou eu tentei desviar mas ele caiu em cima de mim me segurando contra o chão e rosnando em meu rosto, Âlara levantou, pegou sua adaga e enfiou nas costas do lobo que me atacava, joguei o lobo para o lado e me levantei.
– Obrigado! – disse limpando a neve da minha roupa
– Obrigada eu... é a primeira vez que enfrento lobos! – disse ela arrumando o vestido
– Em Elsweyr também tem lobos, não lobos como esses que são brancos, mas tem lobos. – falei tirando a flecha presa no primeiro lobo que havia derrubado
– São lobos do gelo, são os predadores mais comuns no norte de Skyrim e ao mesmo tempo os mais fracos – disse ela tomando novamente nosso rumo, eu a segui
Quando chegamos ao topo da montanha, tinha a estatua de uma deusa a nossa direita.
Ela foi para perto da beira a nossa esquerda e se sentou bem na beirada, eu percebi que ela estava com um olhar hipnotizado para em volta da montanha, fui ao lado dela e me sentei, quando olhei para longe era a vista mais bonita de toda a Skyrim, talvez até de toda a Tamriel, dava para ver muito longe, os montes cobertos de neve, florestas cheias de pinheiros e algumas poucas pessoas se aventurando no meio delas.
– Nossa, é muito bonito! – falei sem tirar os olhos daquela vista
– É lindo né? Por isso que é um dos meus lugares favoritos de Skyrim! – disse ela se aproximando de mim
– Vocês não tem muitos aventureiros aqui né? – perguntei olhando para um dos pontinhos pretos andando pela floresta
– Não, poucos são os que tem a coragem de se aventurar por meio dessas florestas mortais! – respondeu ela virando para mim por um segundo
– Em Elsweyr era muito mais comum ver gente indo procurar aventura, problemas, acho que era apenas gente sem ter oque fazer, mas eu sonhava em fazer o mesmo quando era pequeno... – falei meio sem perceber que estava dizendo coisas da minha vida para uma pessoa que mal conhecia.
Olhei para ela lá admirada com a vista e com os cabelos voando com o vento e percebi que podia confiar nela.
– Ownt! Você tinha um sonho de quando era pequenininho? – disse ela se segurando ao meu braço
Eu dei uma risada discreta, e sorri.
– Quem não tinha um sonho meio louco quando criança né? – falei voltando minha atenção para a vista
Ela ficou quieta por alguns segundos colocando o cabelo atrás da orelha.
– Meu sonho quando era menor era me tornar rainha de Skyrim... mas desisti desse sonho quando vi que nosso ultimo rei foi assassinado – disse ela rindo
Ela também tinha um riso e uma voz muito bonitos, sua voz delicada soava em meus ouvidos como os pássaros de Elsweyr, causando uma sensação harmoniosa em mim.
– E então, já podemos treinar? – perguntou ela se levantando
– Claro. – respondi fazendo o mesmo
– Você não se incomoda se eu usar o seu arco né? – perguntou ela
– Não, de forma alguma – respondi dando o arco a ela
Ela pegou o arco e a flecha e tencionou a corda do arco totalmente de uma forma desfigurada e a flecha saiu torta e caiu uns 2 metros dela, ela abaixou o arco fazendo uma cara de descontentamento.
– Está segurando o arco errado – disse arrumando o arco na mão dela – Deixe-o sempre na altura do ombro, quando for mirar feche um dos olhos para sua mira ficar mais precisa, segure a flecha com apenas 2 dedos e a parte da frente do arco você precisa segurar com força para não soltar quando a flecha sair! – complementei me afastando dela
Ela atirou de novo e a flecha saiu reta e caiu a uns 20 metros, ela virou para mim sorrindo, eu bati palmas sorrindo para ela, ela riu, e pegou outra flecha.
– Você aprende rápido! – falei
– Obrigada. – ela mirou novamente e atirou a flecha caiu não muito longe da anterior
– Já acabaram as flechas? – perguntou ela
– Calma, eu vou pegar as que você jogou de volta. – falei
Fui até as flechas as procurei no meio da neve, e as trouxe de volta a Âlara, nós ficamos conversando e atirando pelo resto do dia, quando vimos que ia começar a escurecer, juntamos oque tínhamos trazido e começamos a descer a montanha de novo.
– Amanha podíamos sair para algum lugar de novo... – disse ela subindo numa pedra
– Vou ver se não tenho nada para fazer. – respondi ajudando ela a descer
Olhei novamente para ela e vi a diadema em sua cabeça e dessa vez eu não aguentei e perguntei.
– Que feitiço está encantando sua diadema? – perguntei apontando para a diadema
Ela olhou para cima como se não soubesse do que eu estava falando.
– Ah isso? Eu acho que era um encantamento para aumentar minha habilidade de bloqueio quando eu a comprei ela já estava encantada. – respondeu ela
Hum... – falei olhando para a frente
– Alguma parte de sua roupa, ou seu arco são encantados? – perguntou ela
– Não. – respondi diretamente
– Você devia encantar, é muito melhor! Se você não souber, posso te ensinar! – disse ela
– Obrigado. – respondi sorrindo para ela
– Você me ensinou a atirar com arco e flecha, estou te devendo uma! – completou ela
Chegamos de volta em Winterhold, e pegamos o caminho da taverna estávamos com fome e minha mãe já havia enviado dinheiro para mim, já que acrescentei isso na carta pouco antes de entrega-la ao mensageiro, entramos na taverna e fomos ao balcão.
– Me da dois deleites de mel de nozes por favor. – disse ela a Argoniana que agora estava no atendimento – e você? Oque vai querer?
Eu pensei um pouco.
– Vou querer outro fondue de Elsweyr – falei já imaginando o delicioso sabor de uma comida nativa do meu país
Nos sentamos numa mesa sozinhos, e voltamos a conversar, não muito tempo depois chegou a Argoniana com o fondue e os dois deleites de mel e nozes, ela colocou a mesa sorriu e saiu andando, como geralmente fazia, começamos a comer.
– Quer provar o meu? – perguntou ela
Eu nunca havia provado esse tal doce, então concordei com cabeça e ela levou o doce até minha boca, tinha um gosto muito bom, tirando pelo fato de ter um sabor doce demais!
– E você vai querer provar um fondue de Elsweyr, de onde eu vim? – perguntei
– Claro! – disse ela animada
Ela experimentou uma colherada.
– Uh! É servido frio? – perguntou ela se assustando com o sabor
– Sim, é que, em Elsweyr é bem mais quente do que aqui, se tivéssemos lá você ia estar agradecendo por estar sendo servido frio! – respondi rindo
Ela riu. Quando terminamos de comer saímos da taverna e fomos para o Colégio, nos despedimos e fomos cada um para seu quarto.
– Nossa, chegou tarde, onde estava? – perguntou Bazzir
– Em lugar nenhum – respondi sorrindo
Ele parecia ter entendi bem meu “em lugar nenhum” mas não questionou mais, eu deitei na minha cama, já com sono e dormi.
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