POV Josh

Assim que a minha irmã sobe para o quarto dela com o Cody, eu penso no que aconteceu hoje no café quando eu e a Willow fomos buscar as águas.

Flashback On*

—Porque te voluntariaste para vir comigo? - ela mostra-se surpreendida.

—Porque penso que precisas de ajuda, porque sou cavalheiro e porque a minha irmã tem que falar com o Cody - explico e ela sorri.

—És mesmo boa pessoa... - confessa quase como se fosse para ela.

—Porque dizes isso? - ela olha para mim.

—Porque tu estás sempre pronto para ajudar, porque és carinhoso, porque és divertido sem nunca seres mau, porque defendes quem gostas, cuidas do que é importante para ti, tu és muito boa pessoa, infelizmente não há muitos rapazes assim por aí... - fiquei confuso ao ouvi-la falar assim de mim, mas confesso que foi bom ouvir.

—Não exageres! Tu também és a pessoa mais amável, carinhosa, envergonhada e incrível que eu conheço na minha vida - nem sei porque falei assim dela, mas ela ficou ruborizada, ela fica ainda mais linda vermelha...

Flashback off*

Senti que precisava de falar com ela, por isso enchi-me de coragem para confrontar toda a gente e decidi comunicar o que estava na minha mente, mas também no meu futuro.

—Eu tenho umas coisas para resolver - anuncio e toda a gente fica a olhar para mim. - Vou ter com uma amiga, adeus!

Fecho a porta e vou decidido até a casa dela, caminho uns 15 minutos, e confesso foram bastante rápidos, toco à campainha e uma mulher que calculo que trabalhe em casa dela abre-me a porta.

—Olá, que deseja? - pergunta.

—Olá! A Willow está? - a mulher fica a olhar para mim como se me achasse parecido a alguém. - Sou o irmão gémeo da Riley, a melhor amiga dela.

—Ah, claro, és o Josh! Sim, a Willow está no quarto dela, primeira porta à direita no andar de cima.

—Obrigado... - espero que ela me diga o nome.

—Theresa - conta e eu sorrio.

—Muito obrigado, menina Theresa - digo com um sorriso e a mulher fica toda contente.

Subo as escadas, bato à tal porta, não antes de respirar fundo e ganhar a coragem, mas já que fiz este caminho todo, vamos lá!

—Já disse que não quero falar papá! - volto a bater à porta. - Mamã sai daqui, eu não quero falar! - bato de novo à porta. - Theresa quero ficar sozinha! - volto a bater à porta e ouço passos, ótimo, ela vai abrir! Assim que abre a porta estica-se e tapa a porta para eu não ver o quarto dela.

—É assim que recebes as tuas visitas? - ela sorri meio ruborizada.

—Desculpa, eu pensava que fossem os meus pais ou a Theresa - definitivamente ela estava a ficar corada. Eu pus-me de bicos de pés e consegui ver a bagunça que ali estava.

—Parece-me a mim, ou um tornado passou por aqui? - ela riu constrangida.

—Não Josh, não é nada disso é só que o meu armário estava todo desorganizado e eu tentei organizá-lo e só fiz ainda pior, mas já agora, como é que entraste? - pergunta.

—A Theresa abriu-me a porta - conto.

—Estranho ela costuma chamar a minha mãe quando as visitas me querem ver... - eu sorrio.

—Bastou dar-lhe um sorriso e dizer que eu era irmão gémeo da Riley que ela deixou-me logo passar - ela morde o lábio como se quisesse reprimir o que fosse dizer. - Que é que estavas a pensar?

—Eu... nada, nada! - eu rio com a reação dela.

—Não me digas, estavas a lembrar-te do meu sorriso lindo? - ela fica tão vermelha, tão vermelha que só me dá vontade rir.

—NÃO É NADA DISSO! - abana a cabeça o que só me faz rir mais ainda.

—Sabes que não é pecado nenhum, ninguém é de ferro e as tuas bochechas e o teu olhar dizem uma coisa completamente diferente do que a tua boca - ela fica ainda mais vermelha.

—Mas bem, que vieste aqui fazer? - questiona.

—Eu vim levar-te a sair! - digo com um receio disfarçado.

—Como assim? Só nós os dois? - pergunta meia nervosa, ótimo não sou o único!

—Claro, estás a ver aqui mais alguém? - eu sei que ela não me consegue ler por isso acha que estou tranquilo.

—Eu não posso porque... tenho que ficar a arrumar esta bagunça, caso contrário a Theresa vai chatear-me a cabeça porque deixei tudo desarrumado! - tenta arranjar desculpas que comigo não colam, tenta.

—Anda daí e avisa que não vens jantar a casa! - puxo-a e ela pega na carteira.

—Mãe! - a mulher que estava não estava na sala antes reconhece-me.

—Sim, Willow? - pergunta olhando para nós os dois.

—Eu não venho jantar a casa! - a mãe dela olha para ela com cara de "Como assim?".

—Eu queria levar a sua filha a jantar, se não for um incomodo, eu prometo deixá-la em casa antes das 00:00 - é por estas atitudes que as mulheres se derretem comigo.

—Estava agora a olhar para ti e é que reparei e me lembrei que és o irmão gémeo da Riley, não seria incomodo nenhum que a levasses a jantar, se chegarem depois da 00:00 também não vai ser um incomodo, desde que cheguem a horas decentes! - ela sorri-me.

—Muito obrigada, senhorita, mas eu vou cumprir com o que disse! Sim, eu sou o Josh, o irmão gémeo da Riley, penso que nunca a tinha conhecido, mas se me permite, é uma mulher muito amável e bonita! - beijo a sua mão e a mulher fica encantada, resulta sempre! Isto são estratégias aprendidas com o Sr. Peeta Mellark e com o Sr. Finnick Odair.

—Muito bem, se assim insistes! Pareces ser um rapaz verdadeiramente decente, os teus pais fizeram um excelente trabalho, tenho que os parabenizar por tal feito, visto que hoje em dia poucos jovens são tão educados! - elogia-me. - Tenham um bom jantar e divirtam-se!

—Muito obrigado, tive muito gosto em conhecê-la, espero vir a conhecer o seu marido, de certeza que é tão boa pessoa como a senhorita, aqui a Willow não deixa que haja enganos nesse campo - a mulher volta e sorrir e vamos embora.

—És um graxista! - acusa-me, está bem, é 50% verdade, mas eu vou negar sempre.

—Eu não sou graxista, sou um cavalheiro à moda antiga! - corrijo e ela ri.

—Bem, cavalheiro à moda antiga, onde vamos jantar? - questiona.

—A um lugar chamado "Mellark's" - quando eu digo isto, ela congela.

—Vais levar-me a jantar a tua casa? - fica abismada e eu sorrio, cada vez a acho mais perfeita, o sorriso, os olhos, o facto de ficar corada rapidamente...

—Sim, tu já conheces os meus pais, mas não conheces bem o resto da família! - respondo tranquilamente.

—Tu vais-me apresentar à tua família toda? - questiona abismada.

—Não, maior parte já conheces, não conheces bem a minha prima Sophie, que chegou ontem do Canadá, o meu tio Gale, a minha tia Madge, a minha tia Johanna, o meu tio Blight, a minha tia Clove, conheces o meu tio Cato, conheces o meu tio Finnick, não conheces a minha tia Annie, nem a minha tia Prim, nem a Tiffany, conheces o meu tio Ryan, os meus avós, por isso... conheces ainda algumas quantas pessoas! - enumero quem sei que estará presente.

—Tu vais-me apresentar a essa gente toda? - pergunta abismada.

—Sim, eu não sei se o Noah, as gémeas, o Connor, o Will, a Bella, a Maya e o Matt vêm, eles tiveram umas saídas, mas penso que devem vir - ela ficou abismada com a quantidade de pessoas. Não sei o que me deu, mas dei-lhe a mão.

—Vai ficar tudo bem, a minha família adora-te! - ela fica a olhar para mim. - Eu não te levava a este jantar se não fosses mesmo muito importante.

Vamos em silêncio, quando chego a casa somos os únicos e faltam cerca de 2 horas para o jantar começar.

—Já voltaste? - pergunta a minha mãe.

—Sim, e trouxe companhia para o jantar - estavam todos os adultos já lá em casa.

—Quem é que trouxeste? - questiona.

—Trouxe a Willow - a minha mãe fica com um sorriso na cara. - Família, esta é a Willow, uma amiga minha.

—Eu acho que maior parte já conheço... - fala toda vermelhinha e eu sorrio.

—Eu apresento-te quem não conheceres, aqui tens a minha prima Sophie, filha do meu tio Gale e da minha tia Madge - identifico as pessoas em questão.

—Olá - cumprimentam-na com dois beijos.

—Já conheces o tio Finnick, esta é a tia Annie, a esposa dele, são os padrinhos da Riley - explico.

—Olá! Nós sabemos quem somos, cruzamo-nos umas vezes aqui por casa - cumprimenta a tia Annie sempre amável.

—Temos então a minha tia Johanna, que é casada com o meu tio Blight! - é tão divertido introduzir a Willow nesta família.

—Olá! - cumprimentam-se todos.

—Já conheces o tio Cato, e esta é a tia Clove, esposa dele, ambos são meus padrinhos! - eles cumprimentam-se de novo. - E por fim, mas não menos importante, a minha tia Prim, que é casada com o meu tio Ryan!

—É um prazer conhecer-vos a todos! - sorri ela e não podia ter um sorriso mais lindo.

—E nós não temos direito a um cumprimento? - reclamam o meu pai, e os meus três avós.

—Claro que têm - ela cumprimenta-os a todos.

—A Riley? -questiono.

—Foi sair com o Cody! - responde o meu pai emburrado.

—Nããããooo! A sério? - começo a rir com a Willow, tanto, tanto, tanto que chegou a uma altura que já nem conseguia respirar. Fala-se em gente que sai e aparece o povo todo. A Bella com um sorriso à gato da Alice e um ramo de flores, o Matt de mãos dadas com ela, a Maya que vinha a bufar, e que eu mal vejo abraço a Willow na cintura, o Connor que vem todo sorridente, a Charlotte que vem com o ramo do Connor, a Chloe que vem normal com o Noah, de todos são os normais e assumidos, o Will e a Tifanny abraçados e por fim aqueles dois paspalhos que chamo de melhores amigos um de cada lado.

—Eu e o Connor namoramos! - anuncia a Charlotte e fica tudo em choque.

—Eu e o Matt namoramos! - mais uma vez toda a gente fica a olhar para a Bella e para o Matt, os malucos encantadores.

—Eu e o Will namoramos! - o tio Ryan ficou em choque.

—Eu e o Noah namoramos, mas disso toda a gente já sabe! - alguém normal!

—Minha querida Mayazinha, diz ao papá que não tens um namorado! - eu só tenho vontade de me rir.

—Não pai, eu só fui porque teve que ser, estes dois paspalhos não queriam ficar sozinhos e eu e o melhor amigo do Matt tivemos que ir arrastado, que remédio! - ela olha para mim e para a Willow.

—Rileyzinha minha querida, diz-me que também não tens namorado! - quase que implora o meu pai.

—Fogo pai! Vira a boca para lá, não quero namorados! - o meu pai suspira em alívio. Ela olha para mim e o Cody também com um ar malicioso.

—Uhhhhhh, quando é que isto aconteceu e o que é que a minha melhor amiga do coração está aqui a fazer? - intervém a Riley.

—Eu fui buscar a tua melhor amiga do coração para vir jantar cá a casa para conhecer o resto da família e porque quis sair com ela. Mas do que é que estás a falar mesmo? - faço-me de desentendido e inocente.

—Depois conversamos sobre isso, mas já agora como é que deixaste que a mãe dela a deixasse ir jantar contigo, e mais, deixar a Theresa abrir-te a porta? - ela queria saber demais, mas eu ia contar.

—Então disse à Theresa que era o teu irmão e que vinha ver a Willow, chamei-lhe menina e dei-lhe o sorriso, ela ficou toda contente e deixou-me entrar, entretanto quando desci com a Willow falei com a mãe dela, disse a que horas a deixaria em casa no máximo, fui um cavalheiro à moda antiga, elogiei-a e também lhe dei o sorriso! - toda a gente se ri.

—Ensinei-te tão bem! - dizem o tio Cato, o tio Finn e o meu pai.

—Bem, eu e a Willow vamos para o jardim, com licença - levo-a para o jardim, eu sei que ela adora flores e natureza.

—A tua casa é espetacular, dá para ver o por do sol - sorrio.

—Esta casa foi do meu bisavô, no entanto o meu avô Andrew perdeu-a a jogar póker e entretanto os meus pais encontraram-na à venda quando a minha mãe estava grávida do Connor - conto.

—Então a tua mãe cresceu muito por aqui? - não lhe vou mentir.

—Na verdade, eu não sei se sabes a história da minha família, não se a Riley te contou, isto é um segredo de família, mas eu vou confiar em ti - ela sorri. - O meu avô Andrew não é mesmo meu avô, a minha avó Kate não é mesmo minha avó e o meu avô Haymitch é meu avô. É assim, o meu avô Andrew e a Effie, a suposta mãe da minha mãe, estiveram juntos, a Effie trabalhava no tráfico de mulheres e crianças para conseguir sobreviver, é uma história complicada, mas pronto, houve uma maluca que dormir com o meu avô Andrew quando ele namorava com a minha avó Kate e inventou estar grávida fazendo com que a minha avó deixasse o meu avô e ficasse com um médico que assumiu a paternidade do Finnick. Entretanto, essa maluca comprou a minha irmã, que era na verdade filha de uma "amiga" da Effie e o grande amor do meu avô Haymitch. O meu avô Andrew nunca tinha suspeitado de nada, quando ele e a Effie se separaram ele lutou pela guarda da filha e ficou com ela, mas no entanto ele nunca estava em casa, tal como a minha avó Kate, por isso houve pouca lidação, percebes?

—Wow, isso dava uma novela! - ela ficou surpreendida e eu ri. Ficamos sem fazer nada, apenas deitados no relvado a olhar para o por do sol.

—Eu gosto muito de ti, sabes disso? - ela ficou a olhar para mim e eu para ela.

—Eu também gosto muito de ti - sorri com aquilo e dou-lhe a mão, ela aperta-a.

Ficamos lá um bom tempo, tudo muito perfeito, eu, ela, o por do sol, o relvado...

—Meninos, é hora de jantar! - aparece a Hazelle.

—Obrigada por nos chamares, nós vamos só lavar as mãos! - ela assente vai para dentro, lavamos as mãos e sentamo-nos à mesa. O jantar estava delicioso, não podia ser de outra forma, casalinhos com casalinhos, tudo como de costume.

Assim que o jantar acaba eu volto a ir para o jardim com a Willow, as estrelas brilhavam, e nós estávamos ali assim, a vê-las, os dois juntos. Um ataque de loucura dá-me na cabeça e resolvo tomar uma decisão maluca mas que sei que de certo não me vou arrepender.

—Willow? - ela olha para mim. - Quando eu disse que gostava mesmo de ti não era num sentido de amigo, eu sei que sabes disso, caso contrário não te teria dado a mão, mas eu queria fazer-te uma pergunta.

—O quê, Josh? - o meu coração começou a disparar, mas eu não liguei.

—Namoras comigo? - e rebentei a bomba ela ficou a olhar para mim com aquela carinha de quem não está a acreditar.

—Claro que namoro! - ela dá-me um abraço, penso em beijá-la mas não sei, no entanto mal olho para a carinha dela a vontade de a beijar é enorme. Aproximo-me dela e dou-lhe um beijo, um leve beijo, nada de cinema, apenas um simples beijo que significou muito para mim. Assim que nos separamos reparo que ela está muito vermelha e envergonhada, com a cabecinha baixa e eu pego-lhe no queixo fazendo-a olhar para mim.

—Que se passou? - ela fecha os olhos como se fosse uma coisa muito má.

—Eu... eu... este foi... este foi o meu... primeiro beijo - ela fica ainda mais vermelha e eu dou-lhe um sorriso.

—Fico feliz por saber que fui o primeiro, e espero ser o único. Mas bem, já que foi o teu primeiro beijo, posso saber se ao menos gostaste? - ela baixa a cabeça.

—Eu achei perfeito... - confessa e eu sorrio, ela é especial como mais nenhuma foi para mim.

—Ainda bem, posso contar-te um segredo? - ela assente. - Foi o melhor beijo que dei até hoje.

—Queres-me matar de vergonha? - eu rio e levanto-me estendendo-lhe a mão. Pego numa margarida do jardim e ponho-lhe atrás da orelha.

Mais tarde vamos para dentro de mão dada, eu vou deixá-la a casa. Dou-lhe um beijo no rosto e volto para casa todo aluado, estou mesmo apaixonado por ela... na verdade, desde o dia do refeitório que eu comecei a vê-la com outros olhos, ela estava tão preocupada a ser ela própria que nem sabia o quão fascinante e deslumbrante era.

Chego a casa todo aluado, entro dentro do meu quarto e vou dormir, a Riley já deve estar a dormir, porque caso contrário já estaria aqui a interrogar-me sobre o que aconteceu com a Willow, ela vai acabar por saber, ela é a nossa melhor amiga.

Adormeci a pensar em tudo o que se tinha passado naquele dia e o quão sortudo e feliz eu era...

Continua...