Os gritos eram enlouquecedores quando Michael saiu do palco. Logo ele foi cercado por uma equipe que secava seu suor, oferecia água e perguntava coisas. Ele nem prestou atenção, estava muito cansado para isso. A energia que o movia no palco havia acabado no momento em que seus pés andaram para longe daquela multidão que o adorava.

Com algum esforço, ele conseguiu chegar até o camarim pouco iluminado. Quando entrou, sentou-se e ficou olhando para o teto. Foi quando algo se moveu ao seu lado. Ele olhou alarmado e se viu duas pernas se movendo lentamente até ele, apertadas no vestido curto.

Por um momento, ele ficou hipnotizado por aquele movimento suave, até que se levantou um pouco preocupado se poderia ser uma fã histérica. A garota sorriu. Ela tinha a pele clara e lindos cachos castanhos escuros que caíam até sua cintura, seus olhos eram de um castanho de tão escuro que pareciam negros. Ela tinha lábios pequenos e charmosos, convidativos.

— Olá, Michael. –ela disse sorrindo- Espero que não esteja te atrapalhando.

— Oh, não está. –ele sorriu- Como se chama?

A garota hesitou por um longo tempo. Depois, percebendo que Michael ainda esperava sua resposta e sorriu sem jeito, tentando disfarçar.

— Sou Tatiana!

Michael gostou da voz da garota. Era suave e firme ao mesmo tempo, parecia que era impossível não prestar atenção nela quando ele falava, aquele som doce e melódico enchia o ar. Michael ficou logo interessado por Tatiana, que era bonita e parecia ser cheia de atitude.

— Tatiana é um belo nome. –disse enquanto se sentava novamente- Ah, no que poso ajudar? As fãs sempre querem alguma coisa.

Ela riu, como se aquilo fosse ridículo. Michael ficou intimidado por aquilo, e também irritado por que aquela garota estava rindo dele. Mas ela percebeu isso e caminhou até onde ele estava sentado, percebendo que ele fixava seu olhar em suas pernas enquanto ela andava. Ela gostava disso.

— Oh, não se irrite comigo, Michael. –ela se curvou lentamente sobre ele- Eu vim para te ajudar.

A porta do camarim se abriu e o ambiente se encheu com gritos histéricos de uma menina, mas antes que ela pudesse entrar no recinto, foi detida pelos seguranças.

— NÃO! –ela gritava- Michael, eu te amo! MICHAEL!

— Parem! –disse Michael se levantando e indo até onde a garota estava- Podem soltar a garota.

Eles olharam para Michael, incrédulos, mas por fim obedeceram. A menina correu até o seu ídolo e o abraçou, chorando muito.

— Oh, Michael, eu te amo tanto! –ela soluçava

— Eu te amo mais, anjo. –ele disse sorrindo- Não chore, está bem?

A garota parecia que ia desmaiar a qualquer momento e não parecia disposta a soltar Michael tão cedo. Ele suspirou, pensando em como convencer a menina a soltá-lo.

— Querida, você tem que ir agora, certo? –disse se soltando da menina suavemente- Precisa mesmo ir!

— Tire uma foto comigo? –ela implorou

— Claro anjo!

Michael sorriu para a foto e se despediu de sua fã, que sorria bobamente. Ele voltou para o seu camarim rindo e se assustou quando encontrou Tatiana o esperando impacientemente de braços cruzados.

— Algum problema aqui, Michael? –perguntou seu segurança atrás dele

— Não, não se preocupe. Feche a porta, por favor?

— Claro, mas qualquer coisa... –e fechou a porta

Tatiana ergueu uma de suas sobrancelhas teatralmente, esperando Michael falar algo. Ele colocou as mãos no quadril e a encarou. A presença dela o irritava um pouco, mas ao mesmo tempo a garota tinha toda sua atenção. Por fim, ela acabou falando.

— Michael...

Ela não disse mais nada. Apenas sorriu e pegou a garrafa de água de Michael, que estava na mesa do camarim. Ela bebeu um pouco e ofereceu para ele, que bebeu tudo sem pensar, deixando um resto de água escorrer pelo seu pescoço. Ela sorriu mais ainda, guardou a garrafa dele e pegou uma toalha para secar a água que havia escorrido. Michael estava mais exausto a cada segundo, então permitiu que ela cuidasse dele sem reclamar. Ela o conduziu até a cadeira em que ele estava sentado e fez uma massagem relaxante nos seus ombros. Ele fechou os olhos e sorriu, era tudo que ele precisava no momento: relaxar e ser bem tratado por uma bela moça.

Um pouco mais tarde, Michael acordou assustado. Sentia uma sonolência fora do comum e alguma força puxando sua blusa e tentando o tirar da cadeira. Era fraca, mas incomodava. Ele não conseguia falar, nem abrir os olhos, muito menos sair do lugar. Ouviu um gemido de frustração que parecia muito distante, e foi puxado com muito mais força.

Ele sentiu que estava caindo, mas não conseguia fazer nada. Estava totalmente paralisado pelo cansaço. Sua queda foi amortecida por algo quente, nu e macio.