Dias Mortos

32: Magia de um momento, inesquecível êxtase


Controlei minha respiração, enquanto olhava para cada ser trajando roupas elegantes e capuzes negros. Enquanto descia as escadas, eu sentia a energia de Ilanda fluir atrás de mim, ela estava orgulhosa e isso me deixava feliz.

Sorri com vontade, enquanto olhava para as pessoas mais perto de mim, e eles acenavam em respeito em quando passava, eu gostava dessa sensação de pertencer finalmente em algum lugar. Deixei meus olhos distraidamente passar pelo salão bem iluminado, onde uma musica estranha era tocada, se parecia com uma mistura de flauta e violino.

- Sejam bem vindos meus caros amigos, certamente devem saber o que aconteceu a mim -minha voz soava agradável, enquanto enchia o salão -Alguns de vocês certamente me odeiam e isso é adorável, pois me alimento do ódio e inveja que exalam -sim eu conseguia sentir isso e quando apertei meus olhos na direção de alguns, eles se encolheram dentro da própria escuridão -Pois bem, a única coisa que gostaria de deixar claro é que estou de volta, e ninguém irá me tirar do meu lugar e juro que dessa vez quem tentar terá um destino pior do que as torturas recebidas no submundo, então divirtam-se e não tentem motins contra mim, não serei tão boa dessa vez.

Eles sorriram, algo que iluminou seus olhos vazios e eu apenas assenti em positivo, enquanto saia do meio da multidão, que começava a conversar com os outros e dançavam na melodia encantadora e sombria que parecia fluir das paredes cor sangue.

- Sinto uma veia cruel pulsar através de ti -me viro lentamente para onde Casper sorria, com o orgulho evidente em seus olhos infinito.

- Sabe, ser boa é uma coisa, idiota é completamente outra -disse dando de ombros, ainda com o sentimento de ter sido feita de idiota queimar em meu peito, acho que ele notou isso pois segurou meus dedos, enquanto bailava comigo em volta aos nossos amigos das trevas e senhores da morte.

- Não vamos falar sobre isso, hoje é uma noite especial -deixei-me perder dentro dos seus olhos, enquanto suas mãos deslizavam sobre a camada fina do vestido que usava -Hoje é sua ascensão, é uma verdadeira noite de gloria.

Sorri me sentindo bem comigo mesma, enquanto meu peito parecia relaxar e me deixava dançar com Casper sendo meu guia. Por um momento tudo parecia próspero, nada poderia nos derrubar, e olhar ao redor era mesmo magistral, saber que eu estava no comando disso tudo.

Casper arrancava alguns olhares, mas com satisfação notei que seus belos olhos pertenciam apenas a meu rosto. Trajava tudo em negro, como se querendo se perder nas sombras ao seu redor, eu nem mesmo acreditava que tal ser poderia estar junto a mim.

- Então, o que você quer de mim? -perguntei por fim, enquanto parávamos ao lado de um vaso de cristal com rosas vermelhas pulsando para noite, sorri enquanto pegava uma e rodava sobre meus dedos -Você disse que me ajudaria a recuperar minhas memórias, mas queria algo em troca, o que seria isso?

Ele sorriu, retirando a rosa dos meus dedos e a cheirava de leve, então a amassava a frente de seus olhos, que estavam ilegíveis mas um sorriso perverso dançavam em seus lábios.

- Essa noite você saberá.

E foi tudo o que disse, enquanto me silenciava com um rápido e suave beijo e nos lançava novamente para multidão estranha. Olhei melhor para todos que ali estavam e notei um grupo de ceifadores, usando cajados pontiagudos de olhares brancos enquanto se encostavam na parede, fitando a multidão com deleite.

A energia que todos ali exalavam, eram seu combustível.

Ravenna e Julian estavam brincando com mais três crianças em formas esqueléticas, enquanto corriam e uma delas chorava porque sua perna ficou para trás...bem, apenas espero que Julian não fique muito traumatizado.

- Lilith -sai do meu estranho transe, olhando para onde uma mulher alta usando um vestido vermelho sorria com dentes brancos como ossos para mim -Está na hora do seu discurso senhorita.

Dizendo isso ela saiu, olhei de relance para Casper que apenas assentiu roçando seus lábios em minha bochecha, seguindo até meus ouvidos.

- Confio em você, sei que fará o melhor e deixará a metade dessa sala de queixo caído.

Sorrio apertando suas mãos e caminhando para onde Ilanda e Dorpert me esperavam, enquanto andava a música por fim se cessou e todos me abriam espaço. Eu não sabia o que dizer, eu tinha medo de errar.

Mas não demonstrei isso. Hoje era uma noite como Casper mesmo comentou de glória e novamente, não iria entregar isso.

Minha hora finalmente tinha chegado.