Será o dia das saídas?

POV Riley

No dia seguinte acordo e o Josh já não estava por estes lados, resolvi ficar por estes lados, a ouvir música até que me apetecesse levantar. A minha porta do quarto abre-se e aparece uma pessoa que eu não esperava, o Connor.

—Não sabia que estavas acordada, desculpa - fala com cautela e sei desde esse momento que vem daí coisa.

—Não há problema, senta-te - ele olha para mim com cara de quem não está a compreender.

—Este lugar não é o teu lugar com o Josh? - pergunta confuso.

—É, podemos dizer que sim, mas não é por ser o meu lugar com ele que os meus amigos e família não se podem sentar - ele assente e lá se sente. - Que se passa?

—Eu sei o que se está a passar, eu não sou ingénuo, eu tenho 14 anos, não sou como a Bella que é uma aluada e ingénua, inocente, eu tenho noção das coisas que se passam à minha volta. - não faço a mínima ideia do que estava ele a tentar dizer. - Eu sei o que realmente te aconteceu, eu sabia que o Jonathan não era só teu amigo, eu sabia de tudo o que se estava a passar nesta casa.

—Como é que sabias de tudo? - pergunto estupefacta.

—Eu ouço as coisas, eu observo tudo, não sou um cabeça no ar, eu segui-te quando trouxeste o outro cá para casa - e agora caiu-se-me tudo. - Eu ouvi tudo ontem à noite.

—Então sabes o que vai acontecer ao Tobias? - questiono e ele assente.

—Eu só não sei uma coisa... - porque é que eu sinto que vem daí coisa?

—O que se passa? - eu espero que não seja um sarilho dos grandes!

—Eu beijei uma rapariga - limitei-me a uma risada leve.

—TU BEIJASTE? - nesse momento a porta abre-se e felizmente era o Josh.

—Quem é que o nosso Connor beijou? - vem-se meter.

—Não sei, ele não me disse! - defendo e aquele sorriso que ambos temos, o sorriso gémeo brota no nosso rosto e é dirigido à cara do nosso irmãozinho.

—É algo muito mau! - avisa ele.

—Não pode ter sido tão mau! - alego.

—Exato! Ela fugiu? - pergunta o Josh e eu prendo o riso.

—Não... - ele estava vermelhinho.

—Então diz-nos lá quem é ela! - insistimos.

—Eu digamos que estou muito tramado... - ele começa a enrolar.

—Diz lá quem foi, de certeza que não estás tramado! - insiste o Josh de novo.

—Claro que não estás, agora... quem é ela? - apoio a ideia do meu irmão.

—Eu beijei a Charlotte... - admite e nós ficamos em choque.

—É... estás tramado, amigo! - concluímos em uníssono, eu não imagino o tio Finn a aceitar isto numa boa, a querida filha dele?

—E agora o que é que eu faço? Nós somos primos! - ele estava mesmo desesperado, coitadinho do meu menino pequenino...

—Tecnicamente são primos de consideração, não é? - ressalta o Josh com toda a razão.

—É, tens razão... - concorda.

—Vai atrás dela, despacha-te! Se acontecer mais alguma coisa pede-a em namoro e pede-a ao tio Finn, duvido que ele te parta a cara, ele até gosta de ti! - aconselho.

—Achas mesmo? - isto é tão clichê.

—Tenho a certeza, estás a falar sobre uma rapariga com uma rapariga! - ele dá-nos um abraço e vai-se embora fechando a porta.

—O nosso irmãozinho já beija... como o tempo passa depressa... - suspira o Josh.

—É verdade, daqui a bocado é a Bella que entra por aqui a dentro a pedir conselhos... - nesse momento a porta abre-se e ela entra parecendo um furacão depois de fechar a porta.

—EMERGÊNCIA! - porque é que eu acho que sei o que é.

—Que se passa? - ela senta-se na cama e olha em frente.

—Eu e o Matt demos um beijo - eu e o Josh olhamos um para o outro e começamos a rir. - Ei, qual é a graça?

—É que tu deste o teu primeiro beijo e estás toda nervosa - conto.

—O que é que eu faço agora, o que é que ele e eu somos? MAYA! - neste momento o Josh quase cai da cama porque ela entra.

—Chamaste-me e aqui estou eu! - ela aparece a rir. - Já admitiste?

—Eu e o Matt demos um beijo - assume de novo. -E AGORA O QUE É QUE EU VOU FAZER? NÓS SOMOS PRIMOS!

—Convençam-se todos de uma vez que nós não somos primos, por isso podia acontecer a qualquer um! - gritamos em uníssono, onde é que eu já não disse isto?

—Uhhh, então se nós não somos primos, tu e eu bonitinho, eu e tu bonitinho, uma ilha paradísica.... - eu parto-me a rir juntamente com a Bella. - Que me dizes? Aqui, agora, para sempre? -

—Não Maya, não vai acontecer... - ele rejeita e ela aproxima-se e eu e a Bella ficamos de olhos arregalados. Ele vira a cara e ela beija-lhe o rosto o que me faz rir à gargalhada e ela fica toda contente.

—Um dia vais querer que seja noutro lugar... - eu rio-me sem parar, tanto que caio da cama e continuo a rir ainda mais.

—ALGUÉM SE PODE CONCENTRAR EM MIM? - grita a Bella e eu levanto-me deitando-me de novo. - O que é que eu faço?

—Continuas a dar-te com ele normalmente, sem pressões, tudo a seu tempo! - quando acabo de lhe dizer isso ela põe-se com a cara de "Tive um plano".

—MAYA! QUARTO AGORA! - elas vão embora e eu e o Josh ficamos a rir compulsivamente.

—Eu vou-me vestir - decido, escolho uma roupa e visto-me , sim, eu não tenho qualquer problema em despir-me e vestir-me em frente do meu irmão, ele faz o mesmo comigo, ninguém se sentes constrangido por isso.

—Queres ir sair hoje? Eu combinei ir com o Cody, se quiseres podes sempre convidar a Willow! - pergunta e eu sorrio.

—Por mim tudo bem, eu tenho que agradecer muito ao Cody por ontem e é bom passar tempo com a minha melhor amiga! - sorrio e aceito.

—Queres ir ao Starbucks tomar o pequeno-almoço? - pergunta e nem é assim tão má ideia.

—Claro! - aceito o convite e descemos os dois radiantes, porém o ambiente na sala estava um pouco pesado entre os meus pais.

—Bom-dia mãe, bom-dia pai! - cumprimentamos ao mesmo tempo.

—Bom-dia - cumprimentam de volta.

—Nós vinhamos avisar que vamos ao Starbucks, não vimos almoçar - avisa o Josh.

—Tudo bem, de tarde estão em casa? - questionam.

—Não, vamos passar o dia fora, a manhã é de gémeos e de tarde vamos sair com o Cody e com a Willow - aviso.

—Tudo bem, divirtam-se - os meus pais estavam muito murchos, ter um filho internado também não é fácil, mas é vida, quando o adotaram já sabiam que coisas assim podiam acontecer, elas podiam acontecer connosco, quando tiveram filhos sabiam que se podiam meter nestes conflitos.

Chegamos ao Starbucks, pedimos um sumo cada um e um cupcake, eu adoro vir ao Starbuck, sabe-me bem, tenho boas recordações deste lugar, felizmente eu e o otário do... nem consigo dizer o nome, nunca viemos aqui, caso contrário este lugar estaria destruído por memórias daquelas.

Assim que acabamos fomos para o shopping, fomos ao cinema, a sessão acabava perto da hora de almoço, e resolvemos ir ver "How to be single", eu sinceramente adorei. Este filme fez-me mesmo bem para subir os astral, durante o filme eu e o Josh éramos os únicos na sala e andávamos a correr pela sala e a fazer uma luta de pipocas, foi tão divertido!

Assim que saímos do cinema fomos para a praça da alimentação, resolvemos comer no McDonald's, a minha mãe não gosta muito que eu coma comida de plástico porque sou bailarina de competição e não convém estragar a linha, não que me impeça, mas não gosta. No shopping deparamo-nos com uma situação bem divertida, a Charlotte a tentar convencer a Chloe a fazer compras enquanto o Noah e o Connor seguravam nas sacas. Resolvemos passar reto, quando vimos as horas estava na altura de ir para o parque, assim que lá chegamos, ao mesmo tempo chegaram o Cody e a Willow.

Os rapazes resolveram jogar uma partinha de basketball, enquanto eu e a Willow ficamos a conversar.

—O que aconteceu entre ti e o meu irmão no refeitório, no outro dia? - questiono super-hiper-mega-curiosa.

—Nada demais, estivemos a conversar sobre música e sobre a escola... - pela cara da Willow foi só mesmo isso, talvez seja por isso que o Josh não tenha comentado nada comigo.

—Bem, vais ver que ele vai reparar em ti! Vocês têm Física juntos! Vocês têm Química! Vais ver que umas vezes sozinha com ele vão ser suficientes para ele ver em ti o que tu vês nele! - motivo-a.

—Bem, estou a ficar com sede, querem água? - pergunta a minha melhor amiga e os rapazes levantam a mão.

—Eu vou ajudar-te! - prontifico-me.

—Não, eu vou ajudá-la! - pisco-lhe o olho quando o meu irmão se voluntaria e eles vão, pode ser o começo de alguma coisa. Então fica um silêncio no ar, eu e o Cody sentados num banco.

—Sinto muito pelo que te aconteceu - começa ele a conversa.

—Não sintas, a culpa foi minha, fui demasiado tonta e ingénua - afirmo e sinto os olhos dele sobre mim.

—A culpa não é tua, tu nunca poderias adivinhar que uma coisa dessas te aconteceria, não és vidente, não sabes tudo, não sabes o teu futuro! - defende-me.

—Obrigada por me defenderes no bar - agradeço sinceramente encarando-o pela primeira vez durante toda a conversa.

—Não tens que me agradecer, fiz o que estava correto, tu não merecias nada do que ele te fez! - olha então nos meus olhos, eu olhos nos dele, nunca tinha reparado que eram tão castanhos.

—O que nos aconteceu? Éramos tão amigos em pequenos... - era confuso como as coisas tinham chegado àquele ponto.

—Nós mudamos, não sei que aconteceu... - eu não me lembro o que tinha acontecido para de repente começarmos a detestar-nos tanto. - Sei que podes pensar que te odeio, mas não é a realidade!

De repente ficamos a olhar muito um para o outro, próximos demais para o meu gosto, felizmente a Willow chega com o Josh mesmo no momento em que já era estranho demais estarmos assim.

A tarde foi bem passada, mas a tia Clove precisou que o Cody voltasse para casa, a Willow acabou por ir também com ele e eu regressei com o Josh.

—E então, maninha? O que se passou entre ti e o Cody? - pergunta e eu fiquei a olhar para ele com cara de quem não está a perceber. - Não me tentes enganar vocês estavam a olhar muito um para o outro.

—Eu agradeci-lhe, falamos do passado e foi por isso que ficamos a olhar um para o outro - conto. - Mas e tu e a Willow?

—O que tem eu e a Willow? - olha o desentendidinho.

—Porque é que te voluntariaste para ir com ela? - olho para ele com aquele olhar que só eu tenho.

—Porque sou cavalheiro! - responde rapidamente.

—Claro, engana-me que eu gosto... - ele não percebe que sei quando ele me mente.

O resto do caminho foi feito de ouvi-lo dizer que não estava a mentir, o que foi bem divertido, eu só me ri, assim que entramos em casa os meus pais estavam na sala com a tia Johanna.

—Olá tia Jojo! - cumprimentamo-nos.

—Ai os meus sobrinhos fotocópia favoritos! - sorrimos com isso. - Soube do que te aconteceu Riley, mas sabes que te digo? A fila anda amiga! - é isto que eu gosto na tia Jojo é que ela é divertida e faz-nos sentir bem.

—Eu agora quero estar na minha, sair com os meus amigos, ter muito tempo para chatear este semelhante meu! - fiz toda a gente rir. - Como está o tio Blight?

—A falar de mim? - quer eu quer o Josh abraçamo-lo. - Estás uma mulher e tu um homem, como o tempo passa.

—O Will? - perguntamos.

—Lá em cima a jogar consola com o Connor - e quando falamos em Connor vimos uma cena incrivelmente perturbadora, ele todo formal e perfumado, a descer as escadas com um ramo de flores e a correr.

—Onde vais? - indagamos ao mesmo tempo, mas ele não para.

—ATRÁS DO AMOR DA MINHA VIDA! - os adultos presentes olham para nós os dois com cara "O que é que aconteceu e quem é ela?" e nós limitamo-nos e levantar os braços em rendição. Nesse momento outra coisa horripilante acontece, a Bella e a Maya saem, uma com uma cara sonhadora e outra a bufar.

—Os contos de fadas existem e eu vou fazer o meu com o melhor príncipe encantado de sempre! - tudo olha para a Maya.

—Que foi? Fiquem sabendo que isto é solidariedade, eu preferia não ter que estar com este vestido e esta preparação toda! - o meu pai abre a boca para falar. -Nem tentes!

Elas vão embora e tudo olha para nós os dois de novo.

—Eu juro, nenhum de nós tem nada a ver com aquilo! - ninguém parece ter acreditado. A campainha toca e quando a Hazelle a vai abrir o Cody entra.

—VAI-TE EMBORA! - fica tudo a olhar para o meu pai.

—Que bicho lhe mordeu? - pergunta-nos a nós os dois e todos os adultos olham atentamente para mim e para ele.

—Os nossos irmãos foram ter um encontro cada um! - esclarece o Josh. - A Maya foi com a Bella!

—Vim aqui para nada, o meu pai queria saber dela, agora vou ter que aguentar o Sr. Cato a estourar com a casa toda! - bufa ele. É então que me lembro que eu e ele tínhamos uma conversa pendente, por isso agarro-lhe a mão.

—Tu e eu temos que falar! - puxo-o escada acima e ele segue-me, mas não antes de o meu pai fazer um filme merecedor do Óscar de Melhor Filme Dramático.

—Ninguém vai falar com ninguém, eu não quero que daqui a bocado desças tu toda arranjadinha para ires sair com ele! - toda a gente se começa a rir.

—Este é sem dúvida um filme de comédia fenomenal! - comenta a tia Jojo. - Vai lá falar com o rapaz!

Eu subo com ele, estávamos de mão dada, eu não sei porquê, mas estou a ter um deja vú, sinto que eu e ele já fizemos isto alguma vez. Entro do meu quarto e fecho a porta.

—Que tens a falar comigo? - questiona.

—Eu também não te odeio - admito e senti o meu orgulho levar um cortezinho pequenino.

—Podíamos recomeçar, sermos amigos... - eu sorrio.

—Claro! Eu ia adorar! - fiquei feliz por haver um recomeço.

—Se quiseres podemos ir sair, que me dizes? - de repente lembro-me do meu pai, mas a vida é minha e o Cody conhece-me desde sempre. Descemos as escadas e não vi o Josh.

—O Josh? - pergunto curiosa.

—Foi sair com uma amiga - quando eles disseram a palavra amiga quase fiz uma festa, aposto que essa amiga era a Willow.

—Ah, ok - vamos em direção à porta e o meu pai intervém.

—Onde vão? - por esta altura eu olhava para todos os presentes à mesa a rirem, mas não antes de acontecer uma coisa muito curiosa. O Will desce a correr em direção à porta.

—Onde vais? - questiona a minha tia.

—Atrás do que não quero perder! - será que hoje era o dia das saídas.

—Aonde vão? - questiona o meu pai de novo.

—Onde tu achas que vamos, adeuzinho! - eu só ouço gargalhadas depois de fechar a porta e eu mesma dou uma.

Continua...