Olá. Primeiro de tudo, as apresentações: meu nome é Erik, e minha história pode ser boa o suficiente para ser contada, por isso escrevo este diário. Vou começar assim: eu sou um fantasma. Você, em algum lugar de sua vida, já ouviu falar de mim, seja por nome ou conhece a minha história em si.

Minha vida de fantasma não começa logo quando nasci, mas de assombração sim. Meu rosto é deformado, e isso sempre causou espanto. Sou um fantasma, mas confie em mim, eu sou um ser humano: eu estou vivo. Só que nem um espírito causa tanto o medo quanto eu causo nos outros. Eu não sei se você sofreu muito na sua vida (como eu) ou não, mas venha comigo, vamos viajar até o século XIX.

Como eu disse, desde que nasci, fui nada mais que um monstro assombrando todos estes que estão tão vivos quanto eu. Por isso, fugi de casa ainda quando criança. Dizem que interesses góticos são sinal de depressão. Sou depressivo? Quer dizer, nasci ser humano, cresci como o bicho papão cujas crianças tentam evitar na hora de dormir. Morei em Pérsia, aprendi sobre subterrâneos, torturas, ganhei dinheiro. Sou um gênio, arquiteto, artista. Continuei sendo discriminado. Continuei sendo para sempre um mostro fictício. Pode ser que seja verdade: os humanos são monstros! Nunca fui amado, ninguém nunca me amou. Mas eu já senti o amor.

Calma, uma coisa de cada vez: vamos voltar para as apresentações.

Meu nome é Erik, eu assombro a Ópera de Paris, eu moro no subterrâneo do mesmo edifício. Quero meu salário de 20 mil francos, quero meu camarote número cinco. Eu sou seu narrador, eu sou seu personagem principal: seu herói e seu vilão.

Você conhece a minha história?

Você conhece a história do Fantasma da Ópera?