Paola’s POV –

Ok, eu sei, eu sei. Talvez nossa escolha de música tenha sido meio... Obvia em relação a quem foi que deu o trote. Musica em português. Quem eram as únicas meninas da escola que falaram português? Ah é, Paola, Malu e Tayná. Ótimo, acho que essas luzes realmente estão mudando meu gene, de castanho claro, para loira total. Exagero, mas enfim. Era obvio que as líderes de torcida tinham descoberto que fomos nós que fizemos tudo aquilo, eu não ligo, mas o problema é que nós vamos sofrer, e muito.

Depois de toda a confusão e depois de sermos expulsos da quadra como marginais... O que talvez nós três fossemos, fomos direto para o campo de futebol. Eu e as meninas não ficamos separadas em nenhum instante, aquilo não ir ser só difícil pra mim, ia ser difícil para elas também, afinal, nossa antiga escola praticamente INTEIRA estuda na merda da outra faculdade. Passar pela arquibancada se tornou uma tortura e uma coisa que me corroia por dentro. Todos aqueles olhos conhecidos em cima de nós.

Sentei em um dos lugares da arquibancada que dava de cara para o meio da quadra. O quanto mais entrava de pessoas no local, mas aquilo me consumia. Talvez eu não quisesse tanto assim assistir esse jogo.

-Galera, eu meio que não estou no pique de assistir esse jogo... – Eu disse meio tímida com os olhares. Odeio chamar atenção. Odeio que me encarem. Odeio que me olhem. Odeio todos da minha antiga escola até mais do que eu odeio a Ashley e suas seguidoras.

- Paola! Pelo amor de Deus, depois desse show que nós demos, você me vira e fala que não está no pique? – Malu me olhou indignada como se não estivesse irritada com tantas olhadas.

- Vocês viram a cara da Andy? – Tayná deu uma risada escandalosa. – Ela ficou tipo: “ Meu Deus, tem alguma coisa grudenta no meu uniforme!” – Ela imitou a voz da Andy. Não pude perder a oportunidade de rir histericamente.

- E a Ashley quando caiu, o que foi aquilo? – Malu continuou a rir sem parar. – Ela ficou tão puta, mas tão puta que parecia que a bitch ia estourar! – Malu se engasgou com a risada, era tanta que não cabia em sua garganta, literalmente. – E você ainda me fala que não está no pique de ver esse jogo?

- Não sei se você se recorda meu amor... – Eu disse irônica. – eles vão estar aqui. – Minhas sobrancelhas subiram em sinal de alerta.

- Eu sei. – Foi a única coisa que Tayná disse.

- Eles não vão nem falar com a gente. – Malu disse séria quando finalmente percebeu o que me preocupava. – Nós finalmente nos livramos deles, e de tudo que fazia com que nós lembrássemos deles.

- Eu sei Malu, eu sei. Eu mesma “tomei controle” da situação na época, mas eu acho que não estou nem um pouco a fim de ver ele hoje. – Era verdade. Eu não queria vê-lo por nada nesse mundo.

- GENTE, E OS MENINOS, TIPO, LOUIS, LIAM, HARRY, NIALL E ZAYN QUANDO VIERAM DANÇAR COM A GENTE, FOI TÃOOOOOO ENGRAÇADO! – Tayná começou a rir de novo, só que agora sozinha. Ela se tocou e parou. – Desculpem, só queria descontrair.

- Eu até poderia rir com você e falar o que eu acho de tudo isso, mas esse assunto é sério e preocupante. Vocês lembram o que a gente passou né? Depois daquela maldita noite, nossas vidas viraram um inferno, tanto na escola quanto em qualquer lugar daquele bairro. Até minha cabeça conspirou contra mim! Eu sonhava com aquilo, SONHAVA! – Eu disse séria.

- Nós tomamos o controle de tudo Paola. – Tayná baixou a cabeça fitando o chão da arquibancada.

- Sim, depois daqueles babacas irem pra faculdade! Só depois disso. Agora eles estão invadindo nosso espaço DE NOVO! – Eu alterei a voz um pouco irritada.

– Ai meu Deus, é a Kelly! –Malu deu um pequeno berro quando vi a nossa ex arque inimiga subindo as escadas. – Puta que pariu, vamos vazar desse lugar!

- Não... eu quero ver eles jogando... – Tayná protestou batendo o pé no chão feito criança.

- Dá para você.... Eu vou te castrar meninas. Conhece a palavra prazer? Você NUNCA MAIS VAI TER se você não for com a gente! – Eu disse puxando Tayná pelo braço.

Nós começamos a andar pela arquibancada indo em direção as escadas que se encontravam ao lado dos lugares. Pude escutar coisas como “ Aquela não é a Paola? Malu? Tayná? Elas realmente passaram aqui?” Entre outros. Aqueles idiotas não tinham como cuidar mais da minha vida né? Quando finalmente chegamos na escada, começamos a descer torcendo para que ninguém visse a gente. Quando finalmente aquelas escadas infinitas acabaram, demos de cara com um grupo gigantesco da nossa antiga escola.

-Corre porra! – Tayná disse me dando um tapa na bunda me guiando para uma entrada, que se não me engano era onde se encontravam os vestiários.

- Tem certeza que aqui tem alguma saída? – Eu perguntei.

- Tem sim. Certeza. – Bom, se ela diz, eu acredito né.

Seguimos pelo lugar onde Tayná disse. Era um corredor vermelho com listras brancas infinito. Nunca ví mais longo. Graças a Deus ele era largo o suficiente para que nós três ficássemos uma do lado da outra. Seguimos até o fim do corredor onde haviam várias portas, inclusive uma escrito: “ Vestiário Masculino casa” e “Vestiário Masculino Visitantes”. PQP. Não era possível.

-Nós fugimos pra dar de cara com o perigo. Tipo filme de terror americano, sabe aquelas mulheres que sabem que tem um psicopata correndo atrás dela e ela resolve correr em direção dele? – Malu e Tayná me encararam com dúvida. – Todo mundo em pânico? Nunca assistiram não suas cafetinas?

- Paola, você tá fazendo uma piada... AGORA? SÉRIO MESMO? AGORA? – Tayná deu um berro e eu comecei a rir descontroladamente. Eu era a séria até agora pouco, e agora trocamos de lugar, típico.

- Mas é sério! – Eu disse protestando. – Desisto de vocês!

- Paola e Tayná, chega! Vamos vazar daqui. Nenhuma de nós está se sentindo bem nesse lugar, e nós temos que correr. – Malu disse séria. Ui, agora a bitch resolve levar as coisas a sério. Vê se pode.

- Isso, vamos embora daqui! – Eu disse enquanto ainda estávamos ambas viradas para as portas. – O quanto mais rápido melhor. Eu dei mais uma olhada nas portas, analisando-as imaginando o que tinha por trás das mesmas. Sem malícia. Eu não tinha entrado lá, e eu realmente tinha a curiosidade de saber o que os meninos falavam lá dentro... FOCO PAOLA! Você vai se virar e ir para a porta mais próxima, e fugir desse lugar. Tranquila...

- Mas pra que tanta pressa? – Uma voz familiar tomou conta do ambiente e percorreu meus ouvidos.

Só de escutá-la minha garganta já fechava. Minha respiração começava a ficar fraca, como se o mesmo ar que nós dois respirássemos estava contaminado com veneno. O veneno dele. A última pessoa que eu queria ver hoje. A pessoa que eu estava fugindo. Eu me virei e consegui ver as três figuras estampadas em minha frente. Fitando cada detalhe de nossos corpos.

-Estavam pensando em ir para algum lugar? – Ele perguntou com rispidez. Ótimo. Ele estava na minha frente, me encarando, acompanhado dos dois capangas dele. Os mesmos que Malu e Tayná queriam passar longe. ÓTIMO MAIS UMA VEZ. Hoje era nosso dia de sorte.

- Oi Chad. – Eu cuspi com desprezo. Só de repetir esse nome já me dava urticaria pelo corpo todo.

- Oi Paola... Quanto tempo não é mesmo? – Ele deu aquele sorriso incrivelmente branco e hipócrita dele.

- Quanto tempo? Nem senti passar, foram épocas tão boas sem ter que olhar pra essa sua cara de otário que passou assim... Rapidinho. – Eu tambem sabia ser irônica e hipócrita. E pode apostar que eu vou adorar participar desse joguinho. Se é isso que ele quer...

- Voltando aos velhos tempos... – Ele soltou uma risada que me irritou profundamente. – Ou melhor... Aqueles tempos, depois daquele dia em especial.

- Porque você não vai se fuder Chad?! – Tay deu um berro que acho que até a arquibancada do lado de fora pode escutar.

- Opa, Opa, Opa. Tayná, Tayná... Desde quando você fala uma coisas dessas? – Edward, quem Tay não queria ver nem vestido de salsicha sueca resolveu abrir a boca.

- Nossa, você fala sem a permissão do seu grande lider Chad? – Eu disse irônica. – Parece que o ratinho de laboratório evoluiu gente! Palmas.

- Cala a sua boca. – Edward disse com raiva.

- Ou o que? Vai bater nela? – Agora Malu apareceu na treta. Agora a porra ficou séria. – Vê se cresce. Todos vocês. Vamos embora meninas. – Malu começou a ir em direção a saída do corredor pelo qual entramos. Mesmo querendo sair da arquibancada, lá era melhor que aqui. Com certeza.

- Não vai me dar oi Malu? Cadê a consideração. – Charlie, ótimo. Agora já era.

- NO SEU CU, VÊ SE VOCÊ ACHA LÁ! – Ela deu um berro e eu pude jurar que ela ia pular no pescoço dele. Acho que ela tá ficando pior que eu.

- Nossa gente, outro ratinho que começou a falar sem a permissão do mestre. Ai que coisa engraçada. Isso que é evolução. – Nessa hora eu já estava pronta pra continuar falando várias na cara deles. Esse era o problema. Toda vez que eu via aqueles olhos azuis do Chad na minha frente, me fazia lembrar daquele maldito dia, e daquela história ridícula do meu passado.

- Ah, Paola, Paola... Calma. Ninguém aqui está irritadinho como você. – Ele se aproximou. Obvio que não tanto. Não era idiota o bastante. Mas uma quantidade boa para ficar meio metro de distancia de mim e seu braço conseguir tocar minha cintura. Merda. – Podíamos qualquer dia desses... Sair, pra beber... Que nem aquele dia. Foi tão legal não lembra? Bebemos, nos divertimos, tivemos uma festinha...

- Sai da minha frente. – Foi a única coisa que eu disse antes de empurrá-lo e arrancar sua mão de minha cintura. – Vê se você se enxerga!

- Ei... Calma. – Ele começou a se aproximar mais. Aquilo vou me dando pontadas de raiva pelo corpo todo. Nossa distância foi diminuindo mesmo que eu desse alguns passos para trás, o que me levou a dar de costas na parede.

- Sai de perto dela! – Tay o empurrou assim como eu já havia feito, mas Edward a segurou com forço pelo braço.

- Você fica quieta aqui comigo... – Ele passou a mão que estava livre em seu rosto devagar. – Lembro de tirar seu cabelo do seu rosto...

- Cala a sua merda de boca, fica longe de mim!

- Ei, menina fica quieta! – Charlie disse irritado com Tay. Ele era o mais avoado de todos naquele momento.

- Você não fala assim com ela seu... – Malu estava quase agarrando o pescoço dele com as mãos e enfiando as unhas no mesmo até escorrer sangue.

- Seu o que? – Charlie a encarou. – A única coisa que eu já fui pra você... Foi seu amor... O amor da sua vida. A gente se gostava não é?

- Não. – Ela disse com a voz fraca. Droga. Ela tinha que ser mais forte que isso. Ele conseguiu pegar o ponto franco dela. Seus olhos já estavam fitando o chão. Aquela coragem tinha sumido de um hora para a outra. Charlie estava aproveitando aquela situação pra se aproximar dela. Droga, esse maldito tem que apanhar muito da mãe dele, na boa.

- PAREM VOCÊS TRÊS! – Eu berrei. – SE FICAREM UM POUCO MAIS PERTO DE QUALQUER UMA DE NÓS, EU GRITO PARA TODO MUNDO OUVIR!

- Shiu... Eu só quero repetir aquilo... Poder ficar ao seu lado mais uma vez... – Chad seu filho da...

- SAI DAQUI! – Dessa vez o grito foi tão alto que queimou minha garganta parecendo que tinha rasgado por dentro. Aquele grito tinha se acumulado dentro de mim por muito tempo, e essa era a hora de soltá-lo. Rever aqueles rostos depois do que eu passei me fazia querer vomitar.

Bom, posso falar somente que isso não adiantou em porcaria nenhuma, eles continuavam a se aproximar. Tay não conseguia se desgrudar de Edward qie apertava seu braço com força. Malu encarava o chão quieta enquanto escutava Charlie falar coisas em seu ouvido. Ela fechava os olhos com força na tentativa de não escutá-lo. Já eu, bem, estava encostada em uma parece esperando ele se aproximar. Meu querido plano é: Dar um chute nas bolas dele para que ele não consiga ter filhos pelo resto de sua vida. Plano B: Er... Não tenho plano B, ou ele sente dor nas bolas, ou já era. Espero que ele sinta dor. E muita. Foi só ele se aproximar mais um pouco e meu joelho já estava se preparando quando...

-Larga ela. – Foi a única coisa que eu consegui escutar. A voz me era familiar sim, só que não reconheci de quem era de primeira. Sotaque estranho... Oxigenado! Essa era uma voz MUITO mais agradável de escutar. Anos luz de Chad. – Você me escutou Edward, solta ela.

Os três se paralisaram onde estavam. Edward continuava segurando Tay com força. Pois bem, se eles acharam que iam conseguir alguma coisa de nós estavam muito enganados. Nós tínhamos crescido, amadurecido, não tínhamos mais medo. Tínhamos raiva.

-Ou o que? – Edward se virou para Niall. – O irlandês vai dançar tipicamente só para me assustar? Nossa que medinho.

- Eu já disse pra soltar ela. – Ele repetiu.

- E não se aproximar mais de nenhuma delas. Isso vale para todos. – Essa voz eu não ia esquecer nunca. Sexy demais para uma pessoa só. Senhor topete estava aqui. Eu não gostava dele, mas bem... Ele era melhor que o Chad, com certeza.

- Zayn estraga prazeres está de volta! – Chad soltou rindo. – Você é patético.

- Patético é você seu otário, se enxerga! – Eu disse o empurrando de vez. Agora ninguém ia me segurar. – Se você acha, achou, ou tem alguma esperança de que algum dia nós vamos esquecer o que vocês fizeram e vamos aceitar tudo como se nada tivesse acontecido sem ter ódio de vocês... Bom, pode ir esquecendo porque nós NUNCA VAMOS esquecer o quão patéticos vocês são.

- E quem disse que eu quero que você esqueça boneca. – Chad pegou me meu queixo.

- Eu disse pra você ficar longe. – Zayn disse mais uma vez. Pela primeira vez desde quando eles chegaram no corredor, eu olhei para a direção deles. Estavam praticamente todos os jogadores do time lá, o que facilitava muito.

- E você, goleiro de merda! – O senhor love da Malu, lê-se o carinha de cabelos cacheados chamado Harry se manifestou. – Quem deixou você tocar nela? Falar no ouvido dela...- Ele se referia a Malu. - Ei. Vaza.

E assim eles fizeram. Os três apenas nos olharam, e eu juro que pude ver uma piscadela deles para nós. Finalmente um reencontro depois de 3 anos. Se eu pudesse, eu adiava para o resto da vida. Ótimo, agora eu estava devendo uma para o time de futebol inteiro, e o pior, eu estava devendo uma para o senhor topete e sua companhia. Vou ser obrigada a responder as perguntas deles. Eu vou me recusar, vou me recusar a abrir a boca. Isso, feito, ninguém arranca nada de mim. O único lá que eu responderia alguma coisa era Louis, o super engraçado que eu dancei hoje.

-Vocês estão bem? – Escutei Niall falar preocupado. Sem que eu conseguisse perceber, ele já estava bem perto de nós tocando o braço de Tay que estava bem avermelhado.

- Agora sim. – Ela disse seriamente. Isso pareceu um cantada senhorita Tayná... A Tayná tá amando, tá, tá amando... Ok, não teve graça.

- Obrigada. – Eu soltei. Aquilo foi mais forte do que eu. – Agora nós precisamos ir... – Eu puxei as meninas e comecei a andar em direção a saída, desta vez, a verdadeira saída, aquela que nós teriamos ido se não tivessemos tropeçado em nosso passado obscuro.

- Ei, espera! – Zayn se colocou em minha frente. – Galera, podem entrar, eu e os meninos( ele se referia a Harry, Liam, Louis e Niall) vamos conversar com elas. – Ele disse ao resto do time que aceitou as ordens e entraram no vestiário. – Vocês conhecem eles?

- Sim. – Eu disse. – Eles eram babacas da nossa antiga escola. Costumávamos conhecer eles, mas isso faz muito tempo.

- Eu odeio esses babacas, eles sempre competem com nós! Tenho certeza que foram eles que jogaram lixo no nosso prédio. – Liam disse irritado. – E agora eles vem e machucam elas, quem eles pensam que são?

- Vocês estão bem mesmo? – Louis disse preocupado.

- Sim. Obrigada mesmo. – Malu disse tímida.

- O que eles quiseram dizer com “ficar ao seu lado mais uma vez”? – Harry, que até então estava quieto resolveu falar.

- Nós éramos amigos a três anos atrás. – Malu cuspiu as palavras. – E eu não tenho que te dar satisfação.

- Olha, nós agradecemos tudo que vocês fizeram... Se não fosse por vocês aqueles idiotas estariam tentando nos agarrar, e eu realmente odeio só a ideia de pensar nessa possibilidade. Então, Obrigada. Nós precisamos ir. – Eu passei Zayn rapidamente e não pude deixar de sentir seu corpo bater no meu, quente e macio. Droga, atraente.

- Fiquem para assistir o jogo! – Zayn deu um berro quando já estávamos longe.

- E porque eu faria isso senhor Zayn Malik? – Sim, eu tinha gravado o nome completo dele.

- Pra ver a cara deles quando eles levarem uma grande porrada durante o jogo. – Ele me encarou com um sorriso sapeca no rosto. – Ou você não adoraria ver ele se contorcendo porque recebeu uma bela bolada nas bolas? – Suas sobrancelhas subiram ao mesmo tempo que seus lábios terminaram de formar as palavras.

- Não perderia por nada. – Foi a única coisa que eu disse antes de passar pelo corredor e deixa-los para trás.

As palavras de Zayn soaram na minha cabeça várias vezes. Iam e vinham constantemente. A ideia de ver Chad caído no campo me fez sorri um pouco. Talvez seja maldade, mas ele merecia, afinal, o que ele fez comigo foi bem pior, e não tinha como me vingar, levaria a vida toda. Então aceitei a proposta. Eu iria ficar naquele jogo, se era para vê-lo sofrer pelo menos um pouco, eu iria aceitar.

-Vamos ficar. – Eu não precisei ser a primeira a falar. Tay, que encarava o chão segurando o braço machucado, disse com frieza. – Eu quero ver esses babacas apanhando em campo.

- Tirou as palavras de minha boca. – Malu concordou.

- Vamos sentar então. – Eu disse indo em direção a longa arquibancada.

Foi só nos colocarmos nossos pés nas escadas das arquibancadas que o lado esquerdo (lado da torcida adversária) inteiro nos encarou. Ótimo, a maiorias dos que estavam ali, já nos conheciam. Pude reconhecer cada vez um pouco mais de pessoas, vadias, vadias, vadias, ops, mais vadias, putas, não conheço, ridículo, escroto, nerd simpático, ex líderes de torcida, GRRRRRRRRR.

Nossos olhos começaram a percorrer nosso lado da arquibancada em busca de abrigo. Ops, lugar. Começamos a andar em todas as fileiras, sem sucesso. Alguém começou a falar no alto falante avisando que o jogo iria começar e que era para os times se apresentarem. E assim fizeram. Os times começaram a entrar no campo, cada menino atrás do outro. E eu? Ah é, nada! Não tinha um maldito lugar para mim! Mas que droga! Eu olhei para o campo e lá estava o juiz apitando no meio da quadra, mostrando que o jogo iria começar. Pude ver Louis chutar a bola a passando para alguém que eu não conhecia de verdade. E esse alguém passou rapidamente para Liam que passou para Zayn e logo passou para Niall, que deu um chute animal pro gol, que passou tão perto que eu quase berrei gol sem nem mesmo ver Chad rebatendo a bola. Maldito!

-Ei, Paola, Malu, Tayná! – Escutei alguém nos chamando. Me virei na direção da voz. Era Victória. – Aqui tem lugar pra vocês, venham cá!

- Salvou a pátria! – Eu disse baixinho. – ESTAMOS INDO! – Eu disse pulando as escadas e correndo. E sentando ao lado de Victória. Malu e Tay me acompanharam e sentaram ao meu lado respectivamente.

- Então meninas, essas são, Mariana. – Victória disse apontando para uma de cabelos longos e castanhos escuros ondulados, olhos castanhos também.

- Hey! – Ela disse simpática. – Podem me chamar de Mari, só me chamem de Mariana se eu fizer alguma cagada.

- O que é constante! – Disse uma que tinha os cabelos cacheados com pontas loiras. – Sou Elisa, me chamem de Lisa. – Ela abriu um sorriso fofo maior que o próprio rosto.

- Eu sou Raphaela. – Uma de cabelos ondulados castanho claro disse dando um sorriso. – Podem me chamar de gostosona. – Ela começou a dar uma risada. – Ok, podem me chamar de Rapha!

- Er... Oi... – Foi a única coisa que eu consegui falar antes que a última garota que estava no “grupinho” começasse a falar.

- E eu sou Gabrielle. – Ela disse. – GABRIELLE, NÃO GABRIELA, porque Gabriela pode se transformar em Vacaela, imagina? Sorte que minha mãe teve essa consciência quando me deu o nome porque né.

Não pude deixar de rir. Elas eram engraçadas. Pelo que eu entendi, cada uma era de um curso, o que era super legal. Bom, amizades feitas, foco no jogo. Quando eu olhei vi que todos já estavam suados e suas camisas estavam coladas no corpo. Ok Paola, desnecessário. Mentira, comentário necessário sim. Eu quase babei quando vi o corpo dos meninos, sério. Enfim, o jogo continuava a correr e quando dava uma brecha, eu podia ver os olhos de Zayn correndo pela arquibancada. Louis e Harry faziam o mesmo. Mas o que eles estavam procurando aqui? Niall e Liam estavam preocupados demais jogando lindamente. Obviu, Niall era o chefe do time, eu acho. Enfim, meus olhos fitavam Zayn toda vez que ele dava uma olhada para nosso lado. Ele estava procurando alguém.

Quando seus olhos finalmente se encontraram com os meus, ele abriu um sorriso. Eca, sai de mim menino. Ele cutucou Louis e apontou para nós. Louis, idiota como sempre fez um tchau para nós super animado. Vi que Mariana ficou vermelha DEMAIS para uma pessoa só. Mas o que foi isso? Eu voltei a olhá-los e encontrei os olhos de Zayn novamente. Ele apontou para mim, depois pegou seu dedo indicador e médio, levou-os para perto de seus olhos a fim de dizer para que eu olhasse, e depois apontou para o goleiro. Chad. Ia ser agora. O que ele disse foi: “ Você fica de olho em mim e no goleiro!” Eu não pude segurar o sorriso até que vi uma cabeça tentando me olhar. Andy. Ela estava tentar ver com quem Zayn estava falando. Eu rapidamente mergulhei minha cabeça no meio das meninas que deram um pulo.

Vendo meu desespero, Louis SE JOGOU, repito, SE JOGOU no meio do campo berrando. Graças de Deus, Andy o olhou preocupada e se esqueceu de mim. Amém. Eu continuei esperando, esperando. Até que a bola chegou nos pés de Zayn e ele começou a avançar até o gol. Quando estava a uns 5 metros do gol e nenhum zagueiro em sua frente, Zayn deu um chute, tão forte, mas tão forte, que eu achei que Chad ia voar. Meus olhos seguiram a bola ansiosamente e.... NA MOSCA. A bola acertou as partes de Chad. Eu comecei a rir. A força foi tanta que além de receber uma bolada, ele deu alguns passos para trás fazendo com que ele e a bola entrassem no gol. Gol... GOL! FOI GOL!

-GOOOOOOOOOOOOOOOOOOL! – Eu pulei junto com todos da arquibancada. – AE ZAYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYN! – Eu soltei e logo depois me arrependi.

- GOOOOOOOOOOOL PORRA, GOOOOOOOL! – Elisa levantou a blusa e eu gelei. Foi depois que eu percebi o que estava escrito nela. “ Chupa otários!” Isso me fez gargalhar.

- Paola, Paola, VOCÊ VIU AQUILO? – Malu disse com um sorriso gigantesco no rosto.

- O que? – perguntei.

- Misteriosamente, Edward e Charlie apareceram caídos no campo. – Tay disse.

- O QUE? – Eu olhei para o campo e lá estavam eles. Edward e Charlie, ambos com as mãos naquele lugar se contorcendo no chão. Foi só eu olhar para os meninos e os cinco. Sim, os cinco, estavam olhando para nós em uma linha fazendo a dançinha do “ Ai se eu te pego” na comemoração do jogo.

- ARRASARAAAAAAAAAAAAM! – Raphaela berrou rindo. Eu concordo, aquela foi ótima.

Todos estavam rindo. Inclusive nós. Zayn deu uma piscada para mim e saiu correndo pelo campo. Eu agradeci mentalmente. O jogo continuou normalmente. Nada demais aconteceu. Um intervalo para o segundo tempo foi feito. Eu já queria ir embora, mas resolvemos não fazer isso. Ficamos conversando com as meninas animadamente. Era bom fazer mais amizades.

-Sabem quem eu acho uma gracinha? – Mari comentou com vergonha.

- Louis. – Eu disse dando um sorriso.

- Meu Deus, como você sabe? – Ela disse assustada e eu ri.

- Vi que você ficou com vergonha quando ele te olhou. – Ela me olhou vermelha. – Ele é um filé. Super apoio.

- Um filé é aquele Liam. – Lisa quase berrou. – Aquele menino me tira do sério!

- Olha o fogo, olha o fogo! – Malu disse rindo. – Eles todos são bem interessantes.

- Gente, vocês já viram aquele filme “ Ela é o cara”? – Tay perguntou meio avoada.

- Tayná, O QUE ISSO TEM A VER? – Gabi perguntou abismada. – Ahn? (PIADINHA INTEIRAKK)

- Nada. Só tava lembrando. – Meus olhos piscaram várias vezes a fim de que aquilo se resolvesse em minha cabeça. – Ok vai começar o segundo tempo.

E começou. Posso falar que não teve NADA DEMAIS no segundo tempo. Absolutamente NADA. A única coisa que me irritou foi quando levamos um gol. Isso me deixou bolada. Sério. Eu pude ver todos os idiotas da minha antiga escola comemorando, e isso me irritou profundamente. Tudo passou rapidamente e quando finalmente passou, demos tchau para todas as meninas e saímos correndo do campo. Quando estávamos longe de lá, pude escutar meu celular tocar. Peguei o mesmo e atendi. Era o cara dos porcos. Nossa encomenda já estava no locar marcado, que por acaso era perto da faculdade dos idiotas. Eu agradeci e sorri vitoriosa para as meninas. Só faltava mais algumas horas para que o show começasse.

Passaram-se as horas necessárias e já eram meia noite. Eu quase pulava no quarto de tão animada que estava. Quando o horário bateu, nós três pegamos lanternas, nos vestimos com moletons e fomos devagar encapuzadas. Descer as escadas em silêncio foi a parte mais fácil, pois a maioria das meninas estavam ocupadas em seus quartos ou no hall conversando absurdamente sobre esmaltes e qualquer coisa do tipo que não me interessava em nada. Ao chegar fora de nosso dormitório vimos alguns seguranças andando de um lado para o outro e bem... Eles comiam e riam juntos, não estavam pouco se lixando para o que tava acontecendo, o que facilitou absurdamente nosso “plano”. Depois que chegamos no estacionamento, peguei a chave do nosso carro (sim, nós compartilhávamos um carro) e apertei o botão para abri-lo. Quando estávamos caminhando até a porta já destrancada, na ponta do pé, senti uma mão em meu ombro.

-AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – Eu berrei e me virei rapidamente jogando a lanterna na cara da pessoa. Liam. – Você só pode querer morrer não é? – Eu não consegui me aguentar e dar uns tapas em seu ombro. – QUER ME MATAR DE SUSTO?!

- Calma! – Ele disse rindo. – O que vocês estão fazendo aqui? – Os outros meninos estavam com ele. Todos estavam com lanternas assim como nós. Harry e Niall estavam com mochilas nas costas assim como Eu e Tayná.

- Não interessa. – Malu disse. – Agora se mandem. – Nós viramos as costas para eles e continuamos andando em direção ao carro.

- Não sem saber aonde vocês vão. – Harry disse sério. Nós continuamos andando.

- Só ignorem nossa existência! – Tay disse. Nós já tínhamos chegado no carro. Tay abriu o porta-malas e jogou sua mochila lá, logo em seguida eu fiz o mesmo.

- Não é tão fácil assim. – Harry deu um sorriso fraco e nós o encaramos. O que ele quis dizer com isso? – Pode acreditar, eu já tentei. – Ele se virou para Malu e deu uma piscadela. HA HA, Só rindo. Ela revirou os olhos e fechou o porta-malas.

- Vão dormir. – Foi a única coisa que Malu disse.

- Me falem onde vocês vão. – Zayn correu até nosso carro e se colocou na frente da porta. Esse topetudo era insistente demais pro meu gosto.

- Vamos dar um trote, na outra faculdade. Satisfeitos? – Eu disse derrotada. – Agora sai da minha frente antes que eu comece a gritar falando que você está me estuprando. – Meu sorriso irônico foi formado em meu rosto.

- Sério? – Pude ver o olhar de Niall sobre nós. – Porque nós também vamos fazer isso! – Ele disse animado.

- O QUE? – nós três falamos alto. Era impossível que eles fossem fazer a mesma coisa. O quando mais eu tento fugir dessas pessoas, mais elas me perseguem.

- SHIIIIIIIIIIIIU. – Louis disse. – Sim, é serio.

- Vamos juntos? – Harry sorriu safadamente.

Vamos pensar nas possibilidades... Pós: Nós poderíamos ir sozinhas, fazer tudo que nós quiséssemos sem que ninguém desse palpite. Contras: Nós não somos fortes o bastante para pular a grade da faculdade, de segurar os porcos e soltá-los no campo e muito menos, se alguma coisa acontecer, como sermos pegas, nós com certeza não conseguiríamos fugir rapidamente. Bom, acho que a companhia deles seria até que... Interessante.

- Tanto faz. – Eu disse e entrei no carro. – Vocês vem? – Perguntei.

Não demorou muito tempo para que todos entrassem e se esmagassem em nosso carro. Eu fui dirigindo, era a única de nós três e tinha carteira. Os meninos também tinham, mas dani-se.

-Huuuuum, você está gostando de ficar perto assim de mim não é? – Pude escutar a voz de Harry e logo em seguida o barulho de um tapa. Malu.

- Sai de perto de mim. – Ela disse.

- OLHA O MEU PÉ LOUIS! – Niall berrou.

- NÃO É MINHA CULPA QUE SEU PÉ A MAIOR QUE DE TODO MUNDO!

- NÃO É NÃO!

- NÃO FALA ASSIM COM ELE! – Zayn berrou do meu lado.

E assim continuaram as brigas. Liguei o carro revirando os olhos e dei partida em direção a faculdade. Pelo jeito, essa noite ia ser LOOOOOONGA demais.