A Soninha da rua de baixo era uma gata esperta.

Ao menos era o que Antenor acreditava após ser tão obsidiado a isso.

Esparramado na cama da casa dela, ele refletia sobre como ela conseguira esse status. Soninha estava, nesse momento, engasgando com uma bola de pelo. A visão era um tanto quanto grotesca, com a gata felpuda acinzentada contorcendo-se na janela.

Antenor perguntou-se se ela iria morrer na sua frente. A ideia o assustou por alguns segundos, mas não ao ponto de fazê-lo se levantar.

No entanto, outra coisa chamava sua atenção: a silhueta de uma rata projetada no computador.