Epitáfios narravam as vidas dos mortos que jaziam sob a terra. Feitos, qualidades, histórias.

O que você quer que esteja escrito no seu epitáfio? John não saberia dizer. Não tinha feito nada grandioso, nem tinha grandes qualidades ou boas histórias sobre si.

John era apenas John.

Havia lutado numa guerra que queria esquecer e seguiu um homem que nunca precisara dele realmente. Escrevera as histórias deste homem e mesmo que estivesse ali, não parecia estar de verdade. Não era inteligente como Sherlock. Imprevisível como Mary. Doce como Molly ou carinhoso como Mrs. Hudson. Não era protetor como Mycroft ou corajoso como Greg.

Era apenas John.

Mas o que John não sabia era que ser o John era algo tão importante quanto ser Sherlock ou Mary.

John sempre via, mas não observava, principalmente a si mesmo.

John esquecia-se que nunca se arrependera de nada do que fizera por aqueles que amava. Que arriscara a própria vida por Sherlock. Que tratava Mrs. Hudson com todo o carinho do mundo. E o quanto era leal a todas aquelas pessoas. Que era tão doce, corajoso e protetor quanto todos eles.

Que ele era o suporte de Mary, a realidade de Sherlock, um filho para Mrs. Hudson e um amigo para Greg. Esquecia-se com tanta facilidade de como era facilmente amado pelas pessoas.

Poderiam não ser grandes palavras para um epitáfio de um grande homem, mas eram o bastante para descrever John.

“Por ser tão amoroso, leal e inesquecível aos olhos daqueles que sempre te amarão.”