Detalhes

Beautiful Day


Sua nuca era arranhada e seus cabelos loiros puxados com vontade. Seus lábios beijados e mordidos com desejo. Sua camiseta puxada para cima com urgência e seu nome sussurrado no silêncio do apartamento.

Estava amanhecendo lá fora e o cômodo era iluminado pelo céu de um azul cálido e a pouca claridade do novo dia.

O tecido do sofá estava quente, mas o piso estava gelado contra seus dedos descalços. Sherlock estava sobre si e estava difícil respirar com todo aquele contato.

Papéis importantes se espalhavam pelo chão. Havia livros empilhados pelos cantos e um mapa marcado de vermelho preso na parede. Ambos os celulares tocavam com as dezenas de mensagens de Lestrade e xícaras de café, já frio, eram esquecidas sobre a mesa. O caso fora resolvido e tinham tempo para coisas que sempre desejaram fazer.

O que se concretizou naquela madrugada foi tão natural quanto todos os olhares que costumavam trocar, quanto toda a confiança que existia entre os dois. Era certo e inevitável. E com um par de sorrisos cúmplices e olhares sedentos John deu vazão a tudo que os dois sentiam.

Eles eram quebrados. Tinham um histórico, grande demais, de infelicidades. Passaram tempo demais perdidos, vagando sem rumo, indo a lugar nenhum. Cegos e surdos em um mundo em que sempre acreditaram estar completamente sozinhos.

Mas eles haviam encontrado um ao outro naquela cidade que parecia ser sempre tão fria. E quando estavam juntos pareciam ser levados para outro lugar. Enquanto Sherlock o tocava daquela forma o loiro parecia se perder em meio a quentura de suas mãos. Tempo e espaço não importavam mais e tudo que conseguia pensar era em como amava aquele homem. E Sherlock sabia exatamente onde tocar – John nunca poderia imaginar o extenso conhecimento do moreno sobre a anatomia humana. – Seus pontos sensíveis e sua vulnerabilidade, Sherlock sabia de todos eles.

E era daquela forma que se achavam nesse mundo. Duas almas incompreendidas se achando em meio a toques e beijos apaixonados. Da forma como sempre deveria ter sido.

E mesmo que nenhum dos dois se importasse com isso, mesmo que não parecesse importante naquele exato momento, lá fora o dia nascia claro e fresco como se fosse primavera.

Era um lindo dia.