Seu passado era inconstante. Uma mancha em seu subconsciente que voltava de vez enquanto para perturbar seu sono. Houve momentos e pessoas naqueles dias incertos que o faziam sorrir com saudade e nostalgia, mesmo que talvez, se pudesse, nunca voltasse no tempo para poder reviver aqueles momentos. Tinha medo demais da dor pra fazer isso.

Seu presente era turbulento e perigoso. Mesmo assim o sentia como o melhor momento de sua vida. O nome de sua felicidade era Sherlock Holmes e, enquanto pudesse vê-lo no seu futuro, sabia que sempre poderia seguir em frente. Por Sherlock sentia vontade de parar no tempo a cada novo dia, mesmo com a ânsia em saber o que o amanhã planejava pra si.

John amara pessoas. Tivera muitos amigos e nunca poderia se esquecer de nenhum deles, dos que morreram ou dos que ainda estavam vivos. Amava essa parte do seu passado, mas sentia em seus ossos que sempre amaria o moreno, muito mais do que todas essas coisas.

Quando pensava em como amava Sherlock todos os sentimentos por outras coisas, ou pessoas, pareciam irreais, como se nada daquilo fosse mesmo de verdade. Como se pudesse apenas amar Sherlock.

E mesmo que soubesse que sempre guardaria as memórias de outros tempos, outras pessoas e lugares, sabia que era Sherlock quem ele mais amaria em toda a sua vida. Porque Sherlock deixara sua marca em John. Em sua pele, sua carne, seus ossos, sua alma. Tudo em John era Sherlock e vice-versa, ele sabia bem. Sabia que tudo que sentia era sentido no moreno e que ambos faziam parte da vida um do outro, pra sempre.

E John só podia esperar que fosse mesmo assim.