Desejo Oculto - TDA

《 Capítulo quarenta e três 》


— Há coisas que não se explica apenas se sente! - foi verdadeira e a olhou por completo. - Vejo que também vai se casar!

Ela sorriu olhando a aliança em seu dedo e logo olhou para ela.

— Espero que não fique chateada por não te mandar um convite, mas eu e Osvaldo não queremos má sorte em nosso casamento!

— Como é que é? - falou sem acreditar no que ouvia e seu corpo todo arrepiou.

— É isso mesmo que ouviu, Victória, eu e Osvaldo vamos nos casar em uma semana! - falava como se tivesse ganhando uma competição e Victória não podia acreditar no que estava ouvindo.

Era um choque ouvir aquelas palavras e ela se lembrou do sonho, sonho não, pesadelo com aqueles dois e Julia se aproximou dela sem saber o porquê da filha ter aquela reação e Victória continuava a encarar Luci. Victória sabia que podia confiar sempre no seu sexto sentido mais não pensou que estaria tão certa em relação ao pesadelo que teve com os dois, se sentiu impotente naquele momento como se tivesse deixado passar muito mais do que apenas aquele sonho e precisava resolver as coisas que estavam em sua cabeça.

— Minha filha... - a sentiu gelada e se preocupou..

Victória por fim a olhou e depois olhou para Luci.

— Eu posso imaginar a sua surpresa com esse casamento, mas...

— Eu nunca estive tão surpresa em toda a minha vida! - a cortou e virou para sair dali. - Vou me trocar pra gente ir! - não queria estar mais um segundo na presença daquela mulher que lhe dava calafrios.

Julia confirmou com a cabeça e Victória saiu em direção ao provador e tratou de se vestir rapidamente, pegou o vestido e saiu dando a vendedora para que ela embrulhasse para que fossem logo dali, estava enjoada somente em estar no mesmo lugar que aquela mulher. Luci a olhava enquanto escolhia um vestido como se tivesse dado ali o troco nela pelo que tinha lhe feito mais mal sabia do mal negócio que estava fazendo, mas não seria Victória a contar.

Saíram dali rapidamente e entraram no carro, o caminho até a mansão foi em completo silêncio já que Julia não sabia o que perguntar depois do que tinha visto e quando chegaram ela desceu do carro quase que correndo deixando a mãe para trás. Victória subiu correndo para o quarto e entrou no do filho de imediato, o viu no berço e o pegou com os olhos cheios de lágrimas o abraçando contra seu corpo com cuidado, ele dormia mais ela não podia evitar aquele momento.

Heriberto a viu subir daquele modo e logo avistou Julia que pediu que ele fosse ver a filha já que não estava entendendo nada, ele entrou no quarto do filho e a viu com ele nos braços. Era um sentimento que ela não sabia identificar mais que apertou seu coração de um modo que ela somente queria chorar e estar agarrada a seu pequeno que dormia alheio a tudo.

— Meu amor, está tudo bem?

Ela o olhou com o rosto já molhado de lágrimas e ele se aproximou.

— Eu quase perdi o meu filho por causa de um pesadelo horrível e hoje eu descubro que eu sempre estive certa! - soluçou tentando manter a calma para não acordá-lo.

Heriberto se aproximou dela e pegou o filho o colocando novamente em seu berço e a segurou em seus braços mesmo ela não querendo soltá-lo.

— Você nunca me contou o que de fato te fez ficar daquele modo! - acariciou seu rosto secando suas lágrimas. - Você precisa ficar calma pra não secar seu leite!

Ela respirou fundo e sentou na poltrona sentindo as pernas fraquejar.

— Eu tive um pesadelo horrível com Luci e Osvaldo naquele dia, eles me viam passar mal e ao invés de me ajudar riam de mim e se beijavam. - passou a mão nos cabelo. - Hoje a encontrei na boutique que fui com a mamãe e ela chegou lá com um ar de deboche como se fosse melhor que eu. - sentia uma aversão tão grande contra ela. - Contou que vai casar com Osvaldo como se fosse o maior prêmio de sua vida!

Heriberto foi até ela e se abaixou em sua frente querendo entender melhor aquela historia.

— Percebe que eu estava certa em demiti-la aquele dia? Eu nunca me enganei com minhas intuições e hoje eu senti uma coisa tão ruim... - estava apavorada e o abraçou. - Eu estou com medo, Heriberto!

— Fique calma meu amor porque eu estou aqui e nada vai acontecer a você ou a nosso filho! - falou com certeza.

— Eu não tenho tanta certeza! - respirou fundo agarrada nele. - Há alguma coisa por trás dessa relação que eu ainda não sei o que é, mas é para me prejudicar!

Ele se afastou dela e a olhou nos olhos com confiança.

— Mais eu tenho certeza disso, porque enquanto eu estiver vivo, nada de ruim vai acontecer a vocês! - ela o beijou na boca. - Vamos descobrir o que eles estão tramando, mas juntos! - limpou o rosto dela para que parasse de chorar. - Você não está sozinha!

— Eu te amo!

— Eu também te amo tanto! - sorriu para passar calma a ela. - Agora vamos tomar um suco e explicar para sua mãe o que aconteceu, ela está lá embaixo sem entender nada e muito preocupada!

Victória confirmou com a cabeça e ficou de pé dando mais uma olhada no filho que dormia tranquilo alheio a tudo que se passava com eles, eles desceram e foram ao encontro de Julia e ela contou a mãe o que tinha se passado. Julia entendeu perfeitamente seus medos e também sentiu um pé atrás com aquela moça, sabia que precisava ficar em alerta porque não podia ser coincidência apenas, elas tomaram um suco e ficaram juntas até que ela se acalmou por completo.

(...)

DEPOIS...

Os olhos estavam pesados e a respiração falhou por um momento até que conseguiu abrir os olhos por completo e se lembrou do que tinha se passado e de imediato levantou a cabeça para saber onde estava e o primeiro que viu foi Heriberto sentado em uma cadeira esperando que ele despertasse e ao seu lado estava Ângelo com uma cara nada boa. Osvaldo tentou se mover mais para a sua desgraça estava amarrado e ele se desesperou como o bom covarde que era.

— Me soltem seus desgraçados! - respirou pesado. - O que querem?

— Veio a cidade e não avisou seus melhores amigos? - falou com sarcasmo sem tirar os olhos dele.

— Vocês são malucos e eu vou denunciá-los!

Ângelo se aproximou dele e colocou sobre os ombros dele duas toalhas e logo em seguida pegou um galão de água e passou a jogar sobre ele que berrou para que parasse, Heriberto ficou de pé e também se aproximou dele.

— O que vai fazer? - estava completamente desesperado.

— Sabia que quando uma pessoa apanha de toalha molhada ou com a própria toalha não deixa marcas? - Heriberto falou ignorando o que ele dizia. - Me diga Osvaldo o que está fazendo na cidade?

— Estou a trabalho! - olhou Ângelo pegar um cassetete. - Por que não me deixam em paz?! - berrou.

Heriberto pegou da mão de Ângelo o cassetete e sem pena bateu nele por três vezes sem pena alguma, ele não era um homem violento mais por sua família era capaz de tudo e Osvaldo só fez gritar de dor.

— O que você está fazendo aqui?- gritou e Ângelo o afastou para que não se complicasse de mais.

— Você só precisa nos dizer o que está fazendo aqui! - Ângelo o olhou com firmeza. - veio atrás da minha filha novamente? - o segurou pelo pescoço e ele só fazia gemer.

— E-Eu somente vim assinar um contrato e daqui a dois dias vou embora! - falou com dificuldade.

— É mentira dele! - Heriberto bufou e o acertou mais três vezes sem dó e a cadeira caiu no chão com ele berrando de dor. - Maldito!

Ângelo o segurou mais uma vez e o afastou com medo daquela reação dele, ou melhor, medo de que ele fizesse algo que se arrependesse depois e o afastasse de sua família.

— Acho que ele já entendeu o recado! - o olhava com cautela.

— Maldito! - rosnou. - Eu não te quero perto da minha família ou eu vou acabar com você! - se afastou mais passando as mãos no cabelo, seu corpo tremia.

— Vocês são malucos! - berrou sentindo muita dor. - Eu não quero saber daquela vagabunda! - mesmo sabendo que não era o momento de usar aquelas palavras, não aguentou.

Heriberto no mesmo momento se armou para voltar a ele, mas seu sogro não permitiu.

— Me espere lá fora! - ordenou quando ele pensou em retrucar. - Eu estou mandando, Heriberto!

Heriberto não queria mais o obedeceu naquele momento e saiu depois de olhar mais uma vez para Osvaldo que só fazia gemer no chão, Ângelo se aproximou dele no chão e segurando em seus cabelos disse:

— Você se esqueceu de nossa ultima conversa? - ele negou com a cabeça. - E por qual motivo voltou?

— Eu já disse! - ofegou.

— Se foi somente por trabalho por que está com a ex secretaria da minha filha?

— Eu só estou com ela! - gaguejou. - Me solta e eu não conto nada a ninguém!

— Disso eu tenho certeza! - sorriu com os olhos negros de raiva dele. - Eu vou investigar se é somente para isso mesmo que voltou e se eu descobrir que vocês dois estão tramando algo contra a minha filha, eu vou arrancar teu couro!

— Eu já disse que não quero saber daquela vaga... De Victória! - se corrigiu rapidamente. - Eu só quero esquecer que vocês existem!

— Assim é melhor, Osvaldo! - começou a soltá-lo. - Eu estou de olho em você! - e sem mais saiu o deixando ali.

Osvaldo gemeu e sentou olhando para onde eles tinham saído e seus olhos eram puro ódio.

— Eu odeio vocês! - proferiu com um olhar nada bom.