(Des)florescer

Ato I - Cair junto às flores


Para muitos a morte marca o fim da existência no campo vasto da vida.

A flor colhida é largada à mercê do vazio, à um ponto final impossível de ser revogado. O que lhe resta é murchar e eventualmente, desvanecer.

Entretanto, até mesmo em tal estado transitório há beleza na despedida. E seu trabalho consiste em realçar essa beleza uma última vez. É um processo cuja azáfama não está em atrasar a ida, mas sim em eternizar o adeus.

Kanya interrompe seus devaneios e suspira contidamente ao escutar uma voz ranzinza ecoar pelo recinto.

— Me poupe desses pensamentos poéticos, pastelão.