Desperate Souls

Capítulo 5 - Cotidiano


Novamente, alguém batia loucamente no apartamento de Miki, que atende com uma cara de sono:

–O que foi Letícia? –ela coça um olho ao ver a amiga entrando rapidamente no apartamento dela:

–Quero nem saber de desculpas, hoje cê vai pra facul, nem que eu te arraste! –ela aponta para Miki, que a olha com cara de sono:

–Mas nossa aula é só de tarde, e não as sete da manhã... –Letícia a olha com cara feia pelo comentário:

–É que eu quero ter certeza que você vai pra aula! –ela bufa:

–Então vai me fazer companhia durante seis horas? –Miki estava considerando deixar a amiga ali e voltar a dormir:

–Claro! Tem cereal? Não comi nada antes de vir pra cá...

–No armário perto da pia. –ela faz questão de ir pro quarto, porém a ruiva a intercepta:

–Nem pense em voltar a dormir, quero ficar jogando conversa fora com alguém!

–Hein? Por quê? Isso vai me fazer dormir mais rápido ainda...

–Só que não! Quero companhia, e adivinha, vai ser você! –ela a puxa pra cozinha, preparando duas tigelas de cereal e dois copos de leite, e coloca na mesa:

–Ninguém merece... –Miki começa a comer o cereal, e enquanto encarava o jornal encima da mesa, se lembra de algo –Letícia, por acaso sabe de algo da... Fazbear’s Fright?

–A atração? Vi na TV ontem que ela pegou fogo...

–P-pegou fogo? –ela engole em seco –falaram algo do... Animatrônico?

–Do Molinhas? Não, mas parece que ele desapareceu, ou virou cinzas. –ela dá de ombros –porque o interesse repentino?

Miki não sabia o que responder, será que deveria falar a amiga que havia se encontrado com Springtrap em um beco? Que, querendo ou não, o animatrônico havia salvado-a. Ao invés disso, ela opta por desviar o assunto:

–Por nada não... Mas afinal porque você resolveu aparecer aqui tão cedo assim? Deu algum problema na sua casa?

–Na verdade não aconteceu nada, mas é que... –a ruiva encara seu copo de leite –desde aquele dia que fui parar no hospital, meus pais foram ficando muito pegajosos... É... Sufocante ficar junto com eles.

–“Aquele dia”, está te referindo a...

–Sim, quando aquele demônio em forma de professor me drogou e levou pra aquela sala bizarra... –ela encara Miki nos olhos –sabe, aquela época eu não te conhecia muito bem, mas você me salvou dele, e eu nunca te agradeci direito...

–Que nada, só da gente ser amigas já contou como agradecimento. –Miki sorri:

–Eu consigo falar disso contigo numa boa, mas falar com meus pais sobre isso... E-eu simplesmente não consigo...

–Deve ser porque tivemos algo parecido no passado. –ela pega na mão da amiga –se bem que o teu foi pior que o meu...

–Mas eu não fiquei traumatizada como você. –ela rebate:

–Tu tem uma mente mais forte que a minha. –ela dá um peteleco na testa dela, que a olha de cara feia –já sabe né, pode contar comigo para qualquer coisa.

–Digo o mesmo. Agora fala, como foi o encontro? –ali estava, a pergunta que ela temia:

–F-foi, como posso dizer... Uma bosta. –Miki desvia o olhar, comendo o cereal:

–Bem, não podíamos esperar coisa melhor, o cara é um filho da puta. –Letícia dá de ombros, enquanto comia o resto do seu cereal.

Miki se levanta e vai até a sacada, olhando a rua quase deserta. De onde morava, conseguia enxergar parte da construção onde Springtrap a havia levado, e onde ela presumiu que ele vivesse. Porque ele me deixou ir? E o significava aquelas coisas que ele falou? Ela pensava:

–Terra chamando Miki! –Letícia passa a mão na frente da cara dela, que se assusta e a olha:

–O-o que foi?

–Você parecia que tava num transe mó louco aí... Eu te chamando e tu nem ouviu –ela cruza os braços e levanta uma sobrancelha –no que estava pensando?

–Nada de importante... –Miki desvia o assunto:

–Ah claro, tava pensando aqui se os pássaros que moram na arvore morreram, se algum carro atropelou um coelhinho...

–Aí já é zoação com a minha cara...

–Claro né, fala logo o que tá te incomodando! Te conheço a quase um ano e sei que quando fica assim, tem algo sério te incomodando.

–É que... E-eu prefiro não falar ainda, quero esperar e ver se não é algo só da minha cabeça.

–Mas promete que vai me contar depois?

–Sim, eu vou te contar –Letícia sorri e abraça Miki:

–Sabe, tua cara parece melhor do que nos outros dias, por acaso não teve nenhum pesadelo?

–Agora que tu falou, não me lembro de ter sonhado algo... –Miki fica com a cabeça de lado –porque será?

–Acho que finalmente está superando o seu passado! –Letícia abre um sorriso enorme –acho que se encontrar com o filho da puta resultou em alguma coisa.

–Sim... –porém o que Miki achava era que na verdade o que pode ter dado um sossego nesses pesadelos fosse o encontro com o animatrônico...

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–E aí, vai trabalhar hoje? –um garoto ruivo chega perto da carteira de Miki:

–Sim, os dias que pedi de folga já deram. –Miki se espreguiça –com certeza a vovó está precisando de ajuda lá na loja né?

–Digamos que as coisas ficam chatas sem você lá... –ele sorri coçando atrás da cabeça, um tanto envergonhado:

–E aí James, como vai? –Letícia aparece, dando um tapinha nas costas do garoto:

–Bem... Se me dão licença... –ele sai, Letícia o acompanha com o olhar e um sorriso travesso no rosto:

–Ele tá afim de ti –ela fala, se sentando em cima da mesa de Miki:

–Até parece, nós só somos colegas de trabalho e faculdade. –Miki responde, a encarando com cara feia:

–Claro, “apenas colegas”, sendo que tá na cara que ele se importa com você, muito...

–Ele não faz o meu tipo –ela tenta mudar de conversa:

–Ah é? E qual seria o teu “tipo”?

–Alguém diferente, que mereça minha confiança e que realmente se importe comigo e meu bem estar.

–Vish, aí fica difícil, esse é um daqueles casos de um em um bilhão.

–E nós temos sete bilhões de pessoas na terra, ou seja, só existem sete. –Miki ri:

–Cê tá ferrada hein!

–Nem tanto, não tenho planos de montar uma família ainda, talvez daqui a uns vinte anos...

–Credo! Aí você vai ser uma tiazona de quase 40 anos! –as duas caem na gargalhada. Uma outra garota se aproxima, com um caderno nas mãos:

–Hum, Miki... –a garota a olha:

–Sim Sarah? –a garota estende o caderno para Miki:

–É que como você não veio nas últimas aulas, eu anotei tudo aqui para você, já que a Letícia não toma nota de nada durante as aulas... –as duas a encaram:

–Que foi? Eu sou aquelas que só prestando atenção já aprende! Não tenho culpa disso! –ela dá de ombros, fazendo as duas rirem:

–Obrigada Sarah, vai me ajudar muito. –ela pega o caderno, e Sarah vai para seu lugar. Miki e Letícia olham para a porta no momento que Guilherme entra na sala.

Miki e Guilherme cruzam os olhares, a tensão aumenta no local:

–Estou sentindo uma treta. –Letícia cantarola, olhando o garoto com um sorriso sarcástico na cara. Ele desvia o olhar e vai se sentar no lugar o mais longe o possível de Miki –uia, acho que ele não vai muito com a minha cara.

–Não, é comigo a treta. –ou melhor, com o animatrônico, ela completa com o pensamento:

–Fala sério, o que realmente aconteceu no encontro de vocês? Porque essa tensão no ar diz que foi algo realmente ruim.

–Digamos que revivemos algo do nosso passado, porém quem se deu mal no fim foi ele. –Miki o encarava, deixando Letícia com uma cara ainda mais confusa:

–Ok, entendi, você prefere deixar passar pra depois me falar qual é a treta “malégna”... –Letícia suspira, saindo de cima da mesa de Miki:

–Obrigado por entender –Miki sorri para ela, e o professor entra na sala para iniciar a aula.

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(Notas finais bugou, q acontece de tempos em tempos sl pq, então tá elas aki pra quem gosta de ler e com um pequeno aviso)

Só vim dar um pequeno aviso, o próximo capítulo vai demorar pra sair...

Springy : -Pq? Só pq eu ia aparecer de novo? ;-;

Não, é que tô fazendo a capa da fic, ou seja, podem esperar um desenho mó ruim, e uma pequena "surpresa" no próximo capítulo pq ele é muito especial pro meu kokoro ♥ (ela só tá fazendo um desenho pro cap. ¬¬ -pare de dar spoilers!!!)

Então, até o próximo capítulo e bjin no kokoro de vcs!

Springy : -até mais!

Pq cê é tão fofo mesmo sendo um serial killer? ~abraça o Molinhas~