Um mês depois...Resumo: Rumores sobre Harry e Malu correram pela faculdade, mas logo foram esquecidos quando eles voltaram a brigar. Todos continuaram a pagar seus dias de trabalho voluntário. Isso fez com que todos tornassem mais amigáveis uns com os outros, crescendo até um pouco de amizade. Harry fez a cabeça do diretor para que cada um dos meninos tivesse um quarto separado, sem segundas intenções. Niall não voltou com Ashley.

- Niall’s POV-
Feriado prolongado é a melhor coisa que existe. Passaram-se um mês desde o começo das aulas. Nesse tempo, eu consegui terminar com a Ashley, quase transar com Tayná, virar amigo da Tayná, virar amigo da Paola e da Malu, conhecer Mariana e Elisa, conhecer Gabrielle e Raphaela, jogar quatro partidas de futebol e ganhar todas, me embebedar em dois fins de semana seguidos, transar com uma menina que eu nunca vi na minha vida e depois descobrir que ela era da faculdade, acordar no meio do campus depois de uma boate, jogar cinco vezes o Louis da cama, fazer o Liam dizer dois palavrões, esperar Harry pegar o telefone de duas garotas e depois descobrir que eram garotos, fazer cabana para o Zayn acender o cigarro na chuva e por fim, tirar nota baixa em duas matérias. Nada demais.
Para o feriado prolongado, o grêmio da faculdade – que por acaso, ou não, era comandado por Ashley e suas seguidoras – organizou uma trilha e acampamento. A pergunta é, porque as pessoas aceitam fazer isso? Por que não aproveitam o feriado delas? Pois é, sua participação nisso meio que ajuda a você receber uma carta de recomendação de emprego, e atualmente, todos querem isso. Mas também, não pode dizer que é algo realmente chato. Na realidade, é bom.
— Niall, posso falar com você um minuto? – Ashley apareceu ao meu lado.
— Claro. – Respondi sem tirar os olhos das pessoas que estavam saindo do ônibus. Nós tínhamos acabado de chegar no ponto de partida da trilha. Todo mundo estava com uma mochila nas costas e com roupas confortáveis.
— Bom, olha, eu sei que no começo do ano nós tínhamos combinado de fazer um grupo juntos... – Ela começou com um sorriso cínico. – Mas, já que nós terminamos, achei que não queria uma boa ideia, então, acho melhor você achar outro grupo, o meu já está fechado. – Fui obrigado a dar risada.
— Óbvio, Ashley, não sei nem porque você veio falar isso. – A encarei um pouco e depois a ignorei, juntando-me aos meninos.
Todos começaram a se juntar em um circulo em volta de Ashley. Ela iria começar a dar as instruções sobre como iria funcionar tudo. Sempre achei que uma pessoa como ela não ia conseguir nem tirar a própria roupa, mas as vezes nós erramos.
Eu comentei do Liam e do Louis? Pois é, esses dois estavam de conversa com a Mariana e da Elisa. Elas eram amigas de Tayná, Paola e Malu. Eles tinham se conhecido na festa, e dede então, não se desgrudavam. Liam teve a cara de pau de me falar que já estava no grupo delas. Ele, Louis, Elisa, Mari, Raphaela e Gabrielle. Esse era o grupo, e já estava fechado. Na hora eu recebi a noticia bem, mas depois eu queria dar um soco na cara dele. Ok, exagero, mas é sério.
— Ok pessoal, bom, vocês terão de se separar em grupos de seis pessoas, nada a mais, nada a menos. Cada um de vocês receberá uma bússola e um papel com coordenadas. – Ela balançou um saco cheio de bússolas. – Eu darei isso para cada chefe do grupo. Eu escolho o chefe. – Ela sorriu. – Como eu já havia avisado, não se preocupem com locais para dormir, comida ou coisas para se aquecerem, pois quando chegarmos no acampamento tudo estará em seu devido lugar. – Ela piscou. – Inclusive as bebidas!
— Como pude ver... – Tiffani apontou para os grupos já formados. – Já temos alguns grupos, então os lideres venham até mim pegar as bússolas.
Fiquei observando as pessoas se aproximarem de Tiffani. Tayná foi a segunda da fila. Posso garantir que vi Tifanni dar um sorriso animado demais em direção a ela e depois dar uma risadinha forçada. Tayná andou em direção a Paola e Malu e começou a dar uma olhada no que tinha recebido. Aproveitei a chance. Eu teria que entrar em algum grupo certo? Certo. Então porque não o de Tayná? Seria muito mais fácil.
— Tayná? – Disse tocando em seu ombro.
— Oi, Niall. – Ela sorriu.
— Er... Bem, vocês tem mais alguém no grupo? – Perguntei.
— Na realidade não... Você conhece alguém que esteja sem grupo? Nós precisamos de três pessoas. – Ela parecia preocupada. – Não estou muito a fim de brigar com a rainha futilidade.
— Na realidade... Tem eu! – Eu dei um sorriso largo e ela me olhou estranhamente.
— Você?! Sério? – Ela riu. – Ok, achei que os seus amigos estivessem a seu favor...
— Acho que o Zayn vai ir com a namorada dele e o Harry vai acompanhar a Tiffani né... – Eu os procurei com os olhos.
— Acho que não em, o Zayn está vindo para cá com uma cara de quem comeu e não gostou. – Paola surgiu na conversa do nada.
— Finge que nada aconteceu! – Tayná fez cara de paisagem.
— Não acho que isso vai adiantar Tayná... – Sussurrei para ela.
— Shiu, cala a boca. – Ela sussurrou de volta.
Zayn se aproximou primeiro de Harry, falando alguma coisa em seu ouvido e puxando-o para nossa direção. Os dois começaram a caminhar até que pararam em nossa frente. Zayn parecia emburrado e Harry tenha um sorriso vitorioso no rosto.
— Tem mais lugar no clube? – Zayn perguntou.
— O que aconteceu? – Perguntei percebendo que o clima não era lá o dos melhores.
— Acabei de levar um pé na bunda da Andy. – Ele sorriu irritado. – Sabe o que ela disse? Que depois que você e a Ashley terminaram, nós não podíamos ficar juntos, era traição. – Ele revirou os olhos.
— Parece que você gostava mesmo dela. – Malu disse. – Se vocês se gostavam assim, vão voltar, relaxa!
— Você disse... Gostava de verdade?! – Harry começou a rir. – Eles namoravam mais por obrigação e rotina do que por amor...
— Harry! – Malu disse irritada.
— O quê?! – Ele perguntou. – É a verdade ué.
— É... é a verdade. Só achei a desculpa meio idiota. – Zayn bufou. – Foda-se, espero que ainda tenha lugar no grupo.
— Gato, nós somos que nem coração de mãe, sempre cabe mais um! – Paola disse levantando os braços e balançando. Comecei a rir tentando entender o que tinha na cabeça dela.
— VOCÊS ESTÃO GRÁVIDAS?! – Harry arregalou os olhos parecendo abismado. Eu não sei se eu começo a gargalhar, chorar ou se dou um soco na cara dele. Terceira opção me parece mais agradável.
— Vou fingir que não escutei isso. – Paola disse se virando e indo buscar umas garrafas de água.
Ótimo, agora nós já temos um grupo fechado. Metade do trabalho pronto. A outra metade era a mais difícil, chegar ao acampamento sem nos matar no caminho, sem nos perder e sem passar fome. Fácil, não? O bom é que com a bússola e as coordenadas não tem como se perder, então, é só evitar as brigas e facadas.
Ashley começou a dirigir cara grupo para um canto da “floresta”. Eram trilhas diferentes, não eram marcadas, mas segundo ela, eram trilhas fáceis. Nós éramos o ultimo grupo. Então tivemos que esperar um tempo até que ela chegasse a nós. Quando chegou, contou cada um de nós até que parou arregalando os olhos.
— Niall, o que você está fazendo aqui? – Ela perguntou irritada.
— Estou com o meu grupo, ué. – Respondi dando de ombros.
— Não! Muda de grupo, agora!
— Não! – Eu fui até o local por onde entraríamos na mata. – Até mais, Ashley.
Sem olhar para trás, puxei Tayná para nossa frente e começamos a passar por entre as árvores. Tayná segurava a bússola e as coordenadas. No começo, a fecha começou a girar um pouco perdida, mas depois começou para apontar para o norte. Seguimos para o norte por uns 300 metros. Depois tivemos que ir a leste por mais uns 500 metros. Não trocávamos palavras. Paola estava com seu celular, sem sinal, escutando música. Malu fazia o mesmo. Zayn estava segurando uma folha onde desenhava algumas coisas que via. Harry assoviava imitando os pássaros e eu... Ficava observando tudo que estava acontecendo.
Olhei para o lado direito e percebi um campo de flores da cor lilás. Déjà vu. Era como se eu já tivesse vivido essa cena. Andamos mais um pouco e seguimos para o norte novamente. Andamos, andamos e nada. A seta começou a girar e a cada segundo mostrava um norte diferente. Comecei a suspeitar eu alguma coisa estava errada, mas como não conheço sobre bússolas, ignorei esse pensamento e continuei andando.
Flores da cor lilás... EPA! É a terceira vez que nós passamos por aqui!
— EU DESISTO! – Escutei Tayná gritar. – Chega, tem alguma coisa errada com essa porcaria! – Ela começou a bater a bússola em sua mão. – Ela não mostra a porcaria do norte!
— Estou me sentindo em Piratas do Caribe, só está faltando o Johnny Depp. – Paola bufou sentando em uma pedra. – Legal, estamos perdidos, não é?
— Acho que sim. – Eu disse desanimado.
— Ei... Vocês não acham estranho? – Malu parecia pensativa. – A nossa bússola está com problema, certo?
— Certo. – Harry respondeu.
— E a Ashley, tentou evitar que o Niall viesse com a gente... Certo? – Ela continuou.
— Certo... – Respondi tentando seguir seu raciocínio.
— BINGO! – Ela gritou. – Ela desmagnetizou a nossa bússola...
Ok, isso fazia sentido. O sorriso que Tiffani deu para Tayná. Ashley tentando evitar que eu entrasse no grupo. Era obvio. Ela queria se vingar de Tayná e de todos que estivessem ao lado dela, só porque eu achei justo contar para ela que eu beijei a Tayná. Burro. Até parece que ela ia deixar barato. Mas ela seria tão baixa? Cara, ela fez com que nós ficássemos PERDIDOS NO MEIO DO MATO! Quem é que faria uma coisa dessas?
— Legal, vai escurecer daqui a pouco e nós estamos perdidos! – Zayn começou a andar de um lado para o outro. – Preciso de um cigarro! – Ele puxou sua bolsa para frente e começou a vasculhá-la. – Cadê os meus cigarros?
— Acho que você deixou... – Harry arregalou os olhos. - No ônibus.
— Ah não! – Quando Zayn queria fumar e não tinha o cigarro, ele começava a entrar em desespero... Não pela necessidade do corpo, mas, sim pela necessidade mental, ele se sentia melhor só por acender o cigarro, era um jeito que ele tinha achado para relaxar, digamos assim.
— Calma, Zayn, é só um cigarro! – Paola disse revirando os olhos. – Você vai ter que aguentar.
— Não é tão fácil assim. – Ele respondeu preocupado. – Isso é um vício, não é minha culpa.
Paola o encarou durante um tempo. Ela se ajeitou um pouco na pedra, deixando um espaço em sua frente. Ela fez sinal para que Zayn sentasse na pedra também. Ele olhou algumas vezes para ela meio em dúvida e depois foi se sentar.
— Eu posso te ajudar a largar o cigarro. – Ela disse.
— Não tenho certeza. – Ele disse dando risada.
— É serio, eu já fiz isso antes, e deu certo, sabia? Mas se você não quer a ajuda, foda-se.
— Deu certo? – Eu me meti na conversa. Se ela conseguiu fazer alguém parar de fumar, ela podia fazer isso com o Zayn também.
— Deu. O dilema é, existem outros prazeres na vida! Não estou me referindo somente a sexo. – Ela disse naturalmente. – Estou me referindo a outras coisas, como massagem, por exemplo! Esportes, é só você saber o que fazer. – Ela deu de ombros. – Zayn, se você quiser que eu te ajude, eu te ajudo.
— Eu quero! – Ele respondeu animado. – Quero mesmo! Na boa, principalmente agora.
— Eu não vou transar com você. – Ela disse levantando uma de suas sobrancelhas.
— Eu não disse isso. – Ele bufou e eu comecei a rir. – Eu disse que se você me ajudasse a parar de tremer e pensar no cigarro ia ser uma boa.
— Sem querer estragar a discussão de vocês... – Tayná apareceu. – Está escurecendo, nós temos que achar algum lugar pra ficar. Olha aquelas nuvens! — Ela apontou para o que parecia um algodão preto. – Chuva está vindo!
— Não entrar em pânico né? – Harry sorriu forçadamente. – Nada de pânico... Nada de... – Um raio cortou o céu e logo depois o som de um trovão quase nos deixou surdo. – CORRRRRRRE CARALHO! – Harry começou a correr em direção a nada.
Não me pergunte o motivo, mas todo mundo o seguiu berrando igualmente. Nós estávamos apavorados com o que estava para acontecer. Não sabíamos se iria mesmo chover ou se acharíamos algum lugar para ficar... Não tínhamos certeza de nada, a única coisa que nós queríamos, era chegar em algum lugar.
Harry corria na frente, pulando algumas árvores que havia no chão. Nós fazíamos o mesmo sem nem pensar em fazer um plano para acharmos comida, ou alguma coisa do tipo. Era desespero demais. O céu foi ficando mais escuro. Começamos a caminhar, pois não tínhamos mais certeza do que havia em nossa frente. Abri minha mochila e puxei uma lanterna. Minha desconfiança em Ashley tinha prestado para alguma coisa, eu pelo menos trouxe uma lanterna. Não a liguei, pois ainda dava para ver algumas coisas.
— GENTE! – Malu, que estava ao lado de Harry, apontou para alguma coisa em cima de uma árvore. – AQUILO É UMA...
— CASA NA ÁRVORE, VÉI! – Harry deu um berro.